Carrossel: Órfãos e Perdidos escrita por Gronk Spike


Capítulo 2
Capítulo 1 - Uma nova vida começa agora


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigado a todos que comentaram no prólogo, de verdade. Vocês incentivam o autor a continuar. Bem, aqui é um capítulo um tanto quanto monótono, apenas para vocês conhecerem melhor a história de cada amigo do grupo. Digamos que a partir do capítulo 2 pra frente, as coisas começam pra valer. Boa Leitura!



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O Dia já amanhecia, e a chuva já estava em seu fim. O grupo de amigos continuavam cansados e perdidos.

Daniel, como líder, tentava pensar em algo, mas nas circunstâncias em que estavam, era inútil. Maria Joaquina como todo Boa patricinha reclamava sem parar, sempre sendo advertida por Alícia ou Valéria. Os raios do sol já iluminavam as ruas por onde eles andavam. A fome e o cansaço só aumentavam e nada deles conseguirem algo.

— Daniel, não conseguiu pensar em nada? — Paulo questiona

— Não, Paulo. É difícil pensar em algo nesse estado.

Eles continuaram sem rumo, até que Maria Joaquina dá um grito.

— O que foi criatura? Quebrou a unha? — Alicia pergunta sarcástica

Maria Joaquina mostra a língua pra amiga e responde:

— Hahaha, muito engraçadinha, mas o meu grito foi por causa daquilo.

Majo rapidamente ganha a atenção de todos os amigos e ela aponta para uma mansão. Ela era grande, Estava mal pintada e parecia estar abandonada.

— É só uma casa, Maria Chatonilda — Responde Paulo — deixa de ser dramática.

— Vocês não tão entendendo, a casa está abandonada — Maria responde como se fosse óbvio.

Todos se entreolham se perguntando se realmente era verdade.

— Escutem, gente — Majo continuou — Não estou pedindo para morarmos na casa, só pra poder descansarmos um pouco, e depois voltamos a andar por aí a procura de alguma coisa.

— É, a Majo tem razão — Daniel disse pensativo — Não tem problema se passássemos apenas para descansar

— Sem falar que essa casa só pode estar abandonada — Davi completou.

Todos acabaram concordando e foram em direção ao imenso casarão que ali se encontrava

— Acho melhor entrarmos pela porta dos fundos — Comentou Daniel — Assim chama menos atenção.

Todos novamente concordaram.

Eles facilmente conseguiram abrir a porta dos fundos, pois estava aos pedaços. O grupo de jovens entrou na imensa mansão que, supostamente estava abandonada. Ao adentrarem, perceberam que por dentro era muito mais bonito e bem cuidado do que por fora, as paredes eram bem pintadas, tinha móveis por todos os lados e muitos brinquedos Espalhados pelo chão, o que causou espanto em todos ali presente. Daniel observou bem e constatou que na casa havia outros andares.

— Galera, estamos apenas no primeiro andar — Informou — Essas escadas nos levam para não sei quantos.

— Essa casa é perfeita! — Valéria exclamou — Vamos ficar por aqui mesmo.

— Hm, não sei — Alicia disse pensativa — Porque o lado de fora é todo acabado e destruído enquanto o de dentro é tudo muito bonito?

— Deixem isso pra lá e vamos explorar a casa — Paulo disse dando de ombros

— Sem contar que tem um monte de brinquedos espalhados pelo chão — Davi disse ignorando o comentário de Paulo.

— Isso só pode significar uma coisa... — Maria Joaquina disse enquanto examinava a mansão

—... Que alguém mora aqui — Daniel completou o óbvio

Eles se entreolharam e logo entenderam o recado. Em um passe de mágica, já estavam todos correndo, porém antes de chegarem na saída, escutaram uma voz:

— Aonde vão, crianças?

Os seis jovens pararam, os meninos tomaram a dianteira esperando a voz se aproximar, que era incrivelmente doce e meiga, constataram que era de uma mulher.

— Tá se aproximando — Paulo murmurou

E eles estavam certos, após a voz chegar por completo, era uma mulher. Linda, com um sorriso.

