Carrossel: Órfãos e Perdidos escrita por Gronk Spike


Capítulo 24
Capítulo 23 - Pedido aceito


Notas iniciais do capítulo

Gente, hoje eu to muito feliz! Apenas no capítulo anterior, recebi 3 maravilhosas recomendações! Dos leitores "MC Carlos Funk Sumaré", "Annasinger19" e "Paulicia7". Vocês não sabem como as recomendações de vocês animaram meu dia! Muito obrigado mesmo, agora no total já são 6! Capítulo de hoje inteiramente e especialmente dedicado aos 3 que recomendaram! Espero que gostem e boa leitura! :D



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Desde que Alicia havia descido as escadas, a garota se manteve pensativa sobre o que Paulo tinha dito.

“Você pode até dizer que não, Alicia, mas bem no fundo eu sei que o beijo valeu algo pra você”.

A todo o momento essas palavras martelavam na cabeça da Gusman. Por mais que ela quisesse negar, ela sabia que era verdade o que Paulo havia falado.

“Esquece ele, Alicia. Você não pode se apaixonar pelo Paulo” — Alicia tentava colocar na cabeça, mas era em vão.

— Isso é ridículo, eu não posso está apaixonada por ele — Alicia diz para si mesma enquanto senta-se no sofá da sala de estar da mansão.

Rapidamente a lembrança do beijo vem em sua mente. Ela não podia negar que havia gostado do beijo.

“A Carmen tinha razão, ele beija bem mesmo” — Alicia pensou e sorriu.

— Melhor eu ocupar a minha cabeça com algo, não posso ficar toda hora pensando naquele idiota — Ela diz levantando-se e subindo as escadas, rumo ao seu quarto.

(...)

Majo não conseguia pensar em outra coisa. Tudo que vinha em sua mente era o momento em que Daniel e Bibi se beijavam. Ela não podia negar que só aceitaria o pedido de Jorge por ciúmes, mas não tinha outra saída. Mesmo sabendo que seria uma atitude bem infantil de sua parte, a garota resolveu seguir em frente com sua decisão.

Ao chegar à frente da mansão do garoto, ela tocou a campainha, rapidamente sendo atendida pelo mordomo.

— Pode subir, senhorita. O Jorge está a sua espera — O homem diz educado.

— Obrigada — Maria Joaquina agradece sorrindo e vai até o quarto do Cavalieri.

A garota logo bate na porta do local e recebe autorização para entrar.

— Majo, que bom te ver por aqui — Jorge diz sorrindo e indo de encontro à garota.

— Eu preciso falar com você — Ela diz o abraçando e ele retribui.

— Claro, pode dizer — Jorge fala já imaginando o que, provavelmente, seria.

— É sobre o seu pedido. Eu já tenho uma resposta — Maria Joaquina diz firmemente, enquanto fita o garoto.

— Estou ansioso — Jorge confessa.

— Eu aceito seu pedido, vou ser sua namorada — Majo fala decidida e Jorge abre um grande sorriso.

Mas não era um sorriso qualquer, não era um sorriso de felicidade. Era um sorriso de vitória. O Cavalieri se via cada vez mais perto do segredo da menina.

Ele se aproxima lentamente da garota e um beijo entre ambos se inicia. Era muito estranho para a garota, ela não conseguia corresponder a altura, pois na realidade só gostava de Jorge como amigo.

Tudo o que a garota conseguia pensar enquanto beijava-o, era em Daniel.

— Desculpa — Majo pediu separando-se do garoto.

Ele apenas deu um riso baixo e acariciou o rosto da garota, que ainda tinha uma feição triste.

(...)

Valéria estava mais feliz do que nunca, pois seu plano funcionava perfeitamente. Ela tinha visto claramente a irritação de Davi quando conversaram. A garota chegou à casa de Jaime e logo foi atendida pelo mesmo.

— Valéria? — Jaime indagou confuso — Você não me disse que viria aqui.

— É assim que você vai tratar sua namorada, Jaime? — Valéria pergunta debochadamente enquanto ria.

Jaime apenas revirou os olhos e deu passagem para que a garota entrasse.

— Seja breve, porque eu to ocupado resolvendo as lições de casa — O Palilo disse sentando-se ao lado dela no sofá.

Valéria arqueou a sobrancelha. Desde quando Jaime faria as lições de casa?

— Deixa de mentir, o que você tava fazendo de verdade? — Valéria perguntou rindo.

