Carrossel: Órfãos e Perdidos escrita por Gronk Spike


Capítulo 22
Capítulo 21 - Verdade ou desafio?


Notas iniciais do capítulo

E aí, galera?! Estou de volta aqui com mais um capítulo pra vocês! Antes de mais nada, eu gostaria de agradecer a cada um pela incrível marca de 200 comentários que a fic chegou! Muito obrigado mesmo! E ah, aos leitores fantasmas, seria muito bom que comentassem também, pra eu saber a opinião de cada um de vocês. Então não tenham medo de comentar, nem que seja um simples "continua" ou uma crítica construtiva pra saber onde e quanto devo melhorar. No mais é isso, obrigado aos que tão sempre deixando um review! Espero que gostem do cap de hoje e tem aquela surpresa Paulicia que eu disse. Boa leitura! :D

OBS: Capítulo ficou um pouco grande kk :v



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No dia seguinte, Valéria surpreendeu a todos quando foi a primeira a acordar na mansão. A garota fez tudo antes de seus amigos. Levantou-se, fez suas higienes matinais, se arrumou para a escola e ainda tomou o café da manhã.

Maria Joaquina e Alicia estranharam quando desceram as escadas e encontram Valéria já arrumada para a escola tão cedo, enquanto mexia em seu celular.

— Valéria? — Indagou Majo sem acreditar no que via — Você acordada aqui tão cedo?

— Pois é, e já tá até arrumada — Alicia comentou bocejando.

— É que eu combinei com o Jaime que ele ia me levar pra escola hoje — Valéria respondeu sem tirar os olhos da tela do celular.

Majo e Alicia se entreolharam ainda desconfiadas. Desde que a amiga havia anunciado o namoro com Jaime, as duas custaram a acreditar.

— Valéria, esse seu namoro com o Jaime, é de verdade mesmo? — Majo questionou sentando-se do lado de Valéria no sofá da sala.

— É claro que é, porque não seria? — Valéria devolveu, ainda sem olhar para nenhuma das amigas.

— Ué, porque você sempre jurava amor eterno ao Davi, e do nada se apaixonou pelo Jaime? — Vez de Alicia perguntar, nenhum dos órfãos engolia aquela história de Valéria.

— Aconteceu gente, o que eu posso fazer? Agora se me derem licença — Valéria diz e se retira da sala de estar deixando as amigas para trás.

— Isso é muito estranho — Majo diz pensativa.

— E põe estranho nisso — A Gusman concorda — Agora vamos se arrumar, se não vamos acabar nos atrasando.

Maria Joaquina assente e as duas sobem as escadas.

(...)

No corredor dos quartos, os garotos conversavam. Paulo tirava sarro de Davi por conta de Valéria.

— Se deu mal hein Davi?! — O Guerra falou rindo — a Valéria sempre dizia que gostava de tu e agora tá com outro.

— Paulo, sem zoações, por favor — Davi pediu já sem paciência.

— É, Paulo, vamos respeitar o espaço do Davi — Daniel sugeriu.

— Claro, eu só queria dizer que ele devia tirar satisfações com a Valéria — Paulo diz dando de ombros.

— Mas por quê? Ela agora tá com o Jaime, não me deve satisfações — Davi indaga irritado.

— Por isso mesmo, se ela realmente gostava de você, ela tem que explicar o porquê de estar com o Jaime — Paulo falou novamente.

— Não tem o que explicar, as pessoas mudam de opinião e ela se apaixonou pelo Jaime — Davi responde suspirando.

— Galera, depois nós conversamos sobre isso. Melhor nos apressarmos ou nos atrasaremos — Daniel diz e todos concordam.

(...)

Todos acabaram indo para a escola, menos Valéria, que disse que esperaria por Jaime e que seus amigos poderiam ir na frente. Davi só ficou mais irritado do que já estava, mas mesmo assim seguiu os outros, rumo à escola.

Não tardou muito e Jaime chegou para acompanhar a namorada até o colégio. Os dois chegaram de mãos dadas e rapidamente chamou a atenção dos alunos presentes no local. Davi os fuzilou com o olhar, estava muito furioso e não era surpresa para nenhum dos órfãos.

Jaime estava muito inseguro e tentava a toda hora soltar a mão de Valéria, mas a garota não permitia e segurava firme.

O sino logo soou levando os alunos para suas respectivas salas.

