Carrossel: Órfãos e Perdidos escrita por Gronk Spike


Capítulo 17
Capítulo 16 - O pedido de desculpas


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, tudo bom com vocês? Comigo tudo ótimo, e ficou melhor ainda quando vi a linda recomendação que a leitora "I Love Carrossel e Cumplices" fez na fanfic. Muito obrigado mesmo! Capítulo especialmente dedicado a você, como uma forma de agradecimento!

No mais é isso, obrigado também a todos os leitores que estão sempre comentando! Boa leitura e espero que gostem! xD

OBS: Leiam as notas finais que é importante, quero a opinião de vocês



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Não demorou muito e logo Valéria chegou na praça do bairro, dando de cara com Davi e Margarida conversando animadamente enquanto sorriam bastante.

— Não acredito nisso, Davi — Valéria exclama indignada pegando o garoto e Margarida de surpresa.

Ambos se levantam assustados.

— Valéria? — Davi indaga confuso e nervoso.

— Eu mesma — Ela respondeu seca.

— O que você tá fazendo aqui? — Davi volta a questionar, ainda apreensivo.

— Eu que devo te perguntar isso — Valéria falava indignada com aquilo — Todo mundo preocupado com seu sumiço, e você aí se divertindo.

— Eu não tava me divertindo — Ele rebate.

— Não é o que parece! Devia ter ao menos avisado a alguém que sairia com a... ah, esquece — Valéria completa olhando pra Margarida.

— A culpa não é dele, Valéria — Margarida se pronunciou pela primeira vez — Eu que chamei aqui o Davi pra conversarmos sobre o trabalho em dupla da escola.

— E você fica quieta que eu não falei com você — Valéria disse autoritária assustando mais ainda a garota.

— Nossa, que grossa — Margarida comentou murmurando.

— Valéria, cadê sua educação? — Davi repreendeu.

— Deixa pra lá Davi, você tem uma prima muito ciumenta. Melhor eu ir embora que em briga de família não é bom se meter — Margarida diz se despedindo do Rabinovich e começando a caminhar pela rua.

— Isso, ele tem uma prima bem ciumenta, vai embora mesmo — Valéria gritava na direção de Margarida que continuava a andar.

— Valéria, para com esse escândalo. O que deu em você? — Davi perguntou puxando-a fazendo a garota ficar de frente pra ele.

— O que deu em mim? — Ela indagou incrédula — Eu que te pergunto, o que deu em você? Davi, nós sempre nos gostamos, fomos os primeiros a nos conhecer e virar amigos no orfanato, aí você conhece essa garota não faz muito tempo e me troca por ela? — A garota já se derretia em lágrimas.

Davi não aguentou ver a menina daquele jeito e abraçou-a forte. Valéria não recuou e retribuiu.

— Ei, não diz isso. Eu não te troquei — Davi sussurrava baixinho no ouvido dela.

— Não é o que parece — Ela dizia soluçando.

— Eu jamais vou te trocar por nenhuma outra garota. O que acontece é que agora que temos um segredo, não podemos ficar tão próximos assim. Nossos amigos e até nós mesmos estamos correndo perigo. Você não quer voltar para o orfanato, quer? — Davi termina de responder e Valéria apenas mexe a cabeça pros lados negando.

— Então, eu também não. Eu gosto da vida que a gente leva aqui com a Helena, ela é muito legal com nós e temos liberdade! — Davi volta a falar.

— Tudo bem, Davi. Eu até compreendo, mas você não precisa ficar tão próximo assim dessa garota.

Davi revirou os olhos.

— Chega desse assunto por hoje, ok? — Ele fala delicadamente — Vamos pra casa.

— Vamos, só que antes é melhor passarmos na festa de comemoração pra buscar a Alicia e o Paulo — Valéria fala e Davi concorda.

Logo os dois começam a caminhar pela rua em direção ao local.

(...)

Paulo já estava mais do que irritado com a conversa de Alicia com Abelardo. Ele começou a pensar que talvez no dia do baile, ela tenha beijado o garoto por livre e espontânea vontade mesmo. Na mente do garoto, era a única explicação, além do trabalho em dupla, para os dois terem se aproximado tanto.

Então resolveu fazer algo para poder afastar Alicia do garoto. O Guerra passou rapidamente pela mesa de bebidas e pegou um copo de refrigerante completamente cheio, logo em seguida rumou em direção de onde os dois conversavam. Paulo não perdeu tempo e foi andando fingindo estar distraído, quando estava perto o suficiente de Abelardo, o Guerra tropeçou propositalmente e jogou todo o líquido em cima dele, que gritou de raiva e começou a se limpar como podia.