— Tá bom. Eu tava jogando videogame, agora me diz logo o que você quer — Jaime admitiu fazendo-a rir ainda mais.

— Eu só queria te contar algo a respeito do plano, que eu fiquei sabendo — Ela diz e ele suspira.

— Você me tira do meu videogame pra vir me contar fofoca? — Ele questionou indignado.

— Ah, Jaime, não é bem uma fofoca — Valéria diz sem graça.

— Tá, que seja, diz logo — Ele implora.

— É que eu descobri que a pessoa alvo do nosso plano está se mordendo de ciúmes, ou seja, por enquanto tá tudo dando certo — Ela revela.

Jaime fica satisfeito pela amiga.

— Olha, que bom, nunca pensei que esse plano maluco fosse dar certo — Jaime diz rindo.

— Nem eu — Valéria murmura para si mesma.

— O que eu quero saber, é quem é o alvo — O Palilo diz, deixando-a nervosa.

— Jaime, meu querido amigo. Como eu disse, em breve você saberá — Valéria diz sorrindo forçadamente e colocando uma das mãos em seu ombro.

— É, eu espero que sim — Ele comenta.

— Tá, chega desse papo e vamos jogar videogame que eu vou te dar uma surra — Valéria anuncia e Jaime se empolga.

— Isso é o que veremos — Ele bradou animado e ambos foram rumo ao quarto do garoto.

(...)

No parque o clima era um pouco estranho. Não entre Daniel e Bibi, mas sim no estado em que se encontravam. Para a ruiva, Daniel gostava dela e não via a hora do garoto se declarar e pedi-la em namoro. Já o garoto, só conseguia pensar em Maria Joaquina e no que ela devia ter pensado quando viu o beijo dele com Bibi, pois desde o ocorrido, os dois não haviam conversado.

Por conta de tudo isso, o Zapata não conseguia se divertir. Ele até se esforçava, mas sua mente estava em outro lugar.

— Vai, Daniel, sua vez de tentar — A voz de Bibi soa pelo local e Daniel é tirado de seus pensamentos.

— Ah, desculpa — Ele diz e tenta acertar o alvo do brinquedo em que ele e a ruiva se encontravam jogando.

Só que sua tentativa foi falha e o garoto errou bisonhamente.

— É, hoje eu não estou em um bom dia — Ele comenta rindo fraco.

— Percebe-se — A ruiva concorda também rindo.

— Então, vamos pra casa? Eu to meio cansado — Daniel diz mudando de assunto.

— Mas já? Não faz muito tempo que estamos aqui — Ela diz fazendo bico.

— Pois é, só que eu to meio indisposto, deve ter sido as aulas — O Zapata insiste e a ruiva fica sem saída.

— Tudo bem, vamos então — Ela diz e os dois começam a caminhar em direção à casa da garota.

(...)

No dia seguinte, apesar do clima bastante pesado, todos os órfãos se arrumaram e foram rumo à escola bem cedo. Ao chegarem, os meninos e as meninas vão para seus respectivos amigos.

— Espero que estejam todos preparados — Jaime anunciou — Pois o jogo é amanhã e se vencermos, estaremos nas semifinais.

— E eu não vou jogar, que legal — Paulo deu um falso grito de entusiasmo.

— Relaxa que você volta nas semis — Mário comenta.

— Você fala pra a gente se preparar, Jaime, porém você tá mais focado no seu namoro com a Valéria do que no jogo — Davi diz enciumado.

Daniel deu uma leve cotovelada no amigo.

— Maneira nos ciúmes, Davi — O Zapata sussurrou bem baixo para o garoto.

— Olha aqui, Davi, eu posso tá sim focado no meu namoro com a Valéria — Jaime diz com dificuldade, dando uma pausa — Mas estou cem por cento preparado pro jogo, e como capitão, é meu dever cobrar isso de vocês também. Agora para com esse ciuminho bobo de primo e vamos pra sala que o sino tocou.

Logo começa o tumulto matinal dos alunos indo em direção as suas salas. Daniel andava mais a frente, quando viu Majo e Jorge conversando. De relance, Maria Joaquina viu que o Zapata a observava. Não perdeu tempo e puxou Jorge para um beijo. Mesmo contra sua vontade, ela se esforçou para beijar o Cavalieri pra valer.

Daniel sentiu algo estranho, seu peito ardia e seu sangue fervia. Diferente de seus amigos, ele admitia quando estava com ciúmes.

