Carrossel: Órfãos e Perdidos escrita por Gronk Spike


Capítulo 21
Capítulo 20 - Namorados?


Notas iniciais do capítulo

E aí meus queridos leitores, tudo bem com vocês? Dessa vez eu nem demorei tanto pra atualizar kkk xD

Bem, voltei aqui com mais um capítulo. Não tenho muito o que dizer, só agradecer a todos que estão comentando e não abandonaram a fic quando eu fiquei aquele tempo sem postar. E ah, nesse capítulo rola um flashback Paulicia, como eu tinha prometido há algum tempo pros fãs do casal.

Espero que gostem do cap de hoje e boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/637658/chapter/21

Durante todo o outro dia, Valéria estava muito triste e cabisbaixa. Ela queria matar aula, mas Majo e Alicia não concordaram e a Ferreira se viu sem opção.

A garota fez tudo desanimada e comeu bem pouco, o que preocupou mais ainda suas amigas.

Elas tentavam descobrir o que Valéria escondia, mas a menina se recusava a dizer, e negava falando que não era nada. Obviamente nenhuma das duas acreditou nas palavras de Valéria.

Davi também estranhava o comportamento da amada, pois nem fazia ideia de que a garota havia escutado sua conversa na noite anterior.

Após todos se arrumarem e tomarem um rápido café da manhã, foram em direção a escola. Um total silêncio os dominava, ninguém ousava dizer uma palavra. Talvez pelo fato da tristeza de Valéria, ou pelas entregas do trabalho que se aproximava. Mesmo com os pensamentos conturbados, os órfãos chegaram no colégio e os meninos e as meninas foram cada um para seus respectivos amigos.

Valéria pouco falava, o que causou interesse e curiosidade em suas amigas. Mas novamente a garota negou tudo. O sino soou indicando o começo das aulas, mesmo contrariados, todos se dirigiram a sala de aula.

Espero que todos tenham feito o trabalho e que estejam bem feitos — O professor exclamou entrando na sala enquanto os alunos sentavam.

Grande parte dos alunos gritaram entusiasmados, outros ficaram apenas calados sem ânimo. E tinha até alguns que nem haviam feito o trabalho.

— Muito bem, eu vou chamando as duplas e vocês veem até aqui apresentarem o trabalho — O professor disse.

E logo cada dupla ia se apresentando. Na vez de Valéria e Jaime, o garoto, mesmo não sendo dos mais inteligentes, explicou praticamente tudo sozinho, pois Valéria não tinha clima algum pra aquilo. O que só preocupava cada vez mais seus amigos.

Rapidamente a sala inteira havia se apresentado. O professor anunciou que Jorge e Majo tinham sido os vencedores pelo melhor trabalho, mas que todos haviam ganhado pontos.

A próxima aula era a de educação física, e com ela veio mais desanimo pra Valéria, porque pela garota, ela ficaria na sala mesmo sentada fitando a parede. O professor de educação física logo os levou para a quadra.

— Muito bem, turminha. Hoje vou pegar leve com vocês, por isso, será um futsal misto, os dois times com meninos e meninas.

Logo após anunciar isso, começou um burburinho entre os alunos, muitas das meninas não queriam jogar e muitos dos meninos não as queriam em seus times.

— Ah, professor, nem pensar que eu vou jogar com meninas no meu time, prefiro ficar sem jogar — Paulo reclamou.

— Deixa de resmungar e aceita logo, Paulo — Alicia o repreendeu.

— Sem mais discussões, Paulo e Alicia. Por conta disso, vou colocar vocês dois para tirarem os times — O professor anunciou causando mais indignação em Paulo.

— Pelo visto, hoje o dia vai ser longo — Davi sussurrou para Daniel que concordou assentindo.

— O que foi Paulo? Tá com medo de perder pra uma menininha? — Alicia ironizou provocando o Guerra.

— Óbvio que não, eu não tenho medo de nada — Paulo bradou.

— Você não quer que eu te lembre daquele dia, quer? — A Gusman indagou provocando cada vez mais Paulo — Acho que você lembra muito bem da última vez que jogamos futebol juntos.

— É-é, eu não sei do que você tá falando — Paulo se defendeu, enquanto gaguejava e se fingia de desentendido.

— Claro que lembra — Alicia afirmou e as imagens vinham na cabeça de Paulo.

FLASHBACK ON

Era um sábado à tarde, o sol culminava sobre o orfanato fazendo todos os habitantes do recinto se sentirem cada vez mais entediados.

