– Quinn ? O que faz aqui em Nova York ? – A expressão dela mudou, agora ela estava séria.

– Eu posso entrar ? – Mac ficou em silêncio. – Por favor ?!

Mac pensou, ela parecia nervosa, aflita e isso era entregue pelo seu olhar, ele apenas se afastou e lhe deu passagem. Ela caminhou para dentro do apartamento, seus olhos logo se encontraram com as fotos e aquilo fez ela soltar um pequeno sorriso, discreto sem mostrar seus belos dentes.

– Relembrando a velha parceria ? – Ela se virou e viu Mac a encarar.

– O que veio fazer em Nova York ? O que quer falar comigo ?

Ela apenas se virou para as fotos e caminhou até os diversos papeis espalhados, se agachou e pegou uma foto.

– É sobre ela, sobre a Stella. – Ela olhava fixamente para foto. – Eu acho que sei quem está com ela !

– O que está dizendo ?

– Ah alguns meses atrás nossos laboratórios trabalhou em conjunto, ambos atrás de Richard Clark – Ela esticou a pasta em direção a Mac. – Ele era profissional no que fazia, seus assassinatos eram totalmente planejados, passo por passo, mas um dia ele cometeu um erro em Nova Orleans e foi descoberto, Stella alertou o laboratório de Jersey o que me fez viajar até a cidade, os seus assassinatos haviam evoluído, agora ele atacava crianças, você conhece Stella e sabe o seu ponto emocional mais fraco, eu vi o ódio nascer em seus olhos. – Quinn se levantou e encarou melhor a foto em sua mão. – Por noites ela se trancou e investigou caso por caso tentando achar algo, até que um dia ele fez uma chacina em um orfanato, aquilo foi o basta de Stella, Mac ! – Ela ergueu seu olhar a Mac, seus olhos tinham lagrimas. – Foi horrível, crianças espalhadas pelo chão, escadas, cada uma com um tiro na cabeça ou na boca, ela estava em choque, com raiva de si por não ter conseguido evitar. Ela se condenou. – Ela soltou um suspiro. – A partir daquele momento ela se transformou, vi ela dá ordens com raiva, ódio e até mesmo culpa, a ordem dela foi dada, ela queria policiais em cada esquina da cidade, em cada ponto escondido, em cada lugar abandonado e quando algo dava errado elaficava furiosa e redobrava a policia, em cada lugar novo que eles descobria ela estava lá invadindo.. até que um dia ela acertou o lugar e encontramos ele ! – A ruiva fechou seus olhos, lembrando do que passara. – Perseguimos ele mas algo saiu fora do controle, alguém estava ajudando ele e ele conseguiu fugir, alguém do departamento dela estava o ajudando, tirou ele da cidade em total segurança sabe lá para onde e desde então ninguém nunca mais soube dele.

– Mas como sabe que é ele ? Pode ser outra pessoa ! – Sua voz saiu embargada.

Quinn abriu sua bolsa e tirou de dentro um pequeno saquinho de veludo e um papel que estava dobrado, ela apenas olhou Mac e o entregou. Ela caminhou até Mac que não lhe estava muito longe.

– Eu recebi isso há uma semana ! – Ela colocou sobre a mão dele e fechou.

Ela se afastou e apenas passou a observa-lo. Mac colocou a garrafa que ainda tinha em mãos em cima de uma pequena mesinha de canto, seus dedos começaram a abrir o papel, seus olhos começaram a correr pela pequena frase.

"O tempo está começando a ficar curto " – Quinn citou em voz alta. – Agora olhe as inicias.

Mac olhou e viu as letras R e C coladas em letras de jornais, assim como a frase do bilhete.

– Ele é o único em quem eu consigo pensar e lembrar que odiava a Stella e que está livre. – Mac a olhou.

Quinn deu alguns passos até Mac e colocou sua mão sobre o ombro dele que acompanhou com o olhar o gesto da ruiva.

– Eu vou ficar na cidade por um tempo, conheço algumas pessoas que eu acho que podem nos ajudar, pessoas que trabalhavam com Clark e que tinham um vinculo com ele, converse com sua equipe e amanhã me liga, eu ainda continuo com o mesmo numero ! – Suas palavras eram calmas. – Tchau, Mac e não beba, isso não apaga o que está sentindo e nem o que está acontecendo, isso só te faz esquecer até amanhã de manhã e depois tudo volta e volta doendo mais do que agora.

Quinn se afastou e passou por Mac, ele ouviu a porta sendo aberta e logo após sendo fechada, ele puxou o seu ar e em seguida rapidamente soltou, com pequeno passos ele caminhou até as fotos e se sentou novamente no chão, colocou o bilhete sobre o chão ficando apenas com o pequeno embrulho aveludado que Quinn lhe dera a pouco tempo atrás.

Seus dedos ágeis se desfizeram da fitinha que fechava o embrulho, ele olhou e seus olhos transbordaram, Mac estendeu sua mão direita e virou de cabeça para baixo o embrulho fazendo uma corrente cair em sua palma. Lá estava ela, a corrente favorita de Stella a mesma que ganhara de aniversário dele a uns anos atrás, o pingente de coração tinha um S gravado com mais alguns pequenos e delicados desenhos, Mac colocou o cordão dourado entre os dedos e passou a encara-lo.

" – Se você estiver feliz pode ter certeza que eu vou estar feliz por você..." – A voz de Stella soava pelos ouvidos de Mac, como se ela estivesse ali ao seu lado sussurrando.

– Stella ... – Sussurrou encarando fixamente ainda a corrente.

...

Já era madrugada, Millie adentrou no apartamento cansada, aquela noite havia sido divertida. Ao se virar encontrou Mac sentado no chão parado, com os olhos vermelhos, ele havia chorado e isso era obvio, ele olhava para um porta retrato que ela sabia de quem era, em suas mãos ela pode perceber uma corrente presa entre seus dedos, a garrafa de whisky vazia caída ao lado, fotos totalmente bagunçadas e reviradas.

– Filho ?! – Ela caminhou até ele.

Mac continuava fixo em seu lugar, mudo e sem qualquer tipo de reação, Millie se agachou e segurou suas mãos.

– Mac ? – Chamou novamente. – Junior, fala comigo ! – Colocou suas mãos sobre as dele.

Uma lagrima solitária escorreu sobre a bochecha de Mac e Millie pode acompanha-la caindo, ela apertou as mãos de Mac em busca de qualquer reação mas foi em vão, Mac ainda continuava parado e mudo.

– Mckenna pare com isso ! AGORA !! – A sua voz saiu com um tom de desespero, ela colocou suas mãos sobre seus ombros e o balançou. – JUNIOR ! – Suas lagrimas começaram a caírem.

Millie não vendo qualquer tipo de resposta do filho se levantou e avançou contra o telefone, seus olhos buscaram por alguma agenda que rapidamente encontraram, Millie foleou até achar o desejado número, suas mãos tremulas tentavam apertar as teclas corretas, quando terminou ela olhou novamente para Mac e apenas esperou chamar, quando ouviu a voz ela suspirou.

– Donald Flack. – Ela ouviu a voz do detetive.