Carrossel: Órfãos e Perdidos escrita por Gronk Spike


Capítulo 32
Capítulo 31 - Xeque-mate


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridíssimos leitores, tudo bem com vocês? comigo tudo ótimo! Bem, cheguei aqui com mais um capítulo, após a revelação bombástica que tivemos no anterior, veremos o que nos aguarda pra esse!

Eu, particularmente, não gostei muito do capítulo, achei meio corrido. Se vocês também não gostarem, peço desculpas por isso :x

Enfim, sem mais delongas. Obrigado a todos que sempre comentam e boa leitura! :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/637658/chapter/32

Após a triste e longa conversa com sua mãe e Alberto. Jorge voltou para seu quarto pisando fundo, quase derrubando tudo que via pela frente. Natasha ficou preocupada ao ver o estado do primo.

— Aconteceu alguma coisa, Jorge? O que seus pais queriam? — A ruiva perguntou.

— Eu não sou filho de verdade do Alberto — Jorge diz sorrindo cínico, sendo direto.

— O quê? — Natasha indagou completamente espantada, levantando de supetão — Me conta essa história direito.

Jorge não perdeu tempo e contou tudo para sua prima, não omitindo nada que o haviam falado. Natasha ficou igualmente chocada, sem reação.

— Caramba, se eu fiquei surpresa, não quero nem imaginar você — Ela comenta suspirando.

— Mas esquece, isso já foi, já passou — Jorge fala bufando — Temos que focar no segredo da Majo.

— Espera, você não tá com raiva? — Nat questionou sem entender.

— Óbvio que estou, só que não posso ficar triste por aí por causa disso, já foi, já aconteceu. E ah, agora eu juro que eu vou descobrir o que a Maria Joaquina esconde, nem que seja a última coisa que eu faça nessa minha vida miserável — O Cavalieri sentenciou decidido.

— Fica tranquilo que eu estou aqui pra te ajudar — Natasha vai até o garoto e abraça, imaginando o que ela estava sentindo.

(...)

No dia seguinte, Jorge acordou bem mal, porém mesmo assim seguiu rumo à escola, nunca esteve tão decidido em sua vida. O garoto resolveu que procuraria pelo seu pai biológico, pois muito longe ele não poderia está. Mal ele sabia que o homem já estava tinha falecido.

Natasha havia decidido que seria hoje que se aproximaria de Paulo, não poderia mais perder tempo. O Guerra andava distraidamente pelos corredores da escola, ouvindo música em seus fones de ouvido.

Nat percebeu a distração do garoto e fingiu esbarrar nele sem querer, quando na verdade havia sido propositalmente.

— Ai, meu Deus, me desculpa, to tão distraída hoje — Ela pediu e Paulo se levantou limpando sua roupa.

— Sem problema — Ele comentou, mas quando foi seguir seu caminho, ela o parou.

— Ouvindo o quê? — Nat perguntou.

— AC/DC — O Guerra respondeu calmamente.

— Jura? — Natasha indagou surpresa — Cara, eu adoro essa banda, é minha favorita.

— Minha também — Paulo diz mais empolgado — Espera, você não é a prima do Jorge?

— Sim, sou eu mesmo, Natasha, e você suponho que seja Paulo, um dos seis primos — A menina diz e Paulo assente.

— Então, quais são suas músicas favoritas da banda? — O Guerra perguntou animado, era bom encontrar outra pessoa que tinha os seus mesmos gostos.

Nat sorriu debochada, tinha sido mais fácil do que pensava. Havia conquistado a atenção do garoto, agora era só aproximar-se dele.

Quem não gostou nenhum pouco de ver os dois conversando e rindo juntos foi Alicia, que revirou os olhos com aquilo.

“Tsc, ele diz que gosta de mim, mas já tá cheio de gracinha pra cima da prima do Jorge. Que otário” — Alicia vociferou pelos pensamentos.

(...)

