Chasing a Starlight escrita por ladywriterx


Capítulo 19
Alfheim


Notas iniciais do capítulo

Ta atrasado!! EU SEI! ME DESCULPEM, MEU DEUS, ME DESCULPEM! Tem desculpa? Mais ou menos.

Semana passada foi show do Muse (dia 24 de outubro, nunca esquecerei) e viajei nos dias que normalmente escrevo. E eu ainda estava em choque do show e eu não consegui escrever nada até hoje. Eles tocaram Starlight. SIM, TOCARAM. Eles sempre tocam, é a segunda vez que escuto essa música ao vivo. Pensei imediatamente em vocês e na fanfic. Até gravei um trechinho, mas provavelmente tem só eu cantando ao fundo e vocês não vão querer me ouvir cantando num show. Acreditem.

Sério, foi demais. Foi incrível. Ai eu fiquei uma semana em estado letárgico porque, afinal, quem já foi no show da banda favorita sabe que existe algo chamado depressão pós show (Farei um doutorado um dia em cima disso ainda). Pra melhorar depois, lançou um jogo que eu estava a fim de jogar já faz anos. Estou jogando que nem louca desde o dia 27, que, tcharam, devia ser o dia que devia ser publicado o capítulo novo.

Ou seja. Desculpa. Eu sou péssima em administrar meu tempo. Só isso mesmo haha



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–Algum de vocês viu Lady Sigyn? - Loki, na forma de Odin, perguntou aos guardas dos corredores que davam ao seu antigo quarto que agora ela ocupava. Tinha algum tempo livre aquela tarde – coisa raro – e queria passar com ela. Os guardas endireitaram a postura.

–Majestade, o último compromisso de Lady Sigyn era o treinamento com Lady Sif nos campos externos. - Assentiu com a cabeça.

–Vou procurá-la, então.

Apesar de antes da quase coroação de Thor nunca ter desejado o trono, tinha passado a gostar do poder que sentia ao andar pelos corredores do castelo e todos se curvarem a sua presença, de sentar-se no trono e sentir-se mais do que os outros. Tinha falado sobre isso com Helena, que tinha apenas respondido com um aceno negativo com a cabeça, desaprovando. Sabia que ela desaprovava muita coisa que fazia, mas ainda continuava com ele. Ainda continuava do seu lado. Não a merecia e sabia disso, sabia tanto que seu maior medo era que qualquer dia desse ela não estivesse mais ali, de uma hora para outra, sem qualquer explicação.

Ele também já tinha percebido que ela sabia o que estava acontecendo. Que sua magia estava ficando mais fraca de manter Odin preso e manter-se naquela forma por muito tempo. Não sabia quanto tempo mais aguentaria, e esperava que fosse o suficiente para conseguir deixá-la em segurança, longe da visão de Heimdall, antes que não aguentasse mais. Não conseguiu prever quanto tempo demoraria, então precisava apenas desejar todas as noites que Helena acordasse sã e salva no dia seguinte, apesar de todos os dias ela melhorar tanto em magia quanto em luta. E tinha tanto orgulho.

Mas ela era a única coisa boa em sua vida. Criado em mentiras, um espólio de guerras, uma relíquia, apenas ali para servir de peão quando Odin precisasse, cresceu acreditando ser algo tão grandioso e poderoso quando, na verdade, era apenas um gigante de gelo, um abominável jotun. Não podia ter Helena, porque ela era um impedimento para que ele tomasse Jotunheim para Odin, então o deus mais velho a tirara dele de um modo tão cruel que Loki definhou em insanidade cada dia mais e nem percebeu. A última vez que percebeu, a única saída para acabar com toda aquela confusão e toda aquela dor que sentia, era acabar com sua vida. Não queria viver mais milênios se todos eles seriam tão dolorosos quanto aquele primeiro.

Talvez Loki realmente fosse o vilão. Ele realmente sentia prazer em ver o sofrimento dos outros – ah, como adorava ver Odin tão frágil quanto ele próprio quando ficou aquele tempo preso. Não negaria que tinha um monstro dentro dele que era uma boa parte de quem Loki tinha se tornado depois de Odin ter tirado Helena e sua identidade como asgardiano. Mas ele ainda a tinha para trazer um pouquinho do Loki que era quando a conhecera. Sabia muito bem o efeito que estava tendo em Helena nesses últimos meses. Sentia como ela estava muito mais estressada e irritada. Ela gritava por qualquer motivo com ele, eles brigavam muito mais. Em compensação, quando estava tudo bem, era tudo tão mais intenso que fazia valer a pena cada desentendimento. Podia ver Helena deixar para trás um pouco da menina inocente que queria de todo modo resgatar aquele Loki que ela conheceu, dando lugar a uma Helena que queria apenas Loki, do jeito que ele era, monstro ou não. E era grato por isso.

