A Jornada do Príncipe escrita por Andy


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores lindos do meu coração! :)
Como foi o Carnaval de vocês? Espero que tenha sido tão bom quanto o do Sir Ian McKellen, que pelo visto curtiu muito lá no Rio, haha! Pena que ele não estava fantasiado de Gandalf. Mas não se pode ter tudo.
Postando o capítulo cedo nesta semana, aproveitando que é meu último fim de semana de férias. Segunda-feira, estamos de volta à luta. Onde que eu clico pra começar janeiro tudo de novo, hein?
Bom, espero que gostem do capítulo. E não me matem por causa do final, sim? Eu sou alérgica a violência e a Avada Kedravas. A balrogs também. ;X

Xoxo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/636499/chapter/23

Thranduil e Syndel aguardavam ansiosamente pela volta de Legolas. Thranduil tinha um mau pressentimento, e isso o estava deixando inquieto. Syndel afagava sua mão, tentando acalmá-lo, mas não estava menos ansiosa. Thranduil havia lhe contado tudo sobre Legolas e Tauriel. A própria Tauriel já havia lhe contado a história também. Depois disso, Syndel passara uma eternidade angustiada, se perguntando como aquilo teria afetado o coração de seu doce Legolas.

Madlyn tentava se esconder atrás de Legolas, nervosa. Quando estavam chegando à porta, ainda fora das vistas de quem estava do lado de fora, ele parou e se virou para ela, sorrindo levemente.

— Pronta?

— Não.

Ele riu e lhe deu um beijo na testa.

— Eu estou aqui. — sussurrou, antes de se virar para a porta e finalmente sair, levando-a consigo.

Legolas ergueu a cabeça sorrindo e deu dois passos para se aproximar dos pais. Madlyn se manteve atrás dele, olhando para os próprios pés. Gimli olhou para ela com uma expressão confusa, como se perguntasse “O que você está fazendo?”, mas ela não olhou para ele.

— Mamãe, meu senhor... Eu quero que conheçam Madlyn... — Legolas começou, num tom baixo. Seu rosto queimava. Ele desviou o olhar constrangido quando Syndel sorriu levemente para ele. — Minhanamorada. — Concluiu rápido demais, emendando as palavras uma na outra com o nervosismo. Sem olhar para os pais, ele deu um passo para o lado, saindo da frente de Madlyn.

Thranduil arquejou e deu um passo para trás, arregalando os olhos. Madlyn espelhou a reação dele, andando devagar para trás até que suas costas atingiram a madeira rígida da embarcação. Syndel olhou para Thranduil, surpresa com a reação dele. Legolas olhou de um para outro, confuso. Gimli se perguntava se aquilo era normal entre os elfos.

— Thranduil? — Syndel sussurrou.

— Madlyn? — Legolas se aproximou dela. Ela estava pálida e suas mãos tremiam. Quando ela olhou para ele, ele se surpreendeu com o desespero em seus olhos. — Madlyn, o que foi? — Ele estendeu a mão para segurar a mão dela, mas ela puxou o braço. Ele franziu a testa, magoado.

Syndel pousou a mão suavemente sobre o ombro do marido.

— O que foi?

Thranduil olhou para ela brevemente e de volta para Madlyn. Sua expressão enrijeceu. Ele se empertigou, recuperando-se do choque e segurou a mão de Syndel. Dando dois passos em direção a Madlyn, perguntou, num tom autoritário:

— Quem é você?

Madlyn se encolheu. Legolas olhou para o pai, fechando a cara.

— Você a está assustando.

Quieto, Legolas. Afaste-se dela.

— Não.

Thranduil trincou os dentes.

— Thranduil! — Syndel interveio, entrando na frente dele. — Por que você está fazendo isso?

— Syndel... Ela é uma elfa das trevas.

Syndel pareceu indignada:

— E com base no que você diz isso?

— Eu posso ver.

— Por causa da cor dos cabelos dela?

— Não, eu... — Thranduil tentou se explicar, mas Syndel soltou a mão dele e lhe deu as costas, aproximando-se lentamente de Madlyn, tentando não a assustar.

— Madlyn, não é? — Ela sorriu. — Eu sou Syndel Verdefolha, mãe do Legolas. É um prazer conhecê-la.

Legolas sorriu agradecido para a mãe. Madlyn olhou para ele, que assentiu, incentivando-a. Ela precisou reunir toda a coragem de que dispunha para se reerguer e se afastar da embarcação. Legolas pôs o braço em sua cintura, apoiando-a. Madlyn ergueu os olhos para Syndel e ensaiou um sorriso.

— Oi.

O sorriso de Syndel se ampliou. Ela olhou para Legolas:

— Há quanto tempo vocês estão juntos?

— Essa... É uma pergunta um tanto complicada.

— Não. — Thranduil se aproximou. — De fato, há quanto tempo você a conhece? — Ele olhava atentamente para Legolas, analisando-o de alto a baixo, como se estivesse avaliando sua aparência.

