Heróis das Seis Flores- Interativa escrita por White Rabbit


Capítulo 3
02- Onde as feras se divertem- Parte II


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, desculpem pela demora em postar. Ainda estou aguardando fichas dos que reservaram vagas hein... Espero que gostem desse capítulo, foi feito com muito carinho.

Boa Leitura!!!



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Onde as Feras se divertem- Parte II

Alexia Bloomor

[clica]

The Saint of Nature

Another Way Out- Hollywood Undead

A cidade de Quartz-Celszar era um importante ponto comercial da região. Além de abrigar um grande número de portos e mercados, era famosa também por ter diversas opções de trabalho o que atraía centenas de pessoas até a mesma, camponeses, militares, e todos aqueles que sonhavam com riqueza e fortuna na metrópole. O governador da cidade administrava tudo com mão de ferro, e a segurança ali era garantida, tirando é claro, alguns maus elementos que circundavam a cidade de vez em quando. Esta era tranquila na maioria das vezes.

O mercado central era o mais movimentado, era um local onde se podia encontrar de tudo. Desde armas a mascotes, medicamentos, roupas, joias e o que mais pudesse imaginar. E como todos os dias, ele estava bastante movimento. O barulho dos comerciantes era bastante alto e o cheiro do local era uma mistura de frutas frescas, ervas, peixes e perfumes, um odor bastante diversificado. Mas no momento não eram os produtos, nem os odores que chamavam a atenção.

As pessoas abriam caminho para que a moça passasse, era de uma beleza rara, nunca vista antes naquelas redondezas. E ela pouco se importava com os admiradores a sua volta. Andava tranquilamente, mordiscando uma maçã. Os cabelos de tom esverdeado soltos ao vento, a pele corada e macia, o corpo esguio e com curvas bem acentuadas. Fora aqueles olhos azulados e hipnotizantes, que olhavam curiosamente para tudo a sua volta. As pessoas murmuravam se perguntando quem e de onde ela era. Seus cabelos estavam presos em dois laços brancos, um vestido verde e curto com detalhes pretos e brancos.

Ela andava de forma graciosa, balançando o vestido como se dançasse no meio do mercado. Ela gostava daquilo, de dançar, de estar se destacando no meio da multidão. De saber que as pessoas viam nela, não um monstro, não uma santa, mas apenas uma garota humana e encantadora, pois Alexia ansiava em ser uma humana, uma simples humana. Seus olhos azulados pararam em um belo bracelete dourado em uma das bancas, ela não teria dinheiro suficiente para compra-lo, mas era incrivelmente bonito. Aproximou-se da banca, com ar de simpatia, sorrindo para o vendedor:

– Este bracelete, quanto custaria?- falou enquanto apontava para o bracelete, o vendedor olhou para ela com um sorriso intrigante.

– É belo não é? Mas é uma peça barata qualquer dona, não é ouro nem nada do tipo- ele falou simpaticamente- mas se estar interessar, custa uma peça de cobre.

Alexia sorriu enquanto puxava uma peça de cobre de um dos pequenos bolsos do vestido. Ela o entregou ao homem, que com um sorriso pegou o bracelete e o ergueu para a garota. Ela tomou-o com delicadeza enquanto o prendia no pulso. Mesmo que fosse ouro de mentira, era uma peça realmente bela. E a garota continuou andando pelo mercado, despertando a atenção das pessoas.

Virou a rua pegando a avenida principal que dava para o Palácio e para a saída da cidade, ela tinha uma longa caminhada pela frente. Já havia cumprido o seu treinamento de santa, e tinha ainda de ir ao Santuário dos Firmamentos, para seu último teste. Ela sabia que a gerente do Santuário não a perdoaria se ela não chegasse a tempo. Havia dois Santuários, o responsável pelo treinamento das santas e dos santos- esses raríssimos- era o Santuário dos Firmamentos, o Santuário da Alvorada, era responsável pelo treinamento dos Guerreiros- homens com habilidades especiais trazidas desde o nascimento, as poucas mulheres que nasciam com essa vertente se chamavam Amazonas- basicamente, Santas e Guerreiros eram os mais propensos a se tornarem heróis, por isso o treinamento era essencial.

