Carrossel: Órfãos e Perdidos escrita por Gronk Spike


Capítulo 18
Capítulo 17 - A briga dos meninos


Notas iniciais do capítulo

Bem galera, cheguei com mais um capítulo aqui! Perdão pela enorme demora, houve alguns problemas mas cá estou eu postando. Quero agradecer muito a todos que vem comentando, obrigado mesmo!

Bem, eu achei esse capítulo um pouco chato e monótono, mas foi necessário, garanto que deixarei o próximo mais dinâmico do que esse de hoje. E ah, já comecei a implantar os flashbacks, nesse capítulo tem um. Espero que gostem e boa leitura!



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Algumas horas haviam se passado desde que Paulo tinha saído, segundo ele, para esfriar a cabeça. Daniel estava de certa forma preocupado, o amigo nunca demorava tanto assim quando saía de casa.

— Paulo não voltou até agora, eu acho que vou atrás dele, tá ficando tarde — Daniel disse a Davi quando já tinha voltado ao seu quarto.

— Ué, mas o Paulo saiu? — Davi perguntou confuso

— É, ele discutiu com Alicia e disse que ia sair de casa pra poder esfriar a cabeça, só que isso já faz algumas horas — Daniel responde.

— Bem, se você vai ir atrás do Paulo, vou com você — Davi diz

— Então ok, vamos lá — Daniel fala e os dois descem as escadas chegando na sala de estar.

Daniel e Davi já estavam preparados para sair de casa e procurar pelo Guerra, quando Majo e Valéria chegaram, estranhando os dois ali tão tarde.

— O que vocês fazem aqui tão tarde? Ouvimos alguém descer as escadas e viemos aqui — Maria Joaquina diz.

— É, acho melhor vocês irem dormir, temos aula amanhã bem cedo — Valéria comenta.

— É o Paulo, ele não voltou ainda desde que saiu — Daniel responde e Majo fica preocupada, afinal o Guerra já havia saído há muito tempo.

— Hm, realmente é bem esquisito que ele não tenha voltado ainda — Majo fala.

— Gente, será que vocês poderiam me explicar o que tá acontecendo? Estou boiando aqui — Valéria diz sem entender nada. Afinal, não sabia que Paulo tinha saído.

— É que o Paulo saiu mais cedo e não voltou até agora, o que é bem estranho — Daniel diz.

— Mas vocês já tentaram ligar no celular dele? — Valéria perguntou.

— É uma boa ideia, vou tentar aqui — Davi responde e retira o celular do bolso para tentar ligar pra Paulo.

Mas todas as ligações do Rabinovich eram inúteis, sempre caíam na caixa postal.

— E aí, Davi? — Daniel perguntou ansioso.

— Nada, só dá caixa postal — O garoto responde desanimado.

— Então não tem jeito, teremos que sair e procurar por ele mesmo — O Zapata fala suspirando.

Maria Joaquina arregalou os olhos, eles iriam realmente sair e procurar por Paulo tão tarde assim?

— Vocês tão malucos? Tá muito tarde, não podem sair assim pra procurar por ele, melhor avisamos pra Helena — Majo diz mais preocupada do que antes.

— Não podemos acordar e perturbar Helena com algo desse tipo. É melhor eu e o Daniel irmos atrás dele mesmo — Davi falou decidido e Daniel concordou.

Eles continuaram tentando decidir o que fariam, mas Alicia logo ouviu o barulho que causavam e desceu as escadas, sonolenta.

— Galera, o que vocês tão fazendo aqui a essa hora? É melhor irem dormir — Ela diz se juntando a eles

Quando todos iriam respondê-la, Alicia notou que faltava uma pessoa, Paulo.

— Espera aí, cadê o Paulo? — Alicia indagou, tentando fingir que não estava interessada em saber onde o Guerra se encontrava.

— É isso que estamos querendo saber — Valéria respondeu.

— Ele saiu desde a hora em que vocês discutiram e não voltou mais — Daniel informou enquanto observava o rosto preocupado da Gusman.

— Ah, é? Não fiquem preocupados com isso, Paulo já sabe se virar sozinho — Alicia fala e sobe as escadas de volta para seu quarto, deixando seus amigos surpresos para atrás.

Ao chegar em seu quarto, a Gusman sentiu um forte aperto no peito. Por mais que não quisesse admitir, estava preocupada com o sumiço de Paulo.