(...)

Na hora do intervalo, Valéria não desgrudou de Jaime, o que de certa forma o irritou, pois o garoto não conseguiu jogar futebol com seus amigos como normalmente fazia.

Daniel, por sua vez, procurava Bibi incessantemente. Desde que a garota havia começado a trata-lo daquele jeito, o Zapata não tinha ideia do que poderia ter feito, mas sabia o que teria que fazer para consertar as coisas.

Após um bom tempo procurando a ruiva, o garoto a encontra conversando com Maria Joaquina.

“Ué, o que a duas tão conversando? — Indagava-se Daniel pelos pensamentos — Elas nem são tão próximas assim”.

Rapidamente o Zapata aproximou-se das duas.

— Bibi, será que eu poderia conversar com você? — Ele perguntou e a ruiva assentiu.

Daniel estranhou, pois a garota não havia respondido grossamente como nas vezes anterior.

— Vou sair pra deixar vocês conversando a sós — Majo, mesmo desconfiada, disse e se retirou dali, ficando um pouco mais afastada, porém ainda assim dando para ver Daniel e Bibi.

— Então, o que você queria? — Bibi indagou adquirindo o tom grosso de antes.

— É que bem, eu queria te chamar pra sair. Um cineminha, ou um parque, algo assim. Eu não sei o que eu fiz pra você me tratar assim, mas queria me redimir. E aí, você aceita? — Daniel se explicou e por fim fez o convite.

A ruiva radiou de felicidade.

— Claro que eu aceito! — Bibi diz perdendo totalmente a frieza e grosseria que estava tendo ultimamente com o garoto.

Maria Joaquina estranhou o porquê da ruiva ter ficado tão animada de uma hora para outra. Esperou Daniel sair de perto da garota e voltou a conversar com ela.

— E aí, o que ele queria? — Majo perguntou curiosa.

— Seu primo me chamou pra sair — Bibi respondeu entusiasmada e Majo deu um sorriso amarelo, não conseguia acreditar naquilo.

— Jura? Que legal, e você disse sim? — Maria Joaquina voltou a perguntar.

— Mas é claro! — A ruiva respondeu — E olha Majo, eu queria muito te agradecer, pois seu conselho foi extremamente importante!

— Ah, que isso! Sem problemas — Majo disse ainda desconfortável.

(...)

Um pouco mais afastado dali, Jorge, Abelardo e Margarida conversavam sobre o plano pra descobrir o que os órfãos escondiam. Os três se encontravam nos fundos da biblioteca, para não correrem o risco de serem descobertos.

— Então, Jorge. O que você pensou para se aproximar mais da Maria Joaquina? — Margarida perguntou animada.

— Seguinte, eu e a Maria Joaquina já estamos muito próximos, até já nos beijamos uma vez — Jorge fez uma pausa e prosseguiu — Eu estava pensando em pedir aquela patética em namoro, assim vai ficar cada vez mais fácil descobrir o que ela esconde.

— Patética? — Abelardo indagou confuso — Você não gostava dela?

— Isso mesmo! Eu gostava, não gosto mais. Eu já cansei de tanta gente me escondendo coisas na minha vida, se não querem me dizer por bem, terá que ser por mal. E eu vou sim descobrir o que a Maria Joaquina me escondeu por todo esse tempo — Jorge completou lembrando-se de seus pais, os dois eram sem dúvidas os que mais escondiam coisas do garoto, o que o irritava, pois seus próprios pais não confiavam nele.

— Hm, pelo o que você disse, outras pessoas escondem coisas de você, não é? Mas quem seria? — Margarida perguntou curiosa e Jorge suou frio.

— Nada, não é ninguém — Ele respondeu gaguejando, por mais que tivesse se aliado com os dois, não queria ter que dar satisfação de sua vida pra ninguém — Mas e vocês, o que pensaram para se aproximar dos outros? — O Cavalieri terminou tentando mudar o foco da conversa.

— Bem, eu e o Abelardo não somos tão próximos assim da Alicia e do Davi como você é da Maria Joaquina — Margarida começou a falar — Por isso temos que continuar nos aproximando aos poucos mesmo.

— Tudo bem, o que importa é a gente descobrir o que eles esconderam de nós por todo esse tempo desde que chegaram até aqui — Jorge disse e os outros dois concordaram.

