Carrossel: Órfãos e Perdidos escrita por Gronk Spike


Capítulo 23
Capítulo 22 - O orgulho de Alicia


Notas iniciais do capítulo

Olá galera! estou de volta aqui com mais um capítulo! Muito obrigado a todos que vem sempre comentando, de verdade mesmo. E eu queria agradecer em especial a leitora "Paulicia2303" pela linda recomendação na fic, o capítulo de hoje será dedicado a você, como uma forma de agradecimento! E bem, já são 3 recomendações no total, nunca imaginei que a fic faria tanto sucesso assim! Só tenho a agradecer a vocês!

Então, o capítulo de hoje é um pouco monótono, não gostei muito dele mas foi necessário. Espero que gostem e boa leitura! :D



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No dia seguinte, Alicia acordou muito confusa. Pra falar a verdade, mal havia conseguido dormir desde que Paulo tinha a beijado. A Gusman ainda não conseguia entender porque o garoto havia feito aquilo. Não que ela tivesse odiado o beijo, longe disso. Porém estava muito atônita, e se perguntava a todo o momento se estaria apaixonada pelo Guerra.

Na escola, Alicia evitou Paulo o máximo que pôde, se aproximando de Abelardo. O que deixou ambos os garotos bem confusos. Paulo achava que para ela, o beijo não havia valido de nada. Já Abelardo estranhou a aproximação repentina da garota, mas resolveu se aproveitar para ficar cada vez mais perto do segredo.

— Oi Abelardo — Alicia cumprimentou simpaticamente ao chegar à escola.

Abelardo arqueou a sobrancelha.

— Oi — Ele devolveu surpreso — Tá tudo bem?

— Claro que tá, porque não estaria? — Ela rebateu nervosa, olhando para os lados.

— Sei lá. Ultimamente você vinha me tratando de maneira grossa desde que eu tentei te beijar, agora você me cumprimenta assim? — Ele questionou, ainda estranhando.

— Ah, eu já esqueci aquilo, tá tudo bem — Alicia respondeu e de relance viu Paulo observando os dois. A Gusman começou a ficar mais nervosa, desde que ambos haviam se beijado, ela suava frio toda vez que via o Guerra.

Paulo, por sua vez, ficou bem chateado. Não era de hoje que ele tinha uma rixa com Abelardo.

“Porque ela tá tão amiguinha assim dele? Será que pra ela o beijo não valeu de nada?” — Paulo se perguntou bem irritado.

— Com ciúmes tão cedo, Paulo? — Davi perguntou provocando o amigo, devolvendo as zoações de Paulo.

Paulo nada respondeu e saiu andando sumindo da visão de todos.

— O que deu nele? — Daniel perguntou.

— Boa pergunta. Deve tá com ciúmes daquilo ali — Davi respondeu apontando para Alicia e Abelardo conversando um pouco afastados.

(...)

Majo conversava com Jorge. Mas nada do assunto sobre o pedido de namoro era citado. Jorge não queria pressiona-la e acabar complicando seu plano. Já Majo, não sabia ainda o que responder, por isso resolveu esperar mais um pouco antes de dar sua resposta.

— Jorge, posso falar com você? — Margarida indagou se aproximando dos dois.

— Claro. Majo, me dá licença? — Jorge respondeu.

— Claro, Jorge, pode conversar com ela — Maria Joaquina não sabia desde quando Jorge e Margarida eram amigos, mas mesmo assim se retirou para que os dois pudessem conversar.

— Então, o que você quer? — Jorge perguntou constatando que Majo estava longe o suficiente.

— É o seguinte, eu não sei se você lembra, mas o Davi disse ontem no jogo que só gostava de mim como amiga — Margarida disse e o garoto ficou sem entender.

— Sim, eu lembro, mas o que é que tem? — O Cavalieri indagou.

— É que no dia do trabalho, ele disse que gostava de mim e logo em seguida me beijou. Isso não é estranho? — Ela rebateu.

— Bem observado. É muito estranho mesmo — Jorge comentou.

— E aí, o que eu faço? —Ela indagou.

— Pressione ele. Coloque-o na parede e pergunte a respeito disso, o importante é ficar próximo deles, que uma hora ou outra eles deixam escapar esse segredo — O Cavalieri respondeu.

— Tudo bem, vou fazer isso. Mas e você? A Majo já aceitou seu pedido? — Ela voltou a perguntar.

— Ainda não. Eu não vou pressiona-la para não correr risco de botar todo o plano a perder, mas só espero que ela me dê uma resposta até o fim dessa semana — Ele respondeu com um olhar distante.