Na sala as coisas estavam do mesmo jeito, Valéria e Majo ainda não concordavam em deixar Daniel e Davi saírem pela rua a procura do Guerra.

— Tá decidido, nós vamos atrás do Paulo mesmo — Daniel determina, deixando as duas amigas bem aflitas.

— Tudo bem então, vão e tomem cuidado — Valéria diz mordendo os lábios, em sinal de nervosismo.

Logo os garotos sumiram da visão de Valéria e de Majo, só deixando-as cada vez mais apreensivas.

(...)

Paulo ainda caminhava pelas ruas sem rumo algum. Ele sabia que já estava bem tarde e que deveria voltar para casa, mas não fez isso. O celular do Guerra chamou inúmeras vezes, mas o garoto ignorou e não entendeu.

Ao virar uma rua, deparou-se com um local extremamente vazio e silencioso, ele temeu, mas mesmo assim continuou a caminhar. Quando já estava longe o suficiente, achou que já era hora de ir pra casa, pois estava bem tarde e logo de manhã cedo ele teria aula. Paulo tentou voltar para a mansão, porém uma voz o fez parar.

— Perdido, pirralho? — A voz falou e Paulo pôde constatar que havia três garotos mais ou menos de sua idade, parados em sua frente.

— Pirralho? Vocês são do meu tamanho — O Guerra respondeu irônico. Nem em um momento de perigo ele perdia o sarcasmo.

— Olha só pessoal, além de pirralho, é abusado — O menino do meio comentou, parecia ser o “líder” deles.

— Olha só pessoal, além de burro, é cego — Paulo voltou a falar debochadamente e o menino não se aguentou, se aproximando e fitando o Guerra bem de perto.

— Me chamou de quê? Repete se tiver coragem — A voz do garoto saía quase num sussurro.

— É isso mesmo que você ouviu — Paulo respondeu no mesmo tom que o garoto.

— Ei, Maicon. Não vale a pena perder tempo com um idiota como ele, vamos logo pegar o celular dele e ir embora — Outro menino, que estava mais atrás, disse.

— É Kléber, você tem razão — O tal Maicon comentou e voltou sua atenção a Paulo — Passa apenas o seu celular, e vaza daqui.

Paulo estava nervoso, nunca havia passado por uma situação dessas antes. Não queria entregar seu celular, mas estava em desvantagem.

— Vem pegar — Paulo desafiou e Maicon ficou irado.

Mas antes que o garoto pudesse responder algo, uma voz bem conhecida por Paulo falou, se aproximando.

— Precisando de uma mãozinha, Paulo? — Davi perguntou se pondo ao lado do Guerra.

— Estávamos te procurando, você sumiu e não voltou mais — Daniel diz enquanto se postava do outro lado de Paulo.

— Vocês chegaram numa ótima hora — Paulo diz ignorando o comentário de Daniel, porém ao mesmo tempo muito aliviado por seus amigos terem chegado.

— É, pelo visto isso aqui vai ficar bem interessante — O terceiro garoto desconhecido comentou.

Paulo não esperou mais nada e desferiu um soco em cima de Maicon, que prontamente revidou. Kléber, o segundo garoto, partiu pra cima de Daniel e começou a desferir alguns socos. Davi não perdeu tempo e acertou um soco na barriga do terceiro e último garoto. Uma pancadaria começou e consequentemente chamou a atenção dos vizinhos.

Não demorou muito, e um homem surgiu. Assustado com tudo aquilo.

— Vão embora seus vândalos, vou chamar a polícia — O tal homem disse e os três garotos encrenqueiros começaram a correr pra bem longe da dali.

Os órfãos estavam bem machucados, haviam conseguido bater, mas também tinham apanhado consideravelmente.

— Obrigado pela ajuda, senhor — Daniel pediu.

— Ah, por nada. Mas pelo visto vocês estão bem machucados — O homem comentou, preocupado.

— Espera, você não é o José Rivera? Pai do Cirilo... — Davi disse lembrando-se do homem.

— Sim, sou eu mesmo. Quem são vocês? — O homem respondeu confuso, não se lembrava de onde conhecia os garotos.

— Somos amigos e colegas do seu filho — Daniel responde e o homem só agora se recorda dos órfãos.