Estava tão distraído em pensamentos que não percebeu quando chegou nos campos de treinamentos. Os guerreiros, agrupados em duplas, treinavam suas especialidades, aproveitando o dia ensolarado de verão de Asgard. Sif batalhava com um guerreiro que Loki nunca tinha visto. Parou no posto de observação e esperou até que o treino dela acabasse.

–Lady Sif. - Ela virou-se a ser chamada e, ao perceber por quem, aproximou-se rapidamente e pôs-se de joelhos, com a cabeça abaixada. - Pode levantar-se.

–O que quer de mim, Pai de Todos?

–Lady Sigyn, onde está?

–Terminamos de treinar há algumas horas, majestade. Disse que visitaria amigos e parentes em Midgard e que retornaria assim que terminasse todos os seus compromissos. - Loki assentiu com a cabeça. Deveria ter falado para ela antes que teria esse tempo livre, não podia culpá-la por ter ido até Midgard. - Algo mais?

–Sim, Lady Sif. Ela vem tendo algum progresso?

–Ela se mostrou muito boa, excelente até, com adagas, majestade, não muito boa com espadas. Dominou bem o arco e flecha. - Loki sorriu. É claro que sim. Suas especialidades seriam as dela também. Não era muito bom com um arco e flecha, mas sua pontaria era precisa. - Está evoluindo muito rápido para quem nunca teve um treinamento.

–Muito bom ouvir isso. Está dispensada, Lady Sif. - Ela colocou a mão no peito respeitosamente e reverenciou-o. Loki acenou a cabeça. Ah sim, que orgulho de sua Sigyn.

Helena não sabia quanto tempo mais tinha de liberdade – ou até mesmo de vida. Precisava ver seus pais, conversar com eles pela última vez antes de tudo se tornar um caos, antes de não ter mais volta e selar seu destino para sempre. Por isso, assim que teve um tempinho livro, tinha pedido para Heimdall que abrisse a passagem da Bifrost, deixando-a na frente do prédio de seus pais. Não sabia o porque estava tão temerosa em entrar, porque de repente parou. Talvez fosse porque sabia que aquela era a última vez que ela os veria antes do pior acontecer.

–Sigyn? - Olhou para o lado. Não tinha ouvido a porta abrir, mas seu pai estava parado ao seu lado, a porta aberta. Sua mãe estava do lado de dentro do apartamento, encarando-a de sobrancelhas erguidas. - Não estávamos te esperando. Você realmente precisa começar a mandar algum sinal que está vindo, filha.

–Desculpa, eu realmente precisava vir. - Sorriu fraco, as mãos na frente do corpo se contorcendo de culpa, sabendo que eles não gostariam do que aconteceria. Seus pais, antes os maiores incentivadores do seu relacionamento com Loki, agora também queriam a ver longe de Asgard, a salvo. Sabia que faziam isso para o seu bem, mas quando ficar longe dele doía mais do que apoiá-lo em sua autodestruição, não conseguia ouvir a razão de seus pais.

–Elli, comece a fazer um chá, parece que vamos ter uma longa conversa. - Helena assentiu e sorriu fraco, desencostando-se da parede e, devagar, entrando no apartamento, com o braço do seu pai em volta do seu ombro.

Aquele silêncio estava matando Helena. Levantou e começou a andar, indo e voltando, sentindo os olhares dos seus pais nela. Sabia muito bem o rumo que aquela conversa tomaria, estava esperando apenas que eles saíssem do transe que estavam. Ela tinha acabado de contar que sabia que em pouco tempo sabia que estaria presa, morta – talvez. Odin escaparia logo e ela não teria uma segunda – terceira, na verdade, quarta, até, chance.

Frigga aparecia constantemente em seus sonhos agora que sua magia avançava. Tinha lido alguns livros de teoria da magia e descobriu que talvez fosse porque a essência da magia delas fosse a mesma. Enquanto Thor e Odin tinham na essência a guerra, e por isso precisavam de armas para amplificação de seus poderes, Sigyn e Frigga eram deusas relacionadas à família. A magia era muito mais forte justamente por serem deusas mais ligadas a família. Ela, como deusa da fidelidade e Frigga como deusa da família. Loki tinha uma essência completamente diferente, podia sentir a cada momento que tocava a sua pele. Opostos que se completavam de um jeito estranhamente maravilhoso.

