Carrossel: Órfãos e Perdidos escrita por Gronk Spike
Notas iniciais do capítulo
Bem galera, cheguei com mais um capítulo aqui! Perdão pela enorme demora, houve alguns problemas mas cá estou eu postando. Quero agradecer muito a todos que vem comentando, obrigado mesmo!
Bem, eu achei esse capítulo um pouco chato e monótono, mas foi necessário, garanto que deixarei o próximo mais dinâmico do que esse de hoje. E ah, já comecei a implantar os flashbacks, nesse capítulo tem um. Espero que gostem e boa leitura!
Algumas horas haviam se passado desde que Paulo tinha saído, segundo ele, para esfriar a cabeça. Daniel estava de certa forma preocupado, o amigo nunca demorava tanto assim quando saía de casa.
— Paulo não voltou até agora, eu acho que vou atrás dele, tá ficando tarde — Daniel disse a Davi quando já tinha voltado ao seu quarto.
— Ué, mas o Paulo saiu? — Davi perguntou confuso
— É, ele discutiu com Alicia e disse que ia sair de casa pra poder esfriar a cabeça, só que isso já faz algumas horas — Daniel responde.
— Bem, se você vai ir atrás do Paulo, vou com você — Davi diz
— Então ok, vamos lá — Daniel fala e os dois descem as escadas chegando na sala de estar.
Daniel e Davi já estavam preparados para sair de casa e procurar pelo Guerra, quando Majo e Valéria chegaram, estranhando os dois ali tão tarde.
— O que vocês fazem aqui tão tarde? Ouvimos alguém descer as escadas e viemos aqui — Maria Joaquina diz.
— É, acho melhor vocês irem dormir, temos aula amanhã bem cedo — Valéria comenta.
— É o Paulo, ele não voltou ainda desde que saiu — Daniel responde e Majo fica preocupada, afinal o Guerra já havia saído há muito tempo.
— Hm, realmente é bem esquisito que ele não tenha voltado ainda — Majo fala.
— Gente, será que vocês poderiam me explicar o que tá acontecendo? Estou boiando aqui — Valéria diz sem entender nada. Afinal, não sabia que Paulo tinha saído.
— É que o Paulo saiu mais cedo e não voltou até agora, o que é bem estranho — Daniel diz.
— Mas vocês já tentaram ligar no celular dele? — Valéria perguntou.
— É uma boa ideia, vou tentar aqui — Davi responde e retira o celular do bolso para tentar ligar pra Paulo.
Mas todas as ligações do Rabinovich eram inúteis, sempre caíam na caixa postal.
— E aí, Davi? — Daniel perguntou ansioso.
— Nada, só dá caixa postal — O garoto responde desanimado.
— Então não tem jeito, teremos que sair e procurar por ele mesmo — O Zapata fala suspirando.
Maria Joaquina arregalou os olhos, eles iriam realmente sair e procurar por Paulo tão tarde assim?
— Vocês tão malucos? Tá muito tarde, não podem sair assim pra procurar por ele, melhor avisamos pra Helena — Majo diz mais preocupada do que antes.
— Não podemos acordar e perturbar Helena com algo desse tipo. É melhor eu e o Daniel irmos atrás dele mesmo — Davi falou decidido e Daniel concordou.
Eles continuaram tentando decidir o que fariam, mas Alicia logo ouviu o barulho que causavam e desceu as escadas, sonolenta.
— Galera, o que vocês tão fazendo aqui a essa hora? É melhor irem dormir — Ela diz se juntando a eles
Quando todos iriam respondê-la, Alicia notou que faltava uma pessoa, Paulo.
— Espera aí, cadê o Paulo? — Alicia indagou, tentando fingir que não estava interessada em saber onde o Guerra se encontrava.
— É isso que estamos querendo saber — Valéria respondeu.
— Ele saiu desde a hora em que vocês discutiram e não voltou mais — Daniel informou enquanto observava o rosto preocupado da Gusman.
— Ah, é? Não fiquem preocupados com isso, Paulo já sabe se virar sozinho — Alicia fala e sobe as escadas de volta para seu quarto, deixando seus amigos surpresos para atrás.
Ao chegar em seu quarto, a Gusman sentiu um forte aperto no peito. Por mais que não quisesse admitir, estava preocupada com o sumiço de Paulo.
