Carrossel: Órfãos e Perdidos escrita por Gronk Spike


Capítulo 7
Capítulo 6 - A desconfiança de Mário


Notas iniciais do capítulo

E ae meus queridos leitores, tudo bem? Estou aqui com mais um capítulo da fic! Obrigado a todos pelos maravilhosos comentários nos capítulos anteriores =) Espero que gostem desse de hoje e Boa leitura!



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Durante todo o trajeto de volta pra casa, Valéria e Davi não paravam de discutir por causa de Margarida. E isso parecia irritar o resto dos órfãos, que apenas reviravam os olhos com tudo aquilo.

— Eu já disse que ela apenas me ajudou a chegar na enfermaria, Valéria — Davi se explicava pela milésima vez — Só isso, nada mais.

— Não fique defendendo ela, Davi — Valéria exclamava — Eu vi o jeito que ela olhava pra você.

— Gente, parem com isso — Majo tentava apaziguar a situação — O importante é que o Daniel agora está bem.

O resto da volta foi tranquilo, com Valéria ainda de vez em quando implicando com Davi. Ao entrarem na mansão, se depararam com Helena sentada no sofá da sala de estar lendo um livro.

— Então, como foi o primeiro dia de vocês? — Helena pergunta, porém Valéria não responde e apenas sobe as escadas rapidamente para seu quarto. Davi a segue gritando seu nome, mas sem resposta. — E o que deu na Valéria?

— Bem, tirando o fato do Paulo e do Daniel terem parado na sala da diretora e da Valéria e o Davi brigando toda hora, foi tudo bem — Alicia comenta como se fosse a coisa mais normal do mundo. O que espanta Helena.

— O Paulo se metendo em confusão nem me surpreende, mas você Daniel? — A mulher pergunta desconfiada.

— Longa história — Responde o garoto — Só fui defender o Paulo, e terminei com o nariz sangrando.

— Mas tá tudo bem? — Helena pergunta volta a perguntar preocupada. Daniel apenas assente.

— Mas e a Valéria? O que deu nela? Tipo, porque ela e o Davi brigaram? — Helena questiona.

— Por causa de uma menina que apenas ajudou o Davi — Majo responde revirando os olhos.

— Tá, mas chega desse papo furado, to com fome — Comenta Paulo — o almoço tá pronto?

— Nossa, quanta educação, Paulo — Alicia diz ironicamente e o Guerra apenas dá de ombros.

— O almoço tá na cozinha, já podem ir lá se servir. — Helena responde e os órfãos, com exceção de Davi e Valéria, vão para a cozinha.

(...)

— Valéria, abre essa porta, por favor — Davi suplicava.

— Não, Davi. Vá procurar a Margarida. — Valéria responde praticamente gritando.

— Poxa, Valéria. Quantas vezes eu tenho que te dizer que ela apenas me ajudou a chegar na enfermaria da escola? — Davi já não aguentava mais repetir tantas vezes a mesma coisa — Eu gosto de você. E você sabe disso.

Houve um pequeno silêncio, até que o barulho da porta sendo destrancada é ouvido. Valéria aparece e Davi abre um sorriso e corre para abraça-la, porém antes de conseguir, Valéria fala:

— Eu já disse que não caio nesse papinho — Dito isso, fecha a porta na cara do menino.

Davi apenas bufou e já cansado de tudo aquilo, desceu para o primeiro andar pra se alimentar também. Chegando lá, ele vê seus amigos almoçando e começa a se servir.

— E cadê a Valéria? — Majo pergunta para Davi.

— Tá lá no quarto, trancada. Não quer me ouvir e nem acredita em mim — O menino responde suspirando.

— Caramba, mas como a Valéria é chata e ciumenta hein?! — Paulo indaga.

— Olha quem fala — Alicia diz — O que teve ciúmes de mim quando eu tava conversando com o Abelardo.

— Já falei que eu tava apenas te defendendo — Paulo responde.

— E eu já falei que eu não tava precisando de defesa nenhuma — Alicia rebate.

— Eita, mas vocês brigam até na hora do almoço, que é um momento sagrado — Daniel comentava já impaciente com as discussões.

Eles já estavam terminando, quando Valéria surge pela porta aparentemente triste. Ela se senta perto de Davi e começa a se servir, mas o Rabinovich, irritado com os ciúmes doentios de Valéria, apenas se levantou e se retirou da cozinha. E isso só faz a menina se sentir pior ainda.

— Fica assim não, amiga — Maria Joaquina a consolava — Depois você pede desculpa e vocês se acertam.

(...)

Não muito distante da mansão dos órfãos, Cirilo havia convidado Jaime e Mário para jogarem videogame em sua casa. Os garotos apenas jogavam e conversavam qualquer besteira.