Jorge aproveitou que estava sozinho com Majo e resolveu conta-la toda a história sobre seus pais, sem sequer imaginar que tinha o mesmo pai que a garota.

Em um canto mais isolado do pátio, enquanto o sino não tocava, ele contou tudo para a menina, que ficou extremamente surpresa com a história, o garoto só ainda não havia a contado sobre o verdadeiro nome de seu pai.

— Nossa, Jorge, que história — Majo diz ainda surpresa — Fico triste por você, mas o que você pensa em fazer agora?

— Ir atrás do meu pai biológico, ele não deve tá muito longe — O mauricinho responde convicto.

— Desejo boa sorte — Majo fala — Mas e vem cá, qual o nome do seu verdadeiro pai?

— Um tal de Miguel Médsen — Jorge respondeu e continuou falando algo que Majo não compreendeu.

E nem fez questão, pois só bastou duas palavras para fazerem a menina perder o chão, ficar totalmente pálida e sem reação. Miguel Médsen era seu pai e o de Jorge, isso não poderia ser real, ou poderia? Ainda totalmente zonza, ela pediu licença a Jorge e foi em direção ao banheiro, estava literalmente passando mal.

O Cavalieri ficou bem confuso quando a viu sair daquele jeito apressada, se perguntando se havia dito ou feito algo de errado.

(...)

Durante o dia inteiro no colégio, Majo não havia voltado mais, tinha ido parar na enfermaria, pois quase desmaiara no banheiro. Todos de sua sala, principalmente os órfãos, ficaram completamente preocupados com a garota, se perguntando o que tinha acontecido.

Em pouco tempo, todos voltaram para casa. Inclusive Maria Joaquina, que foi bombardeada de perguntas. Ela se esquivou, apenas dizendo que havia dormido e comido pouco. Daniel não acreditou muito naquelas palavras, mas resolveu deixa-la em paz.

Naquele dia, Daniel nem Valéria iriam trabalhar, pois o pai de Cirilo havia dado uma folga aos dois, estavam trabalhando muito e sem falar que em poucas semanas eles teriam as provas no colégio, por isso tinham que estudar muito.

Majo optou por ficar sozinha em seu quarto, apenas deitada e refletindo. Não poderia namorar seu próprio meio-irmão, mas não sabia o que fazer para terminar aquilo.

Na sala de estar, o clima desagradável era mais que perceptível. De um lado, Davi e Alicia. Do outro, Paulo e Valéria. Os quatro ainda não haviam feito as pazes totalmente.

Alicia apalpou o bolso de sua calça e tirou uma das cartas de Paulo, que havia recebido durante aqueles dias. A garota abriu e leu. Um sorriso automaticamente se formou em seus lábios, ao mesmo tempo em que uma lembrança vinha em sua mente.

FLASHBACK ON

Não fazia muito tempo desde que a jovem Alicia Gusman havia ingressado no orfanato. Ela ainda estava, sem dúvidas, bem atordoada. Sua avó, no qual a amava tanto, morrera de causas naturais, afinal, a idade chega para todos.

Mas Alicia não queria voltar para seus pais. Isso nunca. Para eles, a menina não existia, era um pedaço de nada. Só restou a garota o orfanato, que foi uma espécie de refúgio.

Apesar de tudo isso, a maior dificuldade que a jovem encontrava, era a adaptação. Apenas cinco dias no local e já era alvo de chacota por parte das meninas do local. Motivo? Simples, ela não era igual às outras. As meninas preferiam boneca; Alicia futebol. As meninas preferiam rosa; Alicia preto. Sem falar no estilo completamente diferente de se vestir entre a Gusman e as outras.

Em um sábado à tarde, as crianças aproveitavam para se distraírem, esquecerem um pouco a vida difícil que levavam. Os meninos, como de costume, jogavam futebol. Era um milagre que a diretora do local houvesse liberado. Já as meninas brincavam de bonecas e se divertiam bastante.

