Carrossel: Órfãos e Perdidos escrita por Gronk Spike


Capítulo 38
Capítulo 37 - Nem tudo são flores


Notas iniciais do capítulo

Olá olá! Voltei com mais um capítulo! Pelo menos demorei menos que na vez anterior, mas mesmo assim ainda peço desculpas porque já passou uma semana desde o último capítulo, então...

Mas é isso, aqui o cap 37 pra vocês, estamos cada vez mais próximo do fim, obrigado a todos pelos comentários no capítulo anterior.

Sem mais delongas, boa leitura! :D



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Maria Joaquina deu um último suspiro e começou a caminhar com o objeto em mãos. Com muito cuidado, ela foi até o vestiário da escola mundial, encontrando-o completamente vazio e escuro, deduziu que os jogadores já estivessem em quadra.

Novamente com muita cautela, a garota se dirigiu até os pertences de Daniel e achou a garrafinha de água do Zapata. Lágrimas automaticamente começaram a cair dos olhos da menina.

“Isso com certeza vai doer mais em mim” — Ela pensou enquanto derramava todo o sonífero na garrafa de Daniel.

Pouco tempo depois, ela se retirou do vestiário e correu rumo à arquibancada da escola, onde se sentou ao lado de Jorge.

— Cumpriu o que eu mandei? — Ele sussurrou.

Maria Joaquina, não muito a fim de papo, apenas assentiu, aquilo estava sendo muito doloroso para a morena.

— Ótima garota — Jorge elogia debochadamente e os dois passam a focar no jogo, que começaria dentro de poucos minutos.

(...)

O clima dentro de quadra era muito agradável, as líderes de torcida davam um show à parte e os meninos finalmente viram o jogo iniciar quando o juiz apitou.

O primeiro tempo foi, sem dúvidas, muito difícil e movimentado, não era atoa que a outra escola também se encontrava na final. Apesar dos altos e baixos, a primeira etapa havia terminado empatada em 2x2, Daniel e Davi tinham feito os gols da escola mundial. Maria Joaquina ainda conseguiu comemorar discretamente o gol do Zapata, sem que Jorge pudesse notar.

Os times foram cada um para seus respectivos vestiários.

“Ai meu Deus, é agora que o Daniel vai beber água na garrafinha” — Majo pensou e não conseguia esconder sua preocupação.

Quem estava gostando de ver a aflição da garota era Jorge, que fazia questão de mostrar o sorriso sarcástico que não saía de seu rosto.

— Caramba, hoje nossa defesa não tá indo muito bem — Jaime comentou nervoso quando todos já se encontravam no vestiário.

— Em compensação nosso ataque tá fulminante —Davi se pronunciou — O Daniel marcou um golaço.

O Zapata riu em agradecimento e caminhou até seus pertences, onde pegou sua garrafa de água, para poder se hidratar. Ele começou a toma-la normalmente, sem nem fazer ideia de que a mesma havia sido sabotada.

(...)

Aproveitando o intervalo de jogo, Natasha levantou devagar de seu assento e procurou por Valéria, a ruiva tinha uma importante missão a fazer.

Pouco tempo passado e a Cavalieri achou-a na cantina da escola, parecia comprar algo. Com cuidado, Nat aproximou-se dela.

— Será que a gente poderia conversar? —Ela pediu calmamente.

— Ah, não vejo porque não, terminou o primeiro tempo mesmo — Valéria comenta — Então, qual o assunto?

— Preciso que você escute isso — Nat diz e retira do bolso seu celular, logo em seguida dando “play” na gravação de áudio que havia feito.

Mesmo sem entender nada, Valéria assentiu e ouviu tudo minuciosamente, chegando a ficar completamente surpresa quando a gravação terminou.

— Então quer dizer que... — Valéria não havia conseguido completar.

— Sim, fazia tudo parte do plano, ou seja, o Davi não tem culpa de nada — Natasha a interrompe.

— Poxa, e eu fui burra em brigar com ele, me sinto até mal agora — A Ferreira confessa cabisbaixa.

— Ah, mas nem precisa ficar assim, afinal você nem sabia, foi uma surpresa pra mim também — A ruiva fala.

— Ai, mas que ódio que eu to dessa Margarida — Valéria bradou — E do Abelardo também, tadinha da Carmen, o que ele fez foi um crime.

— Sim, mas por enquanto é bom não fazermos nada, vamos ver até aonde isso vai — Natasha argumenta.