— Paulo, olha o que você fez — Alicia comentou enquanto tentava ajudar Abelardo.

— Calma, foi sem querer — Paulo disse cínico segurando o riso.

— Sem querer? Duvido muito — Abelardo murmurou ainda irritado.

— Deixa que eu te ajudo a se limpar — Alicia se ofereceu e Paulo ficou emburrado.

— Não precisa, eu vou embora. A cara do Paulo tirou meu ânimo — Abelardo termina e sai da festa indo pra casa.

Paulo observou o garoto sair e quando ele já estava longe o suficiente, soltou todo o riso que estava preso. Alicia apenas olhava pro Guerra não entendendo nada.

— Qual a graça, Paulo? — Ela perguntou ainda sem compreender nada.

— É que meu plano deu certo — Ele responde ainda rindo e Alicia fica indignada ao saber que Paulo havia feito aquilo de propósito.

— Seu idiota! — A Gusman esbravejou desferindo alguns tapas no braço de Paulo.

O Guerra não sentia os tapas e só conseguia rir mais ainda.

— Ei, parem com isso — Davi disse chegando junto de Valéria.

— Olha o sumido aí — Paulo falou debochando de Davi — Tava onde?

— Longa história — Davi apenas murmurou.

— É melhor irmos pra casa, tá ficando meio tarde e a gente tem aula amanhã bem cedo — Valéria comenta e todos concordam.

Logo eles se despediram dos amigos e foram rumo à mansão.

(...)

Daniel estava voltando do passeio com Bibi. Ainda com os pensamentos em toda aquela situação que ele estava passando. Estava bem perto da mansão quando avistou ao longe duas pessoas bem próximas a porta. Sem fazer ideia de quem se tratava, ele andou se aproximando deles, até que se surpreendeu quando reconheceu ambos. Eram Jorge e Maria Joaquina, voltando da casa do Cavalieri.

— Ah, oi Daniel — Cumprimentou Majo — Tá voltando da festa de comemoração?

Maria Joaquina sabia que o garoto tinha saído com Bibi, mas se fez de desentendida de propósito para ver o que o Zapata responderia.

— Na verdade não — Ele responde meio sem graça — Mas e vocês? Vejo que tão voltando de algum passeio.

— É, levei a Majo lá em casa — Jorge comenta sorrindo e Daniel fica um pouco irritado, mas preferiu não demonstrar.

— Hm, ok então. Se me derem licença, vou entrar que amanhã tem aula cedo. — Daniel terminou e entrou em casa subindo rapidamente para seu quarto.

— Então Majo, até amanhã — Jorge se despede e entra no carro de seu motorista.

— Até — Maria Joaquina devolve entrando em casa enquanto mantinha a cabeça longe, porque será que Daniel não havia dito onde tinha ido? Perdida em seus próprios pensamentos, subiu para seu quarto.

Não tardou muito, e logo Paulo, Alicia, Davi e Valéria chegaram da festa e também foram dormir.

(...)

Durante o outro dia, na escola, toda a sala dos órfãos só se falava no trabalho, era uma grande algazarra. Grande parte das duplas já haviam feito. Os órfãos, por outro lado, não. Todos eles só tinham conversado com seus pares, por isso tinham que se apressar em fazê-lo.

Visando isso, Alicia estava com Abelardo na biblioteca da escola, na hora do intervalo, para poderem combinar mais a respeito do trabalho. Eles não queriam atrasar e quanto mais rápido fosse, melhor seria.

— Então, já pensou em algo? — Abelardo perguntou sentado de frente para a garota.

— Bem, eu tava pensando no seguinte — Alicia começou a falar, mas o garoto mal prestou atenção no que ela dizia.

Abelardo estava bem confuso ultimamente. Alguns dias atrás, a Gusman queria mata-lo por causa do beijo no baile e pelo jornal da escola ter divulgado tudo, e do nada ela pede pra ser sua parceira de trabalho e começa a ser legal? Muito estranho, ele pensava.

— Você me entendeu, Abelardo? — Alicia questionou fitando o menino.

— Ah, sim. Claro. — Ele respondeu balbuciando.

— Então o que foi que eu disse? — Alicia voltou a indagar e Abelardo suou frio.