(...)

Desde que Maria Joaquina havia deixado Jorge e Margarida conversando a sós, a garota sentou-se em um dos bancos do pátio, um pouco afastada de todos os outros.

Assim como seus amigos, ela estava muito confusa. Mas também não era pra menos, Majo não sabia se era uma boa ideia aceitar o pedido de Jorge, pois gostava do garoto apenas como amigo, porém ao mesmo tempo se sentia bastante irritada com Daniel, pelo fato do garoto ter chamado Bibi para sair.

Em meio a tantos pensamentos, a garota levantou-se e rumou para a sala de aula, pois em poucos minutos o sino soaria.

(...)

As primeiras aulas passaram bem rápidas. Nenhum dos órfãos conseguiu focar totalmente nas atividades, ainda estavam muito absortos em seus próprios pensamentos.

Daniel caminhava em direção à quadra quando é parado por Bibi.

— Oi — Disse a ruiva, empolgada.

— Ah, oi Bibi — Ele cumprimentou também sorrindo.

— Então, posso te perguntar uma coisa? — Ela indagou.

— Você já perguntou — Ele debochou.

— Ah, to falando sério — Ela diz rindo.

— Claro, pode perguntar — Daniel fala.

— Tipo, quando vai ser nosso passeio? Confesso que to bem ansiosa — A garota diz não escondendo sua grande ansiedade.

— Ah, não sei, mas garanto que ainda vai ser nessa semana, ainda tem o jogo do nosso time, o que complica um pouco, mas vai ser nessa semana — Ele responde.

— Você não tá me enrolando não, né? — Ela perguntou um pouco séria.

— Claro que não, eu cumpro com a minha palavra — Daniel respondeu.

— Eu sei bobinho, eu tava só brincando com você — A ruiva volta a rir, deixando o garoto aliviado.

— Tudo bem então, depois a gente combina os detalhes finais, vou lá pra quadra, até mais — O Zapata se despede e vai à procura de seus amigos.

(...)

Durante o jogo, no intervalo, Paulo a toda hora se desentendia com Abelardo. Ainda não entrava na cabeça do Guerra que Alicia preferia ficar com Abelardo do que ele. Para Paulo era inadmissível, e o que mantinha esperanças na mente do garoto, era que a Gusman havia correspondido ao beijo. Se ela não sentisse nada por ele, não teria retribuído a altura, pensava o menino.

Em um certo momento da partida, de propósito, Paulo dá uma entrada forte em Abelardo, fazendo o garoto urrar de dor e cair no chão.

— Deixa de frescura e levanta — Paulo provocou chegando perto dele.

— Frescura? — Abelardo indagou irritado, enquanto se levantava.

— É, frescura sim, vamos voltar a jogar — Paulo respondeu.

— Frescura nada, você deu essa entrada forte de propósito, porque não sabe jogar direito — Abelardo gritou e tentou ir para cima do Guerra.

Logo um tumulto se formou ali por volta, entre os jogadores da partida.

— Escutem aqui os dois! — Jaime gritou dando uma dura em ambos — Sem brigas, entenderam? Sem brigas. Vocês já estão suspensos do próximo jogo, querem ficar suspensos do resto do campeonato?

Paulo e Abelardo permaneceram calados e apenas balançaram a cabeça.

— Ótimo! Imaginei que não. Mais uma dessas e eu digo tudo pro treinador, agora vão, saiam do jogo pra esfriar a cabeça — Jaime terminou o sermão e ambos saíram da quadra. Abelardo com um pouco mais de dificuldade, por conta do machucado.

— Quem diria Jaime, mandou bem hein?! — Daniel diz elogiando o amigo.

— Como capitão, eu tinha que fazer isso — O Palilo fala um pouco mais tranquilo.

“Exibido” — Davi pensou irritado com Jaime. Desde que o garoto havia começado a ‘’namorar’’ com Valéria, o Rabinovich ficava com raiva frequentemente do Palilo.

(...)

Depois da confusão entre Paulo e Abelardo, todos haviam perdido a vontade de jogar, o clima havia acabado e cada um procurou outra forma de aproveitar o resto do intervalo.

Davi caminhava em direção à cantina da escola, quando Margarida o para.

— Preciso falar com você — Ela diz séria e Davi começa a suar frio, mesmo não tendo ideia do que ela queria.

— Claro. — É tudo que ele responde.

— Olha Davi, é sério, eu não to mais compreendendo nada. Em um dia você diz que gosta de mim e me beija, no outro você diz que só gosta de mim como amiga. O que tá acontecendo? — Margarida soltou tudo o que estava preso, colocando o garoto contra a parede, como Jorge havia falado.

