Florescer escrita por Scorpion Flower


Capítulo 6
Capítulo 5 - Mentiras




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/636998/chapter/6

Capitulo 5 Mentiras

Quando Helena acordou naquela manhã ela estava flutuando. Assustada, ela caiu na cama e gritou.

– Que é isso, Helena!? Quer me matar de susto? –Angélica se assustou logo após o grito da amiga.

– Eu não estou bem! Eu estou... Movendo as coisas!

– Que?

– Eu disse que estou movendo as coisas tipo... Um Jedi, Droga!

Angélica se desmanchou numa gargalhada.

– É sério! Olha! – Helena levantou as mãos e tentou fazer o vaso que estava em cima da mesa se mover. Nada aconteceu.

– Deixe a força fluir em você. – Angélica disse, segurando uma risada.

– PARA DE RIR! – Enquanto Helena gritou, o vaso foi lançado para perto do pé de Angélica, quebrando-se em pedaços.

– Ah meu Deus! Desculpa! Eu não queria… eu te machuquei? Sou uma aberração! – Helena ficou apavorada.

– Isso... foi... DEMAIS! Talvez você consiga controlar! – Angélica ficou fascinada.

– Tá louca? E se eu acertar os pratos nas pessoas do trabalho?

– Meu Deus, Helena, você não é Carrie a estranha e isso não é um baile. Respira e tenta de novo, eu não vou rir mais, juro.

Helena tentou mais uma vez e devagar, aquela coisa parecia obedecê-la. Ela realmente podia tentar controlar aquilo, como Angélica disse. Como precaução, Helena iria ficar em casa, treinando o seu “novo poder” e Angelica diria a Sra. Karima que ela estava doente.

–Certeza que você vai ficar bem? – Angelica penteou a franja de Helena com os dedos.

–Sim, relaxe.

– Não abra a porta para estranhos, mocinha! Ah! Se um estranho vier, use os poderes e o jogue pela janela! – Angélica disse e as duas riram enquanto ela ia ao trabalho.

__

Angélica chegou cedo e restaurante ainda estava vazio. Ela olhou para o piano e não resistiu, começou a cantar e tocar. Rick e Evelyn entraram e a assistiram. Evelyn não havia dormido pensando na garota e em Imhotep e Anck su namun. A voz doce de Angélica ecoava pelo lugar. Quando Angélica terminou, Rick e Evy bateram palmas. Os olhos de Evelyn estavam úmidos. Angélica corou.

– Obrigada – Ela disse, fazendo uma reverência.

– Você tem uma voz maravilhosa – Evelyn disse.

– Sim e... Você toca muito bem. – Rick sorriu.

– Obrigada de novo! – Angélica sorriu de volta – Minha mãe adorava essa música.

Evelyn sentiu seu coração apertar-se ao ouvir a palavra “mãe” saindo dos lábios dela. Rick e Evelyn se apresentaram e conversaram com Angélica até que ela tivesse trabalho a fazer. Eles se deram muito bem.

Imhotep estava do lado de fora com Whemple, Observando Rick, Evelyn e a garota enquanto fingia ler um jornal. Estava completamente regenerado agora, evitando o confronto até que ele encontrasse a garota de Anck su namun.

– Que broto! – Whemple comentou olhando para Angélica.

Imhotep o ignorou enquanto ele sentia a mesma energia da noite passada. Vinha de um apartamento próximo ao restaurante. Ele seguiu e bateu na porta. Do lado de dentro, Helena tentava usar os seus poderes para fazer uma faxina. Ela parou quando ouviu baterem na porta. Angélica e a Sra. Karima sempre chamavam antes de bater, mas daquela vez ninguém chamou. Como ela estava sozinha, decidiu não abrir. Imhotep virou a maçaneta. Trancada. Ela poderia destruir aquela porta facilmente…

– Mestre! Medjai! Do lado de fora do restaurante, falando com a bele- garçonete! – Whemple disse ofegante.

