Carrossel: Órfãos e Perdidos escrita por Gronk Spike


Capítulo 25
Capítulo 24 - Plano B


Notas iniciais do capítulo

E aí, meus queridos leitores?! Recebi mais uma linda recomendação, dessa vez da leitora "belieber4ever". Muito obrigado mesmo! Nunca imaginei que a fic faria tanto sucesso, agora no total já são 7 recomendações! Capítulo dedicado a você como uma forma de agradecimento!

Gostaria também de agradecer a quem sempre tá comentando, vocês não sabem como me animam! Bem, espero que gostem do capítulo de hoje e tem uma surpresinha no final, boa leitura! :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/637658/chapter/25

“É a minha chance” — Daniel pensou aproximando-se cada vez mais.

— Paulo, eu já disse que não vai ser fácil — Davi diz descendo as escadas com Paulo em seus calcanhares.

— Claro que vai, a gente vai vencer fácil — O Guerra retruca e os dois chegam na sala.

Maria Joaquina e Daniel se separaram automaticamente. Ela levou a mão ao peito, nervosa. Por mais que não gostasse de Jorge, não queria trair o garoto.

Daniel, por outro lado, suspirou derrotado e viu Majo subir as escadas apressada.

Paulo e Davi não perceberam o que haviam causado e continuaram discutindo.

— Ué, Daniel, ainda acordado? — Paulo perguntou e se aproximou do garoto.

— É, mas já to indo dormir — Ele afirma.

— Vem com a gente, nós vamos fazer um lanchinho noturno — Davi exclama esfregando as mãos uma na outra.

— Não, to cansado. Boa noite — Daniel se despede e sobe as escadas.

Paulo e Davi se entreolharam sem entender nada e deram de ombros, seguindo para a cozinha.

(...)

Durante o outro dia, Daniel acordou bem indisposto. Seu quase beijo com Majo não saía de sua cabeça, e o garoto pensou que com toda a certeza ela o evitaria, por isso teria que arranjar um ótimo tempo para tentar conversar com ela.

Majo também se sentia confusa. Ela queria mais do que nunca aquele beijo, mas agradeceu aos céus por Paulo e Davi terem interrompido, porque ela não queria ter que trair seu amigo.

Os órfãos chegaram na escola, e como de costume, cada um foi para seus amigos. Exceto Alicia, que foi para perto de Abelardo, já estava normal a garota fazer aquilo para tentar fugir de Paulo. O Guerra, por sua vez, tentava se mostrar normal diante daquilo, mas no fundo se ardia em ciúmes.

— E aí, Abelardo, preparado pro jogo de hoje? — Alicia indagou se aproximando dele.

— Eu não jogo hoje, estou suspenso — Ele respondeu e a garota se lembrou do que Paulo havia dito.

— Ah, é verdade, eu tinha esquecido — Ela comenta.

— E como você sabia? — Abelardo devolveu.

— Paulo me disse — Alicia diz sem fita-lo, nervosa.

— Hm... — Ele murmurou — Falando nele, posso te fazer uma pergunta?

— Claro, diz aí — A Gusman pediu.

— Você tá fugindo dele? Porque eu to estranhando muito essa aproximação repentina sua — Abelardo questionou e Alicia suou frio.

— Óbvio que não, porque eu fugiria do Paulo? — Alicia rebateu tentando não gaguejar.

— Ah sei lá, mas se aproximando de mim, o Paulo não iria atrás de você por ter uma rixa comigo, por isso pensei que fosse isso — Abelardo diz e deixa Alicia surpresa.

“Caramba, ele pensou em tudo, que esperto” — Alicia afirmou por entre os pensamentos.

— Mas não é isso não. Eu não sou do tipo que foge, só me aproximei de você porque queria esquecer daquele dia e virarmos amigos, algum problema? Quer que eu vá embora? — Alicia indaga virando o jogo.

— Não. Pode ficar, eu gosto da sua companhia, eu só tava achando estranho, mas acredito em você — Abelardo diz e ela fica mais aliviada com aquilo.

— Tudo bem, agora vamos que daqui a pouco o sino bate — Ela diz mudando de assunto e os dois começam a caminhar.

(...)

Jorge se encontrava no carro de seu motorista, quase chegando à Escola Mundial. O Cavalieri tentava formar várias teorias em sua cabeça a respeito do segredo dos órfãos, mas nada vinha em sua cabeça, pois sem uma prova concreta, era inútil.