“Já era. Perdi minha chance” — Ele lamentou pelos pensamentos e seguiu rumo à sala de aula.

(...)

O intervalo logo chega, e com ele, a euforia dos alunos. Jaime rapidamente vai para quadra com seus amigos e começam a jogar futebol. Menos Daniel, que se mantinha isolado, apenas observando a partida na arquibancada.

O garoto focava o olhar apenas em um ponto qualquer, por isso não reparou que Bibi havia sentado ao seu lado.

— Pensando? — A voz da ruiva o fez sair de seus devaneios e ele finalmente a fitou.

— É, acho que sim — Ele murmurou.

— Porque não está lá jogando com os outros? — Bibi voltou a perguntar.

— Não to com vontade— Ele deu um longo suspiro — E também não quero correr o risco de me machucar faltando um dia para o jogo da escola.

— É, você tem razão — Bibi comentou.

Um silêncio nada confortável se estabeleceu entre os dois.

— Posso te perguntar uma coisa? — Bibi quebra o silêncio.

Daniel apenas assente.

— Quando a gente vai sair de novo? Estou bem ansiosa, e dessa vez poderia ser um cinema — Ela pergunta já sugerindo.

— Olha, Bibi, vou ser sincero com você — Daniel diz, pegando-a de surpresa.

— Pois diga — A ruiva fala desconfiada.

— Não vai ter uma próxima vez — Ele diz simplesmente, deixando-a confusa.

— Como assim? — É tudo que ela consegue dizer.

— Você é uma garota bonita e divertida, mas eu só te vejo como amiga — Daniel diz a verdade.

Bibi automaticamente fica magoada e lágrimas corriam pelo seu rosto.

— Então quer dizer que todo esse tempo você estava apenas me enrolando? — Ela indaga soluçando.

— Não, de maneira alguma — Ele diz mais sério — Eu só estava tentando decifrar meus sentimentos, eu não queria te enganar nem te magoar.

— Mas magoou — Ela bradou, chamando atenção de algumas pessoas à volta — Olha, nunca pensei que iria ver algo desse tipo vindo de você. Mas eu já devia saber que homens são todos iguais.

A ruiva terminou e saiu correndo chorando. Daniel pensou em ir atrás, porém achou melhor deixa-la sozinha, pensando. O Zapata se sentiu um lixo, ele não gostava de fazer ninguém chorar, muito menos uma menina. Ele levantou-se e se retirou do local, rumando para qualquer lugar.

Das várias pessoas que haviam sido chamadas atenção pela gritaria de Bibi, duas delas eram Majo e Jorge, ambos observaram tudo de longe.

— Meu Deus, o que será que aconteceu pra ela sair correndo desse jeito daqui? — Majo indagou confusa.

— Vai ver ela brigou com o seu primo, é o mais provável — Jorge opina.

O celular do Cavalieri apita, indicando que chegou uma mensagem. Ele pede licença a Maria Joaquina e checa o aparelho.

Cadê você? Precisamos conversar sobre o plano

Abelardo”

Jorge não perde tempo e rapidamente responde a mensagem.

Me encontra perto da biblioteca”

— Majo ,eu volto já, preciso ir ao banheiro — Ele diz mentindo para a garota, que assente.

O garoto rapidamente se retira de perto da Majo e chega ao local combinado, deparando-se com Abelardo.

— E aí, o que você queria? — Jorge perguntou um pouco aflito.

— Duas coisas. Primeiro, a Majo aceitou seu pedido? — Abelardo perguntou.

— Sim, ela aceitou — Jorge disse sorridente — Embora ela esteja um pouco estranha. Mas isso pouco importa, eu como namorado dela, fico cada vez mais próximo do que ela esconde.

— Bem, a segunda coisa é um fato um tanto quanto estranho — Abelardo comenta.

— Pois me diga — Jorge pede.

— A Alicia do nada tá se aproximando de mim. Não que isso seja ruim, muito pelo contrário, assim eu fico mais próximo do segredo dela. É que é estranho, nos últimos dias ela morria de raiva de mim por quase ter a beijado, e agora do nada ela tá virando minha amiga — Abelardo responde e Jorge fica pensativo.

— É, um fato estranho mesmo — O Cavalieri concorda.

— Tipo, será que ela tá desconfiada de algo e por isso tá se aproximando de mim? Como se fosse um plano deles? — Abelardo voltou a questionar, criando uma teoria.