Não era novidade pra nenhum dos moradores que a diretora Alessandra era uma mulher muito rígida e severa. Ela, praticamente, proibia qualquer tipo de atividade ou lazer para as crianças se divertirem, e isso só os deixavam mais chateados, sem opção do que fazer.

Os meninos encontravam-se no quarto, apenas conversando enquanto cada um estava deitado em sua respectiva cama.

— Eu não acredito nisso — Paulo resmungava — Em pleno sábado não há nada pra gente fazer, isso é ridículo.

— É, o Paulo tem razão — Davi concordou enquanto fitava o teto azul do quarto.

— Se ao menos a diretora deixasse-nos fazer algo, mas ela proíbe tudo — Vez de Daniel reclamar, e olha que o garoto não costumava fazer isso.

— Pois é, aquela chata — O Guerra murmurou.

— Mais respeito, Paulo — Daniel repreendeu.

— Já sei! — Paulo gritou animado levantando-se e ignorando o comentário do amigo — E se fossemos aprontar com as meninas? — Ele sugeriu com um sorriso malicioso nos lábios.

— Ah, nem pensar. Primeiro que a Valéria faz parte das meninas e eu não quero aprontar com ela, e segundo que isso só nos traria mais problemas e castigos.

Daniel e Paulo fizeram o famoso “hm” quando o Rabinovich citou o nome de Valéria.

— Você só não topa por causa daquela chata da Valéria. Mas e você, Daniel? — Paulo perguntou

— Eu concordo com o Davi. Você sabe que isso só iria dar mais problemas pra gente, e sua ficha não é lá muito das boas, Paulo — Daniel respondeu ironizando.

Paulo apenas resmungou algo que nenhum de seus amigos entendeu e voltou-se a deitar.

— Já sei! — Vez de Davi gritar entusiasmado.

— Fala logo — Paulo diz sem paciência.

— E se formos assistir algo na TV lá em baixo? Já que é uma das únicas coisas que a diretora libera — Davi sugeriu.

— Ah, não. Dia de sábado não passa nada legal na TV, sem falar que é entediante. — Paulo respondeu.

— É, tenho que concordar com o Paulo — O Zapata fala e Davi perde o entusiasmo.

O silêncio voltou a reinar por alguns minutos.

— Já sei! — Daniel disse, aparentemente, tendo uma ideia.

— O quê? — Indagaram os amigos ansiosos, já que Daniel era o mais inteligente e às vezes conseguia ter ideias melhores.

— E se fôssemos fazer as lições de casa? Vocês sabem que temos muita coisa pra fazer e... — Não deu nem tempo do Zapata completar, fora interrompido por Paulo.

— Ah, mas nem pensar. Isso nunca. Ainda temos muito tempo pra fazer isso. Eu já devia imaginar que você iria sugerir algo desse tipo... — Paulo completou essa última parte um pouco mais baixo.

— É, to com o Paulo, sem cabeça pra fazer isso agora — Davi apoiou o Guerra.

O silêncio estabeleceu-se mais uma vez. Nenhum dos garotos conseguia ter alguma ideia do que fazer em um sábado ensolarado.

Até que Alicia invadiu o quarto dos meninos bruscamente.

— Ei garota, quarto errado — Paulo alfinetou — O das meninas é pra lá.

— Deixa de implicância, Paulo. Eu vim trazer uma boa noticia — Alicia disse cruzando os braços.

— Na última vez que você disse que tinha uma boa noticia, acharam aquele cachorro pulguento em frente ao orfanato — Paulo comentou sarcástico.

— Cala a boca e deixa ela falar, Paulo — Davi exclamou já impaciente — Diz Alicia, qual é a boa noticia?

— Acho que vocês vão gostar. É que a diretora saiu pra resolver alguns assuntos, ou seja, dá pra gente fazer um monte de coisa enquanto ela não volta. — Alicia finalmente falou.

— Até que enfim uma boa noticia de verdade — Paulo disse.

— E então, o que vamos fazer? — Daniel questionou.

— O que ela menos goste que a gente faça: Jogar futebol — O Guerra exclamou debochadamente.

— Mas tem um porém, Paulo — A Gusman disse antes que todos pudessem sair do quarto e irem para o pátio.

— E que porém é esse? — Paulo perguntou desanimado e revirando os olhos.

— Vocês têm que deixar nós meninas jogarem junto também — Ela responde, causando indignação no Guerra.

— Por mim tudo bem... — Daniel diz.

— Por mim também — Davi responde apoiando o amigo.

— Mas nem pensar, vocês só vão nos atrapalhar — Paulo fala.

— Ou é isso ou contamos pra diretora que vocês jogaram lá — Alicia ameaça e Paulo fica sem saída.