Legolas pôde sentir quando Madlyn tentou se afastar de Thranduil e deu um pequeno passo à frente, ficando à frente dela. Ele encarou o pai.

— Há mais ou menos um ano. Por quê?

Thranduil não respondeu. Em vez disso, ele tapou o olho direito e olhou Legolas de alto a baixo mais uma vez. Depois, soltou um suspiro aliviado e deu um passo atrás. Oropher se aproximou e parou ao lado do filho. Ele também olhava de soslaio para Madlyn, parecendo não confiar nela.

— Thranduil?

— Há muito, Legolas, que eu creio que você não veja a respeito de... — Ele olhou para a elfa e inclinou a cabeça. — Madlyn?

Legolas olhou para Madlyn, encolhida atrás dele, e de volta para o pai.

— Que quer dizer?

Thranduil ainda olhava para Madlyn.

— Eu estou curioso. Como?

Syndel pôs a mão no ombro do marido.

— Do que você está falando, Thranduil?

— Madlyn? — Thranduil instigou, encarando-a com seus olhos azuis penetrantes.

— Mas o que diabos está acontecendo? — Gimli se aproximou e se posicionou ao lado de Madlyn. Para a surpresa dele, a elfa se encolheu, afastando-se dele também. — Qual é o seu problema?

— O que vocês acham... — A esposa de Oropher se aproximou devagar. — De nós irmos ter essa conversa, seja ela qual for, na cidade? Parece que uma tempestade está chegando.

Os elfos olharam para cima e viram, espantados, que ela tinha razão. Nuvens pesadamente negras estavam se formando, adquirindo um formato perigosamente espiralado, precursor de grandes tempestades marítimas.

— Sempre pensei que não houvesse tempestades em Valinor. — Legolas comentou, num tom baixo.

Syndel olhou para ele, alarmada:

— Não há.

— A minha mãe tem razão. — Thranduil segurou a mão de Syndel. — Vamos para a cidade. — Ele olhou para Legolas: — Rápido.

Legolas o encarou brevemente e depois estendeu a mão para segurar a mão de Madlyn, mas ela se afastou. Ele se virou para olhá-la.

— Madlyn?

— Há uma coisa... — Ela começou, num tom tão baixo que ele quase não conseguiu ouvir. — Há uma coisa que eu não te contei, Legolas.

— Eu sei. — Ele engoliu em seco. — Eu sei, mas... Você pode me contar daqui a pouco? Precisamos sair daqui. Rápido!

— Não. Você não entende... Eu não posso...

— Legolas! — Thranduil chamou, pondo a mão livre no ombro do filho. Um vento forte começava a soprar ao redor deles.

— Madlyn, por favor!

Ela balançou a cabeça. Os outros elfos que estavam no porto partiram, restando apenas a família de Legolas e Gimli, que olhava apreensivo para o Mar. As ondas se tornavam cada vez maiores.

— Vá com eles.

— Sem você? Nunca!

— Querida, por favor... — Syndel estendeu a mão na direção dela, mas se arrependeu imediatamente quando Madlyn se encolheu.

— Ninguém vai te fazer mal. — O tom de voz de Legolas era suplicante.

Ela balançou a cabeça de novo.

— Você não entende. Eu não tenho medo deles.

— Então, qual é o problema?

Madlyn mordeu o lábio.

— Madlyn! — Thranduil perdeu a paciência e empurrou Legolas para o lado, atirando-o ao chão. Gimli se adiantou e se colocou entre ele e a elfa, erguendo o machado ameaçadoramente. — Me poupe, criatura insignificante! — Ele ergueu os olhos para a elfa. — Madlyn, me escute. Eles vão vir te buscar, de um jeito ou de outro. Você sabe disso. Você não tem para onde fugir. Mas é melhor chegar na cidade conosco do que sozinha. — Ele fez uma pausa. — Eu não entendo. Mas está claro para mim que meu filho não vai sair deste porto sem você. E eu não quero que o próximo raio acerte o alvo. — Ele ergueu uma sobrancelha sugestivamente para ela.

Madlyn arregalou os olhos, encarando-o. Legolas, que havia se levantado com a ajuda da mãe, olhava de um para o outro sem entender. Por fim, Madlyn concordou com a cabeça.

— Ótimo. — Thranduil olhou para Syndel. — Vamos para o pavilhão de Greenwood! Por aqui, Legolas! — Ele começou a correr, seguido por Syndel e pelos pais.

Legolas estendeu a mão para Madlyn. Pouco antes de ela segurar a mão dele, ele notou que seus dedos tremiam. Ela ainda estava apavorada. Legolas procurou não pensar no significado daquilo e começou a correr imediatamente.

— Gimli!

O anão se apressou para acompanhá-los.

~~ ♣ ~~

Os moradores de Tirion observavam intrigados a imensa tempestade que se formava na costa, próxima ao porto. Nunca algo parecido havia sido visto ali, pelo menos não que eles se lembrassem.

— Onde está meu senhor Thranduil?! — Alassëa quase atropelou uma elfa no caminho, antes de agarrar o braço do marido.

— Eu pensei que você tivesse ido atrás dele. — Airetauri respondeu, assustado.