Em seus sonhos, ela tentava avisá-la que se aproximava o dia que o destino de suas vidas seria decidido. O Ragnarok parecia não estar tão próximo, mas, com certeza, se encaminhavam para isso. Deduziu então que fosse o dia que Odin finalmente conseguiria se soltar do feitiço de Loki, que ficava mais fraco a cada dia que passava, tendo que manter tantos feitiços diferentes por tanto tempo. Aquilo drenava toda a sua energia e o deixava fraco.

–Helena, por favor.

–Não, não comecem. - Sua voz embargou. - Não... Não tem mais volta. Ta? Eu já... Pensei em todas as possibilidades e todas as saídas possíveis e não encontrei nenhuma. Eu já tentei de tudo, Frigga já tentou... Eu falhei e não dá mais... - Tinha prometido que não choraria, mas reconhecendo todo o seu fracasso na frente dos seus pais tinha vontade de se jogar nos braços deles e nunca mais sair.

–Eu não acredito que você vai escolher Loki e toda essa insanidade...

–Para, mãe! - Gritou, a raiva já saindo pelos poros. Precisava extravasar com alguém que não fosse Loki e seus pais já estavam a tirando do sério todas as vezes que tinha vindo visitá-los. Todas as vezes tinham tentado convencê-la a voltar, como se esquecer tudo o que sentia fosse fácil, como se tudo o que tivesse vivido em Asgard e com o deus das mentiras não fosse nada, como se ela própria não fosse a deusa da fidelidade. Pelos deuses, ela tinha até magia para comprovar como aquela droga era verdade. - Eu não escolhi Loki e você sabe muito bem disso. Eu daria tudo para não estar onde estou hoje. Aqui ou lá, Odin vai vir atrás de mim. Nos nove reinos. Não interessa. Eu esperava que vocês me apoiassem.

–Sigyn, tente ver o nosso lado. - Seu pai falou, calmo, diferente de sua mãe. Era difícil ver o lado dele quando já estava espumando de raiva.

–O lado de vocês? Sério? Que lado? Que vocês tem tudo resolvido aqui na Terra e não tem que se preocupar com nada porque, hey, sua maior preocupação já foi resolvida porque agora que eu sou imortal vocês não tem uma filha que vai morrer antes de vocês, a sua família imortal tá completa então tá tudo certo.

–Não é assim, Sigyn. - A voz de seu pai soou magoada. Sabia que tinha magoado. Sabia que tinha pisado no calo. Estava passando muito tempo com Loki. Sua mãe já a encarava com a mesma intensidade de raiva.

–Não devia ter vindo aqui. - Sussurrou. - Bem, foi bem ver vocês pela última vez. - Sorriu, cínica. Sabia que seria a última vez por algum bom tempo. E falou aquilo para atingi-los mesmo.

–Sigyn, por favor, seja razoável. - A voz da sua mãe era uma súplica.

–Vocês tem seus pais, Loki não tem ninguém. - Suspirou. - E eu ainda tenho um dever pra cumprir em Asgard. Então, até mais.

Odiava despedidas. Não queria sair daquele jeito, não queria deixá-los com raiva. Queria poder voltar para dentro daquele apartamento, abraçá-los e dizer que, na verdade, estava com medo, não sabia se estava pronta para o que precisava enfrentar. Queria que eles a dissessem o que precisava fazer, mas sabia que aquilo não seria possível. Sua magia não era a única coisa que crescia a cada momento em Asgard. Sua teimosia e orgulho estavam ainda maior, talvez para conseguir lidar melhor com Loki.

Loki. Limpou as lágrimas e fungou. Ele estava tão cansado quando saiu do quarto aquele dia. Até seu andar parecia diferente. Precisava voltar. Não olhou para trás, apenas voltou para o lugar onde Heimdall havia deixado-a, invocou-o novamente e, antes que percebesse, estava de volta na ponte arco-íris, o deus dos olhos dourados a encarando, desconfiada.

–Não conseguia te ver em Midgard.

–Estava com os meus pais numa conversa particular. - Limpou o rosto mais uma vez.