— Aêêê — Jaime comemorava mais uma vitória — bora Mário, passa o controle pro Cirilo.

Mário, que havia perdido, passou o controle pro Rivera enquanto sentava-se para observar.

— O que vocês acharam dos novatos? — Jaime perguntou apenas pra puxar mais assunto.

— Ah, eu achei eles muito legais — Cirilo comentava — Até porque eu tinha conhecido eles alguns dias antes.

— Não sei não hein?! — Mário respondia desconfiado — O Cirilo sempre nos dizia que a mansão era abandonada, e do dia pra noite eles aparecem assim do nada? Essa história tá muito mal contada.

— Eles não chegaram assim do nada —Cirilo respondia concentrado no jogo — Eles chegaram de viagem e foram morar com a tia.

— Pois é, desconfiança boba e desnecessária do Mário — Jaime completou enquanto não parava de apertar os botões.

— Tá, então eu vou tentar provar pra vocês tem algo de errado com aqueles primos — Mário disse pensativo.

Jaime e Cirilo apenas reviraram os olhos e voltaram a se concentrar no jogo.

(...)

De volta à mansão. Davi, Daniel e Paulo conversavam no quarto do Rabinovich sobre as constantes brigas do mesmo com Valéria.

— Ela não confia em mim — Davi dizia cabisbaixo — Ela sabe que eu gosto dela, mas não tem um pingo de confiança em mim. Sem contar que agora nós não podemos ficar tão juntos assim, se não nosso segredo vai acabar ficando muito em evidência.

— Ah, não é bem assim — Daniel tentava argumentar — Você sabe como a Valéria é, desde os tempos de orfanato.

— Pra mim a Valéria é uma chata — Paulo diz indiferente — Não sei como você consegue aguentar esses ciúmes dela, Davi.

Daniel repreende Paulo, que apenas levanta as mãos pra cima em sinal de rendição.

Os três voltam a conversar normalmente, até que Valéria surge na porta do quarto de Davi.

— Posso falar com o Davizinho a sós, gente? — Ela pergunta sem graça.

— Claro! — Daniel responde enquanto arrasta Paulo para a sala de estar, onde já se encontravam lá Majo e Alicia.

— Seja breve, Valéria — Davi diz rispidamente, o que só deixou Valéria mais triste ainda.

— Oh Davizinho, não fala assim comigo —Pediu ela, tristemente.

— Desculpa, mas é que você me tira do sério — Davi responde andando de um lado para o outro. — Eu já te falei milhões e milhões de vezes que a Margarida apenas me ajudou a chegar na enfermaria do colégio, nada mais que isso, mas você não acredita em mim.

— Eu acredito em você — Valéria sussurra.

— O quê? — Davi indaga sem realmente ter entendido.

— Eu falei que acredito em você — Valéria volta a repetir, mas em um tom audível.

— Sério? — Ele questiona desconfiado.

Valéria apenas assente.

— Mas poxa, você sabe como eu sou, desde os tempos de orfanato, você me conhece desde pequena.

— Sim, eu sei — Davi diz a puxando para um abraço, onde é prontamente correspondido.

— Me desculpa — Valéria sussurra no ouvido de Davi, ainda abraçados.

— Claro que eu te desculpo. — Davi responde — Mas você vai ter que prometer que irá parar com esses ciúmes.

— Prometo que vou TENTAR — Valéria fala dando ênfase na ultima parte, causando risos em Davi.

(...)

— Tá muito silêncio lá em cima — Alicia comenta com o restante dos órfãos na sala de estar.

— Vai ver eles se mataram — Paulo diz dando de ombros, logo sendo advertido pelos amigos.

Nesse mesmo momento, Davi e Valéria descem as escadas, de mãos dadas e com sorrisos estampados nos rostos. O restante dos jovens, com exceção de Paulo, começam a bater palmas.

— Até que enfim — O Guerra murmura — Sem mais aquelas briguinhas chatas de vocês dois.

— Paulo! — Alicia repreende com uma cotovelada na barriga do menino.

— EI, isso doeu — Paulo fala massageando o local atingido.

— Era pra doer mesmo — Alicia fala rindo da cara de Paulo.

— Mas então — Majo disse pra tentar mudar de assunto — Alguém aqui tem uma ideia do que podemos fazer? Ainda não está tão tarde para irmos dormir.

— Que tal fazermos os deveres de casa? — Daniel sugeriu

— Daniel e suas ideias de nerd — Paulo comenta — Eu to fora, ainda tem a semana toda pra fazer isso.

— Então que tal se... — Daniel iria sugerir outra coisa, porém batidas na porta interrompem.

