Chasing a Starlight escrita por ladywriterx


Capítulo 16
Still reach for you


Notas iniciais do capítulo

Falei que talvez em uma semana eu virei com o novo capítulo e aqui estou. Provavelmente esse capítulo vai sair na quarta, porque to começando a editar a passar pro Nyah já é quase meia noite, mas precisei formatar o notebook (motivo: vírus, mas não perdi nada, joguei tudo na nuvem, ta tudo sob controle haha) e acabei ficando impossibilitada de fazer isso antes.

Enfim, espero que gostem ♥

E, de novo, lá vamos nós:

Música do capítulo: Guiding Light - Muse.



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–Lady Sigyn. - Helena levantou os olhos castanhos do livro para encontrar Thor vindo em sua direção, marcou a página com uma fita que trazia presa à lombada do livro e o fechou suavemente. Loki tinha acordado cedo e a acordou junto para cumprir a promessa de estar no quarto até ela acordar e, por isso, ainda estava meio letárgica. Tinha feito o caminho até os jardins de forma automática. - Atrapalho? - Apontou para o espaço vazio no banco ao lado dela.

–Claro que não. - Chegou um pouco para o lado para dar mais espaço a Thor, que sentou-se e esparramou-se, estendendo as pernas antes de suspirar.

–Não tivemos tempo de conversar. Achei que a veria no café da manhã. - Em uma das muitas salas de jantares do castelo, era servido o café da manhã da família real, que consistia em Loki, se passando por Odin, e Thor. Não era o ambiente mais propício para estar, então uma empregada levava seu café da manhã até seu quarto assim que ela acordava, e se sentia muito melhor assim. Já tinha dito que podia esperar, que depois que eles terminassem, iria até onde o café estava sendo servido, que não tinham que se preocupar, mas todo dia acordava e encontrava uma simpática moça, que aparentava ser um pouco mais nova que ela, com seu carrinho dourado, cheio de coisas maravilhosas.

–Eu não consigo ficar na mesma sala que Odin sem ter vontade de socar a cara dele. - Sussurrou. Thor riu e ela sentiu as bochechas corarem.

–E, ainda assim, está em Asgard.

–É complicado. - Soltou o ar dos pulmões, sendo a vez dela de se esparramar no banco. Jogou o pescoço para trás, observando o céu e as árvores. - Onde está Jane?

–Ainda dormindo. - Um silêncio desconfortável caiu sobre os dois. Era a segunda vez que Helena o via, e a primeira eles tinham trocado apenas poucas palavras.

O livro estava em seu colo e ela segurava-o com força. O que sabia sobre Thor era só o que Loki havia comentado, além de ser péssima em puxar conversas. Os dois olhavam para o céu, tão azul que a fazia ter vontade de ficar ali para sempre. Percebeu que ele começou a procurar algo pelos bolsos – que ela nem sabia que ele tinha. Voltou a sentar-se ereta, olhando-o com curiosidade.

–Acho que ele não tirou isso do bolso dele desde que... Bem. - Thor puxou uma foto. Helena mordeu o lábio inferior e hesitou em estender a mão para pegá-la. Seu coração acelerou como se realmente não tivesse visto Loki há muito tempo, como se ele não estivesse ali e aquela era a última memória que tinha sobre ele. Percebeu o sorriso fraco que surgiu no rosto de Thor. - Não posso deixar de me sentir culpado com o que aconteceu com vocês dois.

–Thor, não...

–Por favor. - Ele estendeu ainda mais a foto. A moça segurou a foto com as pontas dos dedos e a trouxe para perto. Abaixou a cabeça para admirar. Talvez aquele Loki da fotografia realmente não existisse mais. Com aquele sorriso que ele tinha perdido. Dedilhou o rosto dele, como se pudesse tocá-lo realmente naquele dia. - Ele mudou tanto desde que meu pai fez tudo aquilo. - Já sentia algumas lágrimas brotarem nos olhos. Passou a mão no rosto com força e assentiu com a cabeça.

–Eu sei. Estava em Nova York. - Sussurrou. - Vi o que aconteceu, como aconteceu.

–Não queria te fazer chorar. - Olhou para Thor e sorriu.

–Tudo bem. É só... Isso parece que faz tanto tempo. - Levantou a foto para indicar.

–Entendo. - Ela assentiu com a cabeça e voltou a olhar para frente. Thor não parecia ter terminado de falar. Parecia ainda tomar coragem para continuar. Sabia que o deus dos trovões era bem ligado a Loki, pelo menos antes de tudo desabar. E Loki podia fingir que não, mas também não sabia viver sem o irmão. - Eu queria ter feito algo para salvá-lo, Sigyn.

