Carrossel: Órfãos e Perdidos escrita por Gronk Spike


Capítulo 19
Capítulo 18 - Suspensos?!


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores. Estou de volta aqui com mais um capítulo. Sei que demorei, quase uma semana pra atualizar. Por isso, peço desculpas. Mas também queria agradecer vocês pelos comentários no capítulo anterior, eles sempre me animam! Espero que gostem desse de hoje e boa leitura!



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No dia seguinte, os órfãos estavam muito cansados. Afinal, haviam dormido bem pouco desde que Paulo tinha saído e Davi e Daniel foram atrás do garoto. Além do mais, os meninos ainda se encontravam um pouco machucados pela briga com os vândalos da noite anterior. Apesar de tudo isso, eles não poderiam faltar. Talvez a única notícia boa no meio de tanta coisa ruim, fosse o fato de que era uma sexta-feira, e logo mais eles teriam o tão esperado final de semana. Os garotos mais ansiosos, por causa do treino da equipe.

Não demorou muito, e após se arrumarem e tomarem um rápido café da manhã, todos eles saíram em direção à escola.

— Que saco, eu ainda to morrendo de sono, bem que a gente podia matar aula hoje — Paulo comentou bufando.

— Olha, eu não costumo concordar com o Paulo, mas dessa vez, ele tem razão — Valéria diz bocejando.

— Nem pensar em matar aula, gente — Daniel repreende os dois amigos — Nós nem combinamos ainda o trabalho com nossas duplas, e sem falar que hoje é sexta, amanhã vocês tem o dia todo pra descansar.

— E o que vamos falar sobre os machucados? Com certeza alguém vai perguntar — Davi indaga preocupado.

— Ah, não temos que dar satisfação pra ninguém, deixem que perguntem — Paulo diz mal-humorado.

— É, pelo visto alguém acordou com o pé esquerdo hoje — Alicia murmura.

Depois de mais algum tempo caminhando, eles chegaram na escola. As meninas, como de costume, foram em direção às amigas. E os meninos se reuniram com o resto do time, afinal, faltava pouco tempo para o segundo jogo, e se vencessem, estariam nas semifinais.

— Nossa, vocês tão péssimos o que houve? — Cirilo perguntou notando o quão os garotos estavam cansados.

Mas antes que qualquer um deles pudesse responder, Mário também indagou.

— E esses machucados? Vocês brigaram? — O Ayala questionou olhando os ferimentos, que ainda não haviam cicatrizados completamente.

— É uma longa história, mas resumindo, brigamos sim, com alguns moleques ontem de noite — Paulo comentou tranquilo, assustando os outros.

— Mas vai dá pra vocês treinarem e jogarem o próximo jogo? Tá chegando... — Jaime perguntou preocupado.

— Ah, pode ficar tranquilo que vai dá sim. Não foi nada grave com a gente — Davi respondeu tranquilizando o amigo.

— Ufa, menos mal — Jaime fala mais aliviado — Então não se esqueçam de vim aqui pra escola amanhã bem cedo. Temos que treinar muito, não será nada fácil.

— Pois é — Mário concorda — Sem falar que iremos jogar fora de casa, o que torna tudo mais difícil ainda.

— Fora de casa? — Davi indaga confuso — Então quer dizer que não vamos jogar aqui na quadra da escola?

— Claro que não né?! — Jaime diz irônico — Depois me chamam de burro.

— Mas e como vamos fazer pra chegar na outra escola? — Dessa vez quem pergunta é Daniel. Mas assim como Davi, estava confuso.

— Todo jogo fora de casa, a escola aluga dois ônibus. Um pra levar o treinador e o time, e o outro pra levar as nossas líderes de torcida e alguns alunos que vão nos apoiar na outra escola — Cirilo responde.

— Ah, isso vai ser demais. Vamos vencer o outro time na casa deles pra humilhação ser maior — Paulo comenta com um sorriso estampado no rosto.

Os outros apenas se entreolharam revirando os olhos, pois sempre advertiam Paulo pela soberba, porém parecia não adiantar.

(...)

No outro lado do pátio, as meninas também eram questionadas pelo estado em que se encontravam. Qualquer um que as visse deduziria que haviam tido uma má noite.

— Nossa, meninas. Vocês tão muito desanimadas, o que foi que aconteceu? — Carmen questionou olhando as órfãs sonolentas.

