Carrossel: Órfãos e Perdidos escrita por Gronk Spike


Capítulo 11
Capítulo 10 - Os quase beijos


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo aqui! Agradeço a todos que vem comentando, sem vocês a fic não seria nada. Bem, foi mais um capítulo curto, peço desculpas novamente mas recompensarei com o capítulo do baile (que é justamente o próximo) Espero que curtam e boa leitura! :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/637658/chapter/11

Daniel fica confuso com a chegada do Cavalieri, mas resolve finalmente falar.

— Posso ajudar? — Daniel pergunta, ainda surpreso pela visita inesperada de Jorge.

— É aqui que mora a Maria Joaquina, não é? — Jorge pergunta e Daniel assente — E suponho que você seja um dos primos dela.

— Sim, sou eu. — Daniel responde.

— Então, a Maria Joaquina está? — Jorge volta a perguntar — Queria falar com ela.

— Claro, entra aí — Daniel responde dando passagem para que o Cavalieri pudesse entrar.

Assim que Jorge entra na mansão, o restante dos órfãos rapidamente sobem as escadas, não queriam ficar por ali.

— Senta aí no sofá que eu vou chamar a Majo — Daniel informa e Jorge agradece.

O Zapata rapidamente sobe as escadas e bate na porta do quarto de Majo. A garota abre e estranha.

— Algum problema, Daniel? — Ela pergunta arqueando a sobrancelha.

—Não, nenhum. É que o Jorge tá aí embaixo na sala de estar, e ele quer falar com você. — Daniel responde.

— Hm, tudo bem. Já estou descendo — Ela avisa e fecha a porta. Daniel apenas suspira e vai em direção ao seu quarto.

Jorge, um pouco cansado de esperar por Majo, levanta-se e resolve admirar a beleza da mansão. Ele olha em volta e analisa todo o local, as paredes bem pintadas, os moveis pela sala e o que lhe causou espanto, alguns brinquedos espalhados pelo chão. Tentou pensar o que significava aquilo tudo, mas foi tirado de seus devaneios com a voz de Helena.

— Quem é você? — Ela pergunta estranhando ao mesmo tempo em que chegava na sala de estar.

Porém antes de Jorge poder responder, Majo desce as escadas e responde pelo garoto.

— Tá tudo bem, tia. Ele é apenas um amigo meu da escola.

—Tudo bem, então. Fique a vontade, amigo da minha sobrinha — Helena diz enquanto se retira da sala de estar.

Jorge agradece com um sorriso.

— Então, Jorge — Majo começou — O que queria falar comigo? E, aliás, como descobriu onde eu moro?

— Eu tenho minhas fontes — Jorge respondeu sorridente — Mas enfim, eu estava lá em casa no tédio, sem absolutamente nada para fazer, e pensei: “Porque não conhecer um pouco mais sobre minha acompanhante?” e achei que talvez você gostasse de dar um passeio comigo.

Maria Joaquina ficou empolgada, adorava poder sair e passear.

— Mas onde você quer me levar? — Ela questionou.

— Eu estava pensando em um parque de diversões. Esse aqui tem na cidade mesmo, gosta de parques de diversões? — Jorge pergunta.

— Eu amo, mas... — Maria Joaquina respondeu, mas algo a incomodava, e a impedia de dizer “sim” para aquele passeio.

— Mas... — Jorge a incentivou a falar.

Maria Joaquina rapidamente se lembrou de mais cedo na escola, quando viu Daniel e Marcelina abraçados. Achou que aceitando o passeio, pudesse esquecer isso um pouco.

— Tudo bem, eu topo o passeio. — Majo responde sorridente e Jorge retribui os sorrisos.

— Bem, então vamos — Jorge sugeriu saindo da mansão e sendo seguido por Majo.

(...)

Paulo e Davi desceram as escadas, desanimados, estavam completamente no tédio.

— O que vamos fazer? — Davi indaga enquanto senta-se no sofá — Ficar parado não é uma opção e o baile só é amanhã.

