– Onde você esteve, filha? – Sr. Granger perguntou ao ver Hermione em casa.

– Oi, papai. Tudo bom?

Ela conferiu sua imagem no espelho, sorrindo, e correu para a escada.

– Eu te fiz uma pergunta...

– Estava passeando papai.

Ele dobrou o jornal e a olhou desconfiado.

– Ginevra ligou de novo.

– Perdeu o tempo dela.

– Você é dura demais com ela. – Ele pigarreou. – Ah, eu te matriculei num curso de jornalismo para jovens nas férias. Começa amanhã.

Hermione parou no meio da escada e se virou lentamente.

– Sabe, pai... Tem uma coisa que eu quero te falar.

“’Só tente, está bem?’ Ok, eu vou tentar”

Ela parecia aflita e o Sr. Granger se levantou, preocupado.

– É um pouco, aliás, muito difícil falar isso agora.

– O que é? Fale logo.

– Eu não vou ser jornalista.

O Sr. Granger abriu a boca, fechou e abriu de novo. Seu rosto perdeu a cor. Hermione pôde ver suas pupilas de dilatando e depois se contraindo. As mãos dele começaram a tremer. As mãos dele começaram a tremer e o suor, a brotar em sua testa.

– Como não vai?! É claro que vai. – Exclamou com a voz rouca. – Por que não?

– Eu não quero.

– Claro que quer, sempre quis. O que houve?

– Alguém me ajudou a encarar a verdade hoje.

– Não, filha. Não desista assim dos seus sonhos.

Ela sorriu.

– Eu estou desistindo é do seu, para realizar o meu.

Ele levou um tempo para digerir aquelas palavras. Até que finalmente perguntou:

– E qual é o seu?

– Desenhar.
Ele sorriu. Depois riu baixinho. Então mais alto, mais alto.

– Pai...

– Eu já entendi. É uma pegadinha, não é?! – Ele caminhou pela sala, sorrindo para as paredes. – Onde estão as câmeras? Vocês me pegaram, parabéns.

– Não é nenhuma brincadeira, pai! – Ela gritou. – Quer, por favor levar isso à sério?

– Veja bem...

– Veja bem você! Eu não creio que consiga “brincar” com você depois do que eu o vi fazendo com a mamãe.

Ele ficou em silêncio.

– Eu não quero, nunca quis e não vou ser jornalista! E você não pode me obrigar. Independente dos cursos idiotas que você insiste em me matricular, quem vai escolher meu curso na faculdade sou eu! – Ela ainda gritava. Seu rosto estava vermelho, colocando pra fora tudo que estava guardado. – E, quer saber? Eu quase não vou mesmo! Ao invés disso, eu pago cursos de artes com o dinheiro que a vovó manda pra mim da Itália.

Ele se sentou.

– Pense bem, Hermione...

– Eu já pensei. – Correu de volta para a escada, mas parou outra vez no meio do caminho. – Ah, e eu estou namorando.

Um feixe de luz percorreu o rosto do Sr. Granger.

– Quem? Aquele garoto, filho dos Potter?

– Não, pai. Você não o conhece. – Ela sorriu ironicamente. – Ele é um bolsista.

E terminou de subir, enquanto seu pai caía sentado no sofá.