— Ele ainda não retornou?

— Você não pode estar dizendo que ele ainda está no porto!

Os dois se entreolharam, depois correram para a janela. Bem nesse instante, um imenso raio caiu. Algumas elfas gritaram e se encolheram, assustadas. Para o horror de Alassëa, o barco que tinham visto atracar na costa se partiu em vários pedaços, que começaram a afundar rapidamente.

— Não!

— Eu... Eu tenho certeza de que meu senhor Legolas não estava mais...

Os elfos verdes se sobressaltaram quando outro raio caiu, destruindo dessa vez o porto. Alassëa e Airetauri se viraram e começaram a correr imediatamente, atravessando o pavilhão de Greenwood como duas flechas. Quando chegaram ao pátio central, porém, Alassëa esbarrou em alguém que vinha correndo também e teria caído se não tivesse sido segurada pelo marido.

— Alassëa! — Thranduil ralhou, quando conseguiu se reequilibrar. — Aonde em nome de Eru você pensa que está indo?

— Majestade! — Ela se curvou, no que Airetauri a imitou.

— Alassëa! — Legolas, embora estivesse ofegante da corrida, não pôde evitar que um imenso sorriso se espalhasse por seu rosto ao ver uma de suas guardas preferidas. Havia muito tempo que ela havia partido da Terra-Média*.

— Meu senhor Legolas! — Alassëa se reergueu, sorrindo para ele.

— Vamos deixar os reencontros para depois, sim? Para dentro, todos vocês. — Oropher empurrou o neto, fazendo com que ele continuasse a andar.

Os elfos seguiram por um longo corredor, até que chegaram a um grande salão, em cujo centro uma fonte borbulhava. Todos os elfos que estavam ali se curvaram ao ver Oropher e Thranduil. Quando eles se levantaram, vários sons de surpresa se fizeram ouvir. Legolas se sentiu inquieto ao perceber que todos os olhares se voltaram para ele.

— Sim, Legolas está de volta. Sim, precisamos celebrar. No entanto, no momento, temos um assunto urgente para resolver. Ou dois. — Ele olhou de soslaio para Gimli. — Portanto, peço que mantenham a ordem e guardem a ansiedade e as perguntas para depois. Para seus aposentos! — Thranduil ordenou num tom solene. — Todos. — Ele completou, quando Airetauri e Alassëa não se moveram.

Eles lhe lançaram um olhar magoado, mas se curvaram brevemente e se afastaram em direção a um dos corredores que partiam do grande salão. Thranduil respirou fundo e fechou os olhos, como que tentando organizar os pensamentos, enquanto se afastava da porta, dando espaço para que os outros se acomodassem no salão. Por fim, ele se virou para Madlyn:

— Pode começar a falar.

Ela respirou fundo e apertou a mão de Legolas.

— Eu... Não sei por onde começar.

— Comece explicando por que diabos vocês estão agindo como um bando de malucos! — Gimli sugeriu, mal-humorado. Ele sentia como se estivesse sendo excluído de alguma conversa.

— O que exatamente está acontecendo, Thranduil? — Syndel pôs a mão no ombro do marido, olhando para ele. Ele virou a cabeça para olhar em seus olhos.

— Há uma escuridão muito grande nessa elfa, Syndel. Mais do que apenas a cor dos cabelos e das vestes. Algo... Maligno.

Madlyn se encolheu com a última palavra. Todos olharam para ela. Legolas teve um mau pressentimento. A mesma coisa que sentiu na primeira vez em que pôs os olhos em Madlyn. A mesma coisa que sentiu quando a viu conversando com o orc na caverna. A mesma coisa que sentiu cada vez em que duvidou de que ela estivesse de fato a seu lado.

— Eu posso ver... Com meu olho esquerdo, que foi consumido pela chama do dragão de Morgoth. Eu posso ver que ela caminha nas trevas. Tanto quanto qualquer orc. O que me intriga... — Thranduil continuou, dando dois passos em direção a Madlyn. — É que ainda seja... Quase uma elfa. — Ele inclinou a cabeça e franziu as sobrancelhas. — Como?

— O que você está dizendo? — Legolas soltou a mão de Madlyn e se colocou entre ela e o pai, encarando-o. — O que quer dizer com “quase uma elfa”?

— Você pode ser um herói da Guerra do Anel, Legolas. — Thranduil usava agora o mesmo tom severo que sempre usou com o filho. — Mas ainda é uma criança neste mundo.

Legolas trincou a mandíbula irritado e se virou para Madlyn.

— O que você não me contou?

— Legolas...

— O que você ia me dizer aquela hora no barco?

— É... — Ela franziu as sobrancelhas. — É complicado, eu...

Legolas deu um passo em direção a ela e abriu a boca para exigir que ela falasse, quando ouviu um arquejo baixo atrás de si, e depois uma voz melodiosa que parecia absolutamente chocada:

— Erin?!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

* Evento narrado em “A Razão do Rei”. Alassëa e Airetauri são personagens originais criados para aquela fanfic.