O intervalo, em poucos minutos, logo terminou e todos voltaram para as salas de aula.

(...)

O restante das aulas passou-se até que rápido, e logo todos se encontravam preparando-se para irem embora. Majo um pouco mais confusa, a garota havia recebido uma mensagem de Jorge em seu celular que a chamava para a biblioteca, pois o garoto tinha algo muito urgente para dizê-la.

Mesmo perplexa, Maria Joaquina respondeu a mensagem e rumou até a biblioteca da escola.

Ao chegar ao local, Majo se depara com um lugar escuro e silencioso.

— Jorge? — Majo indagou aflita.

Ela caminhou mais um pouco a procura do garoto.

— Você está aí? — Ela voltou a questionar.

— Estou aqui, Majo — Jorge responde aparecendo em um pequeno feixe de luz.

— Ah, o que você queria? Fiquei preocupada quando disse que era algo urgente — Maria Joaquina diz aproximando-se do garoto.

— Olha Majo — Começou o Cavalieri — É algo muito sério. Desde que eu te conheci, eu não te tiro da cabeça e não consigo viver sem você.

— Aonde você quer chegar? — Majo indagou já sabendo o que Jorge queria.

— Majo, você aceita namorar comigo? — O garoto não quis enrolar mais e foi direto ao ponto.

Se a garota já estava confusa antes, ficou mais ainda depois do pedido. Ela estava com bastante raiva de Daniel pelo garoto ter chamado Bibi pra sair, por isso pensou seriamente em aceitar o pedido de Jorge. Mas por outro lado, algo a dizia para não aceitar o pedido.

— Olha, Jorge. Fui pega de surpresa, será que você me daria um tempinho pra pensar? — Ela pediu quando finalmente estava um pouco menos nervosa.

— Claro, o tempo que você quiser — Ele respondeu sorridente e ambos saíram da biblioteca indo para casa.

(...)

Durante toda à tarde, Paulo sentiu-se muito entediado e com quase nada para fazer. Lição de casa com certeza era algo que não estava nos planos do garoto.

Até que o Guerra teve uma ideia brilhante. Ele decide chamar alguns de seus amigos da escola para a mansão, assim todos eles se divertiriam fazendo algo juntos. Rapidamente ele liga para vários de seus amigos e os aguarda chegar.

Alicia, que passava por ali, viu o sorriso no rosto de Paulo e imaginou que ele estivesse aprontando algo.

— O que é que você tá aprontando hein Paulo? — Ela perguntou chegando do lado dele.

— Ah, nada demais, eu só chamei alguma galera lá da sala pra vir aqui na mansão — Ele respondeu ainda sorrindo.

— Ah, mas isso é injusto! — Alicia indignou-se — Eu também quero chamar algumas das minhas amigas pra virem pra cá, não é só você que pode.

— O quê? Já não basta ter que aturar aquelas chatas na escola, não vou aguentar aqui também, pode esquecer porque eu tive essa ideia primeiro — Paulo respondeu bufando.

Helena, que ouviu a gritaria dos dois, aproximou-se confusa, tentando entender o que acontecia.

— Ei, calma Paulo e Alicia. Será que alguém pode me explicar o que tá acontecendo aqui? — A mulher perguntou.

— É o Paulo que chamou alguns amigos aqui pra mansão, mas eu também queria chamar algumas amigas — Alicia argumentou.

— Mas eu que tive a ideia primeiro, Helena. Então avisa aí pra essa maluca que ela não pode convidar aquelas amiguinhas chatas dela — Paulo se defendeu.

— Gente, vocês não acham que é uma péssima ideia trazer tantas pessoas aqui pra casa? Alguém pode desconfiar de algo — Helena opinou não gostando nada daquilo.

— Ah, Helena, deixa por favor — Implorou Paulo — A gente já não tem muito o que fazer aqui e são só alguns amigos, ninguém vai desconfiar.

— Tudo bem, eu deixo — Helena cede e Paulo comemora — Mas com uma condição?

— E qual seria? — O Guerra perguntou.

— Que a Alicia também possa chamar as amigas dela, assim fica justo — Helena diz e mesmo contrariado, Paulo aceita.

Alicia ri debochada da cara de Paulo e vai correndo ligar para suas amigas.

(...)

Muitos foram chamados, porém Jaime foi o primeiro a chegar. O garoto bate na porta, e Davi atende. O Rabinovich fica bem irritado e Jaime não deixa passar despercebido.