Na sala as coisas estavam do mesmo jeito, Valéria e Majo ainda não concordavam em deixar Daniel e Davi saírem pela rua a procura do Guerra.
— Tá decidido, nós vamos atrás do Paulo mesmo — Daniel determina, deixando as duas amigas bem aflitas.
— Tudo bem então, vão e tomem cuidado — Valéria diz mordendo os lábios, em sinal de nervosismo.
Logo os garotos sumiram da visão de Valéria e de Majo, só deixando-as cada vez mais apreensivas.
(...)
Paulo ainda caminhava pelas ruas sem rumo algum. Ele sabia que já estava bem tarde e que deveria voltar para casa, mas não fez isso. O celular do Guerra chamou inúmeras vezes, mas o garoto ignorou e não entendeu.
Ao virar uma rua, deparou-se com um local extremamente vazio e silencioso, ele temeu, mas mesmo assim continuou a caminhar. Quando já estava longe o suficiente, achou que já era hora de ir pra casa, pois estava bem tarde e logo de manhã cedo ele teria aula. Paulo tentou voltar para a mansão, porém uma voz o fez parar.
— Perdido, pirralho? — A voz falou e Paulo pôde constatar que havia três garotos mais ou menos de sua idade, parados em sua frente.
— Pirralho? Vocês são do meu tamanho — O Guerra respondeu irônico. Nem em um momento de perigo ele perdia o sarcasmo.
— Olha só pessoal, além de pirralho, é abusado — O menino do meio comentou, parecia ser o “líder” deles.
— Olha só pessoal, além de burro, é cego — Paulo voltou a falar debochadamente e o menino não se aguentou, se aproximando e fitando o Guerra bem de perto.
— Me chamou de quê? Repete se tiver coragem — A voz do garoto saía quase num sussurro.
— É isso mesmo que você ouviu — Paulo respondeu no mesmo tom que o garoto.
— Ei, Maicon. Não vale a pena perder tempo com um idiota como ele, vamos logo pegar o celular dele e ir embora — Outro menino, que estava mais atrás, disse.
— É Kléber, você tem razão — O tal Maicon comentou e voltou sua atenção a Paulo — Passa apenas o seu celular, e vaza daqui.
Paulo estava nervoso, nunca havia passado por uma situação dessas antes. Não queria entregar seu celular, mas estava em desvantagem.
— Vem pegar — Paulo desafiou e Maicon ficou irado.
Mas antes que o garoto pudesse responder algo, uma voz bem conhecida por Paulo falou, se aproximando.
— Precisando de uma mãozinha, Paulo? — Davi perguntou se pondo ao lado do Guerra.
— Estávamos te procurando, você sumiu e não voltou mais — Daniel diz enquanto se postava do outro lado de Paulo.
— Vocês chegaram numa ótima hora — Paulo diz ignorando o comentário de Daniel, porém ao mesmo tempo muito aliviado por seus amigos terem chegado.
— É, pelo visto isso aqui vai ficar bem interessante — O terceiro garoto desconhecido comentou.
Paulo não esperou mais nada e desferiu um soco em cima de Maicon, que prontamente revidou. Kléber, o segundo garoto, partiu pra cima de Daniel e começou a desferir alguns socos. Davi não perdeu tempo e acertou um soco na barriga do terceiro e último garoto. Uma pancadaria começou e consequentemente chamou a atenção dos vizinhos.
Não demorou muito, e um homem surgiu. Assustado com tudo aquilo.
— Vão embora seus vândalos, vou chamar a polícia — O tal homem disse e os três garotos encrenqueiros começaram a correr pra bem longe da dali.
Os órfãos estavam bem machucados, haviam conseguido bater, mas também tinham apanhado consideravelmente.
— Obrigado pela ajuda, senhor — Daniel pediu.
— Ah, por nada. Mas pelo visto vocês estão bem machucados — O homem comentou, preocupado.
— Espera, você não é o José Rivera? Pai do Cirilo... — Davi disse lembrando-se do homem.
— Sim, sou eu mesmo. Quem são vocês? — O homem respondeu confuso, não se lembrava de onde conhecia os garotos.
— Somos amigos e colegas do seu filho — Daniel responde e o homem só agora se recorda dos órfãos.
