Carrossel: Órfãos e Perdidos escrita por Gronk Spike


Capítulo 8
Capítulo 7 - Mário e Carmen, aliados?


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo aqui! Obrigado a todos que deixarem seus reviews no capítulo passado, já temos 60 comentários em apenas 6 capítulos! Só tenho a agradecer. Boa Leitura!



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— Tá tudo bem por aqui? — Daniel pergunta chegando com Davi.

— Ah, claro que sim, porque não estaria? — Abelardo responde irônico.

— Vamos logo voltar a jogar — Jaime, que se se aproximava com Cirilo, comentou.

Então os meninos voltaram para o local da partida. Paulo hora ou outra olhava para trás pra se certificar que Abelardo não estava mais lá.

— Perdi a vontade de jogar — Paulo diz — Deve ter sido aquela cara do Abelardo pra me ter feito perder a vontade.

— Então vamos voltar pra casa — Davi diz.

— É, talvez seja melhor, já tá ficando tarde. — Daniel concorda.

Os órfãos se despedem de Cirilo, Jaime e Mário. E se aproximam das meninas.

— Não vão mais jogar? — Majo estranha.

— Ah, não — Daniel responde — Paulo disse que perdeu a vontade e já está ficando um pouco tarde.

— Paulo perdendo a vontade de jogar futebol? —Alicia questiona — Estranho...

Paulo apenas dá de ombros.

— Mas e cadê o Cirilo, o Jaime e o Mário? — Valéria pergunta olhando em volta para ver se não os achava.

— Já foram — Davi respondeu.

Todos acabaram concordando e eles voltaram normalmente para a mansão. Durante o caminho, Alicia perguntou algo que estava matando-a de curiosidade.

— Então é verdade que o Paulo e o Abelardo dessa vez não brigaram?

— Sim, é verdade. Dessa vez eles conversaram civilizadamente — Davi diz rindo.

— Olha, to surpresa. — Alicia continua — Nunca pensei que o Paulo pudesse agir como um... Humano!

— Haha, engraçadinha — Paulo fala — Eu só não queria ter que quebrar a cara dele mais uma vez, não vale a pena.

O resto do trajeto ocorreu normal, sem grandes emoções. Ao entrarem em casa, os jovens se deparam com Helena sentada no sofá da sala de estar.

— Onde estavam? — A mulher pergunta aparentemente preocupada — Vocês saíram e nem me avisaram...

— Ah, desculpa — Daniel falou — Eu, o Davi e o Paulo estávamos apenas jogando futebol com nossos amigos da escola, aqui na rua mesmo.

— E nós fomos assistir, já que tava tédio por aqui — Valéria comenta.

— Bem, eu não sei vocês — Daniel voltou a falar — Mas eu vou ir dormir, já tá ficando tarde e a gente tem aula amanhã bem cedo.

— Era isso que eu já ia comentar com vocês! — Helena diz — Melhor vocês subirem e irem dormir, amanhã cedo tem mais aula.

— Nem me lembra... — Paulo murmura enquanto sobe as escadas acompanhado de seus amigos.

(...)

Mais um dia chegava e os órfãos já se encontravam caminhando pela rua, em direção à escola para o segundo dia de aula. A caminhada seguia normal, com exceção de Davi e Valéria, que hora ou outra começavam uma “pequena discussão”.

— Como eu falei, Davizinho. Você tem que ficar mais perto de mim na escola. Pra aquela Margarida não chegar por perto de você.

— Valéria... — Davi a repreendia — E aquele nosso papo de que você iria tentar controlar os ciúmes? Mal estamos chegando à escola...

— Lá vem mais discussãozinha chata entre vocês dois — Paulo suspirava sendo advertido por Alicia.

Finalmente eles chegam e adentram na escola, com os meninos indo em direção aos seus amigos, e as meninas indo de encontro às amigas.

Cirilo corria afobado e apressado em direção aos meninos.

— Gente, preciso falar com vocês —O garoto falou tentando recuperar o ar.

