Florescer escrita por Scorpion Flower


Capítulo 5
Capítulo 4 - Vida após a Morte




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/636998/chapter/5

4 – Vida após a morte

Rick e Evelyn estavam nas ruínas de um templo solar em Heliópolis. Evelyn sentia um estranho deja vú. Rick estava preocupado, pois o último deja vú em ruínas antigas não terminou bem.

Eles encontraram uma câmara subterrânea e entraram. Para a surpresa deles, não apenas O Espelho de Rá estava lá, mas também Imhotep e Anck su namun. Eles pareciam diferentes, mas não havia dúvida.

– Tem gente que não morre nunca! – Rick gritou e atirou.

A bala arranhou o ombro de Imhotep enquanto ele se transformava em areia. Evelyn tentou segurar Anck su namun em vão enquanto ele a levava. O lugar começou a desmoronar. Rick e Evelyn escaparam por uma “saída secreta”. Do lado de fora, eles viram Imhotep e Anck su namun escapando num carro. Os O’Connells entraram no carro deles e começaram uma perseguição. Evelyn dirigia enquanto Rick atirava.

– Faça alguma coisa! – Anck su namun gritou para Imhotep enquanto ela dirigia.

Imhotep moveu alguma areia para os pneus dos O’Connells. Eles mudaram a rota. Logo após Imhotep sorrir para Anck su namun, eles bateram no carro de Rick e Evy. Evelyn mudou o caminho apenas para cortá-los mais adiante. Anck su namun ficou inconsciente com o impacto. Rick e Evy notaram que eles estavam vulneráveis, saíram do carro e apontaram as armas. Imhotep saiu mostrando as mãos.

–Não atirem. Deixem-me ajudá-la. –Imhotep disse numa linguagem atual.

Rick e Evelyn se olharam, surpresos. Rick arriscou deixá-lo ajudá-la. Evelyn balançou a cabeça em negação. Imhotep pegou Anck su namun no colo com cuidado, enquanto Evelyn se aproximou dele e apontou a arma para a cabeça de Anck su namun.

– O Espelho ou ela morre. – Evelyn o ameaçou.

Imhotep se sentiu estranho e estúpido. Porque ele não estava deixando Anck su namun para morrer como ela o deixou? Porque a vida dela era importante? Ah... Talvez eles tivessem uma filha… Era somente isso, certo? Ele olhou para o painel do carro onde o Espelho estava.Rick entrou e o pegou. Naquele momento outro carro encostou. Era Whemple, servo de Imhotep. Imhotep entrou no carro com Anck su namun e embora Rick e Evy atirasse, eles fugiram.

_~. ~_

Quando Angelica e Helena entraram no pequeno apartamento, o lugar parecia estar esperando por elas. Um quarto com duas camas de solteiro, uma velha poltrona, uma mesa e um armário de roupas. Simples, mas confortável e barato, como a senhora disse.

– Se vocês quiserem, podem ficar com os vestidos no armário. São de uma sobrinha, mas ela não ira mais usá-los. Vocês também podem usar a cozinha do restaurante se forem cuidadosas. – Disse a senhora.

– Muito obrigada senhora...

– Me chame de Karima. Você canta canções românticas, menina?

–Sim... Sim eu canto. –Angélica respondeu.

Servir as mesas não era muito difícil. O lugar era mais lotado à noite. Às vezes Angélica era chamada para cantar um pouco. A voz doce e suave dela era apreciada embora ela tivesse dificuldade com o palco devido a sua timidez. Helena costumava encorajá-la.

Angélica queria voltar para casa enquanto Helena aproveitava tudo como umas férias de verão:

–Acho que morremos e essa é nossa vida após a morte. –Angélica disse.

–Nossa! Porque? – Helena perguntou.

– Não estamos no passado. Eu li algumas coisas e é diferente! A Segunda Guerra Mundial não foi a mesma que estudamos. É como... Outro mundo ou sei lá! Olha, eu gosto desse emprego, esse lugar esquisito e fora de moda também é legalzinho, mas não somos daqui! Eu quero minha faculdade, meus jeans, meus programas de tv, quero ir pra casa!

– Ei... relaxe... Também sinto falta da tv e quero ir pra faculdade. Nós vamos voltar, apenas não entre em pânico, ok? ... – Helena acariciou os cachos do cabelo castanho claro de Angélica – Talvez viemos aqui por um motivo...

– O motivo é servir os clientes, vamos lá! – Senhora Karima as aconselhou.

Angélica arrumou a franja de Helena e elas voltaram ao trabalho.

_~. ~_

Quando Evelyn pegou o espelho, ela leu a inscrição que dizia:

“Grande Rá, luminoso criador,

Brilhe no seu espelho.

Ouça o meu clamor, e num lampejo,

“Revele-me o que foi escondido do meu rosto”.

O espelho refletiu o sol e o reflexo de Angélica apareceu nele. Quem seria aquela garota? Seria perigosa? Seria filha deles? Mas como?

Rick e Evy se encontraram com Ardeth num restaurante do Cairo. Eles contaram sobre Imhotep e sobre os sonhos de Evelyn.

