Carrossel: Órfãos e Perdidos escrita por Gronk Spike


Capítulo 3
Capítulo 2 - Paulo x ?


Notas iniciais do capítulo

Bem, mais um capítulo aqui. Obrigado a todos que vem comentando. Digamos que é a partir desse capítulo, que as coisas começam pra valer. Boa leitura!



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Os órfãos ficam perplexos com as batidas na porta. Será que seria a polícia? Helena também estava surpresa, porém foi tirada de seu pensamento com mais batidas.

— Fiquem aqui — Pediu ela — Vou conferir quem é.

O grupo de amigos apenas percorreu com os olhos a mulher se dirigir ao portão principal. Ela abre e tem uma surpresa. Um garoto, de mais ou menos quatorze ou quinze anos, de pele escura e com os cabelos pretos, parado em frente ao casarão. Se a surpresa de Helena era grande, então a do garoto era imensa. Ele apenas observava Helena, abismado, não parecia acreditar que estava vendo alguém. Foi tirado de seus devaneios com a voz dela:

— Posso ajudar? — Pergunta gentilmente.

— Essa mansão é habitada? — O jovem questiona ainda incrédulo — Sempre pensei que fosse abandonada.

— Não, eu sempre morei aqui — Ela responde com um sorriso.

— Estranho — Ele murmura — Mas ok, só vim avisar que hoje pela manhã, percebi uma movimentação esquisita e vi um grupo de jovens entrando pela porta do fundos da sua casa, eram por volta de seis.

Helena gelou e ficou paralisada. Então quer dizer que ele tinha visto? Resolveu começar a por em prática o “plano” que tinha combinado com os órfãos.

— Ah! — Ela tentou parecer o mais natural possível — São meus sobrinhos, chegaram de viagem ontem.

O menino continuou estranhando. Pensou em perguntar o porque deles terem entrado pela porta dos fundos, mas achou que estaria sendo muito abusado, invadindo a privacidade deles. Por fim, acabou acreditando.

— Ah, tudo bem. Avise aos seus sobrinhos que meu pai tem uma lanchonete aqui na rua, caso queiram ir... — o menino completou deixando o convite no ar

— Pode deixar que eu dou o recado — Helena diz simpática.

— E a propósito, sou Cirilo — o garoto diz se apresentando pela primeira vez na conversa.

— Ok, Cirilo. Até mais.

— Até — dito isso o garoto se retira.

Helena volta para dentro de casa e os órfãos ficam curiosos.

— E aí?! — Valéria fala apressadamente — quem era e o que queria?

Helena suspira

— Era um garoto, ele percebeu vocês entrando pela porta dos fundos e veio me avisar.

O grupo de amigos se entreolha preocupados.

— Como fomos tão descuidados? — Daniel indaga

— E olha que você ainda sugeriu que entrássemos pela porta dos fundos justamente pra não chamar atenção — Davi diz

— Mas podem ficar tranquilos. Eu já comecei a por em prática o que combinamos. Falei que eu era tia de vocês, e que vocês eram meus sobrinhos que chegaram ontem de viagem. — Helena completa sentando-se no sofá

— Então a partir de hoje, já sabem galera — Daniel diz — Ela é nossa tia, somos primos e chegamos de viagem recentemente.

Todos assentiram

— Suponho que estejam cansados — Helena fala se levantando — Se quiserem, podem escolher seus quartos, cômodo é o que não falta por aqui.

— Você é rica? — Alicia indaga — Pois pra ter uma mansão dessas...

— Na verdade sim — Helena diz com o olhar distante — mas o dinheiro não supre a ausência do meu filho e do meu marido — Completou triste.

Os jovens entenderam a tristeza de Helena, afinal passaram a vida praticamente inteira sem os pais. Eles viram a mulher se distanciar e Majo disse:

— Vai ser demais viver aqui.

— Apesar do perigo que nós e Helena estamos correndo, concordo — Daniel fala.

De repente, Helena volta pra sala.

— Ah, como eu sou esquecida. O menino que veio aqui, disse que o pai dele tem uma lanchonete na rua, caso queiram ir, conhecer gente nova, enfim.

— No momento eu vou é escolher meu quarto, um bem grande de preferência — Valéria comenta fazendo todos rirem.

— Ai Valéria, só você mesmo! — Davi comenta ainda rindo.