—Ah, oi Jaime, entra — Davi diz um pouco ríspido e abre passagem pro garoto entrar.

— Valeu — O Palilo agradeceu — Cadê o Paulo?

— Daqui a pouco ele desce — Davi responde e Jaime assente — Jaime, posso te perguntar uma coisa?

— Claro — Jaime responde e os dois se sentam no sofá da sala.

— Esse seu namoro com a Valéria... — Davi não conseguiu completar.

— O que tem ele? — Jaime perguntou confuso.

— É pra valer mesmo? — Davi voltou a indagar.

Jaime ficou nervoso e começou a suar frio, mas não titubeou.

— Sim, mas porque você tá tão preocupado com isso? — Ele rebateu.

Davi engoliu em seco.

— É que bem, você sabe que eu sou primo dela e me preocupo bastante — Ele diz e Jaime parece acreditar.

— Então beleza, pode ficar tranquilo que a parada é séria — O Palilo respondeu.

Davi ficou desapontado e pediu licença se retirando.

Valéria apareceu logo em seguida e sentou-se ao lado de Jaime.

— Você tava conversando com o Davi? — Ela questionou vendo o Rabinovich se distanciar.

— Sim, ele queria saber se meu namoro com você era sério — Jaime responde.

— E o que você disse? — Valéria perguntou aflita.

— Eu confirmei claro né?! Já que fui aceitar fazer parte desse seu plano — O garoto murmurou essa última parte.

— Ufa, ainda bem — Valéria exclamou mais aliviada.

— Mas quer saber, Valéria? Esse nosso namoro falso não vai dar certo, duvido que vá durar muito tempo, até seu primo ficou irritado comigo, e eu não quero problema com seus primos, pois são meus amigos — Jaime disse e Valéria fica animada.

— Qual dos meus primos ficou irritado? O Davi? — Ela perguntou entusiasmada.

— Sim, ele mesmo — Jaime confirmou e a garota ficou feliz por Davi ter ficado com ciúmes, seu plano estava dando certo.

— Não se preocupa com eles, vão entender — Valéria diz.

— Espero que sim — O Palilo comenta — Mas e vem cá, você ainda não me disse em quem você quer causar ciúmes com esse nosso namoro falso.

Ela fica aflita e começa a balbuciar as palavras, não poderia dizer nunca ao garoto que queria causar ciúmes em Davi.

— Ah, Jaime. Uma hora você saberá — Valéria responde ainda um pouco nervosa e Jaime suspira.

Valéria saiu andando em direção à cozinha, o que ela não imaginava era que Paulo havia escutado a conversa dela. O garoto estava indo a caminho de Jaime quando por coincidência ouviu a conversa dos dois.

“Então esse namoro da Valéria com o Jaime não passa de uma farsa?” — Ele perguntou-se pelos pensamentos.

(...)

Logo todos os meninos e meninas que Paulo e Alicia haviam chamados estavam na enorme sala de estar da mansão. O Guerra e a Gusman discutiam para ver quem ficaria com a sala, a algazarra era grande.

— Claro que nós meninos vamos ficar aqui, afinal a ideia foi minha — Paulo argumenta.

— Mas você não manda aqui, querido, eu e as meninas também temos o direito de ficar aqui — Alicia diz e os dois ficam num impasse.

— Calma Galera, e se fizermos algo em que todos possam participar? — Daniel sugeriu e começou um burburinho pela sala. Aparentemente, todos haviam gostado da ideia.

— Tá, mas o que você sugere, Daniel? — Paulo perguntou.

— Que tal verdade ou desafio? — O Zapata propõe — É um jogo divertido e que todos nós podemos jogar.

— Ótima ideia — Paulo concorda — Vou só pegar uma garrafa e a gente começa.

Todos se sentaram no meio da sala formando um círculo e Paulo logo volta com uma garrafa em mãos, colocando-a no centro.

— Eu começo — Maria Joaquina diz empolgada e roda a garrafa, caindo em Daniel — Verdade ou desafio?

— Verdade — Daniel responde.

— Bem, é verdade que a pessoa que você gosta tá aqui presente jogando? — Majo pergunta e fita o garoto esperando a resposta.

— Sim, é verdade — Ele diz.

Marcelina e Bibi ficam empolgadas, pensando que são elas. Jorge fica atento.

