— Anthony ? – Ele se virou em direção a porta e viu Rosalie parada.

— Hey, Rose ! – Voltou a olhar pela janela.

— Ficar aqui não vai traze-la de volta !

Ela entrou na sala, Rosalie Stone era uma amiga que Stella havia conseguido no primeiro dia de trabalho em Nova Orleans. A bela mulher de pele clara e cabelos longos pretos parou ao lado do amigo.

— Nova York deu alguma noticia ? – Perguntou fitando o carro que estava parado lá em baixo.

— Não, eles estão igual a gente, no ponto de partida ainda ! – Suspirou.

O homem de olhos azuis misteriosos apenas se calou, seu reflexo no vidro mostrava o quanto estava cansado assim como seus olhos mostravam o quanto estava triste por não saber da mulher que ele passou a amar durante o tempo que esteve trabalhando e convivendo com ela. Anthony tinha seus olhos azuis, pele clara e cabelos negros, seu porte físico era um dos melhores daquele departamento, trabalhava com detetive da homicídios e era o motivo de suspiros por varias técnicas e policiais só que aquele homem suspirava só por uma mulher, ou melhor, duas, Stella Bonasera e sua filha Amélia Keller ou como todos conheciam a pequena Mia.

— Anthony eu sei que você está mal com tudo o que está acontecendo e sei que amava Stella, então eu não vou te pedir para ir descansar nem por mim e nem por ninguém desse laboratório por que eu sei que você não iria, mas eu vou te pedir para ir pela Stell e claro pela Mia, sua filha precisa de você. – Colocou sua mão em seu ombro.

— Mas e se ... – Ele virou para a amiga com os olhos vermelhos.

— Hoje eu tenho que fazer plantão então qualquer coisa que aparecer, qualquer noticia ou sinal eu ligo para você, confia em mim ! – Segurou a mão dele que sorriu.

— Obrigada, Rose ! – Lhe deu um beijo na bochecha.

— Agora vai ! – Sorriu e ele com seus passos curtos caminhou para fora da sala que era de Stella.

Assim que viu Anthony pegar o elevador, Rosalie se virou para a janela e olhou para o céu e pelos pensamentos pediu que Stella Bonasera estivesse viva e mandasse um sinal.

...

" – Danny, está tudo bem ? – Ela entrou na sala após ver o amigo de cabeça baixa.

— Ela não aceitou, Stella ! Lindsay não quer se casar comigo, ela acha que eu quero me casar apenas pelo nosso bebê. – Suspirou frustado.

— E não seria esse o verdadeiro motivo ? – Se sentou. – Danny, Lindsay está confusa sobre tudo o que está acontecendo, olhe só, ela está gravida do seu melhor amigo, do parceiro de trabalho, acha que é fácil para um mulher adquirir tudo isso de uma vez ? Vá com calma, ela gosta de você e isso a gente percebe pelo olhar dela, se gosta mesmo de Lindsay, ótimo, lute por ela mas nunca se esqueça Danny que Lindsay não é qualquer tipo de mulher, Lindsay não vai ser só mais uma mulher em sua vida, ela vai ser a mãe da SUA filha por que mesmo você não aceitando, é uma garotinha ! – Danny soltou um sorrisinho na ultima parte. – Por isso, vá preparando a tinta rosa, mas vá devagar com a Montana ! – Sorriu.

Danny esticou os braços e Stella o abraçou. "

...

Danny sorriu com aquela lembrança, ele passava pelo corredor de sua casa quando a luz do quarto de Lucy ainda acesa lhe chamou a sua atenção, ele escorou no batente da porta e passou a observar a pequena menina de olhos esverdeados com seus cabelos loiros presos em uma trança, ela estava de costa para porta pintando mais um desenho em sua mesinha toda colorida que havia sido mais um dos presentes da madrinha, logo ela começou a cantar alguma musica e Danny sorriu sem mostrar os dentes, até que Lucy parou e começou a chorar.

— Lucy, o que foi, princesa ? – Ele entrou no quarto todo rosa bebê com seus adesivos de flores e pôneis.

Uma gotinha de lagrima escorria dos olhos de Lucy, ela colocou o lápis na mesa e olhou triste para Danny.

— Eu esqueci, papai !

— O que, meu amor ? – Ela esticou seus bracinhos e Danny a pegou em seu colo.

— A musica que a tia Stella cantava, papai, ela me ensinou mas eu não lembro mais o resto ! – Algumas lagrimas voltaram a cair do rostinho angelical da pequena Messer.

— Oh Lucy, não precisa chorar, filha, logo a tia Stell volta e eu tenho certeza que ela vai te ensinar de novo. – Lucy tentou soltar um sorriso mas não conseguiu, ela sentia falta da madrinha.

Danny caminhou com a pequena garotinha até a sua cama e a deitou, cobriu até metade de seu corpo e ela apenas o olhava. Danny se inclinou e lhe deu um beijo na testa.

— Boa noite, papai ! – Lucy fechou os olhos.

Danny se levantou e caminhou até a porta.

— Boa noite, princesa ! – Apertou o botão do interruptor apagando a luz, deixando apenas a luz do abajur de ursinhos que estava do lado da cama da pequena Messer.

...

" Bom, eu não sei por onde devo começar, talvez te agradecendo por tudo o que fez por mim, por esses doze anos de amizade, graças a você eu me tornei a detetive que eu sou hoje, metade do meu mérito é seu, foi você quem me ensinou cada coisa que eu sei hoje, Taylor, obrigada !