— Tudo bem — Valéria prossegue — Depois do jogo vou falar com o Davi, preciso desfazer o meu erro.

— Ótima ideia, é uma boa mesmo — Nat admite.

— E ah Nat, obrigada por tudo, você realmente mostrou que está do nosso lado — A órfã agradece com um sorriso e Natasha retribui.

— Nem precisa agradecer, é o mínimo que eu posso fazer depois do que eu causei na vida de vocês — Ela responde — Agora vamos voltar que o segundo tempo tá pra começar.

As duas logo se puseram a caminhar em direção à arquibancada, prontas para o resto da partida.

(...)

Após mais algum tempo no vestiário, os jogadores voltaram para a quadra, o segundo tempo começou a todo vapor e Maria Joaquina nem conseguia mais olhar para o jogo, de tanta preocupação com Daniel.

Em certo momento, o Zapata corria com a bola livremente, pronto para fazer o gol e colocar a escola mundial a frente no placar, porém logo uma tontura dominou o garoto. Daniel começou a sentir tudo girar e desabou no chão, assim dando a oportunidade do time adversário roubar a bola.

Porém, vendo o estado de um dos jogadores, o juiz rapidamente apitou paralisando o jogo e um tumulto se formou em volta de Daniel.

— Tá tudo bem, cara? — Paulo perguntou preocupado.

— Ah, tá sim, eu só to meio zonzo, mas logo vai passar — Daniel responde e quando tenta se levantar, cai novamente, mas dessa vez sendo segurado pelos jogadores que estavam a sua volta.

— Definitamente, o Daniel não tá bem — Jaime diz.

— É definitivamente, Jaime — Mário o corrige e o Palilo revira os olhos.

— Caramba, mas até numa hora dessas vocês vem me corrigir? — Ele indaga chateado, fazendo os jogadores rirem.

— Mas numa coisa o Jaime tá certo, o Daniel não tá bem mesmo — Davi fala e em pouco tempo os jogadores carregam o Zapata até a enfermaria.

Maria Joaquina observava tudo ao longe com um aperto no peito, ainda não acreditava que havia feito aquilo.

“Eu nunca vou me perdoar por isso” — Pensou ela tristemente.

Já Jorge estava todo alegre, seu sorriso era de orelha a orelha e ele viu com prazer seu plano ter êxito.

“Agora sem seu melhor jogador em quadra, é nítida a derrota da escola mundial” — Jorge pensou consigo mesmo, ainda mantendo o sorriso irônico.

(...)

No jogo, as coisas nunca estiveram tão complicadas, com Daniel incapacitado, o treinador havia colocado Abelardo para substitui-lo, porém sabia que o garoto não tinha potencial para poder jogar no lugar do Zapata.

A partida recomeçou e mesmo bem desanimados, os jogadores logo voltaram a jogar.

Faltando exatos dois minutos para o fim do jogo, em um lance rápido, Mário deu um lindo passe para Paulo, que a defesa da outra escola não havia conseguido interceptar, e o Guerra com um voraz e indefensável chute, colocou a bola no fundo das redes, fazendo 3x2 para a escola mundial.

A quadra estremeceu, os torcedores foram à loucura e a gritaria não parava. Jorge olhou completamente chocado e não queria acreditar no que havia visto.

“Mas como é possível? Eles ganham até sem o melhor jogador do time” — Ele trovejou pelos pensamentos.

De resto, foi só a escola mundial se fechar e ouvir o apito final do juiz, garantindo a vitória e o tão sonhado título.

— Campeões, somos campeões! — Jaime gritou para todos os lados sem parar, nunca esteve tão feliz em sua vida.

— Essa foi pelo Daniel, que não pôde jogar o resto — Davi acompanha o entusiasmo do Palilo.

Maria Joaquina não se importou com Jorge ao seu lado e comemorou loucamente a vitória, gritando em plenos pulmões e pulando bastante.

Jorge fechou as mãos com muita raiva e socou seu assento, o Cavalieri não se aguentava de fúria.

“Cansei desses órfãos, essa vitória foi à gota d’água” — Jorge falou decidido para si mesmo e se levantou, logo em seguida se retirando das arquibancadas, deixando Maria Joaquina completamente confusa e sozinha para trás.

— Pra onde será que ele foi? — Ela murmurou — Ah, quer saber? Vou lá ir ver como que tá o Daniel.