— Tudo bem — O Guerra suspira derrotado.

Logo todos se dirigem até o pátio do orfanato e montam os dois times que iriam jogar.

— Ah, não. Nem vem que eu não quero a Alicia no meu time não — Paulo reclamou ao ver que a garota havia caído em sua equipe.

— Mas você só reclama em Paulo? — Majo indagou.

— Pois é — Valéria concordou — A decisão foi justa, a Alicia vai continuar no seu time e ponto final.

Paulo bufou e Alicia riu da cara de indignação dele.

O jogo correu por longos trinta minutos, enquanto a diretora ainda não havia voltado. Estava tudo empatado, quando em um lance muito rápido, Alicia driblou um jogador do time adversário e marcou o gol para a equipe de Paulo.

A garota saiu comemorando com os companheiros de time enquanto Paulo, que era o goleiro, observava-a de longe.

“É, Alicia. além de muito linda, é uma ótima jogadora” — Paulo pensou e logo depois se repreendeu.

“Espera aí. Eu realmente a chamei de linda? Paulo Guerra, o que tá acontecendo com você?” Ele questionou-se mais uma vez enquanto continuava a olhar para a garota.

FLASHBACK OFF

Paulo foi tirado de seus pensamentos com o forte apito do professor.

— Se lembrou? — Alicia provocou mais uma vez.

— Eu já disse que não sei do que você tá falando — Paulo voltou a negar. Ninguém sabia que o garoto havia chamado a Gusman de linda por meio de seus pensamentos naquele dia.

— Beleza, então vamos logo jogar porque hoje to com vontade de te derrotar — Alicia exclamou e cada equipe se posicionou.

Um pouco distante, Abelardo observava a discussão de Paulo e Alicia, e conversava consigo mesmo.

— Eu entendo o que a Alicia me disse, mas é realmente muito estranho essa preocupação excessiva do Paulo — Ele comentou.

E o que ele não sabia, é que Jorge acabara escutando seu pequeno comentário. O Cavalieri estranhou mais ainda, ele não conseguia explicar, mas sentia que o segredo de Majo tinha algo a ver com aquilo, e principalmente com seus primos.

Durante o jogo, Alicia acaba por driblar Paulo, fazendo todos os alunos gritarem causando vergonha no Guerra. Mas o que veio a seguir, nem se comparou ao drible. Alicia chutou forte no canto do goleiro, e assim como o passado, deu a vitória para sua equipe.

— Fim de jogo, vitória da equipe da Alicia — O professor declarou e os membros do time comemoraram.

“Droga, a Alicia tem que me pagar por essa humilhação”’ — Paulo esbravejou pelos pensamentos.

Ele olhava firmemente para Alicia enquanto a garota comemorava.

“Mas uma coisa não mudou, ela continua linda e uma ótima jogadora” — Paulo voltou a pensar, porém dessa vez sorrindo.

(...)

Valéria não havia feito nada na aula de educação física, e voltou a repetir isso no intervalo. A garota apenas permaneceu sentada na arquibancada da escola vendo o grande movimento que passava pela quadra. Ela estava tão distraída, que não reparou em Marcelina sentando-se ao seu lado.

— E aí, Valéria? O que você tem? Desde mais cedo eu reparei que você tá estranha — Marcelina indagou.

— Eu não tenho nada, Marcelina. Eu já disse que foi apenas mais uma noite mal dormida — Valéria se defendeu.

— Tudo bem... — Marcelina se deu por vencida — Mas e aí, já pensou na minha proposta de entrar pras líderes de torcida da escola?

Pra falar a verdade, Valéria nem se lembrava daquela proposta de Marcelina, quando a menina disse, foi que veio a tona. Mas Valéria não estava muito interessada naquilo.

— Olha Marcelina, eu pensei muito e não sei se é uma boa ideia — Valéria respondeu.

— E porque não? — A menina questionou.

— Sei lá. Eu não sei dançar direito, e também eu acho que isso não é minha praia — Valéria argumentou e Marcelina pareceu entender.

— Tudo bem, mas se mudar de ideia é só me procurar — Marcelina disse e se levantou, retirando-se logo em seguida.

(...)

Bibi continuava seca com Daniel e o garoto continuava sem entender absolutamente nada. Durante a partida, eles mal se falaram.

“Se a gente mal se falou sendo do mesmo time, imagina se tivéssemos sido de equipes diferentes” — Daniel pensou ironizando enquanto procurava a garota pela escola.

Não demorou muito e o Zapata achou-a lendo um livro na biblioteca, ele aproximou-se e sentou-se de frente pra ruiva.