Era por isso que ela havia aceitado o treinamento, se tornar mais forte, mais ágil e mais capaz. Se tornar um dos Seis Heróis era no momento o seu maior objetivo. Só assim ela poderia derrotar o Arquidemônio, só assim ela poderia vingar o seu passado e trazer a paz ao espírito dos seus entes mortos. Balançou a cabeça, não podia deixar a raiva contaminá-la, precisava manter-se calma e chegar o mais rápido possível até o Santuário.

Atravessou os grandes portões da cidade, adentrando na floresta através das estradas de comerciantes. Depois de alguns metros, não se escutava mais o barulho dos comerciantes, ou se via os muros da cidade, as árvores formavam uma cortina acima dela, como um longo e extenso corredor. Ela adorava andar entre os bosques, era onde estava conectada com a Natureza, sentia a energia das florestas emanando de dentro dela. Parou retirando o bracelete do pulso, talvez ela já fosse capaz de transformar os materiais. Ela havia aprendido a composição de quase tudo que era natural, sabia mover os estados químicos das coisas, desenvolver biomas, e usar a natureza a seu favor.

É claro que ela não sabia ao certo qual era o poder da natureza, não sabia o quanto de poder ela tinha, mas sabia que era poderosa, todas as santas eram. Havia conseguido uma vez, com seu poder, transformar rochas em ferro, a natureza obedecia a seu comando e reescrevia a estrutura do material, desde que fosse retirado dela. Ela fechou os olhos, o bracelete ergueu-se de sua mão, flutuando poucos metros acima dela. Uma luz esverdeada emanava em volta do bracelete, como que penetrando dentro do mesmo. Ela esforçava-se para conseguir penetrar o mais fundo possível dentro dele, porque ela sabia que o seu material vinha da natureza, pelo menos era o que achava.

Sem sucesso, o bracelete caiu de novo em sua mão, ela não conseguira decifrar o código do material. Com um suspiro o pôs de volta no pulso enquanto caminhava, chutando a areia do caminho:

– Ele deve ter usado uns cinco ou seis metais de baixa qualidade para atingir essa consistência- falou decepcionada- não consegui nem passar pela tinta dele. É uma pena, é tão bonito.

– Ora, ora, que bela dama temos aqui- uma voz despertou a atenção de Alexia, esta virou-se e viu no meio das árvores, dois homens que a olhavam de modo indecente, pelas roupas pretas e capuzes que pareciam cobrir o rosto, ela adivinhou logo que eram ladrões- o que uma jovem tão bonita como você faz sozinha no meio da floresta?

Ela apenas ignorou e voltar a andar, ouviu o homem falar alguma coisa, mas não estava nem aí para eles. Se tentassem roubá-la, ela sabia como se defender. Esperava apenas que eles fossem embora e ela não tivesse que lutar com os dois, porque serial algo realmente entediante. Ela escutou o barulho de passos se aproximando rapidamente, o barulho seco de sapatos correndo na areia denunciou tudo. Ela bocejou, enquanto dava um pequeno pulo para o lado. O homem passou reto, com a faca apontada para frente. Tropeçou uns metros a frente e caiu de cara no chão:

– Será que podem me poupar desse teatrinho ridículo?- falou irritada- não estou com vontade de brincar com crianças.

– Sua...- o homem levantou-se cambaleante, apontando a faca para ela e ficando em posição de ataque, Alexia apenas bocejou- Morra!