Quando recebi a proposta pensei qual seria a sua resposta, sei você avaliaria bem e então diria seus dois lados, o positivo e o negativo assim como eu sei que você tomaria a melhor decisão, eu tomei a minha e eu espero que me entenda afinal um dia ou outro eu teria que tomar um outro rumo a minha vida. Meu mundo girou por anos em volta dessa cidade, por anos eu vivi o que a cidade viveu e assim como você prometeu, eu também prometi cuidar e zelar pelo bem estar de Nova York e tudo o que eu fiz até aqui foi isso mas chega uma hora que outras pessoas precisam da sua ajuda e nesse exato momento Nova Orleans e seus moradores precisam da minha. Sempre disse que Nova York seria a minha casa, minha cidade e lugar favorito e não minto ainda continuara sendo no meu coração assim como todos da equipe, todos nossos amigos continuaram sendo a minha família.

Eu espero que você possa finalmente ser feliz com a Peyton, ela é uma boa mulher, Mac, por isso não a deixe escapar novamente, tente de verdade ser feliz e ter um novo relacionamento com a doutora e se no final dessa história você tomar a coragem e pedi-la em casamento, eu adoraria e ficaria lisonjeada em receber o convite, apesar que pode arranjar outra melhor amiga e coloca-la em meu lugar ... mas se eu souber que fez isso, eu vou até ai matar você ! – Mac soltou um riso do que acabara de ler – Agora é sério, se você estiver feliz pode ter certeza que eu vou estar feliz por você afinal eu sei o quanto foi difícil você se abrir novamente para alguém, para um novo amor, sempre estive te incentivando a sair e conhecer pessoas novas, eu nunca gostei de te ver preso no laboratório enquanto todos se divertiam mas como sempre você dizia que não e que estava bem, essa era a sua pior mentira, eu sempre soube o quanto não estava, eu sempre soube te decifrar e isso talvez seja pelos anos de amizade ou então por que eu deveria ter cursado psicologia ao invés de ter virado uma CSI, imagina Doutora Stella Bonasera ? Teria sido legal mas nem tanto afinal eu não teria ganhado a família que eu ganhei e melhor ainda, não teria uma afilhada que hoje pra mim é uma das pessoas mais importantes na minha vida, Lucy e sua meiguice, conquistou todos até mesmo o grande coração frio de Mac Taylor, um detetive super destemido e temido. – Em meios das lagrimas, Mac soltou um fraco sorriso sem mostrar seus dentes. – Agora, eu tenho que pedir desculpas, me perdoa por não ter arranjado um jeito de você me ouvir ? Você estava tão ocupado e empolgado que achei uma injustiça te ocupar com uma noticia que provavelmente te desanimaria, fomos melhores amigos por tanto tempo, foram tantos segredos, varias madrugadas trabalhando juntos, quantos cafés já tomamos para podermos ficar acordados ? São tantas lembranças, recordações que eu vou guardar para sempre comigo, eu juro que sempre vai estar em meu coração, Mac.

Eu espero que algum dia possamos no encontrar de novo, do jeito que somos viciados em trabalho nos encontraremos em algum caso e até esse dia, espero que ainda se lembre da sua velha melhor amiga, uma amiga que te ama muito ! Até Taylor.

Beijos e abraços da sua Stella Bonasera, a sua única Stella."

...

Mac largou o papel que tinha em mãos, ele olhou para o lado e viu as diversas fotos de Stella espalhadas pelo chão da sala, em todas as fotos ela estava tão linda, seu sorriso e seus olhos chamavam sempre a atenção, os olhos denunciavam sempre a mesma coisa que o sorriso da bela detetive, a felicidade que a grega sentia ao estar com seus amigos, como ela mesmo dizia, com a sua família. Algumas das fotos eram dela e Mac juntos, ele agora tinha que admitir que juntos fazia o mais belo dos casais, como ele se arrependia de não ter ligado para ela e perguntado como ela estava, como estava indo seu trabalho, como Nova Orleans era, mas não, deixou que a raiva falasse mais alto, a raiva dela ter deixado uma carta e não ter insistido ou ter dito de uma vez, a raiva que agora ele sentia dele mesmo por nunca ter enxergado o que todos viram menos ele.

Mac pegou o copo de whisky que agora estava vazio, sua atenção saiu das diversas fotos e se voltou para o copo, ele olhou para o seu lado e viu a garrafa que estava pela metade, depois de um longo suspiro frustrado ele largou seu copo e pegou a garrafa, abriu e voltou a sua atenção novamente para as fotos.

— Me perdoa ! – Sua voz saiu embargada, como ele queria ouvir a voz dela, como ele queria vê-la novamente.

Mac bebeu uma longa dose de whisky e fechou os olhos, o liquido desceu queimando sua garganta e as lagrimas desceram queimando seu rosto, aquela com certeza era a pior dor do mundo, nem mesmo a dor da guerra em Beirute se comparava aquela.

— Se você não voltar, só me perdoe onde estiver, por favor ! – Abriu os olhos e se direcionou com o olhar para as diversas fotos. Pela primeira vez, Mac queria gritar diante toda a cidade o quanto aquela situação estava o matando, as palavras estavam entaladas em sua garganta e elas machucavam ainda mais.

Depois de outra longa dose ele pode ouvir a campainha, Millie ele tinha certeza que não era afinal tinha ido visitar uma velha amiga e ela tinha a chave consigo, a chave que era de Stella, com um pouco de dificuldade ele se colocou de pé e com a garrafa ainda em mãos caminhou até a porta um pouco cambaleando afinal metade da garrafa ele já havia consumido. Ao abrir a porta seus olhos reagiram surpresos.

— Oi Mac ! – Ela sorriu.