“Sem uma prova concreta é difícil afirmar algo. Será que na verdade eles tem vergonha dos pais e esse é segredo deles? Mas e porque eles sentem tanto ciúmes um dos outros?” — Jorge se perguntava a todo o momento, sua mente estava um caos e o garoto não chegava em uma conclusão.

— Chega, desisto, preciso de mais provas — Ele afirma para si mesmo e o carro estaciona enfrente a escola.

O garoto desce e vai em direção a Maria Joaquina.

— Oi, Jorge, demorou a chegar hoje — Majo disse após os dois trocarem um rápido selinho.

— Pois é, muitas discussões dos meus pais lá em casa, foi um sacrifício pra chegar — Ele diz.

— Pois bem, vamos entrar que o sino já tocou, vamos pra sala — Ela fala e o garoto assente.

(...)

As primeiras aulas se arrastaram. Daniel não conseguia tirar a cena do dia anterior de sua cabeça. Majo muito menos, por isso mal havia se concentrado nas atividades. Paulo a todo o momento fitava Abelardo e Alicia conversarem e rirem. Já Jorge, se mantinha numa postura pensativa e observadora, analisando tudo que acontecia na sala de aula e formulando respostas em sua mente.

Na hora do intervalo, Bibi procurou por Maria Joaquina e logo entrou a garota, aproximou-se dela.

— Majo, será que eu poderia conversar com você? — A ruiva perguntou e Majo arqueou a sobrancelha, se questionando o que seria.

— Claro, sobre o que é? — Maria Joaquina devolveu interessada.

— Sobre seu primo — Bibi responde.

— Qual deles? — Majo perguntou já sabendo qual seria a resposta.

— O Daniel — Bibi diz de maneira direta e um pouco fria.

— Pois tá, diga — Maria Joaquina pede e escuta atentamente a ruiva.

— Ele não presta, Majo, ele só queria me enrolar e brincar com meus sentimentos — Bibi dizia quase chorando.

— Não, Bibi, o Daniel não é assim — Majo diz inconformada.

— É sim Majo, sei que você o defende por ser prima, mas ele é um canalha — a ruiva já dizia aos prantos.

— Calma, vai passar — Majo tentava consola-la.

— Para o meu bem, eu vou me afastar dele — Bibi diz e Majo sente uma felicidade invadir seu peito e um pequeno sorriso se forma entre seus lábios.

— Jura? Que bom — Majo exclama animada fazendo a americana estranhar.

— Sim, mas porque você ficou tão feliz? — Bibi questiona desconfiada.

— É que — Maria Joaquina se enrolava na resposta — É que se realmente ele é um canalha, fico feliz por você se afastar dele, vai te fazer bem.

A ruiva parece acreditar, e assente concordando.

— Agora vamos aproveitar esse intervalo, vem comigo — Majo a puxa e as duas logo começam a andar.

(...)

Os meninos, por outro lado, passaram o intervalo inteiro discutindo e debatendo a respeito do jogo. Táticas, jogadas, formações e muitas outras coisas era pauta no assunto dos garotos no intervalo. Nenhum deles quis jogar para correr o risco de se machucar faltando horas para o jogo.

As últimas aulas logo se passaram e a hora do jogo havia chegado. Os meninos saíram da sala, bem animados e eufóricos, menos Paulo.

— E aí, Jaime, como é que vai funcionar isso? — Daniel indagou curioso.

— Seguinte, a gente tem que esperar os dois ônibus alugados pela escola chegarem. Um leva o time e o treinador, e o outro leva as líderes de torcida junto com mais alguns alunos que vai apoiar a gente — O Palilo explicou.

— E a questão dos nossos uniformes? — O Zapata voltou a perguntar.

— A gente se arruma lá, no vestiário da outra escola — Jaime respondeu.

— Isso vai ser demais — Davi disse empolgado.

Minutos depois e os veículos chegaram. As órfãs optaram por irem no ônibus que iria levar os torcedores, pois não queriam deixar de prestigiar seus amigos em um momento importante.

(...)

Em pouco tempo os dois ônibus estacionaram em frente à outra escola. Era também muito grande e bonita assim como a Escola Mundial. O primeiro ônibus se abriu e de lá saiu às líderes de torcida juntamente com alguns outros alunos. Majo, Alicia e Valéria começaram a caminhar perdidas em direção a quadra da escola.