— E se pegássemos esses brinquedos espalhados pelo chão e começássemos a brincar iguais duas crianças? — Paulo sugere irônico.

— Olha, até que não é uma má ideia — Davi responde rindo.

Nesse mesmo momento, Alicia e Valéria também descem as escadas aparentando estarem entediadas.

— Estão a procura também do que fazer? — Alicia pergunta enquanto senta-se no sofá com os meninos.

Os dois apenas assentem confirmando.

— E se assistíssemos a um filme aqui na sala? — Valéria propõe com um sorriso no rosto.

— Olha, até que sua cabeça serve pra alguma coisa. — Paulo comenta sarcástico e Valéria apenas lhe dá língua.

— Ótimo, mas que filme veremos? — Alicia pergunta.

— Só aceito se for de terror — Paulo diz.

— Ah, to com o Paulo — Davi concorda.

— Ai, terror não — Valéria fala nervosa.

— Qual o problema com filmes de terror, Valéria? — Alicia indaga — Vamos ver terror sim e ponto final.

Valéria apenas suspira derrotada.

— Então vamos fazer assim, eu e o Paulo vamos colocando o filme aqui e vocês vão fazendo a pipoca. — Davi pede.

— Ótimo — Alicia diz — Vamos lá, Valéria.

Após tudo pronto, eles sentaram-se no chão mesmo em frente à televisão para ver o filme escolhido, hora ou outra Valéria ainda reclamava pela escolha do filme.

Em certa parte do filme, Valéria assusta-se e abraça quem estava ao seu lado, que no caso era Davi. O Rabinovich fica um pouco surpreso, mas mesmo assim a abraça de lado. Alicia, que estava ao lado de Paulo, havia percebido o clima que ficou e queria deixar os amigos a sós, porém Paulo parecia muito concentrado no filme.

— Paulo, vem me ajudar a fazer mais pipoca. — Alicia comenta com o intuito de não deixar ninguém para atrapalhar Valéria e Davi.

— Eu não — Paulo defendia-se — Eu to ótimo aqui.

Alicia apenas revirou os olhos e saiu em disparada para a cozinha, ao chegar, pegou seu celular no bolso e mandou uma mensagem para Paulo. O Guerra estava prestando bastante atenção no filme, porém ao ouvir seu celular vibrar, retirou-o rapidamente do bolso, viu que a mensagem que havia chegado era de Alicia, não hesitou em ler.

"Vem rápido aqui pra cozinha, é sério”

Paulo riu maliciosamente ao ler aquelas palavras. Sem pensar duas vezes, ele se levantou e foi em direção à cozinha.

— Precisando de mim? — Ele pergunta debochando.

— Fica quieto — Alicia o advertiu — Não percebeu que tá rolando um clima entre a Valéria e o Davi ali?

Paulo a olha incrédulo.

— Você me chamou aqui só pra dizer isso? — Ele questiona ainda sem acreditar — Porra, eu tava tão concentrado no filme, que, aliás, é bem mais interessante que esse romancezinho da Valéria e do Davi.

— Fica em silêncio, eles vão se beijar, olha lá — Alicia diz enquanto aponta para Davi e Valéria na sala de estar.

O clima entre Davi e Valéria era o maior possível. Após a menina se assustar com o filme e abraça-lo, não soltou mais. Davi mesmo surpreso retribuiu. O garoto a olhou no fundo dos olhos e Valéria parecia entender o recado, entreabriu a boca a procura dos lábios de Davi, porém os dois afastaram bruscamente ao ouvirem um alto barulho ecoar pela casa.

Na cozinha, Paulo acidentalmente havia derrubado uma das bacias de pipoca, assustando não só Valéria e Davi, mas Alicia também. Com o alto barulho, Valéria e Davi coraram e cessaram o abraço.

— Seu idiota — Alicia esbravejava enquanto distribuía alguns tapas em Paulo.

— Ei, foi sem querer — Paulo ria enquanto se defendia.