O homem avançou, em linha reta contra Alexia. Ela desviou-se virando para a esquerda e faca passou rente ao seu rosto, o homem virou o corpo descendo a faca mais uma vez contra a garota, mas essa abaixou-se, apoiando uma das mãos no chão, ergueu a perna direita com uma maestria tamanha, acertando o sapato no queixo do ladrão que desnorteado cambaleou alguns metros para trás. Alexia levantou-se limpando o pó do vestido esverdeado. O outro homem avançou em sua direção, brandindo a faca em diversas posições, horizontalmente, verticalmente e pela diagonal. Alexia apenas movia o corpo rapidamente, deixando que a faca corta-se somente o ar. O homem continuou atacando, mas sem conseguir sequer arranhar a jovem, Alexia então, quando viu que o homem deixou um ponto cego, girou o corpo e ergueu a perna esquerda rapidamente. O chute acertou o estômago do ladrão, que quase sem respiração, recuou assustado para junto do companheiro.

– Ainda tem mais ou é só isso?- os dois homens a encaravam surpresos, mas se mantinham prontos para atacar, não eram adversários dignos, não havia porque se ocupar com eles- se é assim.

Ele ergueu os braços para o alto, uma luz verde emanou de seu corpo e em pequenos pontos brilhantes sumiu floresta a dentro, de olhos fechados. Ela aos poucos se conectava com as árvores ao seu redor. Os homens apavorados queriam correr, mas suas pernas tremiam muito para isso. Alexia abriu os olhos, e juntos as mãos apontando para os homens, centenas de cipós pularam das árvores, e como serpentes agarraram os homens, e serpenteavam pelos seus corpos, prendendo pés, braços, cabeça. E depois os suspendeu no ar, estavam lá, presos pelos cipós. Derrotados por uma ingênua “garotinha”.

– Você é uma Santa?- um dos homens gritou apavorado- por favor, nos perdoe, nós não sabíamos, nós...

– Cale-se seu idiota- o outro ralhou- escuta aqui sua imunda, quando eu descer daqui eu vou cortar a sua cara inteira e vou...- cipós se amarram em sua face, o impedindo de falar, Alexia apenas ria.

– Bom, eu adoraria brincar mais com vocês, mas acontece que eu tenho uns compromissos muito sérios, bem mais sérios que vocês- e começou a andar pela estrada, sem escutar o barulho que os homens faziam para tentar se livrar dos cipós- a propósito, se eu fosse vocês sairia daí antes de anoitecer. Os animais da floresta, adoram uma carne fresca!

E foi rindo pelo caminho, deixando os dois para trás.

° ° °

O Santuário dos Firmamentos era composto por uma pirâmide gigantesca, havia um campo de treinamento à direita e a esquerda um alojamento para as refeições. Na pirâmide, havia um templo onde as santas se reuniam de tempos em tempos e quartos para as mesmas. O treinamento ali era árduo, ser santa significava ter habilidades que outras pessoas não tinham. Alexia conhecera diversas santas jovens em seu treinamento, eram talentosas, mas não com muita força de vontade.

Ela ouvira falar das santas antigas, mulheres que haviam feito coisas extraordinárias. Que haviam sido heroínas para suas cidades, suas nações. Muitas delas haviam morrido de velhice, mas havia uma que Alexia admirava, e que mesmo idosa permanecia viva. Era a conhecida Santa dos Oceanos. Seus poderes eram grandiosos, e Alexia ouvira uma vez que ela conseguira destruir uma cidade inteira usando a maré a seu favor. Fora outros grandes feitos, se essa santa fosse mais jovem, tinha certeza que havia chances dela ser um dos seis heróis.

O sol despontava no horizonte, mas por algum motivo o que se via ao longe era coloração vermelha, não laranja como sempre era. Alexia ficou encarando o pôr-do-sol por alguns instantes. Era tão estranho, parecia sangue, sangue sendo derramado no céu. Balançou a cabeça, deviam estar incendiando plantações em algum lugar, por isso. Só podia ser isso. Começou a subira as altas escadas do Santuário.