–Thor, por favor. - Não era um assunto que ela queria discutir. Sif já tinha tentado alguns dias antes, Fandral tinha corrido atrás dela para, além de passar uma cantada, tentar falar sobre Loki. E não ficaria confortável com Thor. Nem um pouco. - Não estou falando para esquecer, estou falando para... Não ficar se lamentando. Pelo menos, não para mim. Eu não... - Respirou bem fundo e demorou para soltar o ar. - Desculpa.

–Bem, não vamos falar disso mais, então. - Sussurrou um “obrigada”. - Sif me pediu para perguntar uma coisa. - Encarou-o de canto de olho mostrando que estava ouvindo. - Bem, todos aqui no castelo sabem se defender se alguma coisa acontecer, mas você...

–Sou um peso morto.

–Não colocaria nessas palavras. - Os dois sorriram. - Lady Sif se dispôs a te treinar, e eu acredito que seria bom. Principalmente se for continuar vivendo no castelo, com o título que você tem agora. - Assentiu com a cabeça.

–Entendo.

–Você deveria ser princesa de Asgard, então deve ser treinada como uma. - Thor estava levemente inclinado para ela, piscou um olho, sorrindo, e voltou a se jogar no banco. O sorriso de Helena aumentou. - Vocês começam amanhã, então. E, claro, amanhã estará na festa?

A festa. Gemeu. Festa do solstício de verão, onde todos estariam presentes. Loki tinha comentado sobre aquilo há alguns dias, reclamando que, se não bastasse todos os problemas do reino, ainda tinha que se preocupar com banquetes completamente desnecessários. Ainda não tinha se decidido se iria, não conhecia muito bem quase ninguém em Asgard, odiava ficar sozinha – o que aconteceria já que Loki não poderia simplesmente aparecer como Loki. Talvez preferiria mil treinos a ir naquele banquete. Sabia também o porquê o deus não estava muito feliz com a festa. Fazia pouco mais de dois meses do assassinato de Frigga, pelo que pode contar, e Loki não estava nem um pouco perto de superar.

–Não sei, Thor. Eu não estou muito no clima.

–Entendo, lady Sigyn. - Ele assentiu com a cabeça, suspirou e, num pulo, colocou-se de pé. - Mas faça um esforço. Estamos ansiosos para passar um tempo a mais com você. - O sorriso dela aumentou. - Se decidir ir, fique longe de Fandral. Mas acho que isso a senhorita já sabe, ele me contou que já negou algumas investidas.

–Acho que ele não entendeu muito bem ainda o “deusa da fidelidade”. – A gargalhada de Thor a fez rir também.

–Oh não, Fandral entende muito bem. Ele só não consegue manter a dignidade dentro das calças. - Helena ponderou sobre o assunto e concordou com um aceno de cabeça. - Vou procurar Jane, ver se ela já acordou. Se mais tarde quiser se juntar a nós nos campos de treinamentos para conversarmos um pouco mais…

–Claro. - Assentiu, dando seu melhor sorriso. Thor não parecia tão ruim quanto Loki falava. O deus deu meia volta e voltou para dentro do castelo, sumindo pelos corredores, deixando Helena nos jardins, encarando o caminho por onde ele tinha vindo, tentando entender o relacionamento dos dois irmãos. Sem muito sucesso.

–Thor me contou sobre o que conversou com você hoje. - Helena terminava de guardar algumas roupas no closet quando ouviu a voz de Loki no quarto. Ele fechou a porta com delicadeza. Virou-se para sair e o encontrou encostado na parede ao lado, esperando-a. - Eu concordo. Mas vou te ensinar algumas coisas também. - Franziu o cenho, virando-se para ele.

–Não sei, Loki... - Ele estendeu a mão para ela.

–Me dá sua mão. - Ainda desconfiada, deixou que ele segurasse sua mão. - Me avise se sentir algo. - Encarou as mãos juntas, sentindo o coração bater forte. De repente, um formigamento começou na boca do estômago, subindo até seu ombro e descendo até a mão. Olhou para Loki, que sorria. Um choque chegou em seus dedos e teve o reflexo de se soltar dele.

–Ouch. Loki!

–Não fui eu. Todos os... deuses tem algum poder. Thor usa o martelo como canalizador da magia dele, eu não preciso de nada, e pelo visto você também não.