(...)

O ambiente de festa continuou por longos minutos pairando pelo colégio. Discretamente, com um sinal de mão, Valéria chamou Davi para um canto mais isolado e ele, com um sorriso, acompanhou-a. O Rabinovich não poderia estar mais feliz, tinha ganhado o titulo e finalmente ficaria com sua amada.

— Parabéns, Davizinho, pelo grande jogo e pelo título — Valéria o parabenizou chamando-o pelo seu antigo apelido, o que acabou fazendo o garoto sorrir.

— Muito obrigado, Valéria, você sabe que sua torcida e seu apoio são mais do que especial pra mim — Ele agradece e ela cora com as palavras.

— Eu queria falar algo contigo, muito importante — Ela anuncia mudando de assunto.

— Ah, claro, eu também precisava falar com você — Davi diz.

— Olha, eu só queria pedir desculpas, errei feio com você, agora eu sei que a culpa não é sua daquele beijo com a Margarida — Valéria prosseguiu —Eu descobri que tudo não passava de um plano dela com o Jorge e o Abelardo.

— Nossa, mas como ela teve coragem de ir longe desse jeito? — Ele brada indignado — Eu devia ter suspeitado.

— Mas vamos esquecer ela, o que você tinha pra me dizer? — Ela pergunta.

— Ah, era justamente isso — Ele continua — Hoje, mais cedo, eu esclareci tudo com ela e deixei bem claro que eu gostava de outra pessoa.

— Até que enfim eu vou poder ficar com você, Davizinho, eu não via a hora — Ela fala feliz.

— É, eu também, pena que não posso te beijar aqui — Ele fala fingindo está irritado e Valéria ri.

— Ah, mas nem se preocupa porque ainda vamos ter muito tempo em casa, agora é bom a gente ir lá ver como que o Daniel tá — Valéria fala preocupada enquanto mordia os lábios.

— Sim, é verdade, aí a gente aproveita e ainda fala do título pra ele, vamos lá — Davi diz.

Logo os dois começam a caminhar rumo à enfermaria da escola, aflitos pelo amigo, porém felizes pelo momento no qual estavam passando.

(...)

Daniel ainda se encontrava meio zonzo e seus sentidos constantemente falhavam, com muito cuidado, ele levantou-se da cama e passou a andar em círculos pelo quarto, pensando em como aquilo havia acontecido, já que não tinha motivos para ele ter passado mal daquela forma.

Ele continuou andando pelo local, até que, de supetão, lembrou-se do jogo da equipe e ficou mais aflito ainda — Sem nem imaginar que a escola mundial havia sido campeã — Cheio de dúvidas na cabeça e confuso, o Zapata ficou bem animado quando viu a porta do quarto se abrindo, pensando que era a enfermeira.

Porém o garoto ficou completamente surpreso ao deparar-se com Maria Joaquina.

— Majo? — Ele indagou confuso — O que você tá fazendo aqui?

Bem calada, mas com um sorriso de canto, Majo se aproximou do garoto, ficando a centímetros de distância dele.

— Vim te ver, ué — Ela finalmente responde, dizendo o óbvio — Saber se você tá bem, não ficou feliz em me ver?

— Ah, não é isso — Daniel garante nervoso — É que eu pensei que fosse a enfermeira, ela coletou um pouco do meu sangue e foi no laboratório fazer uma análise.

Maria Joaquina automaticamente começou a suar frio com aquela resposta, logo mais todos descobririam que Daniel havia tomado sonífero.

— Ah, tá ok — Ela balbucia as palavras — Mas e aí, como você tá?

— Ah, to me sentindo melhor, só achei estranho duas coisas — Ele diz pensativo.

— E quais seriam? — Majo questiona curiosa.

— A primeira, é que eu não lembro como que fiquei tonto daquele jeito, eu nem comi nada estragado, e me alimentei direito também — Ele responde ainda bem desconfiado.

— E a segunda? — Maria Joaquina voltou a questionar, dessa vez com o intuito de mudar o assunto.

— É que eu não imaginava que você viria atrás de mim — Ele confessa irônico e Majo suspira — Não depois da gente ter brigado daquele jeito.

— Olha, eu só vim ver se você tava bem, mas se não me quiser aqui, eu posso ir embora — Ela fala ameaçando se retirar.

— Ah não, pode ficar aí — Ele diz rindo — Eu só achei estranho mesmo.