— Ah, nada demais. Apenas dormimos pouco — Valéria responde.

— Ah, não é nada romântico ter uma má noite — Laura comenta causando risada entre as meninas.

O sino logo tocou anunciando que todos deviam ir pra sala de aula, não demorou muito e todos se dirigiram ao local.

(...)

As primeiras aulas passaram, na opinião dos órfãos, bem rápido. O que os deixaram bastante aliviados, já que estavam muito cansados pela noite mal dormida.

O professor havia dito que o prazo de entrega do trabalho era pra segunda-feira. Então sem mais enrolações, os órfãos combinaram com seus pares que fariam o trabalho no fim de semana. Paulo só queria treinar e descansar, mas não tinha outro jeito, sabia que precisava do trabalho para ajudar em suas notas.

Na hora do intervalo, os órfãos pareciam zumbis de tanto sono. Porém mesmo assim, Paulo não desgrudava os olhos de Alicia e viu perfeitamente quando a garota ia ao banheiro e fora seguida por Abelardo.

“Droga, esse cara não deixa ela em paz” — Paulo pensava enquanto também ia atrás de Abelardo.

A Gusman, por outro lado, não havia notado que estava sendo seguida pelo garoto. Quando iria entrar no banheiro feminino, é parada pela voz dele.

— Alicia, será que a gente pode conversar? — Abelardo perguntou calmamente.

— Nós não temos nada pra conversar, Abelardo — Alicia respondeu — Tudo que tinha pra ser dito já foi falado.

— Me desculpa, por favor, eu prometo que não vou tentar fazer aquilo de novo — O garoto implorava.

A garota já estava sem paciência, não queria ter que ficar discutindo ali com ele em frente ao banheiro das garotas, por isso tratou logo de desculpa-lo para ver se a deixaria em paz.

— Tá bom, Abelardo. Eu desculpo, agora pode ir — Ela responde ainda impaciente.

Mas o menino não queria ir embora, e insistiu em um papo furado.

— E sobre o trabalho? — Ele perguntou.

— O que tem o trabalho? Nós já combinamos, faremos no final de semana — Ela responde.

— É, mas você não me disse onde iremos fazer — Abelardo diz.

— Tanto faz, pode ser na sua casa mesmo — Ela fala dando de ombros, não queria que ele entrasse na mansão.

— Tudo bem, então. Mas e... — O rapaz iria novamente insistir em algo, mas Paulo chega.

— Cara, vai embora daqui. Não tá vendo que a Alicia está incomodada? — O Guerra indaga e Abelardo, não querendo confusão, se retira dali.

Paulo esperou uns agradecimentos, mas tudo que teve foi mais discussão com a garota.

— Não precisava ter vindo aqui, Paulo. Não preciso da defesa de ninguém, parece até que tava me seguindo — Alicia diz revirando os olhos.

— Eu não estava te seguindo — Paulo mentiu — Eu tava apenas passando por aqui e vi o Abelardo te perturbando. Aí eu coloco ele pra correr e você me agradece assim?

— Eu não preciso da ajuda de ninguém, querido — Ela fala irônica — Se você não tivesse chegado, eu também teria o colocado pra correr. Agora se me der licença.

Alicia completou e entrou no banheiro deixando Paulo falando sozinho para trás.

“Sorte sua que eu não posso entrar aí” — O Guerra pensou rindo.

(...)

O restante das aulas passou normalmente, e dessa vez na opinião dos órfãos, foram se arrastando. E do mesmo modo das aulas, o dia também se arrastou.

O fim de semana chegou e com ele, o tão esperado treino dos garotos. Eles, como de costume, foram na frente. Maria Joaquina disse que dessa vez iria, pra compensar quando não havia ido. Valéria também falou que iria. Só Alicia que não quis ir, a garota ainda se mantinha firme em não ir ver o treino dos garotos, mesmo com suas duas melhores amigas implorando.

Os órfãos rapidamente chegaram na escola e foram para quadra treinarem. Não demorou muito e logo Majo e Valéria também chegaram para acompanhar o treino.

Tudo estava numa boa, exceto por Paulo e Abelardo, que a toda hora discutiam, conseguindo irritar os companheiros de equipe e até mesmo o treinador.

— Você não me passa a bola direito — Paulo reclamou.

