Perversa escrita por Diamandis
À noite, depois que seu pai desistir de gritar por ela na porta do quarto, Hermione saiu. Estava toda de preto. Calça, botas, sobretudo, luvas. Tomou um táxi e parou em frente ao Metropolitan Museum of Art, o Met. Alguém esperava por ela lá.
– Então – Disse discretamente olhando para uma escultura de madeira. – Já tem os resultados?
Ele deu a volta pela estátua e parou do outro lado, parecendo distraído.
– Sim.
Era um garoto magro, alto, com pequenas sardas no nariz e olhos grandes, cinzentos.
– Vasculhei os registros de todas as farmácias de Nova York que vendem fluoxetina e nenhuma delas forneça para nenhum Chang.
Hermione o encarou, confusa, e voltou a olhar a escultura.
– Então, o que isso significa?
– Significa que ela não compra em nenhum local autorizado. E isso provavelmente acontece porque...
– Ela é viciada em fluoxetina! – Concluiu. – Isso é melhor do que eu pensava.
– Bom, eu fiz a minha parte.
Ela sorriu cruel.
– Claro. – Abriu a bolsa, tirou algumas notas da carteira e colocou aos pés da estátua. – Está tudo aí. Sorte sua eu valeu a pena. Deixei de comprar uma bolsa incrível por isso.
Ele riu.
– Estou a disposição.
– Obrigada.
O garoto se afastou e Hermione caminhou contente por um quarteirão, par encontrar-se com Ronald.
– Adivinha quem é. – Hermione sussurrou no ouvido do ruivo, enquanto tampava seus olhos com as mãos.
Ele riu.
– Uma garota muito popular, auto confiante e metida à dona do mundo. – Suspirou com um falso tom dramático e riu outra vez. – Minha garota.
Hermione foi para frente dele e o beijou.
– Está frio aqui fora. – Ele observou abraçando-a. – Vamos para a algum lugar.
– Para onde vamos?
– Conheço um café incrível. É simples e pouco conhecido, mas vale a pena. E não fica muito longe.
Eles andaram duas quadras até o café. Escolheram uma mesa discreta, sentaram-se juntos e pediram duas canecas de chocolate quente. Hermione nunca havia imaginado que se sentiria tão feliz ao lado de Ron. Justo Ronald Weasley! Mas era assim que ela se sentia – ou muito melhor.
– Ron... Tenho uma coisa um pouco desconfortável para falar.
– O que é?
– Falei de você para o meu pai.
– Mesmo? E ele?
– Ficou um pouco chocado.
Ronald levantou uma sobrancelha e baixou os olhos, com um meio sorriso no rosto.
– Enfim, a questão é que... Eu falei que nós estamos namorando.
Ele a olhou sério, sem expressão.
– Eu sei que não temos nada oficial e até que estamos procurando manter a discrição até que estejamos prontos para ‘aparecermos’ juntos, mas... Ah, desculpe.
Ronald suspirou longamente e tirou seus braços de Hermione. Olhou para o outro lado.
– Ron... Desculpe. Eu não sabia que você ficaria assim.
Hermione estava surpresa e assustada com a reação dele.
– Bom, acho que vou ter que fazer como manda o figurino agora.
– Como assim?
Ele se aproximou e falou baixo ao pé do ouvido dela:
– Quer namorar comigo?
Ela sorriu e o beijou com força.
– É claro que eu quero!
Já era tarde quando ele levou Hermione até um táxi.
– Acho que devo ir até a sua casa amanhã então. Com o meu pai.
– Ok – ela disse, entrando no carro –, é bom que eu conheço sua família. Eu já vou preparando o espírito do meu pai.
Ele sorriu enquanto fechava a porta.
– Prepare o seu também.
E o táxi arrancou.
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