– Descubra quem mora aqui e vigie. – Imhotep disse e saiu.

Quando Rick e Evy saíram do restaurante, eles mandaram um telegrama pra Alex e Lin, pedindo a eles para vir ao Cairo. A mãe de Lin foi uma feiticeira, talvez Lin pudesse ajudar com aquilo. Daquele dia em diante, Rick e Evy iriam tomar café apenas naquele restaurante, a fim de saber mais sobre Angélica.

–--

Angélica levava o lixo pra fora quando Ardeth chegou.

–Bom dia. – Ele disse

– Bom dia – Ela respondeu num tom frio.

– Você pensou no que eu te disse?

– Sobre a minha marca? Há, você não desiste não é?

– Nunca – De repente, Ardeth lançou uma faça na direção de Angélica. Ela colocou a tampa da lata de lixo na frente do seu rosto. A faca atravessou a tampa, ficando presa.

– Você pirou? Qual o seu problema?! – Angelica gritou.

– É verdade! Eu não poderia ter te machucado. Os reflexos de um Medjai de Maat são impecáveis. Você deve aprender a controlá-los para enfrentar seu destino.

– Meu destino? Colega, você quase destruiu meu destino aqui, sabia? – Angelica ainda estava nervosa. Ardeth sorriu.

– Seu destino pode estar apenas começando. Vê aquele prédio? Encontre-me lá ao por do sol quando você estiver pronta para aprender a lutar e usar suas habilidades. Você nunca pode fugir do seu destino, não importa o quão longe você vá. – Ardeth disse e partiu.

– Maluco... –Angélica retirou a faca da tampa do lixo e entrou.

–--

Naquela noite, Anck su namun já estava recuperada, logo ela e Imhotep foram visitar o restaurante a fim de investigar. A garçonete que os atendeu era uma cópia sorridente de Evelyn. A semelhança deixou Anck su namun desconfortável. Imhotep imaginou que aquela era a irmã mais nova de Evelyn, embora as duas tivessem se conhecido naquela tarde. Angélica percebeu que aquela mulher tinha um colar muito parecido com o de Helena.

– É um lindo colar, senhora!

– Obrigada. – Anck su namun respondeu com indiferença.

– Posso perguntar onde você comprou?

– Em nenhum lugar. Eu fiz.

– Você já fez algum com uma pedra turquesa?

Ao ouvir a pergunta o coração de Anck su namun começou a acelerar. Ela havia feito um pingente com uma pedra turquesa para Helena, antes de perdê-la.

–Sim! Eu...

– Garçonete! – Um homem gritou Angélica.

– Com licença. – Angélica saiu. Sem Helena para ajudar, seu trabalho estava dobrado.

Anck su namun e Imhotep esperaram até que o lugar fechasse e então seguiram Angélica. Angélica podia sentir duas sombras seguindo-a na rua. Angélica correu para o apartamento e assim que Helena abriu a porta, ela entrou e a trancou.

– Angel! O que foi? – Helena perguntou.

– Alguém estava me seguindo! –Angelica disse ofegante –

Elas ouviram batidas vigorosas na porta.

– Eu sei que você esta aí. Abra! – Imhotep disse alto. A porta sacudia a cada batida dele.

–Abre. Se algo acontecer eu uso meus poderes. – Helena disse.

Angélica segurou a adaga de Ardeth atrás dela enquanto Helena estava ao seu lado, sem ser vista e pronta para usar seus poderes. Com somente uma brecha da porta aberta, Imhotep e Anck su namun viram apenas metade do rosto de Angélica.

– Posso ajudar? – Ela perguntou.

– Apenas queremos falar com você. Deixe-nos entrar. –Imhotep disse.

– Sobre o que? – Angélica perguntou.

– É particular.

– Eu não tenho nada pra falar com você, por favor, vá embora.

– É sobre o colar! – Anck su namun disse, mostrando o seu pingente – Você perguntou se eu tinha feito um com uma turquesa. Eu fiz um para a minha filha uma vez e eu a perdi. Diga-me o que você sabe, por favor!

