Pov. Nicolas:

Respirei fundo várias vezes antes de abrir a porta do meu quarto e ouvir Leah falando com nosso filho pelo telefone.

–Ainda não sei meu amor, mas seu avô pediu que viesse com urgência. Pelo pouco que sei, tem algo a ver com os Volturi.- ela disse e sorriu assim que viu.- Seu pai acabou de chegar e vou conversar com ele e depois te ligo. Vou dizer a ele, também te amo.

Assim que Leah desligou o telefone olhou para mim com mais atenção prendi a respiração.

–O que houve? Você parece tenso.- Leah questionou preocupada enquanto se aproximava de mim e me afastei dela.

–Leah, olhe para mim e me diga o que vê.- pedi desesperado e ela me olhou confusa.

–Que tipo de pedido é isso Nicolas?

–Por favor, só me diga.- implorei entre lagrimas e ela concordou antes de olhar para o meu rosto por um longo tempo.

–Tudo o que vejo é o homem que amo e que jamais vou deixar de amar, e que me deu um filho maravilhoso que amo muito.- ela disse e sorri em meio as lagrimas deixando-a mais confusa.

–Verdade?

–Claro que é verdade. O que temos é algo imutável Nicolas, sempre vou amá-lo até o fim dos meus dias.- ela disse suave e percebi em seus olhos que tudo o que Leah havia falado era verdade.

–Graças a Deus.- sussurrei aliviado antes de abraça-la com força enquanto chorava.

–Está tudo bem, amor.- ela sussurrou carinhosa enquanto acariciava minhas costas de leve.- Seu coração está batendo tão devagar. Como se você fosse um humano.

–Meu pai, conseguiu passar pelos testes e consequentemente todos que surgiram a partir dele viraram humanos.- expliquei assim que me separei de Leah para olhar seus olhos castanhos.

–Por isso você fez essa pergunta estranha? Por que estava com medo de que meu imprinting tivesse passado quando se transformou em humano.

–Sim.

–Nicolas, meu imprinting por você jamais passará, não importa se você é um hibrido ou um humano. Meu amor hoje por você continua tão grande quanto era ontem.- ela disse suave enquanto segurava meu rosto em suas mãos.

–Me desculpe por duvidar.

–Tudo bem. Eu te amo querido.

–Eu também te amo, amor.- sussurrei antes de nos beijarmos.

Pov. Nicole:

Enxuguei minhas lagrimas e respirei fundo algumas vezes tentando me acalmar antes de entrar no estúdio de Seth que era desenhista Artístico. Ele possuía sua própria empresa que era responsável por ilustrar os mais famosos graphic novel da atualidade.

–Olha mãe, o desenho lindo que fiz. O papai disse que tenho talento.- Isla disse animada assim que me viu entrar no estúdio do pai.

–É lindo querida.- disse assim que me aproximei para ver seu desenho.- Tenho certeza que você herdou o talento do seu pai.

–Aconteceu alguma coisa Nicole? - Seth questionou preocupado assim que me viu.

Era sempre assim, podia tentar disfarçar ao máximo, mas no final meu marido sempre percebia quando havia algo errado comigo.

–A senhora andou chorando mãe? - minha filha questionou preocupada.

–Is, pode nos deixar a sós um pouco, filha? - Seth pediu e Isla concordou antes de sair.

–Aconteceu algo com seu pai, por acaso ele não conseguiu completar a missão dele? - ele questionou preocupado.

–Antes fosse.- disse e sorri triste antes de começar a chorar.

–Amor, o que houve? - Seth questionou preocupado antes de me abraçar com carinho enquanto chorava em seu peito.

–Não sou mais uma hibrida, Seth.- solucei assim que levantei meus olhos para vê-lo.- Sou uma humana agora, e sei que isso muda tudo.

–Tudo o que? - ele questionou confuso e me separei dele antes de começar a falar.

–Você teve um imprinting por uma garota hibrida, Seth. Você se apaixonou pela filha de um vampiro, e agora não sou mais ela. Sou apenas uma humana.- disse com pesar e ele sorriu o que me deixou confusa.

–Por acaso você está achando que vou deixar de amá-la por que deixou de se alimentar de sangue?!

–É o que deveria acontecer.

–Mas não é. Amei você sendo uma hibrida, e vou continuar amando-a agora que é uma humana. Só terei que ser mais cuidadoso agora que se tornou frágil.

–Cuidadoso com o que? - questionei ainda atordoada com suas palavras antes dele me puxar de encontro ao seu peito.

–Com isso.- Seth sussurrou antes de me beijar intensamente.

Pov. Lanna:

Sabia que o passo que daria a seguir nos colocaria em um destino sem volta, mas estava decidida a dá um fim a todas aquelas incertezas.

–Acho que está na hora de termos uma conversa definitiva, não acha? - Lukas questionou e concordei vendo-o se sentar no sofá que havia na sala de estar da nossa suíte.

E assim que comecei a olhá-lo percebi o quanto Lukas ainda continuava lindo, mesmo sem aquela beleza sobrenatural que possuía quando vampiro.