— Olha Margarida... — Davi tentava formular uma resposta, mas nada vinha em sua cabeça, o que só o deixava cada vez mais nervoso.

— Diz logo, Davi! — Ela o pressionou mais.

— É que tipo, eu tava muito confuso, eu não sabia se eu realmente gostava de você, o beijo foi só a confirmação — Ele respondeu.

— Então quer dizer que você não gosta de mim? — Margarida voltou a pressiona-lo.

— Eu não disse isso — Ele falou.

— Mas deu a entender — Margarida disse.

Valéria, que passava por ali, viu os dois. E para surpresa de ambos, não fez nada. A garota fingiu que não se importava e andou para bem longe deles, os deixando bem pasmos.

“Ué, a Valéria não ficou com raiva de me ver conversando com o Davi. Que estranho” — Margarida comentou pelos pensamentos.

“É, pelo visto a Valéria tá gostando mesmo do Jaime. Ela nem ficou irritada ao me ver conversando com a Margarida” — Davi também pensou bem desconcertado.

— Olha, depois a gente conversa, tchau — Davi se despediu da garota e saiu andando rumo a qualquer lugar, só queria ficar bem longe de todos.

Margarida ficou mais confusa do que já estava e ainda não acreditava cem por cento na resposta de Davi. Resolveu que iria relatar pra Jorge depois.

(...)

Após Valéria passar por Margarida e Davi, a garota voltou a ter a feição triste de antes. Mesmo que não tivesse demonstrado na frente dos dois, a garota estava bem angustiada, porque por mais que se esforçasse, parecia que seu plano não estava dando certo. Ela voltou a caminhar sem rumo, enquanto o intervalo não terminava, até que a voz de Paulo a faz parar.

— Opa, espera aí, por que eu preciso falar com você, Valéria — Ele diz, deixando-a confusa.

— Comigo? — Ela indaga surpresa e Paulo assente.

— E a parada é séria — O Guerra diz.

— Tá, então diga — Valéria pede.

— Eu já sei de tudo — Paulo não titubeou e foi direto ao ponto.

— De tudo o quê? — Valéria perguntou sem entender.

— Não se faça de desentendida — Paulo diz rindo.

— Eu não to me fazendo de desentendida, eu só não entendo... — Antes de ela poder completar, o Guerra a interrompe.

— Eu sei que seu namoro com o Jaime é falso. Satisfeita? — Ele diz, pegando-a de surpresa.

Valéria arregala os olhos, preocupada.

— Não, Paulo, você deve ter escutado errado, eu não... — Novamente Paulo a interrompe.

— Pode parar com o fingimento, Valéria. Eu escutei ontem quando o Jaime foi lá na mansão — Paulo diz rindo e Valéria fica sem graça.

— Você anda me espionando? — Ela indagou, tentando mudar o foco da conversa.

— Não, Valéria. Eu estava descendo as escadas pra ir conversar com o Jaime, quando coincidentemente eu ouvi a conversa de vocês. Mas agora deixa de enrolação e admite logo — Paulo diz.

— Tá bem, tá bem. Eu confesso, meu namoro com o Jaime é de mentira mesmo — Ela admite fazendo Paulo rir mais ainda.

— Valéria, como você pôde... — Dessa vez, é a garota que interrompe Paulo.

— É só pra causa ciúmes no Davi, eu juro, não é nada mais que isso — Valéria diz mordendo os lábios, em sinal de nervosismo.

— Olha, pelo visto tá funcionando, porque todo dia o Davi tá resmungando comigo e com o Daniel sobre esse seu “namoro” com o Jaime — Paulo diz fazendo aspas em “namoro”.

— Sério? — Valéria questiona um pouco mais animada e o garoto assente.

— Mas por quanto tempo você pretende levar isso? — Paulo pergunta.

— Pior que eu não sei, mas não vai durar muito tempo — Valéria responde — E Paulo, eu preciso de um favor seu.

— Já sei, quer que eu não conte nada pra ninguém? — Ele indaga.

— É isso mesmo, por favor, Paulo. Não conta pra ninguém — A menina implora.

— Hm, não sei. Eu não gosto de mentir pros meus amigos — Paulo falou debochado.

— Você não vai mentir, Paulo. Apenas esconder, omitir. Vai, faz esse esforço, por favor. — Valéria suplicava pela ajuda do menino.

