Nós encaramos durante um tempo, ele suspirou e assentiu.

– Boa sorte Edward. – Falou e saiu com as armas. Olhei para Rose que me encarava com um sorriso e a encarei sem entender.

– Podemos ir agora? – Nessie puxou minha mão.

– Claro, vamos.

– Edward, pode colocar as crianças para dormir na minha barraca. Não iremos demorar aqui, já iremos nos recolher.

– Tudo bem, obrigado. – Segui com eles e a Tânia pra as barracas. – Estão com sono? – Os dois assentiram bocejando. – Vamos.

– Vai precisar de ajuda? – Neguei com a cabeça. – Então vou para a barraca. Boa noite crianças, amanhã será um longo dia. – Tânia os abraçou e entrou na barraca. Segui com as crianças até a da Rose.

– A Tânia vai conosco?

– Provavelmente sim. Agora vão dormir que até eu estou com sono. – Dei um beijo na testa de Nessie, quando fui em direção ao Tony ele estendeu a mão para que eu apertasse, o abracei rindo. - Vou ficar até dormirem. – Quando eles dormiram, eu já estava morrendo de sono, fui para a barraca que dividia com Tânia. Abri e a encontrei deitada olhando para cima, quando ela percebeu a minha presença me encarou.

– Senta, vou trocar o curativo. – Sentei na manta que estava estendida no chão, era o lugar onde dormiríamos. – Er... A calça. – Abaixou a cabeça constrangida. Abri a calça e puxei. – Esse remédio é muito bom, sua perna está sarando bem rápido. – Fiquei a encarando enquanto ela olhava o curativo. – Poderia falar alguma coisa, esse silêncio está desconfortável. – Pediu com uma risada nervosa.

– Me fale sobre você! – Ela me encarou e suspirou.

– Não é tão interessante... Sou formada em medicina veterinária e tinha uma clinica em New York. Vim passar as férias com a minha família e sou frustrada por não poder ter filhos. – A encarei com pesar. – Eu sei, sente muito. Mas tudo bem, já aceitei isso. Faz muito tempo que não tenho um relacionamento sério. – Falou a ultima parte encarando a minha perna que já estava enfaixada, não consegui ver seu rosto, mas pela orelha vermelha ela tinha ficado com vergonha. – Quando o mundo começou a desabar, eu estava com o meu irmão no mercado e quando voltei para a casa dos meus pais... Descobri que eles tinham sido atacados pelos robôs que tinham em casa. Eu e meu irmão Eleazar conseguimos fugir deles. – Vi que estava chorando e a abracei. – Encontramos o exército na estrada e pensávamos que estávamos salvos. Até sermos atacados, Eleazar me ajudou a me esconder, pedi pra ele ficar mas ele não me escutou. Depois que sai do meu esconderijo vi tudo destruído e o meu irmão morto na estrada. – Ela começou a soluçar alto, passei a mão em seu cabelo tentando tranquiliza-la.

– Sinto muito. – Suspirei e a puxei para um abraço. Ficamos abraçados durante um tempo, ela suspirou e levantou a cabeça para me encarar. Ficamos nós olhando, ela respirou fundo e fechou os olhos. - Você tem um cheiro bom. – Comentou ainda com os olhos fechados, a encarei surpreso. Ela rapidamente abriu os olhos se afastando, me encarou assustada e colocando a mão sobre os lábios. –Meu deus, eu falei alto?

– Não muito. – Dei um sorriso torto.

– Seu sorriso é lindo. – Arregalou os olhos quando percebeu o que disse. – Deus... Vou dormir. – Falou e se jogou ao meu lado. Puxei o coberto que estava nos meus pés e nós cobri.

– Até amanhã... Senhorita sincera. – Ela gemeu desgostosa.

– Vai dormir. – Dei uma risada e virei para o outro lado. Nem demorei muito para dormir.

Acordei sentindo um corpo perto do meu, abri os olhos e vi Tânia deitada com a cabeça no meu peito, a afastei devagar e sai praticamente correndo da barraca.

– O que foi Edward viu um fantasma? Ou melhor... Um robô? – Rose me olhou com um sorriso malicioso.

– Haha... Muito engraçada. – Respondi com ironia. – Meus filhos já acordaram?

– Estão tomando o café-da-manhã. Você vai embora mesmo?

– Prometi que os levaria até a mãe.

– Deveria parar de correr atrás da Bella, isso está patético. – Me repreendeu irritada.

– E- eu? – Gaguejei nervoso.

– O que você acha? – Me olhou com ironia.

– Não estou correndo atrás dela, pelo menos não no sentido que você pensa. – Expliquei desviando o olhar. – Ela é a mãe deles, eles querem estar com ela!

– A Tânia vai com vocês?

– Provavelmente. – A encarei tentando entender onde ela queria chegar.

– Que bom, ela parece sentir alguma coisa por você.

– O quê? Claro que não. - Falei rindo, ela me encarou com uma expressão de:” Você é idiota ou se faz?”