— Ah, claro. Vocês são os jovens que moram com a tia, não é? — José diz e os três assentem — Vem, vou levar vocês pra casa.

Rapidamente o homem os ajudou a caminhar em direção a mansão.

(...)

Na sala de estar da mansão, Valéria e Majo continuavam aflitas. Os minutos se passavam e nada dos meninos voltarem, e o pior é que dormiriam bem pouco para o dia seguinte. Perdidas em seus próprios pensamentos, elas nem reparam em Helena, que chegava no local.

— Meninas? O que estão fazendo aqui tão tarde? — A mulher perguntou desconfiada.

— Ai Helena, desculpa se te acordamos — Valéria pediu.

— Vocês não me acordaram meninas, eu só vim pra beber água. Mas não me responderam ainda, o que tão fazendo aqui a essa hora? Vocês tem aula cedo amanhã — Helena terminou de falar enquanto alternava o olhar entre Majo e Valéria.

— É que o Paulo saiu há um tempão e não voltou ainda, aí o Daniel e o Davi foram atrás dele — Majo respondeu nervosamente, deixando Helena preocupada.

— Vocês deviam ter me avisado antes, eu sou a responsável por vocês — Helena diz aflita.

— Foi o que eu sugeri, mas os meninos não queriam te incomodar — Maria Joaquina fala.

Sem poder fazer nada, a mulher se juntou com as meninas a espera dos garotos chegarem. Após mais alguns minutos, há algumas batidas na porta e as três se levantam apressadamente indo em direção à entrada.

— Até que enfim vocês chegaram! — Helena exclamou abraçando os meninos assim que atendeu a porta.

— Olá senhora, suponho que seja a tia deles. Eu sou o José, pai de um dos amigos deles, e vim trazê-los aqui — José diz depois de todos terem entrado.

— Sou Helena, a tia deles. Muito obrigada por ter os trazido. Eu já estava morrendo de preocupação aqui — Helena respondeu agradecendo, estava muito aliviada.

— Bem, agora que já está tudo ok, vou pra minha casa, boa noite a todos — José se despediu e Helena o agradeceu mais uma vez enquanto o acompanhava até a porta.

Como se estivesse previsto que Paulo havia chegado, Alicia desceu mais uma vez as escadas.

— Ah, até que enfim voltaram — Alicia comentou ainda fingindo falso interesse.

— Ah, vai dizer que não tava preocupada comigo, Alicia? — Paulo perguntou provocando.

— Claro que não, você já é bem grandinho, e pelos machucados que eu to vendo, até brigou — A Gusman diz.

Majo e Valéria, até então, não haviam reparado nos ferimentos dos garotos, só foram notar quando Alicia comentou. As duas se aproximaram de Daniel e Davi, preocupadas.

— Meu Deus! — Majo exclamou assustada ao ver os ferimentos no rosto de Daniel — O que aconteceu?

— É uma longa história — O Zapata murmurou.

— Basicamente o Paulo tava precisando da nossa ajuda, e nós brigamos com alguns garotos — Davi complementou a resposta do amigo.

— Mas até você que é da paz e contra brigas, brigou Daniel? — Majo indagou surpresa, mas com um leve tom de deboche.

— Pois é, mas pelos amigos a gente faz um esforço — Daniel respondeu rindo.

Logo após Helena acompanhar José até a porta, ela voltou para a sala de estar.

— Nossa, vocês tão muito machucados. José me contou tudo. Tenho que fazer algo — Helena comenta analisando os ferimentos dos garotos.

— Não precisa se preocupar, Helena — Valéria diz — Deixa que eu cuido dos machucados do Davi.

— E eu dos ferimentos do Daniel — Majo responde.

— Mas e quem vai cuidar dos machucados do Paulo? — Helena perguntou e as meninas fitaram Alicia, como se pedisse pra menina fazer isso.

A Gusman pareceu entender, e suspirou derrotada.

— Tá bem, deixa que eu cuido dos ferimentos do Paulo — Ela comenta bufando e Paulo comemora internamente.

— Tudo bem, vou para o meu quarto, caso precisem de algo, é só me chamarem — Helena diz se retirando e todos assentem.

Rapidamente todos se dirigiram até a cozinha e as meninas começaram a cuidar dos machucados dos meninos.