–Quem fazia isso era Loki. - Apertou a mandíbula e os pulsos. Estava cansada. Heimdall e Sif. Dois que nunca a deixaram em paz, que a rodeavam de todos os lados, esperando qualquer escorregão para revelar um erro no plano de Loki.

–Eu sei. Preciso ir, com licença. - Apressou o passo para se ver livre de Heimdall o mais rápido possível. Antes que pudesse sair da cúpula da Bifrost, a voz pesada do deus a atingiu.

–Você sabe que quando o dia chegar, não vai ser Loki o único embaixo da serpente. - Parou no caminho, as palavras a atingindo em cheio, deixando-a sem ar e sem reação por alguns segundos. Não virou-se, tentou fingir que nada havia acontecido e continuou seu caminho pela ponte.

Apressou o passo. Aquela frase. Conhecia aquela frase. Odin a dizia aquilo todos os dias que o visitaria, com a mesma repulsa, como se cuspisse as palavras em sua cara. Aquilo fez o efeito desejado, começou a se preocupar ainda mais com Loki. Onde ele estaria? Estaria bem? Seu coração batia em seu peito de forma descontrolada, e, mesmo assim, não podia demonstrar. Tinha que se manter impassível durante toda a longa caminhada até o castelo, como se nada tivesse acontecido, como se Odin não estivesse a observando. Se fechasse os olhos, talvez pudesse senti-lo tão perto que a faria gritar.

Podia sentir no ar que algo estava errado. Podia sentir no modo que Loki acordou, já apreensivo e estressado. Tinha evitado ao máximo vê-lo como Odin, mas, naquele dia, precisaria manter-se perto o suficiente para vigiá-lo, podia sentir que ele não estava bem. Não estava gostando daquela sensação que estava tendo na boca do estômago. A bile revirando, a garganta fechando e a vontade de chorar constante. Depois das palavras de Heimdall, estava ainda mais alerta, ainda mais preocupada. Encontrou-o na sala do trono, terminando de falar com alguns nobres. Respirou fundo. Ele ainda estava bem.

–O que está fazendo aqui? - Sentiu a mão de Loki segurá-la pelos braços e olhou em volta. Estavam sozinhos no corredor perto da sala do trono.

–Não estou com uma sensação boa sobre hoje, Loki. - Sussurrou. - O que é? - Levantou as sobrancelhas.

–Eu queria poder fazer alguma coisa para te deixar em segurança, Sigyn.

–Loki, o que é? - Perguntou, entre dentes. Ele a encarou por uns segundos antes de suspirar e ceder os ombros. Percebia o quanto estava diferente, mais magro, seu rosto mais fino, as olheiras mais fundas. Até o cabelo estava mais opaco. Queria poder abraçá-lo e falar que ficaria tudo bem, mas sabia que aquilo não era verdade.

–Não estou mais conseguindo manter tudo isso. Não sei se consigo chegar até amanhã. - Helena se fingiu de forte. Segurou a exclamação e assentiu com a cabeça. Não era para isso que estava se preparando desde que aceitara morar em Asgard? - Helena.

–Eu sei me defender, Loki. Não preciso que você me deixe em segurança. Estamos juntos, ok? - Segurou seu rosto, ainda tentando não chorar. Ele fechou os olhos e grudou as testas, respirando fundo. - A gente podia ir agora. Fugir. Se esconder por um tempo.

–Não tenho magia suficiente para nós esconder. - Helena bufou. Sabia que a dela também não seria suficiente. Sentiu um arrepio subir pela sua espinha ao pensar o que o outro dia reservava para os dois, o que podia acontecer. Sabia muito bem desde que fizera a escolha de se mudar que não tinha se juntado ao mocinho. Sabia muito bem de todos os defeitos de Loki, e sabia o que as profecias falavam sobre os dois. Mas amava Loki mais do que sua racionalidade podia entender. - Vou tirar o restante do dia. Não faz sentido manter...

–Concordo. Agora. Vamos. - Falou entredentes, já pronta para se virar e fugir dali o mais rápido possível, ganhar algum tempo, correr.

–Onde quer ir?

–Qualquer lugar longe daqui. Asgard hoje está me sufocando. - Ele acenou com a cabeça, também se sentia daquele jeito. Agradeceu aos norns quando a viu espiando, mantendo os olhos bem presos nele. Ela estava bem, e tinha retornado rápido de Midgard.