— Olá — Disse a mulher

Nenhum deles conseguia se mexer, e muito menos falar.

— Olá — A mulher voltou a repetir, porém nada de resposta — Hm, então acho que vou ter que ligar pra polícia. Seis jovens invadindo a casa dos outros...

— NÃO — Gritaram todos em uníssono.

— Ah, ainda bem que vocês falam — A Mulher diz examinando o rosto de cada um presente ali. — Posso saber o que fazem invadindo a casa dos outros?

— D-d-desculpe — Valéria falou gaguejando

— É que o orfanato onde morávamos pegou fogo — Davi disse

— E estávamos correndo sem rumo por aí — Majo fala sem graça

— Até que encontramos sua casa — Alícia fala aparentemente tranquila

— E achamos que estava abandonada — Paulo também diz aparentando estar tranquilo

— Mas agora sabemos que não — Daniel completou — Nos desculpe o inconveniente, já estamos indo. Vamos pessoal — Antes que eles pudessem se retirar, a voz da mulher voltou a se ouvir.

— Esperem!

O grupo de amigos parou e virou-se para observar a mulher.

— Vejo que estão cansados e com fome, porque não ficam um tempo aqui?

Um sorriso brotou no rosto de cada um ali.

— Sério? — Valéria perguntou empolgada

— Claro, eu vivo sozinha por aqui, seria bom ter a companhia de alguém, sendo especialmente de crianças — A mulher falou em um tom triste

— Hey, não somos mais crianças — Paulo exclamou fazendo todos rirem.

— A Gente aproveita pra se conhecer — A mulher falou.

Após os seis jovens lancharem, eles se dirigiram a sala de estar com a mulher.

— Então, crianças, quais os nomes de vocês? E ah, poderia me contar a história de vocês?

Eles se entreolharam cabisbaixos, até porque eram órfãos e suas histórias eram obviamente tristes.

— Se não quiserem contar tud... — A moça ia terminar de falar quando é interrompida por Paulo

— Nós contaremos sim, mas com uma condição.

— E qual seria?

— Que nos deixe viver aqui com você, sem ligações pra polícia — Paulo completou para a surpresa de todos ali presentes.

— Isso é errado e contra a lei — disse a jovem moça. Porém logo alguns flashbacks vieram a sua mente.

Logo o dia do acidente, em que perdeu de uma só vez as duas pessoas mais importante de sua vida. Uma lágrima escorreu pelo seu olho e os jovens não deixaram passar despercebido.

"Eles fazem tanta falta, bem que essas crianças poderiam suprir a ausência deles na minha vida" — A moça pensou ainda triste

— Está tudo bem, moça? — Daniel perguntou cauteloso

— Está sim — A mulher diz limpando a lágrima — Tudo bem, eu topo sua condição, eu deixo vocês ficarem aqui.

Novamente os amigos se entreolharam, surpresos.

— Porque você não começa? — A mulher diz apontando para Daniel

— Bem, meu nome é Daniel, eu tenho 16 anos e passei quase a vida inteira no orfanato, a diretora disse que minha mãe me teve muito jovem, e ela era muito imatura. Meu pai não tinha condições de sustentar a própria família e viajou em busca de emprego, minha mãe sem o consentimento do meu pai, me abandonou na porta do orfanato, e eu estava lá até o dia de ontem, onde houve um incêndio — Daniel completou triste, ele sabia que não podia mudar o passado, mas que podia fazer um novo futuro.

— Sou Paulo, eu tenho 16 anos e bem, meus pais tinham uma doença incurável e, segundo os médicos, contagiosa. Meus pais temendo o pior me mandaram pra uma tia distante e cara, sinceramente, foi o pior erro deles. Minha tia era cruel e dura comigo, me fazia de escravo e me humilhava sempre que dava. Certo dia eu descobri que a doença dos meus pais já estava em um nível muito alto e eles morreram — O Guerra fez uma pequena pausa — Me revoltei contra minha tia e fugi de casa, o orfanato foi meu refúgio, até acontecer o que você sabe.