Por outro lado, os meninos desceram e começaram a ir rumo aos vestiários. Mesmo suspenso, Paulo foi à outra escola, para torcer pelos companheiros. O que o Guerra não esperava, era um monte de meninas olhando em sua direção e cochichando algo.

— É, Paulo, essas meninas tão te cantando — Daniel sussurrou para o amigo.

— Normal, já estou acostumado com isso — Paulo gabou-se e dava algumas piscadelas para as meninas que o observava.

As órfãs estavam perto de onde aquilo ocorria, e Alicia não ficou nenhum pouco satisfeita. Seu olhar de irritação denunciava.

— Ciúmes, Alicia? — Valéria perguntou rindo.

— De quê? — A Gusman se fez de desentendida.

— Oras, não nos faça dizer, você sabe o que é — Majo acompanha Valéria nas risadas.

Alicia apenas revirou os olhos e continuou a andar se distanciando de suas amigas. Até que a garota para de frente ao vestiário masculino do time adversário, rapidamente uma ideia de vingança vem a sua cabeça.

Ela logo se aproxima da porta, mas antes de abri-la, os jogadores do time saem de lá e a fitam.

— Olha só, carne nova no pedaço — Um deles comentou e Alicia ficou indignada.

— Respeita ela, cara — Outro comentou autoritário.

Alicia agradeceu mentalmente por aquilo.

— Então, você é da outra escola? Nunca ti vi por aqui antes — O garoto que a defendeu perguntou.

— Sim, sou da outra escola, eu vim ver o jogo dos meus primos — Ela respondeu.

— Ah, muito prazer, sou Fábio — O tal garoto se apresenta.

— Sou Alicia — A mesma diz.

— Então, Alicia, eu tava aqui pensando — Fábio diz se aproximando dela — Não quer me conhecer melhor depois do jogo?

A garota rapidamente olhou para o lado e viu Paulo observando tudo de longe, ela não pensou duas vezes e aceitou a proposta de Fábio, para provocar o Guerra.

— Vamos fazer o seguinte — Alicia começou — Se você arrebentar no jogo e seu time vencer, eu saio com você.

Fábio abriu um grande sorriso e os dois apertaram as mãos. Paulo ferveu de raiva e seguiu rumo à quadra, indignado com aquela situação e se perguntando como ela tinha coragem de aquilo.

(...)

No vestiário dos meninos, eles tinham acabado de se vestirem com o uniforme do time da escola mundial, e discutiam a respeito do jogo.

— Muito bem galera — O treinador começou — Mantenha os pés no chão e façam o que vocês fazem de melhor, jogar futebol!

Eles rapidamente se deram as mãos e fizeram uma rápida prece, logo em seguida saindo do local rumo à quadra. Os garotos sentiram a pressão de longe, a torcida da outra escola, obviamente, estava em um número maior e apoiavam sem parar.

O time adversário entrou em quadra e Fábio deu uma piscadinha para Alicia na arquibancada, fazendo-a rir sem graça e Paulo olhar abismado para aquilo. O Guerra também se encontrava na arquibancada assistindo, por causa de sua suspensão.

O jogo logo começou, deixando todos os presentes eufóricos.

(...)

As coisas na partida estavam complicadas. O time da escola mundial estava de longe muito desunido. Jaime e Davi a toda hora discutiam, por conta dos ciúmes do Rabinovich. O jogo se encontrava em 3x0 para o time da outra escola e para piorar tudo, Adriano mancava, o que causou desespero no treinador, pois o garoto era o substituto imediato de Paulo, se Adriano não pudesse jogar, eles estavam ferrados.

O primeiro tempo terminou e o time da escola mundial se reuniu, o treinador pediu atenção, mas a toda hora Davi e Jaime discutiam.

— Foi que eu falei, o Davi não tá jogando direito, só tá errando passe e perdendo gol óbvio, já era, vamos ser eliminados — Jaime diz irritado.

— Se nós vamos ser eliminados, é por sua culpa, que não defende uma bola — Davi retrucou.

Os dois se levantaram e tentaram ir pra cima um do outro, sendo separados pelo restante da equipe.

— Davi, para com isso que ninguém aqui vai ser eliminado — O treinador grita nervoso — E Jaime, como capitão você tem que dar exemplo, e não ficar discutindo com os outros.

Mário, Daniel e Adriano permaneciam calados e cabisbaixos, nenhum deles acreditava mais na vitória da equipe.

— Treinador, não dá mais pra mim, meu tornozelo tá doendo muito — Adriano anunciou e o treinador se desesperou mais ainda.