Ela não fazia ideia de qual seria seu último teste, mas estava preparada para qualquer coisa. Chegou em frente a pesada porta de metal, segurou a longa maçaneta circular e a bateu contra a porta diversas vezes. O barulho ecoou por todo o local, seguido de um longo silêncio. Bateu mais uma vez, agora com mais força. Continuava na mesma, ninguém viria atendê-la, bufou dando as costas para a porta quando ouviu o grito, era estridente. Ela correu, quase que saltando os degraus da escada, veio o grito mais uma vez, pedindo por socorro.

Alexia olhou para os lados, tentando ver se conseguia enxergar alguém ao longe, mas não via nada. Mordeu o lábio inferior, estava nervosa, seria aquilo parte do teste? Ou será que era um perigo real? Escutou o grito de novo, vinha de dentro dos bosques. Ela não podia perder tempo, precisava ser rápida, talvez alguém precisasse dela. Ao se aproximar do bosque, sentiu o cheiro forte de enxofre, recuou um pouco, enojada. Era um cheiro detestável, insuportável.

Ela olhou para dentro da floresta, não via nada além das árvores e as sombras que se formavam ao entardecer, tapou o nariz com um das mãos e começou a avançar lentamente, preparada para qualquer ataque. Viu um vulto negro se movendo por entre as árvores, recuou um pouco assustada. Respirou fundo e avançou novamente, entrando no bosque, atenta ao mínimo ruído. O grito veio mais uma vez, estava próxima. Ela apressou o passo na direção do barulho, o cheiro se tornava cada vez mais forte.

Sua visão se dificultava pelas vinhas e arbustos altos que apareciam quase que magicamente, ficou imaginando o que teria por detrás daqueles arbustos. Um dragão? Alguma fera selvagem? Uma santa descontrolada? Com um toque, os arbustos se afastaram abrindo caminho e ela então pode ver a razão dos gritos. Um pouco a frente havia uma clareira, no centro desta uma frondosa árvore. Agarrada aos galhos mais altos, estava uma garota magra e pálida, consideravelmente assustada, e Alexia entendeu o motivo.

Rodeando a árvore, havia uma criatura que ela nunca tinha visto antes. Tinha a pele vermelha, constituída de placas brilhantes, quase que como escamas. Espinhos pontiagudos nasciam de suas costas e pareciam muito pouco convidativos. A cauda era e no fim da mesma havia uma espécie de bola de espinhos, que a criatura ficava batendo no chão, levantando grama e poeira. Seus olhos eram vermelhos como o sangue, a boca do monstro estava cheia de dentes afiados.

– Um demônio?- Alexia tremeu, olhando para a criatura a frente, a reconhecia de algumas gravuras mostradas no Santuário- mas como eles podem estar aqui? Será que....

A aparição dos demônios só significava uma coisa, a volta do Arquidemônio estava bem mais próxima do que as santas previram. Talvez já estivesse acontecendo e ninguém havia percebido. Mas Alexia não poderia deixar aquele demônio ali, ele poderia acabar atraindo outros e aquilo se tornaria um caos.

– Ei!- ela gritou, o mais alto que pode- estou aqui seu monstro imbecil!

O demônio virou-se para ela, bufando e abrindo a enorme boca como uma ameaça. Alexia engoliu em seco. Nunca havia lutado com um demônio antes, sabia que eram fortes e rápidos, e que podem matar qualquer facilmente, e para derrota-lo era necessário usar tudo o que tinha. Ela deu alguns passos a frente, saindo do bosque e ficando na clareira, encarando seu adversário. O demônio rugiu de forma assustadora, e começou a correr na direção de Alexia.

Suas mãos se encheram de um brilho esverdeado, focava no demônio, esperando o momento certo, a distância certa. O demônio estava, próximo, saltando na sua direção com as garras para frente, o cheiro de enxofre emanava dele. Era a hora, Alexia saltou o mais alto que pode, rodopiando no ar acima do demônio que ainda avançava em linha reta no local onde estaria a garota. Ela caiu em pé, atrás do demônio que parou confuso. Ela virou-se para ele, e fez um movimento com mãos.