— Você disse que... — Ele tentou formular algo, mas nada vinha em sua mente, afinal não tinha prestado atenção na Gusman.

Alicia, que já havia entendido tudo, se levantou, revirando os olhos, e sentou-se ao lado do garoto.

— Abelardo, presta atenção em mim — Ela disse indignada — Eu tava dizendo que...

Mas novamente foi inútil, Abelardo não conseguia se concentrar. Ele só conseguia pensar no que fez Alicia mudar de ideia em relação a ele.

Quando o garoto se deu conta, Alicia estava muito perto dele. O rosto bem próximo, falando algo sobre o trabalho que ele não entendia e nem fazia questão, apenas ficou observando a beleza da morena.

Até que uma hipótese se passou pela mente do garoto. Será que Alicia estaria tão próximo assim dele por ter gostado do beijo? Essa era uma dúvida que ficou na cabeça de Abelardo. Ele achava muito difícil, mas não impossível.

Pra confirmar sua teoria, não havia outro jeito. Ele aproximou-se devagar de Alicia e tentou beija-la, porém, percebendo as intenções do rapaz, a Gusman se levantou bruscamente, irritada.

— Tá maluco, Abelardo? — Ela esbravejou.

— Não, é que eu achava... — Ele tentou se explicar, mas foi interrompido pela garota.

— Achava coisa nenhuma. Não te dei permissão pra tentar me beijar assim!

O que ambos não sabiam, era que Paulo observava tudo ao longe. Quando ele viu os dois discutindo, não perdeu tempo e se aproximou.

— Ei, o que tá acontecendo aqui? — Ele indagou quando já estava perto o suficiente.

— Não é da sua conta, Paulo — Alicia disse sem olha-lo, ainda fitando Abelardo.

— É que eu tentei beijar a Alicia, só isso — Abelardo comentou como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Paulo enfureceu-se e tentou ir pra cima do garoto, mas Alicia o parou.

— Sem confusão aqui, Paulo.

— Tudo bem, mas ele não pode sair por aí tentando beijar os outros — Paulo disse indignado.

— Mas como a Alicia disse, isso não é da sua conta. Ela já é bem grandinha e sabe se virar, não precisa da defesa dos primos — Abelardo disse, ainda muito calmo.

— Ora, seu abusado — O Guerra bradou, mas foi parado por Alicia.

— Chega vocês dois! — Ela repreendeu — Não preciso da proteção de ninguém.

Ela terminou e saiu empurrando Paulo pra fora da biblioteca, deixando Abelardo sozinho.

(...)

Bem distante dali, Davi se encontrava sentado junto de Margarida numa das mesas do refeitório. Valéria se incomodou, mas nada disse.

— Olha, Margarida. Eu queria te pedir desculpas por ontem — O Rabinovich falou seriamente.

— Ah, pelo o que? — Margarida indagou.

— Você sabe. Pelo comportamento da minha prima ontem, ela não fez por mal — Ele respondeu.

— Ah, tudo bem. Não precisa pedir desculpas, eu entendo — Ela diz sorrindo e o garoto se sente mais aliviado.

(...)

Paulo estava um pouco mais calmo, porém ainda incrédulo. Então era assim? Alicia iria ficar defendendo aquele idiota do Abelardo? Perdido em pensamentos, nem reparou em Carmen que se aproximava.

— É. Pra você, Paulo, estar parado e quieto desse jeito, só pode ter acontecido algo — Carmen comentou sentando-se do seu lado.

— Carmen?! — Ele indagou confuso — O que tá fazendo aqui?

— Só vim saber o porquê de você estar tão calado assim — Ela respondeu sorrindo.

— Ah, e agora você se importa comigo? — Ele debochou — Ultimamente você vem me evitando.

Carmen gelou na hora e começou a gaguejar.

— D-deixa de inventar, eu não estou te evitando — Ela disse sorrindo nervosamente.

— Ah, não? — Ele questionou se aproximando mais da garota, causando arrepios nela.

— Não. Para com isso e fala logo o que tá acontecendo — Carmen respondeu tentando mudar o assunto.

Alicia observava tudo distante, incomodada. Achou que os dois estavam próximos demais. Então era assim? Primeiro ele tenta defende-la de Abelardo e agora já fica de conversinha com a Carmen? É um idiota mesmo, pensava a Gusman.

Ela não esperou mais nada e virou as costas indo pra sala de aula.

— Então, Paulo. Diz logo — Carmen pressionou.