— Claro que eu passo, você que tá aí com raiva por causa da Alicia — Abelardo devolveu e Paulo ficou mais irado do que já estava.

— Como é que é? Deixa a Alicia fora disso — O Guerra esbravejou partindo pra cima de Abelardo, mas os colegas de equipe separaram.

— Senhores Abelardo e Paulo, parem com isso agora — O treinador ordenou e ambos se calaram.

— Até que enfim — Davi sussurrou para Mário, que concordou assentindo.

— Muito bem, peçam desculpas um ao outro — O homem pediu, mas os dois permaneceram calados, não iriam dar o braço a torcer.

— Qual é gente?! Somos uma equipe, não custa nada pedir desculpas um ao outro — Jaime, como capitão, dizia.

— Ok, não vão pedir desculpas um ao outro? Então vou puni-los — O treinador disse.

— Que tipo de punição? — O Guerra indagou aflito.

— Simples, vocês dois tão suspensos para o próximo jogo, nenhum jogará — O técnico determinou e Paulo ficou mais apreensivo.

— Não, treinador. Por favor, tudo menos isso — Paulo suplicou.

— Minha decisão já está tomada. Quem sabe assim vocês começam a se respeitar como colegas de equipe e, principalmente, como pessoa — O homem disse e chamou o resto do time para voltar ao treino.

“Que saco, tudo culpa desse imbecil do Abelardo” — Paulo pensou sentado na arquibancada observando o resto do treinamento.

(...)

— Majo, o que será que aconteceu ali? — Valéria perguntou olhando pra multidão que havia se formado em volta de Paulo e Abelardo.

— Hm, não sei. Vai ver estão falando algo a respeito do time, alguma estratégia, essas coisas — Majo respondeu e Valéria acabou concordando.

Após mais algum tempo, Maria Joaquina recebe uma mensagem no celular e se levanta para se retirar, mas antes que pudesse ir embora, é parada por Valéria.

— Vai aonde?

— Recebi uma mensagem do Jorge, ele me disse que tá aqui na frente da escola e quer falar algo comigo, volto daqui a pouco — Majo responde e Valéria assente vendo a amiga se distanciar.

Valéria ficou sentada sozinha observando o treino, a garota olhava atentamente Davi. O garoto ria e se divertia muito enquanto treinava. Isso a fez ter uma lembrança, de quando o conheceu, apesar de ter sido um dia não muito feliz para a garota.

FLASHBACK ON

A pequena garota estava confusa. Com seus seis anos, ela podia não entender muita coisa, mas não era uma garotinha ingênua, já que sempre fora mais esperta que outras meninas de sua idade.

A menina de fato estava bastante triste, seu pai havia morrido e ele era o único que a defendia de sua própria mãe. A garota nunca compreendeu o porquê da mulher não ama-la

A noite chegava e com ela uma forte chuva. Valéria estava apenas parada em seu quarto, vendo a chuva cair, enquanto lembrava-se dos ótimos momentos em que tinha vivido com seu pai.

— Menina, vem aqui — A mãe de Valéria gritou e a garota começou a caminhar até o quarto da mulher.

— O que foi mamãe? — Valéria perguntou docemente.

— Já disse pra não me chamar assim — A mulher falou impaciente.

O que a pobre garotinha não sabia, é que sua mãe nunca a quis ter. Quando soube da gravidez, a mulher pensou em abortar, mas o pai da menina não a deixou fazer isso, sempre quis ter uma filha e quando descobriu que sua mulher estava grávida, não deixou que nada acontecesse com sua pequena.

— Vá se arrumar, irei te levar a um lugar que com certeza irá adorar — A mãe de Valéria diz sorrindo debochadamente, mas a menina era muito pequena e não percebia o sarcasmo nas palavras da mais velha.

— Tem certeza mamãe? — Valéria pergunta mesmo a mulher tendo dito que não a queria chamando daquele jeito — Está chovendo muito forte.

— Valéria, não me desobedece e vai logo — A mulher gritou e Valéria foi se arrumar em seu quarto.

Não demorou muito e Valéria e sua mãe saíram debaixo da forte chuva que caía. Elas caminharam bastante, e a pequena garota não entendia o que estava acontecendo.

“Pra onde mamãe está me levando?” — Valéria pensava confusa.