Angélica percebeu que aquela mulher se parecia com Helena.

– Esperem um minuto – Angélica se virou para Helena:

–Acho que você deveria falar com esse pessoal.

Angélica respirou fundo enquanto Helena abria a porta. Quando Anck su namun viu Helena usando o colar que ela havia feito há 18 anos, seus olhos se encheram de lágrimas e ela levou uma mão aos lábios. Não restavam dúvidas.

– Qual o seu nome? – Imhotep perguntou a ela.

– Helena.

– Você esta viva! – Anck su namun abraçou Helena. Lágrimas escorreram do seu rosto.

– Como assim? – Helena estava surpresa.

– Eu... – Anck su namun olhou para Imhotep – Nós somos os seus pais.

Os momentos que se seguiram foram muito inacreditáveis e emocionantes para descrever. Em uma palavra: Alegria.

Anck su namun revelou a Helena que ela nunca havia sido abandonada, mas roubada. Helena contou aos seus pais sobre a sua vida... Ela havia sido encontrada perto de uma rodovia, com o seu colar de pedra turquesa e um cobertor com seu nome bordado... O orfanato... As ruas... Abrigos temporários… O casal Rosenbury que a adotou… Sua melhor amiga, Angélica... O acidente de carro que matou seus pais adotivos... Aquela jornada louca por uma caixa para aquele mundo, toda a verdade, com exceção de seus poderes.

Seus pais, Meela Crawford e Frank Khalid tinha um destino ainda mais inacreditável. Eles estavam noivos, mas seu pai foi enviado para a guerra e nunca mais voltou, pois havia perdido a memória devido a um ferimento de guerra. Sua mãe, acreditando que ele estava morto se casou com outro homem bondoso que conhecia a condição dela. A pequena Helena foi sequestrada semanas depois de seu nascimento e eles nunca puderam encontra-la. Sr. Crawford havia morrido recentemente, num acidente trágico com a escada. Algumas semanas depois seu pai finalmente retornou, recuperado, e encontrou sua mãe. Imhotep e Anck su namun resolveram poupar sua filha de seus passados amaldiçoados.

– De acordo com a lenda, Quando o Menat de Hathor se quebrou, muitas pedras turquesa foram espalhadas na Terra. Dizem que uma turquesa pode realizar desejos a um coração de amor puro. Por isso que fiz um assim pra você, queria que tivesse tudo o que seu coração desejasse. – Anck su namun explicou.

Angélica sentia que havia alguma coisa errada com os pais de Helena. Sequestro, amnésia, romance... Parecia uma novela! Mas de qualquer forma, Helena estava feliz e ela estava feliz pela amiga. Angélica tentou ouvir mais sobre os pais biológicos de Helena, mas devido ao dia cansativo de trabalho ela acabou cochilando na poltrona. Quando eles estavam indo embora, ela se levantou para se despedir.

Apertar as mãos do Sr. Khalid trouxe uma sensação horrível para Angélica, como um calafrio percorrendo a espinha.

– E os seus pais, garota? – Ele perguntou, olhando-a nos olhos.

– Minha mãe morreu e... eu não me dou bem com o meu pai desde então...

– Ah... Sinto muito – Imhotep fingiu uma comoção – Bem, tenha uma boa noite e continue sendo cuidadosa.

Angélica lembrava Anck su namun de uma escrava que ela tinha no Antigo Egito.

– Obrigada por me ajudar a encontrar a minha pequena Helena – Anck su namun a abraçou.

Angélica se sentiu embaraçada, mas a abraçou também. A Sra. Crawford ainda estava emocionada.

Os pais de Helena a abraçaram demoradamente antes de saírem.

Angélica e Helena foram dormir. Helena demorou pegar no sono devido a sua felicidade. Angélica demorou pegar no sono porque ela ainda estava tendo calafrios.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!