Centenas de raízes emanaram do chão, agarrando-se as pernas, a cauda, ao torso do monstro, como centenas de braços querendo engoli-lo para dentro da terra. O demônio se debateu com forma, mexendo as patas e o corpo desesperadamente. Os espinhos de suas costas cresceram mais, cortando a maioria das raízes que o prendiam, ele moveu-se de forma bruta, arrancando as outras raízes de si, e virou-se para a garota com fúria. Ela já sabia que aquilo não seria suficiente para derrota-lo.

Suas mãos se encheram do brilho esverdeado mais uma vez, formando dessa vez uma pequena esfera de energia. O monstro ficou encarando-a, como que esperando o momento certo de atacar. Alexia apontou a esfera para o chão abaixo, de si, e lançou-a. A esfera se desfez ao atingir o solo. O monstro grunhiu, aquela não soava como um grito de guerra, tampouco um som animalesco qualquer, soava como uma risada, como se estivesse zombando da garota e dizendo: “É só isso que você tem?”. Alexia sorriu, ajeitando os longos cabelos esverdeados.

– Ei grandão! Deveria olhar para baixo!- ela gritou em meio a risadas, o demônio apenas bufou pronto para atacar.

Foi quando o chão abaixo dele explodiu, o demônio foi lançado para cima com violência. Junto a terra, grama e raízes. Aquela esfera de energia, não era nada mais do que uma bomba, uma habilidade que ela tinha aprendido a uns tempos atrás. O demônio agora caía em queda livre, mexendo as patas como se essas fossem salvá-lo do impacto. Alexia moveu as mãos para cima, e centenas de espinhos nasceram no solo, quase que instantaneamente. O demônio caiu por cima destes, e os espinhos perfuraram seu corpo, um líquido arroxeado jorrou de dentro de seu corpo, e ele se debateu por alguns instantes antes de finalmente parar. Estava morto.

– Finalmente- suspirou Alexia, ajoelhando-se na grama- usar esses poderes é muito cansativo.

– Moça- ela olhou na direção da voz, a garotinha da árvore havia descido e estava agora ali, perto dela, com lágrimas nos olhos- Muito obrigado!

Era pequena e magra, tinha os cabelos brancos e longos, e chamativos olhos azuis. Pelo que parecia ela não era uma santa, pelas vestes de pouca qualidade e o modo submisso, deveria ser uma das empregas do Santuário, que cuidavam da limpeza e da manutenção quando não havia santas em treinamento. Alexia apenas sorriu para garota, lhe acariciando a face:

– Não foi nada... Eu me chamo Alexia, e você?

– Sou Margoox, uma das funcionárias do Santuário- falou gaguejando, devia ser bastante tímida.

– Então, pode me dizer o que aconteceu?

– O Santuário foi atacado hoje mais cedo, as santas mais velhas que estavam aguardando as iniciantes para a formatura os atraíram para o sul da floresta, devem estar lutando com eles ainda. Todas as empregadas se refugiaram dentro do templo com as santas iniciantes, mas eu não consegui fugir a tempo e fui perseguida por aquele monstro, então eu fiquei na árvore, gritando por socorro. E você apareceu...

– A administradora do Templo está?

– Não senhora, a Santa do Gelo viajou a dois dias atrás para resolver uns assuntos importantes, ela iria voltar hoje a tarde para a formatura das santas mais jovens, mais ela ainda não apareceu- a garotinha falava calmamente, enxugando as lágrimas dos olhos- foi assustador, os demônios surgiram do nada, e logo aqui...

– Entendo, mas você está bem agora, vá até o templo e fique lá com as outras, eu vou buscar as santas que estão lutando tudo bem.

