Pov. Lukas:

–Eles estão atrasados. -disse virando uma página do meu livro enquanto Lanna e eu esperávamos as crianças para treinarmos.

–Lukas, não seja tão chato, e eles já estão vindo. Parecem cansados.- Lanna disse sorrindo enquanto via nossos filhos caminharem até nós.

E ela me entregou um copo de café, afinal havíamos acordado cedo demais.

–Desculpe o atraso pai, foi uma noite longa.- Nicolas disse e sorriu antes de tomar o copo de café que sua mãe havia lhe oferecido.

–E coloca longa.- Nicole disse e sorriu o que me fez revirar os olhos.

–Me poupem dos detalhes, afinal sou o pai de você. E agora, temos que focar em desenvolver seus poderes e não temos muito tempo para isso.- disse sério e eles concordaram.

–Nicolas, você tem o poder de controlar todas as emoções ao seu redor, o que é útil em uma batalha, pois poderá fortalecer ou destruir qualquer sentimento de lealdade dos que estiveram no campo de batalha. Seu papel será enfraquecer o exército deles, fazendo-os que duvidem de seus líderes e de seus objetivos. .- disse olhando para o meu filho que concordou.- Posso contar com você?

–Sim pai.

–Ótimo. Kira irá ajuda-lo, pois ela tem os mesmos poderes que você.- disse e Kira sorriu enquanto se aproximava de nós.

Kira era uma das mais antigas amigas de Alana, junto com Zorah.

–Sou Kira, Nicolas e é um prazer conhece-lo. Não se preocupe por que vou ajuda-lo.- Kira garantiu antes de levar meu filho para longe de nós.

–Tem certeza que ele ficará bem? - Lanna questionou preocupada e assegurei que sim.

–Nicole, você tem o poder de manipular qualquer coisa com a mente. Mas você terá que aprender a manipular muito mais que mentes, tem que a prender ajudar seu poder para movimentar coisa e até mesmo voar.- disse e minha filha me olhou confusa.

–Não sei se sou capaz disso pai.- ela disse com medo e sorri reconfortante.

–Sei que você é capaz, posso sentir de longe o quanto é poderosa. E Zorah é especialista em manipulações usando o poder da mente.- disse e Zorah sorriu assim que me viu.

–Olá querido, quanto tempo.- ela disse sorrindo.

–Muito mesmo.

– Você continua tão bonito quanto da última vez que nos vimos. Por acaso, você não teria outro filho? De preferência, um solteiro? - ela questionou brincando e sorri.

–Não Zorah, só tivemos o Nicolas, que já é casado.

–Que pena.- ela disse e deu de ombros antes de olhar para Nicole.- Vamos querida, por que temos muito o que apreender.

–Não fui com a cara dessa tal de Zorah.- Lanna sussurrou seria assim que Zorah e nossa filha haviam se afastado.

–Por que não?

–Por que vi o jeito que ela estava olhando para você e para o nosso filho.

–Lanna, deixa de ser ciumenta, e mantenha em mente que elas irão nos ajudar.- disse e ela suspirou resignada.

–Acredite em mim, é o que estou fazendo.

–Todos prontos? - Alana questionou chamando nossa atenção e concordamos.

–Filha, você tem o poder de defesa, é pode ser usado para confundir seus atacantes. Irei ensiná-la todos os feitiços de defesa necessários para uma batalha.- Alana explicou e Lanna concordou antes de olhar para mim.

–E você?

–Vou ficar aqui e fazer o feitiço que irá liberar a magia dos nossos filhos.

–Certo, e você não precisa treinar para usá-la? - ela questionou confusa e sorri enquanto acendia algumas velas em um círculo em cima de uma pedra.

–Não. No momento em que passei no teste de Gaia, me tornei o mais novo grão-mestre da magia Sforza. Mesmo que não tenha aprendido a fazer magia, todo o conhecimento dos meus antepassados está guardado em minha mente.- expliquei antes de cortar a palma da minha mão, fechar os olhos e começar a falar em outra língua.

Podia ouvir o vento sacudindo as arvores com força enquanto recitava o encanto e logo sentir que o poder de meus herdeiros havia sido libertado.

–Nossa.- Lanna sussurrou maravilhada para mim assim que abri os olhos e a olhei.- Você...é..... Incrível.

–Obrigado, mas você também será se praticar bastante.

–Vou fazê-lo se orgulhar de mim.- ela assegurou seria.

–Eu já me orgulho amor, e qualquer dúvida é só me perguntar.- disse e ela concordou antes de sair com Alana.

Começamos a treinar a partir daquele dia todos os dias durante horas, apesar do cansaço, e fiquei orgulhoso por minha família ter se empenhado em controlar seus poderes.

E hoje, quatro semanas depois, todos sabiam usar seus dons, apesar de contarem com uma ajuda minha, sem que soubessem, para controlar seus poderes.

Para comemorar tal hesito, decide fazer um jantar de gala, no qual me despediria de cada pessoa que foi vital em minha vida, pois um tempo estava começando a se esvair como a areia de uma ampulheta.