–Essa vai ser a última magia que vou poder fazer. Segure-se, firme. - Soltou uma risada incrédula pelo nariz. Como se ele precisasse pedir. Abraçou-o com força, aproveitando os últimos momentos de contato, e sentiu a conhecida sensação do transporte pela magia de Loki. Quando abriu os olhos, estavam em uma caverna estreita, úmida, claustrofóbica. - Minha passagem da Bifrost. É por aqui que passava todos os dias para te ver. - Um sorriso escapou. - Não pense em nenhum lugar, pense só em mim, vou nos levar para longe daqui.

Loki procurou a mão dela, entrelaçando os dedos com força. Helena assentiu com a cabeça. Ouviu um “corra” baixinho, e logo os dois corriam em direção ao final da caverna. Confiava em Loki. Em alguns segundos, uma explosão de cores aconteceu a sua volta e, quando acabou, estava em um lugar completamente diferente. A atmosfera parecia outra, até a sensação do vento em sua pele parecia melhor.

–Alfheim. Vamos ter um tempo de paz por aqui.

Helena podia passar horas caminhando pela floresta que pareciam apenas minutos. Encantada pelas cores das flores, os animais que passavam entre suas pernas, voavam em volta de sua cabeça. No céu, dois sóis iluminavam a terra, as mais diversas cores sendo refletidas por pelagens de animais, folhas de árvores. Um cenário de conto de fadas para o fim de um, concluiu triste. Pararam quando encontraram uma clareira.

–A cidade mais próxima está há alguns dias de viagem. Heimdall não sabe onde ficam todas as passagens da Bifrost. Temos algum tempo até nos acharem. - Com aquela informação, os ombros de Sigyn se relaxaram, e ela nem sabia que os mantinham tensos. Deixou-se cair na grama fofa, Loki ao seu lado, exausto. - A gente devia ter fugido, desde o começo. - Helena fechou os olhos, a voz de Loki parecia distante com todo aquele barulho de natureza a sua volta.

Alfheim parecia um refúgio tão diferente de tudo que estava por vir e, ainda assim, não conseguia tirar a cabeça do que aconteceria os dois em pouco tempo. A luz dos dois sóis batia em seu rosto levemente, filtrados pela densa folhagem da floresta que dava ao ar uma leveza indescritível. Sentada encostada numa árvore, com Loki em seu colo, podia sentir nas pontas dos dedos enquanto corria-os pelos cabelos dele, como a magia dele ia sendo sugada cada vez mais. O formigamento que o toque com a pele dele proporcionava já não estava tão intenso e isso talvez indicasse que tinham menos tempo do que achavam. Abriu os olhos castanhos para encontrá-lo encarando-a.

–Não sei, Loki. - Sorriu, fraco. - Quanto mais eu penso nas possibilidades, mais eu vejo que talvez não tivéssemos saída. - Helena tinha certeza que Loki sabia disso. Ele apenas se calou por um tempo.

O silêncio parecia combinar com a floresta. Ela não parecia gostar de conversa, então Helena continuou com o carinho nos cabelos de Loki, tentando gravar todos aqueles momentos em sua memória.

–Você nunca me disse se quer ter filhos, Sigyn. - Suas mãos pararam, pega de surpresa com a pergunta.

–Bem. - Respirou fundo. - Nunca foi uma prioridade na minha vida.

–Queria ter uma menina. - Ela se inclinou para ele, sorriu com o rosto próximo ao dele.

–Quem sabe quando resolvermos tudo isso, lutamos contra a mitologia que fala que teremos um menino?

–Seria muito bom, realmente – Loki também sorriu, imitando Helena.


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Notas finais do capítulo

Sobre a próxima atualização: vem comigo e lê aqui rapidinho. É novembro. Novembro é NaNoWriMo, o que isso quer dizer? National Novel Writing Month, ou, Mês Nacional de Escritas de Romances. O que isso quer dizer? Que estou participando. Com Chasing a Starligh? Não. Com Austral.

Austral é um projeto meu que data de 2013 - meu primeiro NaNoWriMo -, mas que naquele ano não pude fazer porque estava em época de vestibular. Agora, com tempo, pretendo terminar Austral esse ano, esse mês. NaNoWriMo te desafia e motiva a escrever pelo menos 50 mil palavras. É muita palavra pra uma história só. Ou seja, PODE SER que CaS fique meio de lado. PODE SER. Não posso garantir e falar "nossa não vai ter postagem esse mês" assim como não posso garantir falando que vai ter.

O que quero dizer é: NUNCA VOU ABANDONAR A FIC. Mesmo que demore um tempinho, a atualização vai chegar. CONFIA. HAHA



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