— Sou Davi, 15 anos, não se sabe muito sobre meu passado, eu só sei que passei praticamente minha vida toda lá, segundo a diretora, tinha um casal que não podia ter filhos e eles me criavam ilegalmente. Quando a polícia descobriu, me mandou direto pro orfanato. Não se tem informações sobre meus pais biológicos.

— Meu nome é Valéria, tenho 15 anos e eu juntamente com o Davizinho, fomos os que mais viveram no orfanato. Minha mãe queria me abortar, mas meu pai não deixou. Quando eu tinha 6 anos, meu pai morreu de causas naturais e minha mãe aproveitando a situação me abandonou bem pequena, cheguei no orfanato e fiquei lá até o incêndio.

— Sou Maria Joaquina, 15 anos, bem, meus pais eram bem ricos e influentes, um certo dia eles precisaram viajar a trabalho e eu fiquei em casa mesmo. Fiquei em choque ao descobri que o avião em que eles estavam, havia caído e não tinha um sobrevivente sequer. Chorei dias e mais dias, fui morar com minha avó mas não aguentei e fugi, eu tava muito abalada, só me restou o orfanato.

— Meu nome é Alícia, 16 anos, então, meus pais não me davam atenção nenhuma, pra eles eu nem existia, eu tava cansada de ser um nada e pedi pra morar minha avó em outro estado, eles obviamente toparam, assim se livrariam fácil de mim. Só que minha avó tava muito velha e acabou falecendo. Eu não queria voltar pro estado em que meus pais moravam, não queria ser ignorada novamente por eles. Por isso eu fugi e acabei no orfanato.

A Mulher ouviu atentamente cada uma das seis história. Obviamente bem tristes, e a mulher entendeu a situação deles, afinal ela também tinha uma história triste, que até então era desconhecida por todos.

— Nossa, não sei o que dizer — A mulher falou espantada — Sinto muito.

— Hey, bem que você podia contar sua história agora — Valéria sugeriu e seus amigos concordaram. Sem saída, a moça contou:

— Bem, minha história é triste igualmente a de vocês — Ela falou com o pensamento longe, os jovens deduziram que provavelmente ela tava lembrando de alguma coisa no passado — Meu nome é Helena e eu tinha um esposo chamado René e um filho, chamado Eduardo. Um dia estávamos andando de carro, todos juntos, tipo um passeio em família — Nessa hora a mulher abriu um sorriso que contagiou as crianças. Porém o sorriso foi logo desaparecendo — Só que o pior aconteceu, sofremos um acidente de carro, eu sobrevivi porém meu esposo e meu filho Eduardo foram dado como mortos pois não tiveram o corpo encontrado, desde então eu vivi todos esses últimos 15/16 anos sozinha, solitária, nessa casa. Jurei nunca mais me relacionar com nenhum homem. — A mulher terminou com um suspiro. Os jovens ficaram perplexos e murmuraram um "sinto muito"

— Mas ok, temos que falar algo importante agora — Helena falou em um tom sério — Se vão realmente ficar aqui, temos que trabalhar nisso direito. Se alguém descobre que vocês são órfãos...

— É, não seria nada bom — Daniel falou pensativo — E se fingíssemos que somos primos e que você é nossa tia?

Começou um burburinho na sala, todos aparentaram achar excelente a ideia.

— É uma boa ideia — Disse Helena — Então a partir de hoje se alguém perguntar, eu sou a tia de vocês e vocês são primos.

O Grupo de amigos assentiu e pareceram ficar mais aliviados.

— Sabem crianças.. — Começou Helena — Vocês vão suprir a ausência que meu filho e meu marido fazem na minha vida, é por isso que eu espalho esses brinquedos pela casa, pra dar um ar alegre — Terminou com um singelo sorriso.

O sorriso era tão contagiante que os jovens sorriram também.

— Que tal se... — Helena ia continuar, mas foi interrompida por batidas na porta.

Todos se entreolharam nervosos, quem seria?


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Notas finais do capítulo

Se tiverem gostado, comentem o que acharam. E claro, se quiserem sugerir algo, estou sempre acatando sugestões. Me perdoem qualquer erro ortográfico!