— Hm... — É tudo que ela diz.

— Mas e aí, o time foi campeão? — Daniel perguntou procurando tirar aquele clima que havia ficado.

— Sim, Paulo marcou o gol do título, somos campeões — Majo diz empolgada.

— Nossa, parabéns pra gente, foi um belo campeonato — O Zapata diz sorrindo.

Maria Joaquina apenas assente e logo os dois ficam calados, criando um clima constrangedor no local.

— Posso te fazer uma pergunta? — Ele diz quebrando o silêncio e Majo balança a cabeça, confirmando — O Jorge tem feito algo pra você?

— Ah Daniel, de novo esse papo? Eu vim aqui saber como você tá e você prefere falar do Jorge? Cansei, tchau — Ela fala irritada e se vira para sair do local, porém como um raio, o Zapata se posta na frente da garota e a impede de sair.

— Espera, Majo — Ele pede a olhando no fundo dos olhos — É que eu to preocupado com você, só isso.

— Pois não precisa se preocupar — Ela diz um pouco ríspida.

— Eu só quero saber de uma coisa, você realmente gosta do Jorge? — Daniel pergunta e Majo começa a fitar a parede, não tendo coragem de dizer toda a verdade.

— Eu... Eu... — Ela começou a gaguejar, mas logo foi interrompida pelo Zapata.

— Ou melhor dizendo, você gosta ou não de mim? Me responde olhando nos olhos — Ele volta a pressiona-la, que se vê mais ainda sem saída.

A garota só ficou mais confusa ainda e não sabia o que responder, porém ela logo cai na real. Estavam apenas eles dois ali sozinhos, ninguém para atrapalhar, porque negar o sentimento? Como se um raio de coragem tivesse caído sobre Majo, ela rapidamente aproximou-se mais de Daniel e o agarrou pelo pescoço.

“Ah, quer saber? Dane-se, o Jorge nem tá aqui mesmo” — Majo pensou e logo em seguida puxou Daniel para um beijo.

Mesmo bem surpreso, Daniel retribuiu, o garoto nunca duvidou de seus sentimentos por Maria Joaquina e ficou extremamente feliz ao ser puxado para o beijo.

O beijo ocorreu com muita intensidade e volúpia. Os dois já não se beijavam há quanto tempo? Dias? Semanas? Meses? Aquilo certamente não importava, o fato era que depois de quase uma eternidade, na opinião dos dois, eles voltaram a sentir o sabor do beijo um do outro.

Com muita dificuldade, finalmente ambos se separaram, ofegantes, porém felizes, os olhares se encontraram e um sorriso brotou no rosto de cada um.

Vagarosamente, Daniel passou a mão alisando o rosto de Majo, que sorriu em deleite.

— Fica comigo — Daniel sussurrou baixinho no ouvido de Maria Joaquina, que se arrepiou com o ato.

— Eu bem que queria, mas não posso — Ela devolveu no mesmo tom.

O Zapata abriu a boca pra falar algo, mas logo foi interrompido pela porta sendo escancarada e todo o time da escola mundial entrando, estavam todos muito animados e festejavam euforicamente o título, o restante dos órfãos também se encontravam no meio da multidão.

Daniel desistiu de falar o que queria e saiu de perto de Majo, para que ninguém pudesse desconfiar do que ambos haviam feito.

— Somos campeões, Daniel, esse título foi por você, parceiro — Jaime diz animado e se aproxima do garoto.

— Valeu galera, vocês tão de parabéns — Daniel agradeceu sorrindo, tentando esquecer o que havia ocorrido.

— E como sempre, claro, eu salvei a pátria, o gol do título foi meu — Paulo se gaba e todos reviram os olhos, já acostumados com aquela soberba do Guerra.

— E como sempre modesto — Davi murmura, porém todos conseguem ouvir, rindo logo em seguida.

— Mas e aí, você tá melhor? — Mário perguntou mudando o assunto.

Daniel tentou responder, mas fora interrompido novamente pela porta se abrindo, dessa vez quem entrava era a enfermeira, tinha uma pasta em mãos e se encontrava com um semblante preocupado, o que acabou assustando a todos no recinto.

— Eu já tenho o resultado do exame — Ela anunciou alternando o olhar entre todos presentes no local.

— E então enfermeira, o que o Daniel tinha? — Valéria indagou o que todos queriam saber.