Desunião na equipe, jogador machucado, 3x0 para o outro time e faltando apenas o segundo tempo. Ele se viu sem saída.

— E aí, treinador, vamos jogar com um a menos? — Mário indagou aflito.

— Não. Se jogarmos com um a menos, o vexame será maior. Não tem outro jeito, terei que chamar o Paulo, ele é o único da posição do Adriano — O treinador diz pensativo.

O homem se virou para os torcedores e chamou Abelardo.

— Precisando de mim, treinador? — Abelardo perguntou.

— Sim, preciso que vá chamar o Paulo, ele vai ter que jogar — O treinador diz e Abelardo fica incrédulo.

— O quê? Mas ele tá suspenso, você disse isso — Abelardo refutou indignado.

— Sim, eu sei o que eu disse, mas é isso ou jogar com um a menos — O homem argumentou.

— Mas e eu? Porque não pode ser eu? — Abelardo tentava a todo custo fazer o treinador mudar de ideia.

— Porque você não é da mesma posição do Adriano. Agora deixa de questionar minhas decisões e vai chamar o Paulo, como eu mandei — O treinador ordenou.

Contrariado, o garoto começou a caminhar em direção a Paulo, mas antes de chegar no menino, teve uma ideia. Ele não deixaria Paulo jogar de jeito nenhum e pensou em um jeito de sabotar o Guerra.

Abelardo mudou de direção e, discretamente, foi rumo ao vestiário, ao chegar lá ele se dirige aos pertences de Paulo e pega as chuteiras do garoto. Ele rapidamente sabota o objeto. Retira as palmilhas, os cadarços e joga as chuteiras dentro do vaso sanitário.

Ele logo sai do local como se não tivesse acontecido nada e vai em direção a Paulo. Abelardo explica tudo para o Guerra, que fica animado e corre para o vestiário.

— Ué, cadê minhas chuteiras? — Paulo indagou procurando o objeto.

Após achar dentro do vaso sanitário, Paulo enfureceu-se.

“Abelardo! Só pode ter sido dele, mas eu não tenho provas” — Ele pensou indignado.

Paulo correu de encontro ao treinador.

— Anda, Paulo, já vai começar o segundo tempo. Cadê suas chuteiras? — O treinador questionou o analisando.

— Você não vai acreditar. Eu as achei sem as palmilhas, sem os cadarços e dentro do vaso sanitário, não dá pra eu jogar assim — Paulo explicou e o treinador se viu num péssimo dia, tudo estava dando errado.

(...)

Fábio aproveitou o intervalo para conversar com Alicia, o menino aproximou-se dela e começou a puxar papo.

— É, Alicia, estamos ganhando e eu marquei todos os gols, vai ter que sair comigo — Ele diz sorridente.

— Pois é, mas vamos esperar pra ver o fim do jogo — Alicia diz sem graça. Havia se arrependimento de ter feito aquela aposta.

O garoto apenas sorriu e voltou para sua equipe.

(...)

— Já sei — Paulo diz pegando o treinador de surpresa — O Adriano pode me emprestar à chuteira dele.

— Hm, não sei não, vocês nem calçam o mesmo número — O treinador diz, reprovando a ideia.

— É isso ou jogar com um jogador a menos, não custa tentar — Paulo diz e o treinador parece concordar.

— Tudo bem...

(...)

Jorge estava sentado ao lado de Majo na arquibancada, porém mal prestava atenção no jogo. O garoto a toda hora fitava uma menina, que não tirava os olhos do Cavalieri. A garota levantou-se e saiu rumo a algum lugar, Jorge se viu no momento perfeito de ir atrás dela.

— Majo, eu vou ao banheiro, aproveitar que o jogo tá no intervalo, volto já — Ele anuncia e Majo assente.

Jorge rapidamente segue a garota e a prensa numa parede distante.

— Opa, eu vi que você não tirava os olhos de mim, gatinha — Ele diz sorrindo malicioso.

— Pelo visto você entendeu meu recado — A tal menina diz e os dois começam um beijo feroz e cheio de desejo.

O Cavalieri não estava nem um pouco se importando com o fato de que estava traindo Maria Joaquina, ele só queria curtir o momento, afinal nem gostava de Majo mesmo.

Jorge logo entrou com a garota em uma pequena sala ali perto e ambos ficaram por lá por um longo tempo, se beijando e se divertindo.

(...)