Alicia se encontrava no corredor do quarto, sentada no chão. A garota chorava baixinho, mais uma vez havia sido alvo de gozação por parte das colegas de quarto. Se dependesse de Alicia, ela preferia mil vezes ir jogar com os garotos, mas sabia que eles não permitiram e que depois, novamente, iria ser caçoada pelas meninas.

Paulo, que estava bem eufórico após marcar um gol, avisou a todos os seus amigos que iria ao banheiro, pois estava apertado. Os demais apenas assentiram e voltaram a jogar.

Alicia logo percebeu passos apressados vindo em sua direção, e sem perder tempo, tentou se levantar e sair dali, pois não queria que ninguém a visse chorando. Porém o Guerra foi mais rápido e após escutar os baixos gemidos da garota, aproximou-se e pegou-a de surpresa.

— Oi —Paulo cumprimentou gentil — Você é a menina nova, não é?

Alicia somente assentiu, não conhecia muito bem o garoto.

— Ah, eu sou o Paulo, acho que você não deve me conhecer direito — Ele explica e se apresenta.

— Sou Alicia — A menina murmurou bem baixo.

Paulo viu o estado em que a menina se encontrava e sentou-se ao lado dela.

— Olha, Alicia, o que houve pra você chorar assim, saudades dos seus pais? — Paulo perguntou preocupado com a menina.

Só de ouvir no nome de seus pais, Alicia já sentia algo ruim dentro de si, não conseguia explicar.

— Não — Ela voltou a sussurrar.

— Então, o que aconteceu? —O Guerra indagou mais uma vez.

— É que as meninas só ficam zombando de mim, porque eu não sou igual a elas, sempre sou motivo de piada no dormitório das meninas, eu não aguento mais isso. — Alicia desabafou.

Paulo percebeu que realmente ela não estava bem. Apesar de não ser do tipo sentimental e de sempre zoar com as meninas, ele sabia que ela tava passando por um momento difícil, e resolveu consola-la.

— Olha, Alicia, não liga para o que aquelas frescas dizem, você é muito melhor que elas — Ele afirmou e a garota ficou surpresa com as palavras.

— Sério? — Ela perguntou pela primeira vez olhando nos olhos do menino.

— Sim, você não tem frescura, é estilosa e pelo que eu notei até agora, é muito legal — Paulo admitiu sorrindo — Não dê ouvido pra elas, é bom ser diferente.

A Gusman deu um sorriso discreto, havia se encantado pelas palavras do garoto.

— Obrigada, Paulo — Ela agradeceu sincera.

“E além do mais você é muito linda” — Paulo pensou, sem dizer nada, queria manter sua postura de durão.

— Não precisa agradecer. Agora enxuga essas lágrimas e vem jogar comigo e com os meninos, não dê atenção pra elas, vamos — Paulo a estendeu a mão e ela aceitou.

Desde aquele dia, Alicia havia aprendido a ser mais orgulhosa e ter mais autoestima. A garota não deixava mais ninguém pisar em cima dela, e devia muito disso ao Guerra, que a encorajou.

Mal os dois sabiam que iriam acabar se apaixonando um pelo outro no futuro.

FLASHBACK OFF

Droga, porque tudo tem que ser tão difícil? — Ela indagou pelos pensamentos — Eu queria muito ficar com o Paulo, mas não dá com esse segredo em jogo”

Daniel desceu as escadas e notou o clima que já estava mais do que normal na mansão, ele suspirou forte e se postou na frente dos quatro, precisava dar um fim naquela desunião.

— Pessoal, eu preciso falar com vocês — O Zapata anunciou, mas ninguém pareceu interessado no que ele tinha pra falar.

Nenhum deles sequer olhou para o garoto.

— Qual é galera?! Até quando vão ficar desunidos assim? Vocês vão ignorar todos esses nossos anos de amizade por causa de uma briga e deixar o orgulho falar mais alto? —Daniel dava uma lição de moral neles.