— O Daniel ingeriu sonífero, isso que foi detectado no sangue dele — A mulher finalmente diz.

Todos no local começam a se entreolhar e um burburinho se inicia.

— O quê? Mas como isso é possível? — O próprio Zapata perguntou sem entender — Eu não tomei nada demais, a única coisa que eu fiz foi beber água.

— Será que então sabotaram sua garrafa, Daniel? — Cirilo questionou.

— Mas como? Quando? Eu não me lembro de nada disso, ninguém a não serem os jogadores entram no vestiário — Mário argumenta e todos concordam.

— Então quem será que fez isso? — Jaime se perguntou e todos ficaram bem pensativos, tentando achar uma resposta para aquele mistério.

(...)

Ainda bem atônitos e surpresos, todos se retiraram da enfermaria, Daniel já se sentia melhor, e por isso, não precisou da ajuda de ninguém para poder caminhar.

Por mais que o clima tivesse ficado meio pesado por conta do mal estar de Daniel, eles não poderiam esquecer que haviam sido campeões, isso era impossível de tirar da cabeça, visando isso, Cirilo tratou de avisa-los.

— Galera, amanhã com certeza meu pai vai dar uma festa pra comemorarmos o título, ou seja, estão todos convidados — O menino disse, só aumentando mais ainda a empolgação dos alunos.

Logo todos começaram a caminhar em direção a saída da escola, até porque querendo ou não, apesar da conquista, eles ainda teriam aula no dia seguinte.

Alicia, que caminhava mais sozinha, foi bruscamente parada por Abelardo, que parecia procura-la incessantemente.

— Não vai me dar os parabéns pelo título? — Ele indagou sarcástico e Alicia revirou os olhos.

— Parabéns Abelardo, agora pode me dar licença? Tenho que ir pra casa — A Gusman pede já sem paciência.

Ela tentou passar, porém novamente o garoto se postou na frente dela, impedindo a passagem.

— Poxa, Alicia, até quando você vai me tratar assim? Pensei que fôssemos amigos — Ele comenta, se fazendo de coitado.

— Até quando eu quiser, porque eu já te dei todas as chances possíveis e você sempre pisa na bola comigo — Ela responde um pouco alterada.

Ela tentou passar uma terceira vez, mas Abelardo ousou e a segurou pelo braço, logo em seguida jogando-a contra seu peito e encostando os lábios no dela, iniciando um beijo totalmente a força e contra a vontade de Alicia.

Paulo procurava Alicia sem parar, os dois precisavam urgentemente ir pra casa, porém ao encontra-la, teve uma das maiores decepções de toda a sua vida.

— Alicia, nós precisamos... — Quanto mais ele via o beijo, mais sua voz morria, ia abaixando o tom — Ir pra casa...

A última parte saiu mais como um murmuro. Paulo se segurou para não chorar, nem gritar, seu sangue fervia de raiva e tudo que veio em sua mente foi o beijo de Abelardo e Alicia no baile, ele temeu que a garota tivesse tido vontade de repetir aquele ato e por isso estava beijando novamnte o seu maior rival.

Já Alicia, por outro lado, juntou o máximo de forças que pôde e empurrou Abelardo para trás.

— O que você fez garoto? Me deixa em paz, me esquece — Ela bradou completamente furiosa e quando se virou, viu Paulo com o semblante triste.

Paulo não deu nem chances dela se explicar e saiu correndo, sem rumo. Por mais que Alicia soubesse que no momento seria melhor deixa-lo sozinho, ela também se pôs a correr, atrás dele, precisava esclarecer tudo.

Abelardo, por sua vez, ficou confuso, não entendeu absolutamente nada do que havia visto. Porém, de certa forma, estava feliz lá no fundo, pois pôde ver nitidamente a cara de irritação de Paulo.


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Notas finais do capítulo

Campeões! Finalmente o título veio para a escola mundial! Mas...Como nem tudo são flores...Que péssima hora pro Abelardo fazer aquilo hein?! Foi bem imbecil.

Se por um lado ficou muito ruim para um casal, do outro temos Daléria e Maniel se dando bem (ou nem tanto, veremos mais em breve kkk)

E o Jorge hein?! Ficou todo irritadinho com a vitória da escola mundial, não quero nem ver o que ele irá fazer...

Mas bem galera, foi isso, espero que tenham curtido, perdoem-me por qualquer erro e até mais! :D