— Ah, claro. Vocês são os jovens que moram com a tia, não é? — José diz e os três assentem — Vem, vou levar vocês pra casa.
Rapidamente o homem os ajudou a caminhar em direção a mansão.
(...)
Na sala de estar da mansão, Valéria e Majo continuavam aflitas. Os minutos se passavam e nada dos meninos voltarem, e o pior é que dormiriam bem pouco para o dia seguinte. Perdidas em seus próprios pensamentos, elas nem reparam em Helena, que chegava no local.
— Meninas? O que estão fazendo aqui tão tarde? — A mulher perguntou desconfiada.
— Ai Helena, desculpa se te acordamos — Valéria pediu.
— Vocês não me acordaram meninas, eu só vim pra beber água. Mas não me responderam ainda, o que tão fazendo aqui a essa hora? Vocês tem aula cedo amanhã — Helena terminou de falar enquanto alternava o olhar entre Majo e Valéria.
— É que o Paulo saiu há um tempão e não voltou ainda, aí o Daniel e o Davi foram atrás dele — Majo respondeu nervosamente, deixando Helena preocupada.
— Vocês deviam ter me avisado antes, eu sou a responsável por vocês — Helena diz aflita.
— Foi o que eu sugeri, mas os meninos não queriam te incomodar — Maria Joaquina fala.
Sem poder fazer nada, a mulher se juntou com as meninas a espera dos garotos chegarem. Após mais alguns minutos, há algumas batidas na porta e as três se levantam apressadamente indo em direção à entrada.
— Até que enfim vocês chegaram! — Helena exclamou abraçando os meninos assim que atendeu a porta.
— Olá senhora, suponho que seja a tia deles. Eu sou o José, pai de um dos amigos deles, e vim trazê-los aqui — José diz depois de todos terem entrado.
— Sou Helena, a tia deles. Muito obrigada por ter os trazido. Eu já estava morrendo de preocupação aqui — Helena respondeu agradecendo, estava muito aliviada.
— Bem, agora que já está tudo ok, vou pra minha casa, boa noite a todos — José se despediu e Helena o agradeceu mais uma vez enquanto o acompanhava até a porta.
Como se estivesse previsto que Paulo havia chegado, Alicia desceu mais uma vez as escadas.
— Ah, até que enfim voltaram — Alicia comentou ainda fingindo falso interesse.
— Ah, vai dizer que não tava preocupada comigo, Alicia? — Paulo perguntou provocando.
— Claro que não, você já é bem grandinho, e pelos machucados que eu to vendo, até brigou — A Gusman diz.
Majo e Valéria, até então, não haviam reparado nos ferimentos dos garotos, só foram notar quando Alicia comentou. As duas se aproximaram de Daniel e Davi, preocupadas.
— Meu Deus! — Majo exclamou assustada ao ver os ferimentos no rosto de Daniel — O que aconteceu?
— É uma longa história — O Zapata murmurou.
— Basicamente o Paulo tava precisando da nossa ajuda, e nós brigamos com alguns garotos — Davi complementou a resposta do amigo.
— Mas até você que é da paz e contra brigas, brigou Daniel? — Majo indagou surpresa, mas com um leve tom de deboche.
— Pois é, mas pelos amigos a gente faz um esforço — Daniel respondeu rindo.
Logo após Helena acompanhar José até a porta, ela voltou para a sala de estar.
— Nossa, vocês tão muito machucados. José me contou tudo. Tenho que fazer algo — Helena comenta analisando os ferimentos dos garotos.
— Não precisa se preocupar, Helena — Valéria diz — Deixa que eu cuido dos machucados do Davi.
— E eu dos ferimentos do Daniel — Majo responde.
— Mas e quem vai cuidar dos machucados do Paulo? — Helena perguntou e as meninas fitaram Alicia, como se pedisse pra menina fazer isso.
A Gusman pareceu entender, e suspirou derrotada.
— Tá bem, deixa que eu cuido dos ferimentos do Paulo — Ela comenta bufando e Paulo comemora internamente.
— Tudo bem, vou para o meu quarto, caso precisem de algo, é só me chamarem — Helena diz se retirando e todos assentem.
Rapidamente todos se dirigiram até a cozinha e as meninas começaram a cuidar dos machucados dos meninos.