A garota assentiu com a cabeça, e saiu correndo em disparada na direção do templo. Alexia levantou-se, limpando a sujeira do vestido, estava sujo demais. Precisava de um bom descanso. Mas lhe restava agora saber, o que os demônios faziam tão longe das Terras Flamejantes e como foram parar ali. Precisava saber se as santas estavam bem. O mais rápido possível. Ela ia correr, quando um brilho ofuscou sua visão, ela parou estatelando, encarando aquele brilho púrpuro que se formara num piscar de olhos na sua frente.

O brilho fazia centenas de desenhos estranhos no ar enquanto rodeava a garota. Alexia olhou ao redor assustada, o brilho estava em todos os lugares. “Outro demônio?” foi o que ela pensou no momento. Foi quando o brilho investiu contra ela, ela caiu para trás, desnorteada. Sentia a luz rodeando seu braço e serpenteando até o seu ombro. Começara um formigamento no local, uma sensação estranha que ela nunca sentira na vida. E em segundos, da mesma maneira que surgiu o brilho desapareceu, não tinha mais nada além dela naquela clareira. Ela puxou a alça do vestido olhando para o ombro e gritou espantada. Havia ali uma marca circular, e dentro do círculo o desenho de uma flor de seis pétalas se formara.

– E-eu... Fui escolhida?- disse confusa- Eu sou um dos Heróis das Seis Flores?!

E mesmo desnorteada encarou o horizonte, onde o sol sumia aos poucos, deixando somente um rastro vermelho para trás, vermelho como sangue.

° ° °

O local estava imundo, havia pedaços de demônios para todos os lados e poças de sangue arroxeado surgiam aqui e ali se misturando a cor escarlate do sangue humano. Fora uma luta intensa. Segurando seu punhal firmemente, andou em meio aos corpos estraçalhados de santas e demônios, rindo para a sua última presa. Uma senhora de cabelos ruivos, que estava visivelmente ferida:

– Ora, ora. Se não é a Santa da Névoa, esperava que você fosse mais forte- zombou enquanto brincava com o punhal, olhando para a outra que nada dizia- vai ficar calada assim? Tudo bem então, vamos acabar logo com isso.

Aproximou-se da mulher, agarrando-a pelos cabelos, puxou-os para trás com violência. Colocando a lâmina do punhal no pescoço da mulher, esta estremeceu ao sentir o toque gélido da lâmina. Olhando nos olhos de sua vítima, riu alto, vendo o quão fácil era eliminar os que se diziam os mais poderosos do mundo:

– Por que faz isso? Porque está ajudando eles?- a mulher perguntou, com lágrimas nos olhos.

– Bom, não lhe devo nenhuma explicação, mas se quiser mesmo saber, se resume a uma palavra...- Aproximou os lábios do ouvido da mulher, sussurrando ao seu ouvido- Dominação!

E com um movimento rápido, cortou a garganta da mulher, jorrando sangue pelo local e por sua roupa. Limpou o punhal em sua capa e pôs o capuz mais uma vez. Bem que queria ficar brincando ali com os corpos de suas vítimas. Mas tinha uma tarefa mais importante a fazer, uma missão que lhe fora dada e tinha que cumprir. E talvez se cumprisse ela mais rápido, sua recompensa seria, sim, muito maior. Aquele serviço era mesmo bastante divertido.


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Notas finais do capítulo

Bom, e por hoje é só. Gostaram? Ah propósito, gostaria de avisar que a fanfic será dividida em quatro Arcos:

Primeiro Arco- Mentiras e Traições ( o arco de apresentação dos personagens, e do universo em que vivem)

Segundo Arco- Segredos (Exploração do passado dos mesmos, dos segredos e anseios que eles guardam enquanto rumam as Terras Flamejantes)

Terceiro Arco- Reviravoltas (Os heróis nas Terras Flamejantes, lutando contra demônios e evoluindo cada vez mais)

Quarto Arco- Dominação (A luta contra o Arquidemônio).


Bye, bye!!!