–Magia? - Helena riu, incrédula. Já não bastasse toda aquela loucura que sua vida tinha se tornado, agora ela também tinha magia. Não percebeu quando ele voltou a segurar suas mãos, agora entrelaçando os dedos. Agora, um pouco mais controlado, sentia uma queimação gostosa e agradável. - Como isso só apareceu agora? - Deu um passo para frente, ficando mais perto dele, como se precisasse daquilo, como se ele criasse um campo magnético que a atraia, ainda mais que normalmente.

–Eu só ativei ela. Você conseguiria ter feito isso sozinha, mas ia demorar um pouquinho mais. - Loki soltou uma das mãos e Helena teve que se segurar para não protestar. Estava tão bom que podia ficar daquele jeito pela eternidade.

–Isso é como Harry Potter? Preciso começar do mais básico ou posso simplesmente... fazer? - Loki riu. Ele sabia o que era Harry Potter porque ela tinha feito ele assistir todos os filmes em um fim de semana só.

–Tenta. - Encarou-o meio contrariada, e achou pior ainda quando ele soltou a outra mão também. Respirou fundo. Não fazia ideia como fazer aquilo. - É simples, Lena. Só deixa acontecer. - Fechou os olhos e estendeu a mão.

A primeira magia que Loki tinha feito na sua frente tinha sido conjurar uma rosa. Será que era muito difícil? Imaginou aquele dia, como parecia tão simples para ele, mesmo que Loki insistisse que a magia na Terra ficava um pouquinho mais fraca. Imaginou aquela mesma rosa, com a mesma cor e puxou da memória o mesmo cheiro. Abriu os olhos quando sentiu uma leve pressão nas mãos e a rosa tomava forma ali. Soltou uma risada, animada com o resultado. Seus olhos encontraram de Loki, que parecia orgulhoso, com uma pintada de nostalgia. Assentiu com a cabeça, entendendo toda aquela saudade que ele tinha sentido e agora parecia transmitir para ela. Ela entendia muito bem. De repente, toda aquela alegria que ela sentia por ter conseguido fazer o que tanto admirava em Loki, foi transformada numa dor tão grande, uma saudade que não conseguia descrever. Era como se alguém apertasse seu peito forte o suficiente para fazê-la parar de respirar.

–Desculpa, eu não devia... - Fechou os lábios numa linha fina e abaixou a cabeça. Sentiu os braços de Loki a envolvendo, como se fosse frágil demais, como se fosse quebrar, igual ele fazia enquanto ainda era apenas humana. Enterrou o rosto em seu peito, o gelado do metal da roupa a fazendo ter arrepios. Aquilo foi o suficiente para fazer algumas lágrimas caírem e, antes que pudesse pensar muito, soltou. - Eu sinto tantas saudades, Loki.

–Eu estou aqui. - Helena não podia ver, mas a mandíbula de Loki estava travada. Ele sabia exatamente o que ela estava falando, mesmo sem querer admitir.

–Eu sei, mas eu sinto saudade do Loki que eu conheci. - O deus fechou os olhos, como se pudesse deixar todas aquelas palavras de fora para doer menos. - Você mudou, eu mudei, tudo mudou. Uma eternidade atrás estávamos em Londres. Hoje, essa confusão.

–O que você quer que eu faça? - Perguntou, contrariado.

–Conserte tudo isso.

–Desculpa. - Sentiu aquele beijo que conhecia tão bem no topo da cabeça. Sentiu que ele a apertou mais forte. Pode jurar que sentiu uma lágrima dele. Mas logo ela não sentia mais nada. Nem os braços, nem o beijo, nem as lágrimas. Abriu os olhos para se encontrar sozinha no quarto.

Seus joelhos não aguentaram e deixou-se cair no chão, a rosa ainda na sua mão direita. Queria que sua mágica fosse o suficiente para voltar no tempo e impedir tudo aquilo de acontecer. Avisar Thor sobre o perigo de contar sobre ela a Odin, impedir Loki de cair na insanidade. Suas mãos fecharam em punho e ela sentiu uma faísca. Queria tanto voltar no tempo. Mais uma faísca. Não, nunca conseguiria. Queria Loki. Precisava dele como nunca antes. Ela se sentia de volta nas primeiras semanas sem ele depois de ter sido banida. Sem ele. Puxou o ar ruidosamente.

–Loki. - Chorou baixinho, ainda no chão do quarto, sem coragem de levantar, sem forças pra se mover.