— Tá, eu te ajudo, afinal amigo é pra essas coisas, não é? Pode deixar que da minha boca não sai nada — Paulo garantiu e a garota ficou um pouco mais aliviada.

— Ufa, obrigada! — Ela agradeceu.

— Mas caso o Davi descubra sobre seu namoro falso, só me faz um favor, não conta pra ele que eu tava sabendo de tudo, ou ele vai ficar com bastante raiva de mim — Paulo pede.

— Tudo bem, pode ficar tranquilo que eu não vou contar — Valéria diz.

Paulo fica mais tranquilo.

— Mas e você? — Valéria perguntou, mudando o foco do assunto.

— O que tem eu? — Paulo rebateu confuso.

— Você tá estranho desde hoje mais cedo, aconteceu alguma coisa? — Valéria perguntou.

Paulo rapidamente se lembra do beijo, e da aproximação de Alicia com Abelardo.

— Não é nada — Ele respondeu um pouco seco.

— Ué, assim como eu vou confiar em você, você também pode confiar em mim. Afinal, amigo é pra essas coisas, não é? — Valéria devolveu o que Paulo havia dito há alguns segundos.

“A Valéria é realmente muito esperta” — Paulo pensou rindo.

— Tá eu te digo. É que eu beijei a Alicia ontem — O Guerra diz e Valéria fica surpresa.

— O quê? Isso é verdade mesmo? — Ela indagou incrédula.

Paulo apenas assentiu.

— E porque você tá assim irritado? Não era pra tá feliz? — Ela questionou sem entender.

— Sim, mas só que hoje ela tá me evitando, se aproximou mais do Abelardo, parece que pra ela o beijo não valeu de nada. — Paulo respondeu, tentando se manter forte.

— É, isso é realmente estranho. Quer que eu fale com ela? — Valéria perguntou.

— Não, nem pensar — Paulo diz rápido — Se não ela vai saber que eu te contei e vai vim brigar comigo e tal, melhor não. Só quero que guarde o segredo.

— Tudo bem, já que você vai guardar o meu, eu guardo o seu — Valéria diz.

O sino rapidamente soa pelo local anunciando o fim do intervalo e os alunos voltam para sala de aula.

(...)

O restante das aulas passou-se lentamente, o que deixou cada um dos órfãos mais entediados e chateados. Logo todos se preparavam para irem embora.

Daniel um pouco mais decidido. O garoto havia resolvido que iria contar logo pra Majo sobre todos seus sentimentos e terminar com isso, pois já não aguentava mais ver a garota com Jorge. E com a Bibi ele se entenderia depois.

O Zapata rapidamente mandou uma mensagem pra Maria Joaquina pedindo pra falar com ela perto do bebedouro da escola. Mesmo confusa, a garota respondeu que iria e se pôs a andar rumo ao local.

Daniel andava calmamente até o lugar que havia combinado com Majo, quando no meio do caminho é parado por Bibi. A ruiva voltou a insistir no papo do passeio, mas o garoto estava pouco concentrado, pois viu que Majo chegava do outro lado para conversar com ele.

— Dani, posso te fazer outra pergunta? — Bibi indagou.

O Zapata tava muito apressado, e Majo se aproximava cada vez mais.

— Claro — Ele respondeu sem olha-la.

— Bem, você disse que a menina que você gostava estava presente no jogo ontem, quem era? — Bibi perguntou não escondendo a curiosidade.

— É a... — Mas Daniel não conseguiu completar, pois Majo havia chegado para conversarem.

— E aí Daniel, o que você queria comigo? — Ela perguntou.

Daniel não conseguia tirar os olhos de Maria Joaquina, e também não conseguiu completar a resposta de Bibi. Analisando tudo isso, a ruiva achou que Daniel não conseguiu responder, pelo fato de que a resposta seria ela mesma.

Sem pensar duas vezes, a ruiva colou os lábios nos do Zapata e iniciou um beijo. Daniel ficou totalmente parado e sem reação nenhuma, fora completamente pego de surpresa e não conseguiu corresponder o beijo.

Majo, por sua vez, ficou totalmente incrédula. Então quer dizer que ele havia chamado-a para ver os dois se beijando? Pensou ela.

— Espera, Majo! — Daniel gritou e foi tudo que a garota escutou antes de sair correndo.

Logo lágrimas escorriam pelo rosto de Maria Joaquina, a garota corria sem rumo, enquanto pensava consigo mesma.

“Vou aceitar o pedido do Jorge”

(...)

No decorrer da tarde, na mansão, a situação estava muito complicada e o clima era muito pesado entre os órfãos.