— Calma, Cirilo. Tá tudo bem? — Davi perguntou.

— Sim, é que bem, ontem não me lembrei de falar isso com vocês. Mas é que o campeonato aqui da escola tá se aproximando, ano passado perdemos na final — Cirilo respondeu cabisbaixo — Mas vocês poderiam entrar para o time, são bons jogadores e nos ajudariam.

— Claro, e o que precisamos fazer? — Daniel perguntou, animado

— Eu falei com o treinador da equipe e ele me disse que no fim das aulas, haverá um cartaz no mural de avisos pra se inscrever para o time. Vocês se inscrevem, fazem o teste no fim de semana e se passarem, tão no time — Cirilo disse.

— A gente passa fácil — Paulo fala se gabando — E digo mais, comigo no time, esse campeonato é nosso.

— Menos, Paulo. — Daniel falava — bem menos, precisamos de humildade caso queiramos realmente vencer esse torneio.

No mesmo momento, o sino soou indicando o começo das aulas, e os jovens se dirigiram à sala de aula.

As aulas ocorriam normalmente, com professores dando explicações, dando advertência nos alunos mais bagunceiros e muitas atividades. Em um certo momento, Jaime sem saber a resposta de uma das questões, cutuca Mário para tentar descobrir a resposta, porém o Ayala parecia estar com a cabeça em outro lugar, pois não respondia Jaime de nenhum jeito, e tinha um olhar distante. Foi necessário que Jaime arrancasse uma folha de papel de seu caderno e arremessasse no amigo para que o mesmo “acordasse”.

— Que foi, Jaime? — Mário indagou finalmente saindo da hipnose.

— Me passa a resposta da terceira questão — Jaime sussurrava baixinho para o amigo.

— Claro, toma aí — Mário respondeu tranquilamente entregando seu caderno ao Jaime.

Enquanto Jaime copiava a resposta, ele não deixou de reparar que Mário voltou com o mesmo olhar distante de antes.

— Tá tudo bem, Mário? — Jaime perguntou, preocupado

— Ah, Claro — Mário respondeu pegando de volta seu caderno.

— Não parece — Jaime comentou — Não me diga que ainda é aquele papo de ter algo errado com os primos novatos?

Mário apenas assentiu e Jaime revirou os olhos.

— Bem, eu já falei o que eu acho sobre isso — Jaime falou erguendo os braços — Mas se você acha que tem algo de errado com eles, vai fundo e descobre.

— É isso que eu vou fazer — Mário respondeu — E se eu conseguir algo, vou provar pra você e pro Cirilo.

Jaime apenas deu de ombros.

(...)

Durante o intervalo, Mário estava apenas sentando na arquibancada da quadra, absorto em seus pensamentos, o que espantou Carmen, pois ela sabia que normalmente nessas horas o garoto estaria jogando futebol com seus amigos.

— Tá tudo bem, Mario? — Carmen perguntou se aproximando do garoto.

— Ah, tá sim — Ele responde — Mas porque todo mundo tá me perguntando isso hoje?

— Talvez porque geralmente nesse horário você estaria lá em baixo jogando futebol com o Jaime e com os outros — Carmen responde jogando o óbvio na cara de Mário ao mesmo tempo em que em que apontava para a quadra.

— Se eu te contar uma coisa, promete que não conta pra ninguém? — Mário pergunta assustando a garota.

— Claro, conta aí — Carmen responde ainda surpresa e sentando-se ao lado do Ayala.

— Bem, pode parecer estranho, mas você não acha que tem algo de errado com os novatos lá da nossa sala?

Carmen não estava entendendo nada.

— Talvez — Diz ela — De fato, é estranho que seis primos se mudem para a mesma escola, para a mesma sala e tudo isso no mesmo dia, mas o que mais suspeita?

— Por enquanto, nada — Mário responde — Mas já percebeu que o Paulo fica todo nervoso quando o Abelardo tá por perto? E que a Valéria e o Davi sempre estão brigando?