Majo cuidava dos ferimentos de Daniel calmamente, até que a garota começa a rir e o Zapata estranha.

— Ué, do que você tá rindo? — Ele pergunta confuso.

— Nada demais. É que eu me lembrei da primeira vez que eu cuidei de um machucado seu no orfanato, e agora estou eu aqui novamente fazendo a mesma coisa — Ela responde.

Daniel começa a rir também, lembrando-se do dia.

— Você ainda lembra? — Majo indaga surpresa.

— Mas é claro, como eu poderia esquecer? — Daniel comenta rindo.

FLASHBACK ON

Diretora, diretora! — A garota, que beirava os doze anos de idade, exclamou aflita enquanto adentrava a sala da diretora do orfanato.

— O quer você quer, Médsen? —A mulher esbravejou — E não sabe bater na porta?

— Desculpa, senhora — A menina pediu nervosa — É que o Paulo aprontou com as meninas de novo.

A mulher levantou-se da cadeira e revirou os olhos. Não era nada de anormal Paulo aprontar algo com as garotas do orfanato.

— O Paulo Guerra não tem jeito mesmo — A diretora bradou mais uma vez — Mas então, o que ele fez desta vez?

— Ele usou bolinhas de gude para as meninas tropeçarem no quarto — Maria Joaquina respondeu.

— Ora essa... — A mulher, chamada Alessandra, murmurou para si mesma já imaginando a situação.

— Só que tem um porém, senhora — Majo disse

— E o que seria? — Alessandra perguntou.

— O Daniel, sabendo o que o Paulo faria, impediu que as meninas caíssem na armadilha dele e acabou se machucando — Maria respondeu aflita, sabia que o garoto havia se machucado feio na queda.

— É, o senhor Zapata como sempre um cavalheiro — Alessandra disse — Vamos, me leve até o local onde tudo ocorreu.

Não demorou muito e as duas chegaram no quarto das meninas. A algazarra era grande, e a diretora passava entre as crianças até chegar em Daniel e Paulo, que estavam sentados na cama de Maria Joaquina.

— É verdade isso, senhor Guerra? — A senhora perguntou quando já estava perto o suficiente do garoto.

— Isso o quê? — Paulo perguntou se fingindo de desentendido.

— Não se faça de santinho senhor Guerra, estou falando do que a senhorita Médsen disse, que você pôs bolinhas de gude aqui no quarto das meninas para que elas tropeçassem e caíssem — A voz da mulher saiu autoritária.

“Maria Joaquina fofoqueira” — Paulo pensou.

— Sim, é verdade — A voz de Paulo saiu quase que num sussurro.

— Você é impossível mesmo, Guerra — A mulher comentou enfurecida.

— Mas no fim das contas nem deu certo, o Daniel acabou impedindo que elas caíssem na armadilha — O Guerra comentou entristecido por seu plano ter falhado.

— E você ainda tem coragem de dizer isso? Seu colega se machucou feio, agora terei que chamar um médico — Alessandra fala ainda irritada, não era novidade pra ninguém que ela odiava trabalhar com crianças.

— Não é preciso, diretora — Daniel diz pela primeira vez se pronunciando na conversa.

— Mesmo senhor Zapata? — A mulher indagou com certa animação, já se livraria disso.

— Sim, eu estou bem. Não me machuquei muito — Daniel respondeu forçando um sorriso.

— Muito bem. Apronte mais uma e ficará de castigo, Paulo Guerra — A mulher falou virando-se para Paulo.

— Que saco... — O Guerra murmurou.

— Aprontar mais uma? — Uma certa morena indagou — Mas diretora, o Paulo vive aprontando com a gente! Castiga ele logo.

— Mais respeito, senhorita Gusman — Alessandra disse já mais calma — Eu quem dou as regras por aqui. E agora se apressem e não demorem porque daqui a pouco é hora do almoço, e vocês sabem que eu não tolero atrasos.

A mulher terminou e saiu do quarto das meninas voltando para seu escritório.

Paulo também saiu do local discutindo com Alicia e rapidamente o recinto estava totalmente vazio, diferente de antes. Exceto pela presença de Maria Joaquina e Daniel. A garota sabia que o amigo havia se machucado, e só negou a ajuda de um médico pra não ter que dar trabalho a diretora.