De repente, as duas pararam enfrente a uma enorme casa, Valéria só ficava mais confusa.

— Onde estamos? — A garota questionou olhando o local.

— Na sua nova casa — A mulher respondeu cínica.

Valéria começou a chorar, estava assustada.

— Entenda garota, eu nunca quis te ter e nunca te amei, eu só te tive porque seu pai não me deixou abortar de jeito nenhum, agora que ele se foi, não há motivo pra eu ficar com você, boa sorte na sua nova vida — A mãe de Valéria soltou o que há anos estava preso.

Aquilo era forte demais pra garotinha, ela chorou mais ainda vendo sua mãe se distanciar.

O que Valéria não sabia, era que estava na porta de um orfanato. A diretora Alessandra ouviu um alto choro em frente ao local e abriu a porta, deparando-se com a menina.

— Quem é você? O que está fazendo aqui? — A mulher perguntou confusa.

Mas Valéria nada respondia, apenas chorava enquanto suas lágrimas se misturavam com as gotas da chuva.

— Menina ,você tá encharcada, vem entra — Alessandra disse ajudando a garota a entrar no orfanato.

Valéria não fazia ideia de onde estava, mas aceitou a ajuda da mulher. Alessandra enrolou uma toalha na garota e levou-a até o sofá.

— Cadê seus pais, garotinha? — A diretora perguntou estranhando.

— Meu pai morreu — Valéria respondeu com dificuldade e com a voz embargada pelo choro.

— E sua mãe? — A mulher voltou a questionar.

Porém Valéria nada respondeu, ainda estava abalada e processando toda aquela situação. Não acreditava nas palavras de sua própria mãe.

Pelo visto, ela deve ter falecido também — A diretora diz vendo o estado da garota.

Valéria permaneceu calada.

— Bem, não há outro jeito. Não posso te largar por aí, você terá que ser a mais nova moradora aqui do orfanato — Alessandra diz surpreendendo Valéria.

— Orfanato? — A menina pergunta confusa — O que é isso?

— É um local onde crianças sem pai nem mãe ficam até serem adotadas por outras famílias. Então, seja bem vinda ao nosso orfanato. — A diretoria diz.

Mesmo não entendendo nada, Valéria assentiu.

— Venham cá, desçam todos — Alessandra gritou para as outras crianças do orfanato, que desceram confusas.

— Aconteceu alguma coisa, diretora? — Uma das crianças perguntou.

— Sim, deem boas vindas a nossa nova moradora. Qual o seu nome, querida? — A mulher perguntou.

— Valéria — A menina respondeu bem baixo.

— Bem, a Valéria será uma nova moradora aqui no orfanato, alguém se habilita a ajuda-la a conhecer o local? — Perguntou Alessandra olhando para as crianças.

— Eu posso ajudar — Um garoto diz passando entre a multidão.

Ele sorri em direção a Valéria, e a menina retribui timidamente, enquanto corava.

— Muito bem, senhor Rabinovich — Alessandra continuou — Espero que vocês se deem bem, apresente o orfanato a ela, onde ela irá dormir e todas essas coisas. Quanto aos outros, podem se retirar.

Valéria havia se encantado pelos cabelos cacheados e olhos verdes do garoto.

— Oi, eu sou o Davi, seja muito bem vinda — O garoto se apresentou ainda sorrindo.

— Oi, sou Valéria, obrigada — Ela respondeu também sorrindo enquanto encarava o garoto.

Valéria não sabia explicar direito o porquê, mas sentiu que ali se formaria uma linda e forte amizade entre os dois.

FLASHBACK OFF

Valéria foi tirada de seus pensamentos com alguém cutucando seu ombro, a garota limpou uma lágrima que teimou em cair e virou-se para ver quem era, deparando-se com Marcelina.

— O que você tá fazendo aqui sentada sozinha, Val? — Marcelina perguntou sentando-se ao lado da garota.

— Ah, nada demais. Apenas observando o treino dos garotos — Valéria respondeu.

— Sabe, acho que você devia se juntar a mim e as outras garotas como líderes de torcida — Marce termina deixando o convite no ar.

— Sério? — Valéria pergunta estranhando.

— Claro, acho que você daria uma ótima líder de torcida, sem falar que seria bem divertido — Marcelina volta a falar.

— Não sei não — Valéria responde ainda incerta.