Loki fechou a porta do quarto com força, querendo quebrar tudo em seu caminho. Tinha feito Helena chorar, de novo. Não sabia quanto tempo mais aguentaria. Não sabia. Passou a mão pelos cabelos, os dedos tremendo. Queria gritar para todo mundo ouvir a bagunça de seus pensamentos, o jeito que tudo parecia fora do lugar e só se sentia confortável, seguro, quando estava nos braços dela. E sabia que todos os seus atos a mudavam, a machucavam, e não queria aquilo.

Também não queria ser o vilão, não queria que Sigyn o olhasse sempre como o errado da história, mas estava tão envolvido naquilo. Não tinha volta. Sabia disso, desde que tinha tomado a decisão de se jogar da Bifrost. Não tinha volta. Sentia-se deslocado, sentia o monstro dentro dele pedindo para sair toda vez que olhava para Odin, a vontade de matá-lo crescendo a cada dia. E não o fazia por apenas um motivo: Frigga. Lembrava-se perfeitamente da última conversa que teve com a deusa e aquelas últimas palavras ainda ecoavam na sua cabeça, como facas, não teve tempo nem de pedir desculpas, de deixá-la abraçá-lo uma última vez e falar que ainda era seu filho, mesmo que sua natureza dissesse o contrário. Mesmo que o sangue que coria em suas veias naquele momento definisse o monstro que tinha dentro dele.

Estava cansado de fingir, queria que tivesse um lugar nos Nove Reinos que fosse seguro para ele, para Sigyn, mas não conseguia pensar em nada. Queria que ela o aceitasse como era agora, queria tantas coisas, como o idiota egoísta que era – como o idiota egoísta que sempre fora. Tinha aprendido a controlar sua magia assim que ela surgiu, tinha apenas vinte anos quando deu sua mordida na maçã de Iddun e sua corrente sanguínea foi bombardeada com todo aquele poder que borbulhava dentro dele, porém, naquela hora, com todos os pensamentos na sua cabeça – Helena, Frigga, Odin – deixou que ele fluísse por todo o seu corpo, jogando pra longe toda a sua mobília, o quarto traduzindo os sentimentos e seus pensamentos.

Helena estava ansiosa demais para aquilo, o que era patético, já que nunca teve vontade de fazer nenhuma aula que envolvesse autodefesa. Mas ali estava ela, com os cabelos cuidadosamente presos num rabo de cavalo alto e com uma roupa parecida com a de Sif, tentando se sentir minimamente confortável com aquele traje. Rolou os olhos e apertou pela décima vez o elástico que prendia o cabelo. Fez uma nota mental de matar Loki por ter concordado com aquilo e torturar Thor por ter sugerido. Esticou as pernas e olhou para as botas, extremamente confortáveis, esperando que a guerreira chegasse e pudesse começar o treino logo – e que aquilo acabasse o mais rápido possível. Não tinha dormido direito aquela noite, pensando em Loki, em como ele estaria, estranhando a cama vazia, em tão pouco tempo tinha se acostumado a rolar e encontrá-lo, e não apenas os travesseiros.

Pelo menos estavam na sala de treinamento privativa, e não passaria vergonha na frente de todos aqueles guerreiros experientes.

–Pronta? - Sif entrou e fechou a porta. Levantou-se e suspirou.

–Eu acho.

Era a décima vez que encontrava o chão só naquela hora. Gemeu e rolou para o lado. Ninguém avisara que aquele treinamento seria tão complicado. Pelo menos, estava começando a gostar. Sif estendeu a mão para Helena, levantando-a com um impulso. Assentiu com a cabeça quando a loira colocou-se em posição logo em seguida e andou em volta dela, arrumando algum erro de postura. Já sentia o suor em sua testa, a roupa já grudava demais no corpo, sabia que estaria toda dolorida no dia seguinte, mas era tarde demais para desistir. Talvez fosse uma boa maneira de descarregar todos aqueles sentimentos que cresciam dentro dela: podia imaginar que aqueles alvos e até lady Sif eram Loki e Odin, e bater a vontade, sem danos físicos reais em nenhum dos dois, mesmo que sua vontade era de socar Odin até tirar sangue.

–Vai ser difícil você ter alguma luta corporal. Após alguns treinos, vamos começar com os armamentos básicos: adaga, espada e arco e flecha. Então, quando você achar algum que você se encaixa, vamos trabalhar dai. Certo?

–Sim, Lady Sif.

–Só uma pergunta. Seu cabelo é natural? - Franziu o cenho e encarou a guerreira por alguns segundos antes de sair do transe.

–Sim, é natural... Por quê?