As palavras pareceram surtir efeito, pois todos olharam para o garoto.

— Galera, nós somos como uma família! Brigamos sim! Afinal, que família não tem suas desavenças? Mas nós, como órfãos, devíamos nos apoiar, nós somos o porto seguro um do outro. Quando alguém estava com dificuldade, sempre o outro estava ali presente para ajudar a se levantar da queda. Nós já passamos por diversas situações, mas nunca nos desunimos desse jeito, porque teria que ser agora? Nós somos tudo o que temos, nossa amizade é muito valiosa pra terminar assim! Por favor, não deixem o orgulho falar mais alto e vamos todos voltar a ser amigos! Ou melhor, voltar a ser uma família! Podemos não ser do mesmo sangue, mas somos família de coração! — Daniel completou e alguns deles já estavam emocionados, afinal, o Zapata só havia falado verdades.

Davi foi o primeiro, não perdeu tempo e virou-se sorrindo para Paulo, enquanto pedia desculpas, nunca esteve tão arrependido em sua vida. O Guerra não ficou para trás e deixou seu orgulho de lado, também se desculpando com o amigo.

Valéria e Alicia se abraçaram eufóricas, com a consciência pesada, as duas também pediam desculpas uma à outra e comentava o quanto havia sentido falta da amiga.

Depois das desculpas, todos correram e abraçaram Daniel, pois se não fosse o garoto, estavam desunidos até agora.

O clima era muito bom, nunca aquela casa estava tão bem assim. Porém Daniel sabia que faltava Majo, e ficou um pouco triste por causa disso, a garota ainda estava bem próxima de Jorge.

— Gente, tive uma ótima ideia — Valéria exclamou empolgada, deixando seus amigos curiosos.

— Qual, Valéria? — Alicia indagou.

— E que tal se fizéssemos uma festa pra comemorar nossa união? A Helena nem tá em casa, seria o momento perfeito — Val respondeu animada.

Logo um burburinho começou pela sala, todos haviam achado a ideia excelente, e como Daniel e nem Valéria iriam trabalhar, poderiam participar também.

— Então vamos fazer assim, eu vou começar a arrumar a casa pra festa e preparar a comida e a bebida, a Helena deixou um monte de coisa na despensa — Val diz.

— Eu te ajudo — Alicia afirmou.

— E eu vou convidar a galera lá da sala, ligar pra casa de cada um — Davi se propôs a fazer.

— Então eu te ajudo — Paulo exclamou — Vamos lá, Davi, temos muitas ligações a fazer.

Logo os dois partem rumo ao telefone residencial da mansão.

— E você, Dani, vai fazer o quê? — Valéria perguntou.

— Ah, nada, mas se precisarem da minha ajuda é só me chamar, estarei lá no meu quarto — Ele explica e começa a subir as escadas.

(...)

Todos da sala dos órfãos rapidamente foram convidados e em pouco tempo o pessoal foi chegando à mansão. Mesmo sem entenderem o motivo da festa, ninguém quis ficar de fora, afinal, não era todo dia que se ia a um evento daqueles. Natasha, era talvez, a mais empolgada, pois achou que o momento seria perfeito para tentar descobrir algo.

Por mais que estivesse completamente desanimada para uma festa, Majo se arrumou bem rápido e desceu. Como já esperava, a garota novamente foi bombardeada de perguntas, cada colega seu se aproximava e questionava se estava tudo bem. Ela sempre respondia que sim, forçando um sorriso, mesmo que estivesse mentindo.

Daniel não deixou passar despercebido o estado da garota, ele ficava se culpando, achando que Majo estivesse daquele jeito por causa dele. Mal ele sabia o real motivo...

(...)

Alicia se dirigia a mesa de bebidas bem empolgada, até que estava curtindo a festa, porém se encontrava mais feliz ainda pelas pazes que refez com os amigos.

Porém ao chegar no local, se depara com quem menos queria: Abelardo.