Daniel havia saído com Bibi, para um parque ali perto. O garoto resolveu adiantar logo esse passeio, para de certa forma se livrar da ruiva. Pois até que estava com raiva da garota, por tê-lo beijado repentinamente na escola.

Majo era a que talvez estivesse mais triste dentre os órfãos, pois não conseguia acreditar no que havia visto. A garota mandou uma mensagem para Jorge avisando que precisava falar com ele e rumou até a casa do Cavalieri.

Já Valéria, foi até o quarto de Davi e o garoto a deixou entrar, com uma ponta de esperança.

— O que você quer comigo, Valéria? — Ele perguntou simpático, um pouco esperançoso.

— Falar com você sobre o Jaime — Ela responde direta.

Davi logo se anima.

— Você veio dizer que terminou com ele? — O garoto perguntou empolgado.

— Não. Eu vim dizer pra você parar de pegar no pé dele — Valéria diz.

— Eu pegando no pé dele? Como assim? — Davi indagou.

— É claro, você tá todo irritadinho aí pelos cantos e não se conforma que eu não gosto mais de você e que agora to com o Jaime. Por isso vim aqui dizer isso, larga do pé do meu namorado — Valéria completa com um pouco de dificuldade, pois pra ela era difícil ter que fazer aquilo.

— Tudo bem — É tudo que Davi responde.

A garota logo em seguida se retira, deixando um Davi trancado e triste em seu quarto.

(...)

Logo após esse curto diálogo com Davi, Valéria saiu de casa e foi se encontrar com Jaime, para poderem combinar mais coisas a respeito do namoro falso, o Palilo já não aguentava mais aquilo.

No fim das contas, apenas Paulo e Alicia restaram dos órfãos e o Guerra não via a hora de poder conversar com ela.

Não demorou muito e a garota saiu de seu quarto, deparando-se com Paulo bem perto de sua porta.

— Você tava me vigiando? — Alicia perguntou o fitando.

— Posso falar com você? — Paulo perguntou ignorando o comentário da garota.

— Hm, diz — Alicia deu um leve murmuro.

— O que deu em você pra se aproximar tanto do Abelardo de um dia para o outro? — Paulo questionou e a Gusman mal o olhava.

— Não sei do que você tá falando — Ela se fez de desentendida.

— Ah, então quer que eu te lembre? Estou falando de você me evitando o dia inteiro — Paulo deu ênfase na parte final.

— Eu não estou te evitando — Alicia respondeu com dificuldade.

— Ah não? Então está fugindo de mim? — Paulo perguntou novamente.

— Você sabe que Alicia Gusman nunca foge — Alicia respondeu convicta.

— Ah é? Pois então me diz que o beijo de ontem não valeu de nada — Paulo diz olhando-a firmemente.

— O beijo de ontem não valeu de nada — Alicia repetiu, mas sem olhar para Paulo, a todo o momento a garota desviava o olhar.

— Se não valeu de nada, porque você correspondeu? — Paulo perguntou pressionando-a cada vez mais.

— Impulso — Alicia respondeu a primeira coisa que veio a cabeça.

— Então repete olhando nos meus olhos que o beijo não valeu nada — O Guerra pede se aproximando da garota.

Alicia foca atentamente nos olhos de Paulo, mas nada saía da sua boca.

— Viu? Você não consegue — Paulo diz.

— Não tem nada a ver com isso — Alicia tentou se defender.

Paulo aproveitou um momento de distração da garota e tentou beija-la novamente, mas dessa vez Alicia consegue reagir a tempo e evita o beijo.

— De novo não, Paulo. Como eu disse, o beijo de ontem não valeu de nada — Alicia diz mais uma vez, porém novamente sem olhar diretamente para o garoto.

— E novamente você não olha pra mim, inacreditável — O Guerra diz rindo.

— Ah, quer saber Paulo? Tchau — Alicia fala e passa pelo garoto descendo as escadas.

— Você pode até dizer que não, Alicia, mas bem no fundo eu sei que o beijo valeu algo pra você — Paulo comentou gritando para ver se a Gusman escutava.

O Guerra rapidamente voltou para seu quarto e deitou-se em sua cama.

— É, uma coisa eu não posso negar. Eu to completamente apaixonado pela Alicia. O que aconteceu com você, Paulo Guerra? — Paulo sussurrou enquanto lembrava-se do beijo com a garota.


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Notas finais do capítulo

Bem, como eu disse, um capítulo um tanto quanto entediante, mas mesmo assim espero que tenham curtido. Perdoem-me por qualquer erro cometido e até o próximo! :D