Paulo paralisou porque havia visto Alicia os observando, estava tão distraído que não reparava em o que Carmen falava.

— Ah, desculpa, Carmen. Só estou assim por que to pensando no nosso próximo jogo, nada demais — Ele responde mentindo não dando suspeitas pra garota.

— Então ok... — Carmen disse — Presta atenção que daqui a pouco o intervalo acaba.

— Tudo bem — Paulo respondeu e eles se despediram com um abraço. No fim das contas, tinham firmado uma forte amizade.

(...)

Valéria estava cansada de brigar com Davi e até mesmo provoca-lo. Ela entendia o lado dele de não querer prejudicar o segredo, mas mesmo assim ficava muito enciumada. A garota se encontrava sentada sozinha na arquibancada da quadra. Jaime, que jogava futebol, percebeu e foi até ela. Apesar de tudo, eles eram bem amigos.

— Ê, Valéria. O que você tem hein?! — Ele questionou sentando-se do lado dela.

Mas a menina nada respondeu, se mantinha cabisbaixa.

— Ah, já sei. Você tá com raiva assim por causa do trabalho, não é? — Ele voltou a falar — Olha, Valéria. Eu sei que sou burro e tal, mas se...

— Não é isso, Jaime — Valéria o interrompeu.

— Ah, não? Então o que seria?

— Você ontem bem que podia ter me dito onde o Davi estava, não é? — Ela indagou, pegando-o de surpresa.

— Do que você tá falando? — Ele engoliu em seco.

— Não se faça de desentendido, sei que o Davi te mandou uma mensagem dizendo que tava na praça com a Margarida. Porque não me disse? — Valéria soltou tudo que estava preso.

Jaime começou a suar frio.

— Mas quer saber?! A culpa não é sua, você só fez o que o Davi te pediu. A maior culpa é do próprio Davi — Ela terminou e se levantou, deixando um Jaime muito confuso para trás.

“Mulheres” — Ele pensou enquanto voltava pra quadra.

(...)

Logo o intervalo acabou e todos foram pra sala de aula, porém antes disso, Daniel resolveu passar no bebedouro para poder matar a sede. Ao chegar no local, o Zapata tem uma surpresa. Bibi estava lá parada.

— Ah, oi Bibi — Ele cumprimentou tentando sorrir. Estava nervoso, pois não havia dado explicações pra ruiva na noite anterior. Simplesmente tinha se virado e indo embora.

— Oi, Dani — Ela devolveu também sorrindo.

Daniel bebeu rapidamente água e quando iria para sala de aula, Bibi o parou.

— Será que a gente poderia conversar? É rapidinho — Ela questiona.

— Se for rápido, claro. Temos que voltar pra sala de aula — Ele responde.

— É que bem, queria saber o porquê de você ter agido daquele jeito ontem. — Ela diz e Daniel fica mais nervoso.

— Que jeito? — Ele se fez de desentendido

— Ah, Daniel. Você sabe, porque recusou meu beijo daquele jeito e depois saiu sem dizer nada? — Ela voltou a indagar, estava confusa.

— Ah, Bibi. Me desculpa, é que eu to meio confuso esses dias. Você é legal e bonita, mas não sei se to preparado pra algo no momento — Ele diz e a ruiva assente.

— Tudo bem, vamos voltar pra sala — Ela responde e os dois caminham em direção ao local.

(...)

O resto das aulas passou normalmente. O professor chegou até a questionar os alunos sobre o trabalho. Alicia ainda estava irritada, não só por Abelardo ter tentando beija-la, mas por Paulo ter conservado com Carmen.

Logo os órfãos chegaram em casa. A tarde passou rapidamente, Daniel e Davi se encontravam no quarto do Rabinovich apenas conversando. Majo e Valéria resolviam algumas lições de casa no quarto da patricinha. Alicia, por outro lado, não quis fazer a mesma coisa e ficou na cozinha, sozinha enquanto ficava perdida nos próprios pensamentos. Paulo se encontrava na sala de estar, também sozinho, enquanto mexia no celular.

Há algumas batidas na porta chamando a atenção de Paulo. O Guerra se levanta e ao atender fica muito irritado.

— Abelardo... — Ele esbravejou — O que você tá fazendo aqui? Vai embora.

— Eu não vim falar com você, Paulo — Abelardo disse calmamente — To aqui pra conversar com a Alicia, dá pra chamar ela por favor?