— Alicia, eu preciso falar com você — O garoto diz, aparentemente, sério.

— Tá, Abelardo, diz logo — Ela pede impaciente, já sabia do que o menino queria falar.

— Você pensou no que eu disse? Vai me dar uma chance? — Ele questionou cínico.

— Pode parar tá Abelardo?! Já sei que você não é o autor das cartas — Alicia solta logo tudo de uma vez.

O menino ficou totalmente surpreso e começou a gaguejar.

— Mas... Mas como? — Ele balbuciou.

— Muito simples, eu achei o verdadeiro autor por meio das caligrafias, ou seja, pode parar com o fingimento — A Gusman bradou indignada.

— E quem é o autor? — Abelardo perguntou curioso.

— Isso não vem ao caso agora — Alicia responde — O que eu quero saber, é porque você me enganou daquele jeito.

Abelardo parou e pensou um pouco. Suspirou bem forte antes de responder.

— Porque eu gosto de você e não vi outra forma pra você me dar uma chance — Ele inventa na hora.

— Se gostasse mesmo, não teria mentindo pra mim, agora com licença — Ela diz ríspida e se retira.

O garoto bufa fortemente, inconformado ainda por seu plano não ter dado certo.

(...)

Natasha e Paulo se encontravam conversando em um canto mais isolado. Ambos haviam ficado bem próximos, o Guerra tinha gostado muito de ter se tornado amigo da garota, achou-a bem divertida.

— Nat, me dá licença que eu vou ali rapidinho e volto já — Paulo anuncia e se retira.

— Claro, vai lá — Ela responde simpática.

O erro de Paulo foi ter deixado sua bebida perto de Natasha. A garota olhou para os lados, para confirmar que não havia ninguém olhando e tirou um pequeno frasco de sua bolsa. Logo ela abriu o pequeno vidrinho e despejou toda a substância na bebida do Guerra, desde o começo, a intenção era dopa-lo e tudo havia sido mais fácil do que ela imaginava.

“Agora é só esperar ele voltar” — Ela pensou rindo maquiavelicamente.

(...)

Paulo voltava para onde Natasha estava, porém no meio do caminho, acaba encontrando seu amigo Davi e resolve conversar com o garoto um pouco.

— E aí, Davi, como que anda lá com a Val? — Paulo perguntou interessado.

— Estamos indo bem, sabe, desde que todos fizeram as pazes, eu e ela estamos nos dando bem, até vim buscar uma bebida pra ela. Estou querendo reconquista-la aos poucos — Davi responde confiante.

— Boa sorte meu amigo, ela merece alguém como você, vocês se amam, vai em frente que vai dar tudo certo — Paulo o encoraja.

— Valeu cara — Davi agradece — Não sei como eu pude quase brigar contigo, foi mal mesmo, talvez tenha sido a maior burrice que eu já fiz.

— Esquece isso cara, não foi só você quem errou — O Guerra comentou — Já tá tudo resolvido entre a gente, agora vai lá que a Valéria tá te esperando.

— Valeu mesmo irmão e obrigado — Davi gritou ao longe enquanto se aproximava de Valéria.

(...)

Na mesa das meninas, as garotavas conversavam euforicamente, com exceção de Majo, que nem fazia questão de entender o que elas diziam, sua cabeça ainda estava no segredo dos pais de Jorge.

O papo das garotas era sobre Natasha. Elas opinavam a respeito da garota e o que tinham achado sobre ela. Algumas haviam gostado, outras não. O fato é que a ruiva estava dando o que falar.

Alicia preferiu não opinar, pois estava claramente enciumada pela aproximação da garota com Paulo.

(...)

Davi e Valéria conversavam animadamente. Era a primeira vez em dias que ambos riam e se divertiam juntos, mas era inegável para eles a falta que um causava no outro.

Margarida olhava atenta para os dois e estranhava as risadas e os olhares intensos, resolveu falar com Abelardo, que estava ao seu lado.