Majo cuidava dos ferimentos de Daniel calmamente, até que a garota começa a rir e o Zapata estranha.
— Ué, do que você tá rindo? — Ele pergunta confuso.
— Nada demais. É que eu me lembrei da primeira vez que eu cuidei de um machucado seu no orfanato, e agora estou eu aqui novamente fazendo a mesma coisa — Ela responde.
Daniel começa a rir também, lembrando-se do dia.
— Você ainda lembra? — Majo indaga surpresa.
— Mas é claro, como eu poderia esquecer? — Daniel comenta rindo.
FLASHBACK ON
— Diretora, diretora! — A garota, que beirava os doze anos de idade, exclamou aflita enquanto adentrava a sala da diretora do orfanato.
— O quer você quer, Médsen? —A mulher esbravejou — E não sabe bater na porta?
— Desculpa, senhora — A menina pediu nervosa — É que o Paulo aprontou com as meninas de novo.
A mulher levantou-se da cadeira e revirou os olhos. Não era nada de anormal Paulo aprontar algo com as garotas do orfanato.
— O Paulo Guerra não tem jeito mesmo — A diretora bradou mais uma vez — Mas então, o que ele fez desta vez?
— Ele usou bolinhas de gude para as meninas tropeçarem no quarto — Maria Joaquina respondeu.
— Ora essa... — A mulher, chamada Alessandra, murmurou para si mesma já imaginando a situação.
— Só que tem um porém, senhora — Majo disse
— E o que seria? — Alessandra perguntou.
— O Daniel, sabendo o que o Paulo faria, impediu que as meninas caíssem na armadilha dele e acabou se machucando — Maria respondeu aflita, sabia que o garoto havia se machucado feio na queda.
— É, o senhor Zapata como sempre um cavalheiro — Alessandra disse — Vamos, me leve até o local onde tudo ocorreu.
Não demorou muito e as duas chegaram no quarto das meninas. A algazarra era grande, e a diretora passava entre as crianças até chegar em Daniel e Paulo, que estavam sentados na cama de Maria Joaquina.
— É verdade isso, senhor Guerra? — A senhora perguntou quando já estava perto o suficiente do garoto.
— Isso o quê? — Paulo perguntou se fingindo de desentendido.
— Não se faça de santinho senhor Guerra, estou falando do que a senhorita Médsen disse, que você pôs bolinhas de gude aqui no quarto das meninas para que elas tropeçassem e caíssem — A voz da mulher saiu autoritária.
“Maria Joaquina fofoqueira” — Paulo pensou.
— Sim, é verdade — A voz de Paulo saiu quase que num sussurro.
— Você é impossível mesmo, Guerra — A mulher comentou enfurecida.
— Mas no fim das contas nem deu certo, o Daniel acabou impedindo que elas caíssem na armadilha — O Guerra comentou entristecido por seu plano ter falhado.
— E você ainda tem coragem de dizer isso? Seu colega se machucou feio, agora terei que chamar um médico — Alessandra fala ainda irritada, não era novidade pra ninguém que ela odiava trabalhar com crianças.
— Não é preciso, diretora — Daniel diz pela primeira vez se pronunciando na conversa.
— Mesmo senhor Zapata? — A mulher indagou com certa animação, já se livraria disso.
— Sim, eu estou bem. Não me machuquei muito — Daniel respondeu forçando um sorriso.
— Muito bem. Apronte mais uma e ficará de castigo, Paulo Guerra — A mulher falou virando-se para Paulo.
— Que saco... — O Guerra murmurou.
— Aprontar mais uma? — Uma certa morena indagou — Mas diretora, o Paulo vive aprontando com a gente! Castiga ele logo.
— Mais respeito, senhorita Gusman — Alessandra disse já mais calma — Eu quem dou as regras por aqui. E agora se apressem e não demorem porque daqui a pouco é hora do almoço, e vocês sabem que eu não tolero atrasos.
A mulher terminou e saiu do quarto das meninas voltando para seu escritório.
Paulo também saiu do local discutindo com Alicia e rapidamente o recinto estava totalmente vazio, diferente de antes. Exceto pela presença de Maria Joaquina e Daniel. A garota sabia que o amigo havia se machucado, e só negou a ajuda de um médico pra não ter que dar trabalho a diretora.