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–Alteza, o rei Alexander acabou de chegar, e o levei ao seu escritório como me pediu.- a governanta do palácio informou assim que me viu descer as escadas.

Havia convidado Alex para o jantar de gala, mas pedi a minha governanta que assim que ele chegasse era para conduzi-lo direto ao meu escritório e me chamar em seguida, pois tinha um pedido a fazer ao rei de Genova.

–Obrigado cândida. E peça ao motorista para comprar esses remédios por favor.- pedi lhe entregando a receita e ela concordou antes de me dirigir para meu escritório.

–Príncipe Lukas?!.- Alex me cumprimentou surpreso assim que me viu entrar no escritório.

–Sei que estou diferente, mas sou eu.- assegurei antes de pedir para que nos sentássemos no sofá.- Prometo não me demorar, pois sei que deseja ver minha filha, afinal vocês não se veem há duas semanas. Se quiser, pode busca-la na escola, meu motorista está ocupado.

–Lhe agradeceria muito, pois sinto falta dela.- ele disse com saudade e concordei.

–Sei disso, e por isso serei direto.- disse antes de respirar fundo para começar a falar. – Gostaria muito de lhe pedir asilo político para minha família.

–Príncipe Lukas, não precisa me pedir formalmente uma coisa dessas. Jamais negaria proteção a sua família.- Alex disse sério e agradeci.

–Após o baile, quando retornar a Genova, quero que leve Allegra, Isla e Clara para longe de Florença. Aconselho que saia do país com elas. Cogitaria em incluir minha esposa, meus filhos e meus outros netos, mais sei que provocarei uma guerra com eles se sugerisse isso. Mas tenho que admitir que eles sabem se defender, e elas não. Apenas, me prometa que cuidará bem delas.

–Prometo cuidar bem delas, alteza.- Alex assegurou e sorri agradecido a ele.

– Seus pais teriam orgulhos do homem que se tornou.

– E tudo que desejo, alteza.

–Bom, acho que já está quase na hora de Allegra sair. Que tal se você a levasse para dá um passeio?! Sei que ela iria gostar.- sugeri e Alex sorriu antes de sair do meu escritório.

–Será que poderíamos entrar? - minha mãe questionou espiando na porta do meu escritório assim que Alex havia saído.

–Claro, entrem.- pedi sorrindo antes deles entrarem.

–Não tivemos tempo para conversar depois de tudo o que houve.- minha mãe disse suave assim que se sentou ao meu lado e segurou as minhas mãos.

–E sabemos que você está escondendo algo.- meu pai disse antes de apontar para sua testa e suspirei suave.

–E difícil não ser mais um leitor de mentes.

– Lukas, você sabe que eles não irão gostar disso, principalmente Lanna.

–Eles não precisam saber ou gostar mãe, só estou querendo proteger minha família. Já morreram pessoas demais por minha causa.

–Não sei se estou pronta para lhe dizer adeus...- minha mãe soluçou suave enquanto me olhava nos olhos.

–Eu também não mãe. Afinal, vocês são meus pais. Os pais que aprendi a amar com todo o meu coração.

–E você, é o nosso filho amado.- meu pai disse com a voz embragada e sorri em meio as lagrimas.

–Nunca lhes agradeci por terem me dado uma segunda chance. Se não fosse por vocês, não teria por quem lutar hoje. E como forma de agradecimento, encontrei uma forma de proteger a família que cuidou de mim durante anos.- disse e os dois me olharam confusos.

–Do que você está falando Lukas? - meu pai questionou confuso, afinal havia lhe contado que assim que quebrasse o feitiço todos os vampiros da terra morreriam.

–Não podia deixar minha família vampira morrer, então fiz um feitiço que os protegeria quando todos começassem a morrer. Em vez de todos morres, vocês voltariam a ser humanos normais como eu.

–Lukas, você fez isso por nós?!- minha mãe questionou chocada e concordei em meio as lagrimas.

–Sim. Por que de todos, vocês merecem uma segunda chance. Assim todos irão poder realizar algum sonho humano.

–Rosalie poderia ser mãe, assim como Alice e Esme.- meu pai disse e concordei sorrindo.

–Espero que todos fiquem felizes com meu presente de despedida.

–Eles irão meu menino.- meu pai disse chorando antes de me abraçar com força.- Eu amo você Lukas. E jamais vou esquecê-lo.

–Eu também te amo pai. E cuide da minha família por mim.- implorei enquanto abraçava-o forte.

–Nós iremos cuidar meu amor.- minha mãe prometeu antes de nos abraçar.

Pov. Lanna:

–Lukas, pode me ajudar com o zíper.- pedi ao meu marido enquanto ele terminava de arrumar sua gravata.

–Claro, amor.- ele disse antes de se aproximar de mim e fechar meu zíper.

–E então? Como estou? - questionei dando uma volta em sua frente para que ele visse meu vestido.

Alice havia desenhado e confeccionado o mesmo para mim.

O vestido era azul escuro, possuía um espartilho que deixava meu colo em evidencia, seguindo justo até a cintura onde se abria em uma saia ampla, possuindo também alças em renda da cor do tecido. Uma verdadeira obra de arte, como Alice dizia.