Os órfãos acharam a ideia ótima e cada um foi escolher seu quarto. Como Helena disse, cômodo realmente não era o que faltava. Todos ótimos e grandes quartos, e o que mais impressionaram o grupo de amigos, é que tinha móveis nos quartos. Após fazer essa tarefa que foi um tanto quanto divertida, eles voltaram para a sala de estar e ficaram conversando sobre o quão seria incrível essa nova vida deles. Depois de muito papo, as coisas começaram a ficar chatas e monótonas. E Paulo, acabou ficando entediado.

— Vou dar uma volta por aí — o Guerra comentou naturalmente — tá chato por aqui.

— Não, Paulo. Você, não conhece nada por aqui — argumenta Daniel — vai acabar nos colocando em confusão.

— Relaxem, já sei toda a história — Paulo fala indiferente — Somos primos, Helena é nossa tia e chegamos de viagem ontem.

Paulo ignorou os protestos de seus amigos e saiu pela porta da frente, deparando-se com uma rua muito bonita. Ele olha para o fim da mesma e avista uma lanchonete.

— Deve ser aquela lanchonete que Helena comentou — Murmurou para si mesmo.

(...)

— A gente não podia ter deixado ele sair assim — Davi diz preocupado.

— E o que faríamos? — Majo indaga - Ninguém para aquele menino.

— Eu paro — Alicia fala para a surpresa de todos os presentes ali — Vou lá trazer ele de volta, me aguardem.

Alicia sai, e como Paulo, sob protesto dos amigos. Ela olha em volta a beleza da rua, que pouco puderam observar enquanto fugiam do incêndio do orfanato. Porém tinha coisa mais importante para fazer. Achar e arrastar Paulo Guerra, uma tarefa definitivamente nada fácil. Ela começa a andar e percorre os olhos pelo local a procura de Paulo.

— Cadê esse menino? — Ela fala bufando

Alicia continuar a procurar, quando é parada por um garoto.

— Você é nova por aqui? — O tal garoto indaga — Nunca a tinha visto por aqui antes.

— Sim, cheguei recentemente de viagem com meus primos e estamos na casa da minha tia. — Alicia responde tão naturalmente que era capaz de qualquer um acreditar em suas palavras.

(...)

Não muito longe dali, Paulo estava sentado em uma das mesas da lanchonete. Ele levantava-se para ir embora quando é interrompido por Cirilo.

— Ei, espera — Cirilo chamava — Você não é um dos garotos que chegou de viagem ontem?

— Como você sab.. — Antes de Paulo poder completar, ele lembrou-se do que Helena havia dito, de um garoto que os tinha visto entrar pela porta dos fundos da casa — Sim, sou eu.

— Seja bem vindo, meu nome é Cirilo.

— Hm, valeu. Sou Paulo

— Então Paulo... — Cirilo falou, no começo até que Paulo prestou atenção em suas palavras, mas após ver do lado de fora da lanchonete Alicia conversando com um menino, ele não se aguentou.

Saiu em disparada para fora da lanchonete com Cirilo em seus calcanhares, falando algo que ele não conseguia decifrar.

— O que tá acontecendo por aqui? — Paulo perguntou se pondo ao lado de Alicia

— Nada, Paulo. Eu só estava conversando, e, aliás, eu estava te procurando também, pra te levar pra casa — Alicia responde chateada.

— Pronto, me achou. Agora vamos. — Paulo diz puxando-a pelo pulso, mas parou ao ouvir a voz do tal garoto.

— Ei cara, fala direito com ela. Quem você pensa que é? Estávamos apenas conversando.

Paulo virou-se bruscamente para o menino.

— Quem eu penso que sou? Eu vou te dizer quem eu sou — Alicia olha pra Paulo como se dissesse: “Olha lá o que vai responder pra ele, ou nossa situação vai se complicar ainda mais”. Paulo pareceu entender o recado. — Eu sou o primo dela e minha tia não a deixa falar com estranhos.

Paulo ia embora novamente puxando Alicia, quando mais uma vez é parado pela voz do garoto.

— Pra mim você é uma covarde!

O sangue de Paulo ferveu. Ele vira para o menino e pergunta:

— Como é que é? Me chamou de quê?

— De covarde, isso mesmo que você ouviu. — O garoto repete — Vai fazer o quê?

— Paulo, não cai nessa. Vamos embora — Alicia implora, porém em vão.

Mas Paulo apenas sorriu de lado. O que ele faria?


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Notas finais do capítulo

Obrigado mais uma vez a todos que comentaram nos capítulos anteriores, digam o que acharam desse de hoje e podem dar sugestões, estou sempre aberto a novas ideias. E aos leitores fantasminhas, eu ficaria agradecido se comentassem, cada comentário conta muito pra mim, a opinião de vocês. Abraços :D