— Abelardo, aquilo ali não é muito estranho? — Ela indagou se referindo ao Rabinovich e a Valéria.

— O quê que é estranho? — Ele perguntou distraído, olhando para o nada.

— O Davi e a Valéria, rindo e trocando olhares como se fossem praticamente um casal — A garota responde.

— Ah, é? — Ele dá de ombros — Que ótimo!

Abelardo não conseguia pensar em nada, sua frustação era sem tamanho, pois não havia conseguido cumprir seu plano com Alicia. Por causa disso, nem prestava atenção no que sua amiga dizia.

Percebendo isso, Margarida revirou os olhos e decidiu agir por conta própria.

— Esquece, Abelardo, deixa que eu dou um jeito nisso — Ela diz convicta enquanto sorri.

Margarida rapidamente se levanta de onde estava sentada e vai rumo a Davi, chegando lá, ela interrompe o clima dos dois.

— Oi, gente — Ela cumprimenta — E aí, Davi, vamos dançar? Essa música que tá tocando agora é bem divertida.

Davi não viu problema em aceitar a dança, por isso assentiu.

— Claro — Ele exclamou — Val, vem com a gente?

A menina apenas negou com a cabeça e viu os dois se distanciarem, estava de certa forma incrédula, pois nunca achou que ele iria aceitar, mas talvez fosse até bom, pois não daria suspeita para ninguém ali presente.

(...)

Paulo já havia voltado para onde Nat estava, os dois continuaram a conversar animadamente e a ruiva a todo o momento torcia para que o garoto tomasse sua bebida. Até que aconteceu.

Sem medir as consequências, o Guerra virou com tudo o líquido em sua boca, que desceu queimando. Natasha vibrou internamente e Paulo começou a se sentir estranho.

Não demorou muito e logo Paulo começou a ficar zonzo e falar coisas sem nexo. Natasha soltou um riso debochado e agradeceu aos céus por estarem longe dos outros.

A garota não perdeu tempo e tirou seu celular da bolsa, começando uma gravação de vídeo.

— Então, meu querido Paulo — Ela tentou dizer, mas foi interrompida pelo garoto.

— Vem cá, Alicia, me dá um beijinho — Ele diz para Natasha, confundindo a garota com a Gusman.

A ruiva fica totalmente confusa. Ele queria beijar sua própria prima? Ignorando tudo aquilo, ela resolveu continuar.

— Não, eu não sou a Alicia — Ela negou — Eu quero saber é sobre o que seus primos escondem.

— Primos? — Paulo perguntou rindo descontroladamente. O coitado mal sabia o que estava fazendo.

— É, ué, me conta o segredo de vocês — Nat pediu de novo.

— Nós não somos primos, sua besta, você não sabe? — Paulo perguntou ainda rindo, o efeito da droga só parecia aumentar cada vez mais.

— Não são primos, são o que então? — A garota só ficava mais confusa.

— Nós somos órfãos, sua anta, não tá na cara? Mas deixa de mentir que eu sei que tu é a Alicia, vem aqui me dá um beijinho — Paulo reafirmou e tentou se aproximar de Nat que ficou completamente sem reação.

“Então eles são órfãos? Por isso que sentiam muito ciúmes um do outro, agora tá tudo explicado” — Natasha pensou ainda sem acreditar, como que eles haviam conseguido levar aquela mentira por tanto tempo?

A ruiva não perdeu tempo e terminou a gravação do vídeo. Ela soltou um debochado sorriso antes de falar:

— Xeque-mate.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pois é, queridos leitores. A boa noticia é que os órfãos refizeram as pazes (com um belo discurso do senhor Zapata, diga-se de passagem) E a má eu nem preciso dizer, não é? Aposto que todos estão odiando a Natasha agora...

Veremos em breve o que irá acontecer!

Espero que tenham gostado, perdoem-me por qualquer coisa e até o próximo! :D