— Ah, então você sabe dizer “por favor” ? — Paulo debocha e Abelardo revira os olhos.

Alicia, que tinha acabado de sair da cozinha, viu que alguém havia chegado. Sem pensar duas vezes, ela se aproximou.

— Quem é que ta aí, Paulo? — Ela perguntou secamente.

— Veja com seus próprios olhos — O Guerra respondeu e abriu mais a porta para que a garota pudesse ver.

Assim que Alicia avistou Abelardo, ela suspirou.

— Ô, Alicia. Me desculpa, por favor — Pedia o menino — Eu sei que não devia ter tentado te beijar, me desculpa.

— Desculpa? Não, obrigada — Alicia respondeu — Se você sabia disso, porque tentou?

Abelardo ficou calado.

— Agora chega desse papo, melhor você ir embora — A Gusman disse e Paulo segurou o riso.

Contrariado, Abelardo suspirou derrotado e virou-se para ir embora.

— Mandou bem, Alicia — Paulo responde fechando a porta ao mesmo tempo em que soltava todo o riso preso.

— Você fica quieto também que não tem moral nenhuma, Paulo — Alicia responde e Paulo para de rir.

— Ah, é? E porque não? — Paulo questionou — Eu te defendi daquele babaca hoje mais cedo e é assim que você me agradece?

— Me defender? E quem disse que eu tava precisando de defesa? — Alicia aumentava o tom de voz — E não adiantou de nada, pouco tempo depois você já tava de conversinha com a Carmen.

— Ah, então você tá com ciúmes? — Paulo perguntou pegando Alicia de surpresa. Ela, até então, não havia reparado que tinha dito aquilo.

Mas antes que a Gusman pudesse responder, Majo e Daniel desceram as escadas, preocupados com a gritaria.

— Ei, o que tá acontecendo aqui? — Majo indagou quando os dois já estavam do lado de Paulo e Alicia.

— É, ouvimos os gritos lá de cima — Daniel falou.

— Não é nada — Alicia respondeu e subiu as escadas rapidamente para seu quarto, deixando Majo e Daniel confusos.

— Vou sair, esfriar a cabeça — Paulo avisou aos dois e se dirigiu até à porta da mansão, logo sumindo da vista de ambos.

Daniel rumou até a cozinha para poder beber água. Maria Joaquina o seguiu, queria aproveitar que ambos estavam a sós e questionar sobre o passeio com Bibi.

A garota sentou-se em uma das cadeiras da cozinha e, até então, o Zapata não tinha percebido a presença da mesma ali. Ao virar-se, ficou surpreso.

— Ah, Majo?! — Indagou confuso — Pensei que tivesse subido também.

— Não. Eu queria conversar com você — Ela diz e só o deixa mais confuso.

— Claro, diz aí — Ele responde sentando-se de frente pra ela.

— Então, de onde você tava voltando ontem quando eu cheguei com o Jorge? — Ela perguntou e Daniel estranhou, afinal, porque ela queria saber aquilo?

Majo na verdade sabia que o garoto havia saído com Bibi, mas queria ouvi-lo falando.

— Ah, bem — Ele começou a falar com dificuldade — Eu tava voltando de um encontro com a Bibi.

— Hm... — Foi tudo que Majo conseguiu responder, estava incomodada. Não achou que ele seria tão direto assim.

— É, mas acabou não rolando nada entre mim e ela, não consegui fazer nada — Daniel disse mais pra si mesmo do que pra garota.

Maria Joaquina não soube explicar, mas acabou ficando muito feliz com aquela declaração do Zapata.

— Mas e você e o Jorge? Devem ter se divertido muito na casa dele. — Daniel disse jogando verde.

— É, até que foi legal. Conheci os pais dele, mas não teve nada mais que isso — Ela respondeu com o intuito de mostrar que também não havia rolado nada entre ela e o Cavalieri.

— Fico feliz em saber — Daniel diz sorrindo e se levanta, indo embora da cozinha.

Maria Joaquina ficou sozinha no local, com um sorriso estampado no rosto e uma felicidade que não sabia explicar.


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Notas finais do capítulo

Então, eu queria saber se vocês gostariam que nos capítulos eu colocasse flashbacks do tempo de orfanato deles, de como eles se conheceram ou de como era a vida deles antes de chegar na mansão, enfim. Se a maioria quiser, eu vou colocar futuramente!

Obrigado a todos mais uma vez, me perdoem qualquer erro ortográfico e até o próximo! :D