– Qual é? Vocês ficaram sozinhos aí e nada?

– Como assim? O quê você está pensando sua maluca? – A puxei para longe da barraca. – Você não pode fazer essas coisas. E se ela realmente gostar de mim? Eu não sinto nada por ela, pelo menos não desta forma.

– Você deveria seguir sua vida. Ela vai se casar.

– Com o mundo assim acho difícil. – Ela me olhou incrédula.

– Você só pode está brincando...

– Você sabe que eu sempre a amei. – Olhei para baixo, já esperando o discurso. Mas diferente do que eu pensei, ela suspirou cansada.

– A vida é sua, faz o que achar melhor. Se ainda a ama vá em frente. - Me encarou seria - Mas... Não a torne prioridade, não fique se humilhando por ela. – Olhou para algo atrás de mim sorrindo e sussurrou. – E é claro, não se esqueça da Tânia.

– Bom dia. – Escutei a voz de Tânia e virei para encará-la.

– Bom dia. – Rose respondeu com um grande sorriso. – Como foi a sua noite Tânia? – Olhei para Rose assustado, Tânia me encarou envergonhada.

– Foi normal? – A reposta dela saiu como uma pergunta, Rose gargalhou e a puxou para um lugar afastado. Mas antes gritou. – Edd, não esqueça de colocar uma calça. – Olhei para mim e vi que estava sem a calça, corri constrangido para barraca me recompor. Depois segui pelo acampamento procurando os meus filhos, e os encontrei perto de Billy e Jacob.

– Bom dia. – Saudei me aproximando. Os dois responderam e o Billy se voltou para as crianças.

– Tudo bem, agora tenho que ir. Quero um abraço de adeus. – Billy pediu abrindo os braços, Nessie o abraçou e veio até a mim. Já na vez do Tony ele estendeu a mão para apertar a mão de Billy, que riu e apertou sua mão. – Claro, já é um rapaz. Tem ótimos filhos Edward.

– Eu sei. – Sorri para Billy.

– Até outro dia Edward. – Jacob me deu um aperto de mão e Billy acenou saindo com ele.

– Só por curiosidade, ele ofereceu armas para vocês? – Os dois negaram assustados.

– Jacob é filho do Billy. Eles são bem legais.

– Eu sei, todos aqui parecem legais. Uma pena serem tão loucos. – Respondi olhando para Rose que se aproximava com Tânia.

– Vai comer Edward, vou falar com o Harry para ele dar algumas coisas para vocês.

– Certo. Vocês já comeram?

– Já, quero tomar banho. – Nessie falou e a olhei desesperado, eu não posso deixa-la ir sozinha, mas ir com ela será constrangedor.

– Não se preocupe Edward, eu vou. – Agradeci com o olhar. – Vamos Nessie. – Tânia segurou a mão dela e saiu. Comi e fiquei esperando elas voltarem para ir tomar banho.

– Vamos falar com a Rose. – Tânia e Nessie saíram em busca de Rose. Eu e o Tony fomos tomar banho, terminamos e fomos em direção ao acampamento. Rose estava perto da Tânia e da Nessie, fomos na direção delas.

– Até que fim. Edd, consegui algumas coisas. – Apontou para um carro e foi abrir o porta-malas. – Achei esse carro na estrada, o tanque estava na metade. Mas completei, tem comida, água, roupa e medicamentos. – Me puxou pela mão me afastando das crianças e sussurrou. – Dei uma pistola de 5mm para Tânia e essa pistola de 9mm é para você. Tem bastante munição no porta-luvas. – Me abraçou. – Cuidado.

– Agora você vai me escutar. – Ela me soltou e me encarou sem entender. – Você acha que sua vida acabou porque o Emmett morreu e eu te entendo. Mas Rose você está viva, o Emm não iria querer que você se entregasse assim, esta se fingindo de forte, mas eu te conheço. O Emm era meu irmão e meu melhor amigo. Temos que lutar sim, mas não com esses loucos suicidas. – Ela começou a chorar agarrada a mim. – Eu sei que dói, mas você tem a mim e as crianças que te adoram – Se afastou limpando as lágrimas.

– Obrigada Edd. Mas eu quero ficar. – Suspirei assentindo.

– Irei levar as crianças até a Bella. Mas se mudar de ideia, vá para a Geórgia. - Passei o endereço da mansão para ela enquanto voltávamos, abracei-a e entrei no carro. – Eu sei que ainda irei te ver. – Tânia e as crianças se despediram dela e entraram no carro. As crianças no banco de trás e a Tânia o banco do passageiro ao meu lado.

Antes que eu pudesse ligar o carro, escutamos uma explosão. Eu e Tânia trocamos olhares e saímos do carro. Na entrada da estrada de terra que nos levaria de volta a rodovia, tinha cinco robôs entrando no acampamento. Olhei a o redor e vi outros saindo da floresta.