—É, isso é verdade. Mas o que você está insinuando?

— Eu? Nada — Mário fala — Mas então, eu queria tentar descobrir o que, provavelmente, eles escondem. Você não gostaria de me ajudar?

A pergunta deixou Carmen mais espantada ainda, o que faria? Ela achava que aquilo tudo era uma verdadeira loucura, mas no fundo, poucos sabiam que a garota nutria um sentimento pelo Ayala, então ela achou que aceitando a proposta dele, poderia ficar mais próxima do garoto.

— Ok, eu aceito — Carmen responde mesmo não tendo cem por cento de certeza que aquela era a escolha certa a se fazer.

— Ótimo! — Mário fala empolgado — Vai ser bom ter um parceiro nessa “missão”.

— Mas então — Carmen volta a falar — Por onde começaremos?

— A princípio eu tava pensando em algo mais básico mesmo. Tipo, você se aproxima das meninas e se descobrir algo me conta, e vice-versa...

(...)

Enquanto Mário e Carmen conversavam lá na arquibancada, os meninos jogavam futebol na quadra.

— Vem cá, o que deu no Mário pra ele não jogar hoje? — Daniel questionava enquanto se aproximava se Jaime.

— Tá aí uma boa pergunta — Jaime comenta — Desde a hora das aulas ele tá assim.

— É, estranho mesmo — Davi diz — Mas beleza, vamos voltar a jogar logo.

(...)

Não muito distante dali, Maria Joaquina se encontrava na biblioteca da escola. A garota passava entre as enormes estantes ali presente, a procura de um livro específico. Estava tão distraída na procura, que não percebeu quando alguém se aproxima dela.

— Procurando algo? — A voz pergunta. Majo acaba se assustando e deixa cair alguns livros.

— Que susto, Jorge! — Majo exclama ainda um pouco surpresa enquanto abaixa-se para apanhar os livros que deixara cair.

O Cavalieri apenas sorri de lado enquanto também se abaixa para poder ajuda-la.

— Então, qual livro estava procurando? — Jorge pergunta quando termina de ajudar Majo.

— Dom Casmurro! — Majo responde.

— Um clássico da nossa literatura — Jorge diz.

— Você já leu? — Majo pergunta curiosa.

— Ah, sim. É um ótimo livro.

— Mas então — Majo volta a falar — Poderia me ajudar a encontrar o livro?

— Claro, me segue que eu sei onde tá.

Maria segue o Cavalieri, e o mesmo para em frente a uma estante mais isolada e pega o livro desejado por Majo.

— Aqui está — Ele responde entregando o livro.

— Obrigada! — Ela agradece, porém antes de ir embora, a voz de Jorge volta a ser ouvida.

— Mas espera, por que você nunca leu o livro antes? — Jorge perguntou estranhando

Majo ficou paralisada e começou a suar frio, o que responderia?

— Bem, é que... — Ela gaguejava atrás da resposta ideal — É que na minha antiga escola não tinha na biblioteca.

— Hm, estranho uma biblioteca de uma escola não ter um dos maiores clássicos da literatura brasileira, mas ok.

Maria Joaquina fica mais aliviada ao saber que Jorge, aparentemente, havia acreditado.

— Aluga o livro logo e fica atenta que daqui a pouco o intervalo acaba — Jorge informa enquanto se retira do local.

Maria Joaquina se dirige em direção à bibliotecária, ainda se perguntando se aquela resposta que havia dado era a ideal.

(...)

O restante das aulas finais passou-se voando, quando os órfãos menos perceberam, já estavam arrumando o material para poderem ir pra casa. Daniel, Davi e Paulo foram em direção ao quadro de avisos, como Cirilo havia dito para eles se inscreverem no time de futebol. Os meninos se inscrevem, porém o que mais chamou a atenção deles foi um pequeno tumulto que havia se formado ali por perto mesmo. Eles chegaram mais perto para tentar ver o que era, até que Jaime, que estava do lado dos órfãos comentou:

— Ah, galera. Se estiverem querendo saber o que é isso, é apenas o aviso sobre o baile de boas vindas.