— Não, isso é pouco provável — Jorge diz convicto — Nós nem demos brecha pra eles desconfiarem. Vai ver ela tá gostando de você.

— Hm, acho difícil — Abelardo fala rindo.

— Ou ela tá fugindo de alguém — Jorge diz.

— Fugindo de alguém? Como assim? — O outro questiona sem entender.

— É simples, não faria muito sentido ela se aproximar de você assim de um dia pro outro. Mas se ela tiver fugindo de alguém, você é a melhor opção, por ser a pessoa mais distante dela — Jorge responde.

— É, mas de quem ela fugiria? — Abelardo volta a perguntar.

— Não sei. Talvez do Paulo — O Cavalieri diz, acertando na mosca.

— Do Paulo? Mas por quê? — Abelardo já não entedia mais nada.

— Isso eu não sei, mas faria sentido porque vocês dois tem uma rixa. Ela se aproximando de você, faria com o que o Paulo não fosse atrás dela — Jorge responde.

— Nossa, isso faz muito sentido mesmo — Abelardo comenta caindo na real — Você só pode ser um gênio.

Jorge apenas sorri.

— Mas porque será que ela tá, supostamente, fugindo dele? — Abelardo tenta formular uma resposta, enquanto mantinha o olhar distante.

— Isso você vai ter que descobrir — Jorge diz — Aproveita que ela tá se aproximando de você e tenta tirar algo dela.

— É, vou fazer isso mesmo. Valeu — Abelardo agradece e os dois se despedem.

(...)

Depois da conversa com Abelardo, Jorge rapidamente volta para onde Majo estava, e se depara com ela distraída, com o olhar distante e bastante pensativa. O garoto se perguntava o que Majo estaria pensando.

Mal ele sabia que Majo não tirava da cabeça a cena da Bibi beijando Daniel. A garota tentava tirar aquilo de seus pensamentos, mas não conseguia. Ela logo balança a cabeça na tentativa de afastar tudo aquilo.

— Pensando em quê, minha linda? — Jorge a abraça por trás e pergunta sutilmente.

— Ah, em nada — Ela começa a balbuciar algumas palavras — Eu só tava pensando aqui, as provas estão chegando e isso me deixa preocupada.

— Ah, nem se preocupa com isso, você é uma ótima aluna — Ele diz.

Majo sorri em agradecimento e se vira pra ele.

— Sabe no que eu tava pensando? — Jorge pergunta — Será que seus primos vão entender e aceitar nosso namoro?

— Mas claro que vão entender, e mesmo que eles não aceitem, quem manda na minha vida sou eu — Ela responde um pouco rude.

— É, você tem razão — O Cavalieri diz rindo — Agora vamos voltar pra sala que já vai acabar o intervalo.

(...)

O restante das aulas passou-se normalmente, mesmo com todos os órfãos bem desconcentrados.

Na parte da tarde, os meninos conversavam a respeito das meninas, no quarto de Davi.

— Sabe, eu ainda não acredito que a gente perdeu as meninas pra esses caras da escola — O Rabinovich comenta bufando enquanto senta-se em sua cama.

— É, lamentável — Daniel concorda deitado, fitando o teto.

— Sorte a minha que eu não perdi ninguém, pois eu não gosto de ninguém — Paulo diz e sorri debochado.

— Deixa de mentir, Paulo — Davi fala.

— Eu to falando a verdade — Paulo responde — Vocês deviam parar de se lamentar e seguirem em frente à vida, até porque se ficassem com as meninas aqui, botariam todo nosso segredo a perder.

— Por esse lado, o Paulo tem razão — Daniel diz ainda focando o olhar no teto do quarto.

— Paulo tem razão nada — Davi reclama — A gente não pode deixar de viver nossas vidas por causa de um segredo. Claro que teria que tomar cuidado, mas eu não queria ter perdido a Valéria desse jeito.

— E eu diria que não perdeu. Corre atrás dela que ainda dá tempo de recuperar — Paulo diz mandando uma indireta, deixando Davi desconfiado.

“O que o Paulo quis dizer com isso?” — Davi se perguntou pelos pensamentos.

(...)

O que os meninos não imaginavam, é que do outro lado, no quarto de Valéria, elas também conversavam sobre eles.

— Vi você e o Jorge de chamego hoje, tá rolando algo? — Valéria questiona pra Maria Joaquina.

— Nós estamos namorando — Majo responde de forma rápida e direta, deixando suas amigas surpresas.