— Agora estragou todo o clima entre eles. — Alicia comentou suspirando.

— Já falei que não fiz por mal, mas agora que acabou essa frescura entre eles, posso voltar para o filme? — Ele perguntou sorrindo sarcasticamente.

— Tanto faz... — Alicia murmurou vendo Paulo se afastar.

(...)

Majo admitia, estava se divertindo como nunca no parque de diversões que Jorge a havia levado. Tinha ido à montanha russa, carrossel, roda-gigante, barco viking e muitos outros brinquedos. E Jorge estava sendo um legítimo cavalheiro, eles comeram muitos doces e gostosuras que o garoto mesmo havia pagado. Maria Joaquina estava se sentindo uma verdadeira criança, porém lembrar da infância não era bem o que a garota queria, pois logo lembrava-se de seus pais. Algumas lembranças vieram à mente da garota, uma lágrima teimou em cair, mas logo foi limpa. Jorge, que chegava com dois algodões doces, reparou na cena e ficou um pouco preocupado.

— Tá tudo bem, Majo? — Ele perguntou entregando-a um dos algodões.

— Ah, tá tudo sim. — Ela responde sorrindo enquanto começa a caminhar para se sentar em algum lugar.

Os dois sentaram-se em um dos bancos que havia ali por perto.

— Hoje o dia foi maravilhoso — Majo comenta enquanto come um pedaço.

— Só de estar ao seu lado foi maravilhoso — Jorge diz fazendo-a corar.

— Ainda não sei o que viu de especial em mim — Majo fala rindo nervosamente.

—Ah, foi como eu disse, Majo. — Ele continuou — Pra mim, você é uma garota diferente das outras da escola. É muito educada, uma ótima companhia e tem gostos bem parecidos com os meus.

— Se você diz... — Majo comenta ainda rindo.

— E além de tudo, é muito linda. — Ele fala enquanto põe uma mecha de cabelo atrás da orelha da garota.

Aquelas palavras e aquele ato só deixou Majo mais ruborizada do que antes. Jorge foi se aproximando bem devagar da garota, e Majo evitava o contato visual. Quando o Cavalieri estava perto o suficiente dos pequenos e rosados lábios da garota, Maria Joaquina apenas virou o rosto impedindo o beijo que viria a acontecer.

— Desculpa, Jorge... — Ela murmurou envergonhada.

— Tudo bem — Ele comenta com um sorriso — Mas é algum problema comigo?

— Não, de maneira alguma — Majo se explicava — Você foi um fofo hoje comigo. O problema sou eu mesmo.

— Problemas com ex-namorado? — Ele volta a perguntar.

Majo não sabia o que responder, a única coisa que vinha em sua mente era Daniel e Marcelina abraçados na escola.

— É, mais ou menos isso — Ela respondeu ainda incerta.

— Tudo bem, eu compreendo — Jorge disse com um sorriso — Agora, vem que eu vou te levar pra casa, já tá ficando tarde.

O caminho de volta para a mansão foi bem silencioso, os dois trocavam poucas palavras e nenhum esquecia o que quase acontecera mais cedo.

— Bem, está entregue — Jorge fala quando chegam à porta do casarão.

— Muito obrigada, Jorge. — Majo comenta — De verdade mesmo. Hoje foi muito bom pra mim — Ela termina com um sorriso.

— Ah, nem precisa agradecer — Ele devolve o sorriso — E não se esqueça de que amanhã tem o baile, eu venho te pegar aqui.

— Tudo bem, até mais! — Majo se despede entrando na mansão.

Ao entrar em casa, Maria Joaquina depara-se com uma sala de estar escura e silenciosa. Deduziu que todos já tivessem ido dormir, então resolveu fazer o mesmo, pois amanhã seria um dia especial, o baile de boas vindas da escola...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ae queridos leitores, ansiosos para o baile? Eu garanto que estará cheio de surpresas e muita confusão kkk. Espero que tenham gostado do capítulo de hoje, me perdoem qualquer erro e até o próximo! =)