–Explicado. - Ela bufou e colocou-se na frente de Helena de novo. - Costumava a ter cabelos iguais os seus. Loki, alguns anos atrás, fez algum feitiço para que ele se tornasse preto. Achei que era só alguma brincadeira dele, até te conhecer. - A loira mordeu o lábio inferior e desfez a postura. - Desculpe, não devia ter trazido ele no assunto.

–Não, tudo bem... É... - Respirou fundo e desviou o olhar, engolindo um seco difícil de descer. Limpou a garganta. - Me desculpe, sobre o cabelo. Loki era...

–Um pé no saco?

–Sim. - Helena soltou uma risada pelo nariz, desconfortável. - Não sei, parece que vocês dois não tinham uma relação muito boa. Mas ele... Não era aquilo que vocês viam.

–Não precisa se justificar, Sigyn. De verdade. - Mordeu a bochecha inferior e assentiu rapidamente com a cabeça. - Rainha Frigga já conversou comigo sobre isso, Thor já conversou sobre isso. Loki mudou muito desde que Odin forjou sua morte, isso não podemos negar. E não te culpo. Mas que ele sempre foi, pelo menos comigo, irritante e prepotente, sim, sempre foi.

–Com todos. - Murmurou, voltando a ficar em posição. Sif levantou as sobrancelhas e deu risada. - Mas ele era meu Loki. - A morena encarou-a por alguns segundos antes de sorrir genuinamente.

–Mas voltando ao treino. Você tem que achar o que você acha mais confortável, seu estilo, Sigyn. Sei que deve ser difícil, mas você tem que se lembrar que agora sua força é mais que o dobro do que tinha antes. Você mal está encostando em mim. Se você é boa com chutes, eu quero ver um chute. Realmente algo que vá fazer estrago em alguém. - Helena bufou e fechou as mãos em punho antes de encarar a morena na sua frente, já cansada, suada, com vontade de desistir de tudo. - Tudo no seu corpo foi feito para a luta depois da maçã, Sigyn, lembre-se disso.

–Eu não fui criada para acreditar que seria uma guerreira, Sif.

–Sei disso. - Ela colocou as mãos em sua cintura, movendo-a um pouco, arrumando seu eixo. - Mas deveria. Você é filha de Asgard.

–Tudo aqui se resume em guerra, por acaso? - Riu, negando com a cabeça.

–Não. Mas acreditamos que quem consegue controlar o corpo o suficiente para ser um guerreiro, então é porque sua mente também tem um grande controle sobre si mesma. O treinamento é o importante. Tente de novo. Lembre-se: coloque toda a sua força. - Helena levantou um pouco do queixo, respirou fundo e fez o que ela pediu. Não segurou nenhum músculo, deixou que todos conduzissem sua perna até Sif, que se defendeu com as palmas das mãos. Com o impacto, a morena acabou indo alguns passos para o lado. - Ai está sua força. Definitivamente uma deusa. - Fez uma careta.

–Muito forte? - A loira voltou a se equilibrar e mordeu o lábio inferior.

–Podemos deixá-la ainda mais, se quiser. Mas não hoje, porque temos uma festa para ir. Uma festa merecida, aliás. - Helena gemeu. - Vamos, Sigyn. Sei que deve ser difícil para você, mas não adianta nada ficar enfiada naquele quarto, e é o melhor jeito de nos conhecer melhor.

–Eu não sei… - Sif deu de ombros, já se encaminhando para a saída.

–Entendo. Loki deve ter falado muito sobre a gente para você. E nada bem. - A boca de Helena se abriu, queria falar alguma coisa para rebater, porém era verdade. Loki não gostava dos amigos de Thor. Respirou fundo, ainda sentia o coração acelerado do treino, e a encarou, os olhos dourados transparecendo culpa. - Sabia.

–Sif, não julgo vocês antes de conhecê-los de verdade.

–Então vamos na festa hoje. - Helena ergueu as sobrancelhas, cruzou os braços e soltou o ar.

–Tudo bem. Mas pare de me chantagear desse jeito.


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Notas finais do capítulo

Eu prometo que vou tentar maneirar no Muse, mas não dá gente, NÃO DÁ! Quem já foi dar uma olhada na playlist da fic que tem no Spotify viu, muita música do Muse. Posso fazer o que né?

Bem, sobre o prox capítulo: estou com um bloqueio nele. Sei o que quero escrever, só não sei como. Se vai sair semana que vem, não sei. Talvez não na terça, mas vou tentar meu máximo. Não se esqueçam de comentar.

AH! Estou participando do desafio de outubro do Nyah, e acho que vocês deviam dar uma passada lá ehehehe.



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