— Uau, meus parabéns e felicidades — Alicia diz rindo.

— É, e agora com isso, só resta a Alicia de solteirona aqui — Valéria diz rindo e Majo a acompanha nas risadas.

— Hahaha, não to vendo graça nenhuma — A Gusman diz dando língua para as amigas.

— Pois é, Alicia, quando é que você vai confessar que é caidinha pelo Paulo? — Majo pergunta sarcasticamente.

— Não tem como confessar algo que não existe — Alicia diz — Podem zoar a vontade, até porque eu to muito bem sozinha.

— Aham, sei... — Valéria diz irônica — Tá se aproximando do Abelardo pra evitar quem, hein, Alicia?!

Alicia fica desconfiada ao ouvir a amiga falar aquilo. Será que ela sabia do seu beijo com Paulo? Não, era impossível. Pois ela não havia contado e Paulo não diria algo desse tipo pra Valéria.

— Não to querendo evitar ninguém, gente. Quer saber? Fui — Alicia diz e sai do quarto de Valéria, deixando as duas rindo para trás.

(...)

Alicia desce as escadas pra tentar esfriar a cabeça, mas quem ela menos queria estava lá presente na sala. Paulo.

Ela tentou mudar de direção e ir embora dali, mas Paulo havia visto-a. Tarde demais.

— Fugindo de mim de novo, Alicia? — Paulo provocou.

A garota deu meia volta e sentou-se ao lado dele, para mostrar que não estava fugindo de ninguém.

— Viu? Estou aqui do seu lado, eu não estou fugindo — Alicia diz.

— Tá certo — Paulo dá um murmuro — Então, vai ver o jogo da escola amanhã? — Paulo pergunta, tentado manter uma conversa amigável com a garota.

— Vou, até porque o Abelardo vai jogar, não é? — Alicia rebate, tentando provoca-lo.

Mas tudo que Paulo faz é rir.

— Qual a graça? — Alicia pergunta sem entender.

— É que o Abelardo tá suspenso e não vai jogar — Paulo diz e Alicia fica sem graça.

— Ah, que seja, então vou ir pra ver os outros. Tchau, Paulo — A Gusman diz se levantando e retira-se do local.

(...)

Mais tarde, por volta da parte da noite, Daniel fica sozinho na sala pensando sobre mais cedo na escola, quando fez Bibi chorar. O garoto ainda se encontrava triste por isso.

Majo, que passava por ali, viu o garoto com o olhar distante e cabisbaixo. Logo se aproximou dele, porque por mais que estivesse com raiva dele, ficou preocupada.

— Tá tudo bem, Daniel? — Ela indagou ficando ao seu lado.

— Ah, tá tudo sim — Ele responde saindo do transe.

— Não parece — Majo comenta — Você tá estranho assim desde quando brigou com a Bibi na escola.

— Ah, então você viu? — Daniel pergunta um pouco envergonhado.

— Acho que quase toda a escola viu — Maria Joaquina responde rindo.

— Pois é, ela ficou com raiva de mim porque eu fui sincero e disse que não gostava dela, não do jeito que ela pensava — Daniel diz.

— Ah, você não gosta dela? Eu não diria isso depois daquele beijo — Majo fala, lembrando-se da cena, que a atormentava.

— Ela que me beijou, Majo. Eu nem correspondi — O Zapata tentou se defender.

— Uma pessoa não beija sozinha, Daniel — Maria Joaquina diz.

— Tá, que seja. Só sei que eu não gosto dela — Ele diz.

— Não? Então é da Marcelina que você gosta? — Majo volta a questionar.

— Muito menos — Daniel murmura.

— Então me conta quem é — Majo suplica.

— Prefiro mostrar — Daniel diz fitando-a profundamente.

Majo sente o rosto esquentar e fica corada.

— P-pois vai em frente — Majo afirma meio desconcertada.

Daniel aproximou-se cada vez mais da garota. Os rostos bem próximos, as bocas entreabertas, já podiam sentir o hálito e a respiração acelerada um do outro.

“É a minha chance” — Daniel pensou.

...


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Notas finais do capítulo

Bem, eu quis deixar um clima de suspense no final, mas não sei se deu muito certo kkk, no próximo capítulo vocês irão ver o que aconteceu! Espero que tenham gostado, me perdoem qualquer erro ortográfico e mais uma vez obrigado aos 3 que recomendaram! Até o próximo! :D