— Porque você disse que estava bem, em Daniel? — A menina perguntou enquanto o fitava.
— Porque eu realmente estou — Ele respondeu sorrindo e quando tentou se levantar para sair do quarto, gemeu de dor e sentou-se novamente. Seu joelho doía bastante, desde que havia caído na armadilha de Paulo para poder salvar as meninas.
— Você não está nada bem — Maria Joaquina exclamou — Eu vou te ajudar com esses ferimentos, espera aí.
Daniel ficou observando a garota pegar uma pequena caixa debaixo da cama e colocar ao seu lado.
— O que é isso? — O Zapata perguntou confuso.
— Uma caixinha de primeiros socorros, eu guardo pra caso alguma das meninas precisarem, nunca se sabe — Majo respondeu e Daniel assentiu.
Logo a menina começou a cuidar do joelho de Daniel, desinfeccionando com álcool e algodão, em seguida cobrindo o local com uma gaze. O Zapata analisava com toda atenção a linda garota fazendo o curativo.
— Muito obrigado, Majo — O garoto agradeceu — Agora estou bem melhor.
— Era o mínimo que eu podia ter feito depois de você ter salvado as meninas de cair na travessura do Paulo — Ela responde sorrindo.
— Mas vem cá, onde você aprendeu a fazer um curativo assim tão bem? — Daniel perguntou curioso.
A feição da garota mudou. De um sorriso, sua cara havia se fechado e ficado triste.
— É que bem, meu pai era médico e ele havia me ensinado, antes de acontecer aquela maldita viagem — Majo respondeu baixinho, porém o garoto tinha escutado.
— É, acho melhor descermos para o almoço, você sabe como a Alessandra é — Daniel disse tentando mudar daquele assunto.
— É, você tem razão — Majo concorda e guarda a caixinha de primeiros socorros debaixo da cama novamente.
Logo os dois descem e são recebidos pela diretora.
— Atrasados, hein senhor Zapata e senhorita Médsen — A mulher diz.
Daniel e Maria Joaquina se entreolharam rindo e se sentaram junto aos outros.
FLASHBACK OFF
— Faz tanto tempo, que eu achei que você tivesse esquecido — Majo comentou.
— Jamais vou esquecer desse dia, Maria Joaquina — Daniel respondeu olhando profundamente pra menina, o que a fez corar.
— Impossível mesmo era o Paulo, nem a diretora escapava dos planos dele — A garota disse tentando mudar o assunto e Daniel assentiu rindo.
— Fica quieto, Paulo! — Alicia bradou — Assim eu não consigo cuidar desse machucado aqui.
— Mas você só reclama hein?! — Paulo diz rindo.
— Claro, você me dá motivo pra reclamar. Se ao menos ficasse quieto — Alicia falou mais uma vez quase gritando.
— Hm, sabe o que eu lembrei agora? — Paulo perguntou rindo.
— O quê? — A Gusman indagou revirando os olhos, já imaginando mais uma das piadinhas de Paulo.
— De você. Um tempo atrás me disse pra não ficar arrumando confusão aqui, porque não iria cuidar dos meus ferimentos, e olha agora o que você tá fazendo — O Guerra falou enquanto ria mais ainda.
— Ai Paulo, deixa de ser infantil — Alicia exclamou — Eu falei que não ia ficar cuidando dos ferimentos das brigas que você arranjaria. Mas dessa vez foi diferente, você só se defendeu, e agora cala a boca e me deixa terminar isso.
Não demorou muito e as meninas conseguiram terminar de cuidar dos machucados dos garotos. Davi e Valéria eram mais calados, sempre trocando poucas palavras, sorrisos e olhares. Alicia e Paulo, por outro lado, não. Discutiam bastante e sempre se provocavam.
— Acho melhor ir dormimos, temos aula amanhã bem cedo e já tá bem tarde. — Valéria comenta.
— É, concordo. Sem falar que dormiremos bem pouco — Davi diz suspirando.
Todos acabaram concordando e foram para seus respectivos quartos.
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Pois é, como eu disse, um capítulo um tanto quanto chato, mas tentarei deixar o próximo melhor! O capítulo do trabalho em dupla tá chegando e com eles muitas surpresas! Espero que tenham gostado desse de hoje, me perdoem qualquer erro ortográfico e até o próximo! :D