— Deixa que eu atendo — Paulo informou levantando-se e indo em direção à porta.

Quando Paulo abre, depara-se com Cirilo, que está acompanhado de Jaime e Mário.

— Cirilo? — Paulo pergunta surpreso. — O que tá fazendo aqui?

— Ah, vim convidar vocês pra jogarmos futebol, aqui na rua mesmo, pelo menos não tem nenhum Abelardo aqui pra atrapalhar. — Cirilo responde

— Demorou, já estávamos no tédio aqui mesmo. Deixa eu só chamar a galera aqui. — Paulo disse.

— Então, Paulo. Quem era? — Daniel pergunta.

— É o Cirilo, ele tá chamando a gente pra jogar futebol aqui na rua mesmo, vamos? — O Guerra responde.

— Por mim tudo bem — O Zapata diz

— Por mim também. — Davi diz e os meninos vão em direção à rua.

— Vamos com eles? — Majo pergunta

— Fazer o que lá? — Valéria indaga

— Só assistir mesmo — Maria responde.

— É, vamos. — Alicia diz — Ficar aqui em casa parada que não é uma boa opção.

(...)

Ao formarem os times, os meninos jogavam normalmente, correndo, gritando e chutando. Enquanto as meninas apenas observavam a rua, pouco movimentada.

Em certo momento do jogo, Paulo chuta a bola muito longe, e os outros acabam decretando que quem chuta é que tem que ir buscar. Sem alternativas, o Guerra corre em direção onde a bola foi chutada. Ao chegar ao local, se surpreende, há um pé sobre a bola. Paulo vai levantando a cabeça devagar e se depara com quem menos queria: Abelardo.

— Você... — Paulo esbraveja.

— Eu... — Abelardo comenta irônico.

— Me devolve a bola. — Paulo diz já sem paciência.

— Isso aqui? — Abelardo pergunta apontando para a bola. — Claro, toma aí — Ele termina empurrando a bola com o pé para Paulo.

Paulo ia se retirando do local com a bola debaixo dos braços, porém a voz de Abelardo o fez parar.

— Não vai nem agradecer?

— Porque eu iria te agradecer? — Paulo indaga.

(...)

Ao longe, os meninos estranhavam a demora de Paulo. Já as meninas, observaram algo estranho.

— Aquele ali não é o Paulo falando com o Abelardo? — Majo pergunta enquanto olha.

— É ele mesmo — Alicia diz preocupada — Vou avisar aos meninos para irem lá, ou cabeças voarão.

Alicia se aproximou nervosa dos meninos.

— Gente, acho melhor vocês irem atrás do Paulo.

— O que foi, Alicia. Tá tudo bem? — Daniel pergunta preocupado.

— Comigo sim, mas ali não. — Alicia responde apontando para Paulo, onde provavelmente estaria discutindo com Abelardo.

Daniel e Davi entenderam tudo, nem esperaram Alicia falar mais nada, e correram em disparada para perto de Paulo.

— Não é estranho o Paulo ficar todo nervoso, toda vez que o Abelardo tá por perto? — Mário pergunta para Cirilo e Jaime, que não haviam ido atrás de Paulo.

— Estranho por quê? — Jaime questiona

— Sei lá — Mário responde — Mas tem algo estranho nessa rixa entre eles.

— Que nada —Cirilo diz — Eles só se odeiam assim porque brigaram no dia em que Paulo voltou de viagem.

— Sim, mas porque eles brigaram? — Mário volta a indagar, parecia um detetive.

— Se eu me lembro bem, foi por causa de Alicia — Cirilo responde pensativo, como se estivesse lembrando do dia.

— Viu?! Eu sabia que tinha algo de errado — Mário responde como se tivesse descoberto uma enigma.

— Que bobagem — Jaime volta a falar — Apenas preocupação de família, vai dizer que você não defenderia sua irmãzinha? — Ele completa perguntando para Mário, que fica sem resposta.

—Pois então, desconfiança desnecessária — Cirilo diz pondo um fim naquele assunto — Jaime, vamos lá ver como que tá essa suposta briga entre o Paulo e o Abelardo?

— Demorou, vamos lá — Jaime responde se retirando com Cirilo, deixando um Mário pensativo sozinho.

“Eu ainda vou tentar provar que tem algo de errado com eles” — Mário pensa enquanto observa ao longe Jaime e Cirilo se aproximarem de Paulo e Abelardo.


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Notas finais do capítulo

Será que o Mário é uma ameaça para os órfãos? Comentem o que acharam e se tiverem sugestões para melhorar a fanfic, podem me dizem sem hesitar. Me perdoem qualquer erro ortográfico e até a próxima! :D