O segundo tempo logo começou e Abelardo não conseguia parar de rir porque Paulo não se adaptava com as chuteiras de Adriano. A todo o momento as chuteiras caíam e o Guerra não fazia um bom jogo.

— Do que tá rindo? — Margarida perguntou sentada ao lado dele, notando as risadas do menino.

— Do Paulo, aquele babaca — Ele responde entre uma risada e outra.

(...)

Paulo tentava se concentrar no jogo, mas o garoto não conseguia tirar da cabeça o diálogo de Alicia com Fábio. Ele não podia deixar de jeito nenhum os dois saírem juntos.

O clima no time estava um pouco melhor. Davi e Jaime já haviam parado de brigar.

Faltavam cinco minutos para o fim do jogo, numa pequena distração da equipe adversária, Paulo pegou a bola e chutou forte marcando um gol e diminuindo a vantagem, 3x1 se encontrava no placar.

O jogo continuou e numa velocidade incrível, Paulo driblou dois jogadores adversários e marcou mais um gol, diminuindo para 3x2

A torcida da escola mundial foi à loucura, o treinador se animou e os jogadores se empolgaram, o que parecia impossível, agora só estava um gol atrás.

Em um erro muito bobo da defesa da outra escola, Paulo roubou a bola, e mesmo com as chuteiras quase caindo dos pés, ele encobriu o goleiro adversário, marcando seu terceiro gol na partida e empatando tudo.

Ficou um silêncio geral na quadra, a torcida da outra escola não conseguia acreditar. Abelardo muito menos, como que Paulo estava jogando bem com uma chuteira que nem era sua?

“Só mais um gol, Paulo, você não pode deixar a Alicia sair com aquele idiota” — O Guerra pensava consigo mesmo.

Os companheiros de Paulo estavam abismados. De onde o garoto havia tirado inspiração para jogar daquele jeito e marcar três gols?

Um minuto para o fim do jogo. Paulo com a bola. O garoto correu o máximo que pôde e só parou porque Fábio o derrubou dentro da área. O juiz assinalou pênalti, mas Paulo levantou-se irado e partiu para cima do garoto.

— Calma, Paulo, sem perder a cabeça agora, falta um gol — Daniel o alertou e Paulo ficou mais calmo. Fábio apenas ria debochado.

Daniel era o cobrador oficial do time em pênaltis, mas Paulo pediu para bater, era uma questão de honra.

— Por favor, treinador, deixa eu bater — Paulo pedia do lado do homem.

— Se o Daniel concordar... — O treinador diz e Paulo fita o amigo.

O Zapata assente e o Guerra agradece. Ele coloca a bola na marca e ao ouvir o apito do árbitro, chuta colocado no ângulo do goleiro, sem dar chances ao rapaz. Estava lá dentro, indicando 4x3 para a escola mundial.

A quadra explodiu de alegria, pelo menos por parte da escola mundial. Os jogadores correram para o abraço enquanto a torcida gritava eufórica.

Abelardo ainda estava incrédulo e não conseguia acreditar no que havia visto.

O fim do jogo chegou e com ele, a classificação da escola mundial. Fábio saiu cabisbaixo, sem acreditar no que acabara de acontecer. Ele e o restante do time voltaram para o vestiário.

Os meninos da escola mundial, por outro lado, era só alegria.

— Caramba, hoje o Paulo tava impossível, jogou demais — Jaime confessa impressionado.

— É eu sei, podem admitir — Paulo diz rindo, enquanto gabava-se — Ah, antes de ir pra casa, tenho que fazer uma coisa.

Paulo diz e sai em disparada rumo ao vestiário do outro time, ao chegar lá, ele entra e se depara com Fábio.

— O que quer aqui? — O garoto perguntou friamente.

— Esfregar na sua cara que você não vai sair com a Alicia. Perdeu, otário — Paulo debocha do menino e sai esbarrando nele de propósito.

(...)

Alicia estava muito mais do que aliviada, não teria que sair com Fábio, mas por outro lado, não gostaria de ficar ouvindo Paulo se gabar pela incrível vitória. A garota começou a caminhar com Valéria rumo ao ônibus da escola.

Majo disse que iria depois, pois estava muito preocupada com Jorge, o garoto não havia voltado do banheiro desde o intervalo do jogo.

“Pra onde será que fica o banheiro?” — Ela perguntou-se mentalmente e começou a caminhar sem rumo algum.

— Opa, olha só quem tá aqui, uma menina da outra escola — Alguns garotos cercaram Majo e começaram a dar em cima dela.