–Você está linda, meu anjo.- Lukas disse admirado e sorri.

–Que bom que você gostou. Por que me arrumei toda só para você.- sussurrei antes de puxá-lo pelo paletó para lhe dá um beijo.

–Sou um privilegiando por isso.- Lukas sussurrou assim que nos separamos e sorri antes de aceitar o braço que ele me oferecia para saímos do closet.

Assim que descemos as escadas vimos nossos familiares e amigos que compareceram em nosso jantar. Depois que cumprimentamos nossa família, Lukas me deixou conversando com algumas amigas antes de conversar com os chefes de estado.

–A senhoras me dão licença.- pedi enquanto olhavam para um homem que me parecia estranhamente familiar.

Sem hesitar caminhei em direção dele que me estudava de cima a baixo ansioso por minha aproximação.

–Me desculpe, mas já nos conhecemos? - questionei olhando para o seu rosto tentando me lembrar de onde e ele sorriu.

–Não minha cara, mas deve ser mesmo verdade o que dizem sobre o sangue “chamar” outro igual.- ele disse sorrindo antes de tomar seu champanhe.- Nós veremos em breve princesa Lanna, e da próxima vez corrigirei meu erro.

Sem dizer mais nada o vi sair da festa sem ser incomodado por ninguém, e naquele momento soube que aquele homem só podia ser o marido de Alana.

–Mãe? - Nicolas me chamou e enxuguei minhas lagrimas, das quais nem sabia que haviam caído, antes de virar para ver meu filho.

–Sim, querido.

–Tudo bem, mãe? A senhora parece meio pálida.

–Estou bem, só fiquei um pouco tonta por causa do champanhe, ainda tenho que me lembrar que não sou mais tão resistente ao álcool.- desconversei e ele sorriu suave.- Mas o que houve?

–O papai, me pediu para chama-la pois irá fazer seu discurso.- ele explicou e concordei antes de irmos.

Enquanto andava ao lado do meu filho decidi que não contaria nada a Lukas, afinal não queria estragar essa noite, que talvez fosse a última ao lado dele.

–Tudo bem? - Lukas questionou preocupado assim que me posicionei ao lado dele.

–Sim, não se preocupe.- assegurei e sorri suave antes dele beijar minha mão e começar seu discurso.

–Sei que muitos aqui devem estar confusos com o motivo desse jantar de gala, quando estamos prestes a sermos atacados, mas minha princesa e eu, decidimos que seria uma linda forma de agradecermos a toda felicidade e benção que tivemos durante vinte e um anos de união. Fui um homem felizardo por ter encontrado um anjo em minha vida. Um anjo que me entendeu e me aceitou apesar de todos os defeitos que tenho. Um anjo que me deu três maravilhosos filhos, que amo muito. E hoje à noite, gostaria de dar um presente aos meus herdeiros.- Lukas disse e logo vi sua assessora e mais duas mulheres se aproximarem com várias bandejas de prata que possuíam caixas de joias pretas.

–Gostaria de entregar a cada um de vocês o brasão da casa real de Sforza com o lema de nossa família.- Lukas disse suave antes de pegar a primeira caixa e chamar um por um de nós.

– Sempre e para sempre. Assim como o lema de nossa casa, peço-lhes que passem seus broches a diante, para que a história da nossa casa não se perca com o passar dos séculos. E que jamais deixem de se amarem e se protegerem como uma família de verdade deve fazer. - ele pediu assim que havia entregado a última caixa a Isla.

–Isso é uma despedida vovô? - Isla questionou entre lagrimas assim que recebeu a caixa das mãos do avô.

–Por mais que queira dizer que não, querida estaria mentindo.- Lukas disse suave antes de enxugar as lagrimas de nossa neta.

–Não quero que o senhor morra.- Isla soluçou antes de abraçar o avô com força.

–Está tudo bem-querida, já vive tempo demais. E morrer para salvar aqueles que mais amo nesse mundo é uma boa forma de se morrer.- Lukas sussurrou acariciando as costas de leve da neta tentando aclamá-la.

–Vou sentir sua falta vô.- ela sussurrou suave antes de Lukas beijar a testa dela com carinho.

–Eu também querida.- ele confidenciou suave antes de Isla voltar para o seu lugar.

–Não quero vê-la chorando.- Lukas sussurrou assim que voltou sua atenção para mim.

–Como não quer que eu chore? Quando você sabe que irá morrer e está se despedindo.- solucei suave e Lukas acariciou meu rosto de leve enxugando algumas lagrimas no caminho.

–Não quero que chore, por que posso morrer nesta vida. Mas iremos nos encontrar em outras vidas, e viveremos nosso amor de onde paramos.

–Promete?

–Prometo.- ele jurou antes de começar a tocar a primeira música que dançamos juntos na vida.

–Quando será? - questionei enquanto rodávamos pelos salão do palácio.

–Será em três.- Lukas sussurrou e concordei antes de voltarmos a dançar.

E naquele momento soube que aquela dança era o nosso adeus, afinal havíamos começado com uma dança e terminaríamos com uma.