A garota notou sua presença ali, mas nada disse.

— E aí, tudo bem? — O garoto perguntou.

— Aham — Bibi respondeu em um simples murmuro, e sem tirar os olhos do livro.

— Olha Bibi, será que você pode prestar atenção em mim enquanto eu falo com você? — Daniel indagou um pouco irritado, ele não fazia ideia do porque a garota estar agindo daquele jeito.

— Quer minha atenção? Ganhou minha atenção, agora diz — Bibi volta a falar friamente enquanto fechava o livro.

— Poxa, o que eu fiz pra você me tratar assim? — Ele questionou já cansado — estávamos tão bem e de um dia pro outro você começa a fazer isso comigo. O que eu fiz?

A ruiva queria contar a Daniel o que estava acontecendo e o porquê dela estar agindo daquela maneira, mas não o fez. Pois achou que no fim das contas o plano estava dando certo, já que a toda hora o Zapata corria atrás da garota para tentar entender o que havia acontecido.

— De novo esse papo? Você me tirou da minha leitura pra isso? Ah, Daniel, pra mim chega — Ela diz e sai da biblioteca deixando o garoto pensativo.

“Eu não sei o que eu fiz, mas sei o que vou ter que fazer” — Daniel pensou e também se retirou do local a procura de seus amigos.

(...)

Desde que Valéria havia conversado com Marcelina, ela teve uma grande ideia, só não sabia se daria certo ou se a pessoa toparia.

Rapidamente a garota procurou por seu amigo Jaime e o achou.

— Jaime, será que eu posso conversar com você? — Ela perguntou se sentando ao seu lado no refeitório da escola.

— Claro ué, a gente é amigo — Jaime respondeu causando risos nela.

— Tudo bem — Ela começou — Eu preciso de um grande favor seu.

— Pode falar, sou todo ouvidos — Jaime disse.

— É o seguinte... — Valéria dizia e o garoto prestava atenção em cada palavra.

(...)

Jorge procurava Abelardo por todos os lugares. Pois é, os dois nunca foram amigos, no máximo colegas de sala, mas o Cavalieri estava muito curioso e queria conversar com o garoto.

Após algum tempo, Jorge o acha no bebedouro, tomando água.

— Abelardo, eu posso conversar com você? — Jorge perguntou e o garoto arqueou uma sobrancelha, estava bem surpreso.

— Claro, diz aí — Abelardo disse esperando a resposta de Jorge.

— Eu preciso da tua ajuda — O Cavalieri disse causando risos em Abelardo — Qual é a graça?

— Você — Abelardo respondeu como se fosse óbvio — Desde quando alguém do seu nível precisa da ajuda de alguém como eu? — Ele terminou irônico e Jorge revirou os olhos.

— Você vai me escutar ou não? — Jorge indagou.

Abelardo apenas assentiu para que o garoto prosseguisse.

— Então, eu reparei que você estava estranhando o comportamento do Paulo e da Alicia, você desconfia de algo? — Jorge perguntou deixando Abelardo mais confuso.

— Se eu desconfio de algo? Eu até desconfiava, mas ontem a Alicia me esclareceu tudo. — Abelardo respondeu dizendo para o Cavalieri tudo que Alicia havia o dito.

— E você acreditou? — Jorge voltou a perguntar.

— Sim, mas espera, aonde você quer chegar com essas perguntas? Pra que você precisa da minha ajuda? — Abelardo já estava muito mais confuso que antes.

— É simples, meu caro. É que ontem, quando eu estava fazendo o trabalho com a Majo, eu ouvi ela e a tia dela dizerem que eles tem um segredo, e que se alguém descobrisse, eles já estariam perdidos — O Cavalieri disse despertando o interesse em Abelardo.

— Hm, interessante — Abelardo comentou — Então você quer minha ajuda para tentar descobrir o que eles escondem?

— Exatamente — Jorge respondeu sorridente.

— Mas o que te leva a acreditar que o segredo também envolve os outros primos deles? — O moreno voltou a questionar.

— Porque a tia deles disse que TODOS estariam perdidos. — O mauricinho falou e aquilo pareceu convencer Abelardo.

— Tudo bem, eu te ajudo, mas o que quer que eu faça? — Abelardo indagou, mas antes que Jorge pudesse responder, alguém os interrompe.

— Opa, espera aí que eu ouvi toda a conversa de vocês — Margarida diz aparecendo do nada.

— Sabia que é muito feio ouvir a conversa dos outros, menina? — Abelardo diz em um tom irônico e Margarida ri.