— Ei, diz aí quem é Daniel — Kokimoto pediu rindo.

— É uma pergunta por vez, Japonês — O Zapata fala também rindo e gira a garrafa, caindo em Mário — E aí, verdade ou desafio?

— Desafio — O Ayala diz decidido.

— Te desafio a dançar só de cueca aqui na sala, quero ver você pagando esse mico — Daniel diz e todos começam a rir.

Mário hesita e fica nervoso.

— Vai arregar, Mário? — Paulo alfinetou.

— Jamais — O Ayala respondeu e logo ficou apenas com a roupa íntima.

O garoto começou a fazer uma dança sem sentido em cima do sofá da sala e todos gritaram.

— Belos atributos, hein Mário?! — Alicia falou brincando e Paulo revirou os olhos.

— Tá, já chega de pagar mico Mário, vem logo girar essa garrafa — Paulo diz terminando aquilo e Mário coloca de volta sua roupa e se senta.

— Paguei mico, mas pelo menos cumpri o desafio — O Ayala exclama e roda a garrafa, caindo justamente em Paulo.

— Desafio — Paulo diz antes de o amigo perguntar.

— Te desafio a beijar a menina mais gata aqui presente — Mário diz e todos ficam atentos, perguntando-se quem Paulo vai escolher.

Os órfãos por outro lado ficam preocupados, pois achavam que o Guerra iria escolher Alicia.

— Eu não posso cumprir esse desafio — Paulo diz cruzando os braços.

— E porque não? Vai arregar? — Mário disse devolvendo a provocação do Guerra.

— Não é isso — Paulo se defendeu — É que eu não acho nenhuma menina bonita aqui, só tem chata.

— Ah, Paulo, que seja então, roda logo essa garrafa — Alicia diz já sem paciência e o garoto assim o faz, a garrafa cai bem na direção de Carmen.

— Verdade ou desafio? — Paulo pergunta com um sorriso macabro no rosto.

— Verdade — Carmen responde com dificuldade, balbuciando as palavras.

— Então, meu beijo é bom? — Paulo pergunta se referindo ao dia em que havia beijado Carmen na escola.

Carmen fica nervosa e apreensiva, logo em seguida suando frio.

— Sim — A garota responde corada.

Alicia não soube explicar, mas se enfureceu.

— Tá, gira logo essa garrafa, Carmen — A Gusman diz bruscamente pra garota, que fica sem entender nada, mas mesmo assim roda o objeto.

A garrafa cai em Marcelina.

— Verdade — Escolhe a garota.

— Pra você, quem é o menino mais bonito aqui presente? — Carmen pergunta.

— O Daniel — Marcelina responde sem titubear, causando incômodo em Maria Joaquina e Bibi.

A garota roda a garrafa e cai em Alicia.

— Até que enfim eu — A Gusman exclama aliviada — Desafio.

— Vou te mandar o mesmo desafio que o Daniel mandou pro Mário. Quero ver você dançar só de calcinha e sutiã aqui na sala — Marcelina completa.

Paulo arregala os olhos, se perguntando se Alicia realmente faria aquilo.

A garota não hesita e rapidamente fica apenas com as roupas íntimas, e logo faz uma dança no meio da sala, levando os meninos a loucura.

O Guerra já não aguentava mais aquilo.

— Chega, gente, hora da Alicia rodar a garrafa — Ele diz interrompendo a dança e os garotos lamentam.

A Gusman se veste novamente e gira a garrafa, caindo em Abelardo.

— Verdade — O garoto escolhe, e Alicia se vê numa ótima situação em que podia se vingar de Paulo.

— Bem, o que você achou do meu beijo no baile? — Alicia pergunta causando surpresa em Paulo.

“Se vingando de mim pela pergunta pra Carmen, né, Alicia?!” — Paulo afirmou entre seus pensamentos.

— Foi bom, você beija bem — Abelardo respondeu e o Guerra tentou mostrar-se que não havia se afetado com a resposta do garoto.

Abelardo girou a garrafa e parou em Majo.

— Verdade — Optou a garota.

— Você esconde algum grande segredo? — Abelardo pergunta para Maria Joaquina.

Os órfãos se entreolharam assustados, será que o garoto desconfiava de algo? Era impossível, todos eles pensavam, vai ver era só uma pergunta normal, uma grande coincidência.