— Porque você disse que estava bem, em Daniel? — A menina perguntou enquanto o fitava.

— Porque eu realmente estou — Ele respondeu sorrindo e quando tentou se levantar para sair do quarto, gemeu de dor e sentou-se novamente. Seu joelho doía bastante, desde que havia caído na armadilha de Paulo para poder salvar as meninas.

— Você não está nada bem — Maria Joaquina exclamou — Eu vou te ajudar com esses ferimentos, espera aí.

Daniel ficou observando a garota pegar uma pequena caixa debaixo da cama e colocar ao seu lado.

— O que é isso? — O Zapata perguntou confuso.

— Uma caixinha de primeiros socorros, eu guardo pra caso alguma das meninas precisarem, nunca se sabe — Majo respondeu e Daniel assentiu.

Logo a menina começou a cuidar do joelho de Daniel, desinfeccionando com álcool e algodão, em seguida cobrindo o local com uma gaze. O Zapata analisava com toda atenção a linda garota fazendo o curativo.

— Muito obrigado, Majo — O garoto agradeceu — Agora estou bem melhor.

— Era o mínimo que eu podia ter feito depois de você ter salvado as meninas de cair na travessura do Paulo — Ela responde sorrindo.

— Mas vem cá, onde você aprendeu a fazer um curativo assim tão bem? — Daniel perguntou curioso.

A feição da garota mudou. De um sorriso, sua cara havia se fechado e ficado triste.

— É que bem, meu pai era médico e ele havia me ensinado, antes de acontecer aquela maldita viagem — Majo respondeu baixinho, porém o garoto tinha escutado.

— É, acho melhor descermos para o almoço, você sabe como a Alessandra é — Daniel disse tentando mudar daquele assunto.

— É, você tem razão — Majo concorda e guarda a caixinha de primeiros socorros debaixo da cama novamente.

Logo os dois descem e são recebidos pela diretora.

— Atrasados, hein senhor Zapata e senhorita Médsen — A mulher diz.

Daniel e Maria Joaquina se entreolharam rindo e se sentaram junto aos outros.

FLASHBACK OFF

— Faz tanto tempo, que eu achei que você tivesse esquecido Majo comentou.

— Jamais vou esquecer desse dia, Maria Joaquina — Daniel respondeu olhando profundamente pra menina, o que a fez corar.

— Impossível mesmo era o Paulo, nem a diretora escapava dos planos dele — A garota disse tentando mudar o assunto e Daniel assentiu rindo.

— Fica quieto, Paulo! — Alicia bradou — Assim eu não consigo cuidar desse machucado aqui.

— Mas você só reclama hein?! — Paulo diz rindo.

— Claro, você me dá motivo pra reclamar. Se ao menos ficasse quieto — Alicia falou mais uma vez quase gritando.

— Hm, sabe o que eu lembrei agora? — Paulo perguntou rindo.

— O quê? — A Gusman indagou revirando os olhos, já imaginando mais uma das piadinhas de Paulo.

— De você. Um tempo atrás me disse pra não ficar arrumando confusão aqui, porque não iria cuidar dos meus ferimentos, e olha agora o que você tá fazendo — O Guerra falou enquanto ria mais ainda.

— Ai Paulo, deixa de ser infantil — Alicia exclamou — Eu falei que não ia ficar cuidando dos ferimentos das brigas que você arranjaria. Mas dessa vez foi diferente, você só se defendeu, e agora cala a boca e me deixa terminar isso.

Não demorou muito e as meninas conseguiram terminar de cuidar dos machucados dos garotos. Davi e Valéria eram mais calados, sempre trocando poucas palavras, sorrisos e olhares. Alicia e Paulo, por outro lado, não. Discutiam bastante e sempre se provocavam.

— Acho melhor ir dormimos, temos aula amanhã bem cedo e já tá bem tarde. — Valéria comenta.

— É, concordo. Sem falar que dormiremos bem pouco — Davi diz suspirando.

Todos acabaram concordando e foram para seus respectivos quartos.

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Notas finais do capítulo

Pois é, como eu disse, um capítulo um tanto quanto chato, mas tentarei deixar o próximo melhor! O capítulo do trabalho em dupla tá chegando e com eles muitas surpresas! Espero que tenham gostado desse de hoje, me perdoem qualquer erro ortográfico e até o próximo! :D