— Pensa nisso que eu te disse, se quiser, é só me procurar — Marce termina e se levanta deixando novamente a garota sozinha, dessa vez bem pensativa.

(...)

Majo andava pelos corredores da escola em direção à saída, até que é parada pela voz de Bibi.

— Maria Joaquina, posso falar com você? — A ruiva pergunte e Majo fica surpresa, afinal o que ela queria?

— Claro — Mesmo surpresa, Majo assentiu. Também não fazia ideia do que a ruiva estava fazendo na escola.

— É sobre o Daniel — Bibi diz e Maria Joaquina fica um pouco incomodada, mas conseguiu se controlar e não demonstrar nada.

— O que tem ele? — Majo perguntou tentando ser o menos grossa possível.

— Bem, é que você é prima dele, e como o conhece melhor, queria umas dicas de como conquistar ele — A ruiva responde rindo o que só consegue irritar mais ainda Majo.

“Ora essa...” — Majo pensava enquanto seu sangue fervia de raiva.

— Olha Bibi, a única coisa que eu posso dizer, é que o Daniel não gosta de quando o pressionam muito, quando ficam correndo atrás dele, dê um tempo, se afaste um pouco que ele, provavelmente, vai atrás de você depois — Majo respondeu com o intuito de afasta-la do Zapata.

E a ruiva pareceu acreditar, pois alargou o sorriso e agradeceu enquanto saía dali.

Majo ficou se perguntando se seu plano havia dado certo. A garota estava estranha, e Jorge reparou isso quando ela chegou ao seu encontro.

— Majo, você tá muito estranha desde que eu te beijei, tá tudo bem mesmo? É algo comigo? — O Cavalieri indagou.

— Jorge, tá tudo bem comigo sim. E pode ficar tranquila que não é nada com você — Ela respondeu forçando um sorriso. Estava muito confusa e com raiva de certa ruiva.

(...)

Na quadra as coisas estavam um pouco complicadas, o treino havia acabado de terminar, e Jaime andava de um lado para o outro preocupado, no vestiário masculino.

— Tá tudo bem, Jaime? — Daniel perguntou enquanto olhava o amigo andar.

— Não muito — O Palilo disse — Agora que o Paulo e o Abelardo estão suspensos, vamos ir para o jogo desfalcado, sem falar que talvez o Adriano não dê conta do recado.

— Calma, capitão — Daniel falou rindo — Vai dar tudo certo, se trabalharmos em equipe, temos plenas chances de vencer.

Jaime ficou um pouco mais tranquilo. Os jogadores do time tomaram banho e todos foram para casa.

(...)

Os órfãos chegaram em casa e se prepararam para o trabalho em dupla, alguns iriam até a casa de seu parceiro, outros iriam esperar eles chegarem.

Paulo ainda estava furioso com Abelardo. Segundo o Guerra, o garoto era o culpado pela suspensão para o próximo jogo.

Apesar disso, ele tinha que fazer o trabalho. Paulo iria sair de casa para encontrar com Mário, quando alguém bate na porta. Coincidência demais, pensou o garoto.

Ao abrir, ele tem uma surpresa. Carmen está lá parada.

— Carmen? O que você tá fazendo aqui? — Paulo perguntou confuso.

— Soube que você foi suspenso para o próximo jogo da escola — Ela respondeu.

— Sim, eu fui. Mas como você descobriu? — Ele voltou a questionar.

— Marcelina me contou. Mas e aí, como você tá? — Carmen perguntou.

— Ah, nada bem. Eu queria muito jogar aquele jogo. Tudo por culpa daquele otário do Abelardo — Paulo bradou.

— Ah, não fica assim — Carmen o abraçou e Paulo retribuiu.

Alicia, que ia em direção à porta para ir até a casa de Abelardo, viu o abraço e ficou irritada.

“Eu, sinceramente, não entendo qual é a do Paulo. Primeiro ele me defende e depois já tá conversando e abraçando a Carmen. Que idiota!” — Alicia pensou olhando a cena.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo é justamente o do trabalho em dupla, com ele tem algumas surpresas. Aos fãs de Paulicia, fiquem tranquilos que em breve terá flashback dos dois, estou trabalhando nisso. Mais uma vez obrigado a todos, espero que tenham curtido, perdão por qualquer erro ortográfico e até o próximo! :D