— Não. Minha vida é um livro aberto, não escondo segredo nenhum — Majo responde tentando parecer o mais natural possível.

“Aham, sei...” — Jorge pensou.

Maria Joaquina gira a garrafa e cai em Davi.

— Verdade ou desafio? — Majo pergunta.

— Verdade — O Rabinovich escolhe.

— Bom, é verdade que você gosta da Margarida? — Majo pergunta. Valéria e a própria Margarida ficam ansiosas pela resposta do menino.

— Só como amigo — Ele fala e se prepara para rodar a garrafa.

Valéria ri, pensando que Davi era um cara de pau por mentir daquele jeito, pois tinha ouvido muito bem quando ele havia dito que beijou Margarida.

Margarida, por sua vez, estranha. Pois no dia do trabalho, Davi tinha dito que gostava dela e logo em seguida a beijou. Resolveu que iria tirar isso a limpo outra hora, porém estava bastante desconfiada.

Davi prosseguiu o jogo e a garrafa caiu justamente em Valéria.

— Desafio — Valéria diz suspirando.

— Te desafio a beijar o Cirilo — Davi mandou na lata pegando todos de surpresa.

— O quê? Eu não posso fazer isso, eu namoro o Jaime — Valéria responde, porém essa ultima parte com um pouco mais de dificuldade.

— Se é assim, eu mudo o desafio — Davi diz — Beija o Jaime então, já que vocês são namorados.

Valéria vira para o amigo desconfortavelmente, e os dois dão um rápido selinho, desconcertados.

O jogo continua e a garrafa que Valéria girou, parou em Jorge.

— Verdade — O Cavalieri diz.

— De todos aqui na sala, quem você namoraria? — Valéria pergunta.

— A Maria Joaquina — Ele responde de maneira rápida e direta.

Daniel se sentiu incomodado, mas não tanto quanto o que veio a seguir.

Jorge voltou a rodar a garrafa e caiu no Zapata.

— Verdade — O Zapata escolheu e de certa forma já estava cansando de jogar.

— Já que a pessoa que você gosta tá presente aqui, nos conte quem é ela — Jorge pede.

Bibi e Marcelina olharam curiosas para o garoto, mas nenhuma das duas se comparou com Majo, que fitou Daniel de uma forma profunda e penetrante, querendo saber mais do que nunca qual seria a resposta do garoto.

O Zapata alternava o olhar entre todas aquelas pessoas que o fitava de uma maneira intensa.

— Chega, cansei de jogar — Daniel declarou se levantando.

— Ah, qual é, Daniel?! Não vai dizer quem é? — Mário indagou interessado na resposta do amigo.

— Cansei galera, amanhã temos aula cedo e perdi a vontade de jogar, se quiserem continuar, podem ir sem mim — Ele anunciou e começou a subir as escadas rumo a seu quarto.

— Eu também cansei, tchau pra vocês — Majo também vai em direção ao seu quarto e Jorge a segue.

— Então vamos continuar, galera — Paulo diz animado pegando a garrafa.

(...)

Antes de chegarem ao quarto de Majo, Jorge diz que vai ao banheiro e a garota assente, só que propositalmente, o Cavalieri muda de direção e vai até o quarto de Daniel. Ele bate na porta, escuta um “entra” e adentra o local.

— E aí, cara?! — O Zapata o cumprimenta deitado.

— Olha, foi mal, ok? Por lá embaixo — O Cavalieri se desculpa.

— Pelo o quê? — Daniel questiona.

— Você sabe. Pela pergunta, vi que você ficou um pouco incomodado, me desculpa mesmo — Jorge volta a repetir.

— Tudo bem sem problemas. — Daniel diz.

— E ah, eu também queria dizer que, tipo, eu to ficando com a Majo e tal, você é um primo muito ciumento? — Jorge pergunta sendo sutil.

— Não, eu não sou um primo ciumento. E mesmo que eu fosse, a Majo é livre pra fazer o que quiser, eu só queria que ela ficasse com um cara legal, e você parece ser um — Daniel responde sem olhar para o garoto.

— Ah, valeu, pode ter certeza que sou sim — O Cavalieri fala com um sorriso.

(...)

O fim da tarde logo se passou, todos que estavam jogando na mansão voltaram para casa. Inclusive Jorge, que se encontrava pensativo em seu quarto. O garoto tentava assimilar as respostas que teve no jogo, pois cada vez mais aquilo o ajudava a chegar no segredo de Majo.