— Haha, engraçadinho — Margarida ri debochada.

— Mas então Margarida, o que você escutou? — Jorge perguntou aflito, não queria que ninguém descobrisse que ele estava se aliando a Abelardo para descobrirem o segredo dos órfãos.

— Eu ouvi tudinho — Margarida respondeu.

— E você não vai contar pra ninguém, não é? — Jorge voltou a questionar.

— Claro que não, eu inclusive quero entrar no plano de vocês — Ela respondeu pegando-os de surpresa.

— O quê? — Os garotos exclamaram ao mesmo tempo abismados.

— É isso aí que vocês ouviram, minha condição pra ficar calada é fazer parte desse esquema de vocês dois — Margarida diz naturalmente.

— Por mim tudo bem, mas do que você desconfia? Eu e o Abelardo temos desconfianças de sobra — Jorge indaga curioso.

— Davi e a Valéria, ela é muito ciumenta com ele, e ontem quando eu o questionei sobre isso, ele não me respondeu e me beijou, não me convenceu muito — Margarida respondeu ainda indiferente, enquanto olhava as unhas.

— Tudo bem, se é assim, ok. Quanto mais gente no plano, melhor. Fica mais fácil de descobrir o que eles escondem — Jorge respondeu sorrindo malicioso.

— Eu acho que isso é o começo de uma grande aliança — Abelardo disse também rindo maliciosamente e os três se olharam com um ar maligno.

(...)

— Mas o quê? — Jaime indagou incrédulo enquanto levantava-se — nem pensar Valéria, eu não posso fazer isso.

— Mas porque não, Jaime? — Valéria rebateu — Não seria de verdade, e você não quer ajudar sua melhor amiga?

Jaime se viu sem saída, não queria fazer aquilo, mas odiava deixar seus amigos na mão.

— Tudo bem, Valéria. Eu topo — Jaime respondeu pra alegria da Ferreira — Mas o que eu ganho em troca?

— Como assim algo em troca? Não quer me ajudar por livre e espontânea vontade? — Valéria perguntou rindo.

— Ah, nem vem. Eu posso ser burro estudando, mas não sou besta, quero algo em troca, ou vou acabar de mãos vazias nessa história. — O garoto comentou suspirando.

— Tudo bem, Jaime. Eu faço sua lição de casa — Valéria respondeu e Jaime sorriu.

— Aí sim, agora é que eu topo mesmo.

(...)

O fim das aulas passou voando, quando todos menos perceberam, já estavam arrumando os materiais para irem embora.

Valéria, aproveitando que todos seus colegas ainda estavam na sala, rapidamente subiu na mesa do professor para que todos a vissem.

— Gente, olhem aqui pra mim porque eu tenho um comunicado — Ela anunciou rapidamente ganhando a atenção de todos na sala de aula.

— Diz logo, Valéria — Alguns comentavam.

— É, tem gente querendo ir pra casa — Outros resmungavam.

— Calma galera, eu só queria anunciar que eu e o Jaime estamos namorando — Ela declarou e Davi deixou cair a mochila surpreso.

“Sério que ela tá namorando o Jaime? E todo aquele amor que ela dizia sentir por mim? Eu não imaginava que a Valéria havia mudado tanto” — Davi pensou indignado, enquanto segurava as lágrimas e apanhava seus pertences.

Jorge rapidamente olhou para Margarida, sendo acompanhado por Abelardo.

— Ué, você não disse que ela morria de ciúmes do Davi, e agora tá namorando o Jaime? — Abelardo indagou para a morena.

— Sim, foi o que eu disse, mas eu não sei o que aconteceu. Vai ver ela desencanou e parou de pegar no pé do primo — Margarida respondeu.

— Mas mesmo assim, isso é muito estranho — Jorge comentou — É melhor você ficar de olho e se aproximar ainda mais do Davi pra ver como ele vai reagir e o que vai dizer.

— Pode deixar comigo — Ela disse sorrindo cínica.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pois é queridos leitores, e esse namoro da Valéria com o Jaime hein?! No que será que vai dar? kkkk
E antes que muitos me perguntem: Sim. Jorge, Abelardo e Margarida são os vilões da fic. Eles podem até ter se mostrados santinhos durante a fic, mas daqui pra frente vão começar a soltar as asinhas. Espero que tenham curtido o flashback e o cap, e aos fãs de Paulicia, se preparem pq o próximo vai ter uma grande surpresa xD

Obrigado a todos mais uma vez, me perdoem qualquer erro ortográfico e até o próximo! :D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Carrossel: Órfãos e Perdidos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.