Os jovens arregalam os olhos em sinal de surpresa.

— Tem um baile de boas vindas aqui na escola? — Daniel pergunta

— Sim, a diretora organiza todo ano, essa chatice — Jaime diz indiferente — Mas vamos lá, se preparem para o teste do time.

— Espera, — Daniel diz — Acho que pode ser uma boa irmos para esse baile.

— O que? — Paulo indaga incrédulo — Você tá falando sério? Como o Jaime disse isso é uma chatice, vamos logo para casa, já nos inscrevemos para o teste do time mesmo.

— Mas mesmo que você não vá, Paulo. A Alicia provavelmente irá, você realmente quer deixa-la sozinha em um baile como esse? — Daniel pergunta sussurrando para que apenas Paulo escute.

O Guerra parece automaticamente mudar de opinião.

— Tá aí, gostei da sua ideia, Daniel. Eu vou pra esse baile — Paulo comenta fazendo Daniel e Davi rirem. Jaime, por sua vez, apenas estranhou a mudança repentina de opinião.

Mário se aproxima deles.

— Tão conversando sobre o baile de boas vindas? — O Ayala pergunta

—Sim, você vai? — Davi devolve com outra pergunta.

— Ah, claro que vou — Mário responde — Dá pra aprontar altas coisas nesse baile de boas vindas.

— E quem você vai convidar? — Dessa vez quem pergunta é Daniel.

— Acho que vou convidar a Alicia — Mário responde e Paulo fica incomodado, o que não passa despercebido pelo Ayala — Sem problemas pra vocês que são primos dela?

— Por mim tudo bem. — Daniel diz.

— Por mim também — Davi concorda.

— É, sem problemas — Paulo fala com dificuldade.

(...)

Um pouco mais afastado, as meninas discutiam sobre o tumulto.

— O que será que tá acontecendo ali? — Majo pergunta, assustada.

— Provavelmente mais uma briga entre o Paulo e o Abelardo — Valéria comenta debochada fazendo Majo e Alicia rirem.

Elas iam continuar a falar algo, quando Carmen se aproxima delas.

— É apenas o quadro de avisos informando sobre o baile de boas vindas, meninas — Carmen diz simpática.

— Ah, sério? — Majo indaga — Tem um baile de boas vindas aqui na Escola Mundial?

Carmen apenas assente.

—Nossa, que coisa mais brega. — Alicia diz — To fora.

— Nada disso! — Valéria diz puxando a amiga — Você vai para o baile sim.

Alicia apenas revirou os olhos.

— Mas vocês vão convidar alguém ou vão esperar serem convidadas? — Carmen volta a falar.

— Eu acho que vou esperar — Majo diz.

— É, eu também — Valéria acompanha a amiga.

— Pra mim tanto faz — Alicia fala indiferente.

— Eu mesma vou convidar — Carmen diz — Se vocês forem esperar para serem convidadas, vão acabar ficando com os piores.

Dito isso, Carmen começa a andar se retirando, porém antes dela poder sair completamente da visão das órfãs, Maria Joaquina pergunta.

— E quem você vai convidar?

— Acho que o Paulo — Carmen diz para espanto das outras.

— O Paulo?! — Alicia indaga — Aquele troglodita?

— Ah, ele parece legal — Carmen diz rindo, porque de fato não queria convidar Paulo, mas fazia parte de seus planos com Mário.

Alicia se sente um pouco incomodada, mas diferente de Paulo, consegue disfarçar, assim não dando suspeitas para Carmen.


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Notas finais do capítulo

E ae queridos leitores, quem vai convidar quem para o baile de boas vindas? e o que o Mário e Carmen irão fazer? Façam suas apostas kkk xD . Espero que tenham gostado! Me perdoem qualquer erro ortográfico e até a próxima! :D