O garoto rapidamente ouviu uma discussão vindo do andar de baixo e se dirigiu até o local. Eram seus pais. O Cavalieri aproximou-se devagar para entender o que diziam.

— Mas Rosana, uma hora o Jorge vai descobrir, a gente tem que contar pra ele — Dizia Alberto, pai do garoto.

— Sim, Alberto, mas agora não é a hora, vamos esperar mais — Rosana argumentava.

Jorge apareceu de supetão na frente de seus pais, os fazendo parar de discutir automaticamente.

— Ah, oi meu filho — Rosana disse o abraçando.

— Andem, continuem a discutir — Jorge diz já cansando de toda aquela situação.

— Ninguém aqui tá discutindo não, meu filho — Alberto fala.

Mas tudo que Jorge faz é subir as escadas e voltar para seu quarto.

(...)

Durante a noite, Alicia desce as escadas rumo à cozinha. A garota senta-se numa cadeira enquanto pega um copo com água.

Paulo, que coincidentemente, também estava com sede, vai até o local e se depara com a garota, mas nada fala. O garoto rapidamente bebe sua água, e quando vai ir embora, é parado pela voz dela.

— Espera aí, Paulo. Preciso conversar com você — Ela pede e ele assente, sentando-se do lado dela.

O que mais surpreendeu Alicia, é que Paulo ficou calado, não falou nada, não fez nenhum tipo de piada.

— Olha Paulo, de uma vez por todas, qual é a sua? — Alicia perguntou e o Guerra ficou sem entender.

— Como assim qual é a minha? — Ele indagou cruzando os braços.

— Não se faça de desentendido. Eu te vi irritado hoje quando eu perguntei pro Abelardo o que ele tinha achado do meu beijo, e também você interrompeu minha dança muito rápido. O que tá acontecendo? — Alicia voltou a questionar.

Paulo poderia ter respondido muitas coisas, mas só a deixou mais confusa ainda.

— Sabe, Alicia. Lembra quando o Mário me desafiou a beijar a menina mais bonita e eu não cumpri o desafio? — Paulo pergunta mudando o foco da conversa.

— Claro que eu lembro, mas o que isso tem a ver com a nossa conversa? — A Gusman perguntou atônita.

— É que eu não pude completar o desafio, porque a garota era você — Paulo diz a pegando de surpresa, deixando-a totalmente sem reação.

Alicia abriu a boca pra dizer algo, mas nada saía.

— Mas não tem ninguém por aqui agora, posso cumprir o desafio — Ele diz.

A Gusman não conseguiu responder nada, pois tudo que sentiu nos minutos seguintes, foram os lábios de Paulo virem de encontro aos seus.

Foi um beijo intenso, com muita rapidez e volúpia. Como ambos desejavam. Alicia, mesmo tendo sido pega de surpresa, retribuiu o beijo à altura. Paulo não perdeu tempo e pediu passagem com a língua, rapidamente concedido pela garota. As línguas exploravam o máximo a boca um do outro, e pareciam travar uma violenta batalha pelo domínio da situação. Mesmo sentado, Paulo deu um jeito de agarrar firmemente a cintura de Alicia. Ela também não ficou pra trás, e logo começou a puxar os cabelos de Paulo.

O beijo durou por longos minutos, até que o ar se fez ausente, e ambos separaram-se ofegantes.

Ninguém ousou dizer uma palavra. Alicia passou a mão pelos lábios vermelhos, como se estivesse confirmando que aquilo realmente ocorreu.

Paulo, por outro lado, deu apenas uma piscadinha para Alicia e voltou para seu quarto, deixando-a sozinha e totalmente atordoada.


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Notas finais do capítulo

Pois é galera, sobre o que será que os pais do Jorge discutiam hein? Daqui pra frente vocês descobrirão (e também é grande parte do motivo pelo qual o Jorge age assim) Então, no fim das contas o namoro entre a Valéria e o Jaime era falso! (Acho que muitos de vocês devem ter desconfiado) e agora que o Paulo sabe, o que será que ele vai fazer? e falando em Paulo, espero que tenham gostado do beijo Paulicia no fim do capítulo, como eu falei, era uma grande surpresa. Espero que também tenham gostado do capítulo, me perdoem qualquer erro e até o próximo! :D



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