— Me deixem em paz, vão embora — Ela gritou assustada.

— Acho melhor você falar direito com a gente — Um dos meninos segurou-a pelo pulso, machucando-a.

— E eu acho melhor você soltar ela, ou vai perder todos os dentes — Alguém diz e todos se viram em direção a voz, dando de cara com Daniel.

— Daniel? — Majo indagou feliz em vê-lo.

— Quem é você cara? Quer bancar o heroizinho? — O garoto que segurava Maria Joaquina perguntou.

— Sou o primo dela, e se você não a largar, irá se ver comigo — Daniel ameaçou mais uma vez e o tal menino largou-a.

— Vamos embora, galera — O menino disse e seu grupinho saiu dali, distanciando-se.

— Muito obrigada, Daniel, eu nem sei o que eu faria se você não tivesse chegado — Majo diz mais aliviada.

— Não precisa agradecer, mas vem cá, cadê o Jorge? Ele, como seu namorado, devia ter te protegido — O Zapata indagou.

— Boa pergunta, ele disse que iria no banheiro na hora do intervalo e não voltou até agora — Majo diz, olhando para os lados, procurando o garoto.

— Hm, ok, só não demora porque daqui a pouco o ônibus sai — Daniel diz e começa a andar.

— Daniel, espera — Majo diz e o garoto se vira — Obrigada mesmo, de verdade.

Ele apenas sorri e volta a caminhar.

(...)

Jorge sai apressado de dentro da pequena sala com a tal garota. Ele logo se despede dela e começa a procurar por Majo, achando-a irritadíssima.

— Já terminou o jogo? — Ele perguntou sutil.

— Já — Majo responde monossilábica.

— Ganhamos? — Jorge volta a questionar e Majo apenas assente — Que bom, não é?!

— Jorge, onde você estava? — Majo perguntou.

— No banheiro, eu disse que ia lá, não é? — Ele se justificou.

— É, mas demorou demais — Majo diz.

— É que eu tava falando com meus pais pelo telefone, eles me ligaram — O garoto inventava uma desculpa qualquer.

Maria Joaquina aproximou-se dele e percebeu o quão amarrotado suas roupas estavam e seus cabelos bagunçados.

— Jorge, o que significa isso? — Majo voltou a questionar indignada.

— Isso o que? — Ele se fez de desentendido.

— Você, todo bagunçado e mal arrumado — Ela responde o observando.

— Ah, é porque quando eu vi que estava demorando, vim correndo, por isso fiquei assim — Ele inventa mais uma desculpa esfarrapada.

— Hm, ok, estou de olho — Ela diz e ele ri abraçando-a de lado.

Ambos vão em direção ao ônibus escolar.

(...)

O resto da tarde passou-se bem rápido, logo a noite pairava sobre a cidade. Alicia se encontrava sozinha na sala de estar, ainda aliviada por não ter que sair com aquele garoto.

Paulo desceu as escadas, muito sorridente e animado, e foi em direção a Gusman. Alicia apenas revirou os olhos.

— Tá todo feliz assim por quê? Só porque eu não vou sair com aquele Fábio? — Alicia questionou provocando o garoto.

— Não. É porque eu joguei, marquei todos os gols e ainda classifiquei o time para as semifinais — Paulo diz orgulhoso.

— Ah, tchau Paulo, to sem tempo pra esses seus discursinhos soberbos — Alicia diz e tenta se retirar, mas o Guerra a puxa pelo braço, fazendo os dois ficarem frente a frente.

— Calma, eu só queria dizer que com ele você pode não conseguir nada, mas comigo sim — Ele declara sem tirar os olhos de Alicia.

Ela ficou totalmente confusa, mas nem deu tempo de pensar em nada, pois no segundo seguinte, Paulo a beijou, de uma maneira intensa e voraz, Alicia correspondeu sem pensar duas vezes, não restava mais dúvidas para a menina que ela estava apaixonada pelo Guerra.

“É, eu realmente to apaixonada pelo Paulo. Mas que droga!” — Alicia repreendeu-se pelos pensamentos, ainda durante o beijo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Jorge foi bem fdp não é? kkkk

e a Alicia confessando que estava apaixonada pelo Paulo! veremos no próximo o que ela irá fazer!

E aos fãs dos outros casais, fiquem tranquilos que logo em breve terá beijo Maniel e Daléria!

Espero que tenham gostado, me perdoem qualquer erro e até o próximo! :D