Seus olhos verdes escuros contrastavam de uma forma suave com sua pele clara e seus cabelos escuros, e seus lábios cheios haviam ganhado um tom de vermelho hipnotizante.

–Lanna? - ele chamou e pisquei confusa enquanto voltava a realidade.

–Sim.

–Sente-se aqui, temos uma longa conversa pela frente.- ele pediu e concordei antes de me sentar ao seu lado.

– O que foi? - ele confuso enquanto olhava-o intensamente.

–Me desculpe, é que você está diferente.- disse abismada e ele sorriu.

–Eu sei, você me conheceu como um vampiro, e a única vez que me viu como humano eu estava doente.

–Mas você continuava lindo.- disse e Lukas sorriu suave enquanto corava em um tom de rosa adorável.

–Obrigado, mas se você continuar me olhando desse jeito vai me deixar ainda mais sem graça.- ele pediu envergonhado e me desculpei.

–Você está mesmo bem? Não se machucou? - questionei preocupada enquanto o olhava de cima a baixo.

–Apesar do cansaço físico e mental, estou bem.

–Que bom. Mas o que aconteceu lá em baixo? - questionei preocupada e Lukas respirou fundo antes de começar a falar.

–É isso faz sentindo.- disse depois que Lukas me relatou tudo o que houve com ele nas passagens secretas.

–O que faz sentindo? - ele questionou confuso enquanto me olhava.

–Eu ter a “alma” de um homem, afinal sempre a mais ciumenta e ninfomania da relação.- brinquei e sorrimos.

–Eu também achei.- ele brincou e sorri.- Mas gostaria de saber se você entendeu tudo que disse?

–Você está se referindo a parte de ter sido infiel com todas as mulheres que passaram pela sua vida, exceto comigo?

–Sim. E gostaria de saber se isso a preocupa?

–Claro que não. E além do mais se você algum dia pensar em me trair tiro você do mapa.- brinquei e ele sorriu.

–Você teria coragem de matar o pai dos seus filhos, Lanna?

–Meus filhos já são grandes, não precisam mais do pai.- brinquei e sorrimos.

–Que bom que você me entendeu.- ele disse suave enquanto me olhava nos olhos.- Obrigado por me entender.

–Não precisa agradecer.

–Acho melhor ir para o meu quarto, afinal foi um dia longo e estou cansado.- Lukas disse antes de se levantar e segurei sua mão impedindo-o de ir.

–Ainda não terminar de conversar Lukas, preciso lhe dizer algo, por favor.- pedi olhando em seus olhos e ele concordou antes de voltar a se sentar.

–Me desculpe se fui incapaz de entende-lo quando você mais precisou, mas estava cega de ciúmes e com raiva por ter mentindo para mim. Mas quando sua avó tirou as cartas para mim e disse que eu teria uma perda que me destruiria só consegui pensar em você. Em como não suportaria não ouvir sua voz, não ver seus olhos toda vez que acordo, ou não sentir aquele friozinho gostoso que só você desperta em minha pele quando me toca. E isso só me fez perceber o quanto sou perdidamente apaixonada por você, Lukas e o quanto quero que fique comigo.- sussurrei apaixonada e ele sorriu suave.- Eu te amo.

–Eu também te amo.- ele sussurrou antes de nos beijarmos.

Nosso primeiro beijo como humanos.

E devo admitir que estava sendo um beijo maravilhoso, até que Lukas me afastou dele o que me deixou confusa.

–O que foi? Você não quer? - questionei sem folego e ele me olhou confuso.

–É claro que quero, meu anjo. Você não sabe o quanto me fez falta, mas não posso perder o controlo.- ele disse e revirei os olhos.

–Me poupe dessa conversa, afinal nós dois somos humanos.- disse irritada e ele sorriu.

–Você realmente não presta atenção ao seu redor quando está comigo.- ele disse e olhou para o quarto.

Confusa segui seu olhar e arfei assim que vi alguns vasos de flores que estavam no quarto quebrados, alguns livros que haviam caído da estante e vários cacos de vidro que pertenciam a um abajur.

–Você fez tudo isso? - questionei assombra e ele concordou sem jeito.

–Foi sem querer. Tenho que me controlar por que tenho muito poder dentro de mim, se desviar minha atenção por um segundo posso causar um acidente.- Lukas se justificou envergonhado e concordei.

–Tudo bem, nada de festinha hoje. Mas você vai ficar me devendo.- disse e ele sorriu suave.

–Obrigado por me perdoar.

–Não precisa agradecer, amor. E a partir de hoje, quero que volte para cá, afinal esse é o nosso quarto. Estamos entendidos?

–Sim.- ele assegurei e encostei minha cabeça em seu peito ouvindo seu coração bater acelerado.

–Quando será meu anjo? - questionei preocupada me referindo ao possível confronto com os Volturi, enquanto Lukas entrelaçava sua mão esquerda a minha para poder admirar nossas alianças juntas.

–Em breve. Um poder tão grande como o meu não passará despercebido para eles.

–Então teremos que estar prontos.

–E nós estaremos.- ele assegurou antes de beijar o topo da minha cabeça.