– Fizeram escavações perto da antiga pirâmide, mas além do bracelete, nada importante foi encontrado. Não acredito que Imhotep esteja entre nós tão silencioso como uma víbora! Sobre seus sonhos... Os antigos deuses ainda são poderosos. Eu não duvido que eles possam fazer isso.

Uma jovem mulher chegou até a mesa deles com os pedidos. Os O’Connells a olharam admirados. Era a mesma garota do espelho. Ardeth viu uma marca sagrada em seu pulso.

– Mais alguma coisa? –Angélica perguntou, desconcertada com os olhares deles.

– Quantos anos você tem? – Evelyn perguntou.

– Eu? 18.

Rick segurou a mão de Evelyn.

– Ah, eu tenho um filho que tem 28. Dez anos mais velho! – Evelyn tentou parecer espontânea.

Angélica sorriu para ela.

– só isso, obrigada. –Rick disse

–ok. – Angélica os deixou.

Ardeth notou a ansiedade de seus amigos.

– É a mesma garota que vimos no espelho. – Rick disse.

– Ela parece comigo, tem 18 anos, também tem uma marca. Nós a vimos no espelho, ela pode ser nossa filha! – Evelyn estava espantada.

– Eu sei, mas precisamos ter certeza, Evy.

– Sendo sua filha ou não aquela garota pode ser um Medjai, e tão legendária como você O’Connell. –Ardeth disse e esperou até que ela estivesse sozinha no balcão para falar com ela.

Ele se aproximou e pediu uma dose. Enquanto ela o servia, ele olhou para a marca novamente. Era como uma mancha de vinho. Na forma da pena de Maat e o olho de Hórus, sem dúvida.

– Com licença. Meu nome é Ardeth Bay. Posso falar com você?

– Sim, algo errado? – Angélica perguntou.

– Sou um estranho viajando do leste, buscando o que esta perdido. –Ardeth disse, sem a olhar nos olhos.

–Bem, não sei se eu vim do leste, mas com certeza estou perdida. –Angélica respondeu num tom brincalhão.

–Para onde o vento leva a areia? – Ardeth perguntou.

–Para... Onde ele quer que ela vá... –Angélica sentiu que aquilo era familiar.

–Você tem uma marca sagrada. – Ardeth apontou para o pulso dela.

– Essa marca de nascença horrível? Sagrada?

–Sim. Pode me dizer o seu nome?

– é... Angélica

Anjos são guerreiros de Deus. Você também é uma guerreira divina, Angélica. Essa marca é a prova.

– Tá brincando comigo? – Angelica perguntou.

– Eu pareço estar brincando? Você percebe quando alguém mente, não percebe? Você pode sentir as mentiras porque você é uma mensageira da verdade e da ordem, designada por Deus.

–Olha... Acho que o senhor esta designado a parar de beber. –Angelica sorriu educadamente e foi servir mais mesas. Ardeth voltou para os O’Connell.

–Como foi? – Rick perguntou.

– É tão cética como você. – Ardeth suspirou. Ele tinha muito trabalho a fazer.

_~. ~_

Quando Helena foi levar o lixo para fora do restaurante, um grupo de homens começou a assediá-la com palavras e comentários rudes. Irritada, ela jogou o lixo perto de um hidrante. Para a surpresa dela, o hidrante explodiu, mas a água acertou apenas os homens. Ela entrou no restaurante e trancou a porta. Na cozinha, os pratos tremiam. Ela ergueu a mão para pegar um e três deles flutuaram para as mãos dela. Helena não podia acreditar.

– E aí? Terminou? –Angélica chegou na cozinha.

– A-Ainda não... – Helena olhou ao redor, os pratos haviam parado de tremer.

Angélica ajudou Helena a guardar os pratos e elas voltaram pra casa. Lá, elas trancaram a porta com 5 travas e colocaram a mesa na frente por segurança. Antes de dormir, Angélica comentou sobre o estranho cara tatuado interessado na marca de nascença dela. Ela nunca acreditou que aquilo tivesse um significado. Realmente, a intuição dela era ótima para detectar mentirosos, mas ser uma guerreira de Deus? Aquilo era muito legal para ser verdade.

_~. ~_

Na mansão Crawford, Imhotep estava furioso. Quase 8 anos de disfarce arruinados num momento. Ele tirou o terno e jogou sua gravata no chão. Anck su namun teve uma pequena concussão, o médico ordenou que ela ficasse na cama pelo resto do dia e noite.

–Eu arruinei tudo. Eu a perdi de novo! – Ela disse chorosa, segurando a pequena boneca vestida de Cleópatra.

Imhotep olhou para ela, naquela camisola ele podia ver que o corpo dela estava mais voluptuoso que antes.

–Nós vamos encontrá-la, nem que seja a última coisa que eu faça. – Imhotep disse, secando os olhos dela. Arrependido do gesto ele se afastou e olhou para a janela. Era uma noite clara de luar.

– Você me odeia, não é? – Anck su namun perguntou em egípcio antigo. Imhotep não respondeu.

– Mestre – Whemple apareceu na porta – Eu encontrei a urna e acho que já foi aberta.

–Então me siga. Você terá alguns corpos para enterrar.

Eles saíram e enquanto desciam a rua Imhotep sentiu uma energia familiar no ar. Era uma vibração muito parecida com os seus antigos poderes. De repente, parou. Aparentemente, veio de um restaurante...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!