A Jornada do Príncipe escrita por Andy


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Bom dia/boa tarde/boa noite/boa madrugada! :3
Como vocês estão? Como passaram a semana? Espero que estejam todos bem! ♥
E aqui estamos nós com mais um capítulo da Jornada! Esse está recheado de emoções, espero que gostem! E por falar em "recheado de emoções", a minha semana também foi assim. Para começar, eu decidi ver os números da fanfic e descobri que temos quase 90 acompanhamentos! Nossa, eu não esperava tanto! Obrigada! Aos novos leitores, sejam bem-vindos! Deem um "oi" nos comentários, se quiserem! Eu adoraria falar com vocês! Além disso, algumas antigas leitoras retornaram nas últimas semanas... Vocês não sabem como fico feliz em ver vocês! Bem-vindas de volta! ♥
E além disso ainda, eu tenho um agradecimento especial a fazer! Obrigada à Eve Evenstar (amei seu nome, a propósito!), que me surpreendeu essa semana! Ela leu "A Jornada do Príncipe" E "A Razão do Rei", tudo de uma vez e recomendou as duas! Muito obrigada! Quase chorei de emoção quando vi as duas recomendações incríveis! Obrigada mesmo! E bem-vinda à Jornada! Fico feliz em saber que esta foi a primeira fanfic que você escolheu para ler no seu retorno ao Nyah!. ♥
E já que estamos falando de coisas especiais, eu quero desejar um Feliz Aniversário à Potterhead Narniana, que fez aninhos na quinta-feira passada! Parabéns, Potterhead! Espero que seu dia tenha sido maravilhoso e que você seja muito feliz na sua vida! Que haja sempre muito Harry Potter, muitas Crônicas de Nárnia e, é claro, muito LOTR para você! Ou seja, tudo de bom! Hahaha! ♥
Eita, que hoje eu fiz o maior textão aqui, ne? Nyah!, briga comigo não! Não tenho culpa se tenho os melhores leitores! ç3ç"
Sem mais blábláblá, antes que eu seja expulsa do site... O capítulo! /o/
Xoxo



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Thranduil dedilhava a harpa com maestria, cantando com sua voz forte. Syndel ouvia de olhos fechados, deitada ao lado dele na relva. Um leve sorriso dançava em seus lábios. A canção estava chegando à sua parte favorita, que narrava o casamento deles. Ela amava a forma como a voz dele sempre se tornava mais profunda ao cantar aqueles versos, mesmo depois de tantos anos.

De repente, porém, eles ouviram passos apressados subindo a colina, e Thranduil parou de tocar. Syndel abriu os olhos, piscando para adaptá-los à luz, e se sentou. Eles logo viram o alto da cabeça de Alassëa* surgindo. A elfa de cabelos castanho-claros praticamente se atirou à relva à frente deles, respirando pesadamente:

— Meus senhores...! — Ela tinha dificuldades em falar, ofegando. — Um... Uma embarcação... Foi vista... Se aproximando... — Ela engoliu em seco. — Se aproximando da costa... Ela... Tem os símbolos... De Greenwood... E... E de Durin.

Syndel arregalou os olhos, sem saber como reagir. Mas Thranduil se levantou de um salto, olhando para ela com urgência. Ele sabia que aquilo só podia significar uma coisa:

— Legolas!

Ele estendeu a mão para ajudá-la a se levantar, e os dois correram colina abaixo, deixando para trás uma Alassëa cansada, porém sorridente.

~~ ♣ ~~

Tirion se aproximava no horizonte, e a cada milha o coração de Legolas parecia bater mais forte. Faltava muito pouco agora, e milhares de memórias lhe passavam pela mente. Ele tentava em vão se preparar, inventando mil e dois cenários possíveis. Mas ele não conseguia prever como eles reagiriam. E se tudo estivesse diferente?

Gimli estava sentado muito quieto sobre uma caixa de madeira num canto do convés, evitando o máximo possível olhar para a brancura da cidade dos elfos à distância. Seu estômago já se contorcia de novo, um sinal de que a náusea estava voltando. Ele não sabia se a causa era o Mar ou apenas a ansiedade. Ele sabia que aquela cidade poderia ser sua salvação ou seu fim. Ele não iria arrastar Legolas de volta para a mortalidade com ele. Se ele tivesse que ir, iria sozinho. Ele apalpou o bolso interno de sua calça e assentiu para si mesmo.

Madlyn, dentro da cabine, tentava convencer a si mesma de que estava tudo bem. Ela tentava se confortar pensando em Legolas. Mesmo que tudo o que ela mais temia viesse a acontecer, Legolas ainda estaria bem. Ele reencontraria os pais, os amigos e todos aqueles que ele amava. Ou todos aqueles que podiam ser reencontrados, pelo menos. E se Legolas estivesse bem e feliz, ela não teria nada a temer, não é? Não havia mais nada que ela pudesse desejar, não é?

Então por que estava doendo tanto? Então por que ela se sentia dilacerar por dentro?

Ela sabia por quê. Porque ele estaria feliz sem ela. E o pior de tudo era que ela sabia que essa era a única saída. Não importava o quanto ela tentasse se convencer, ela sabia que sua última luz iria se apagar muito em breve.

Ela respirou fundo e engoliu em seco algumas vezes para afastar as lágrimas de sua voz. Depois, finalmente saiu da cabine. Ao longe, os contornos enegrecidos da velha Tirion a intimidavam. Pareciam próximos demais.

Ela andou calmamente até Legolas. Ele não havia saído da proa da embarcação desde o momento em que vira a cidade. Parecia ter medo de que, se olhasse na outra direção por um segundo que fosse, tudo pudesse desaparecer. Ela se apoiou na amurada ao lado dele e olhou para as ondas. Antes negras como a noite, agora elas adquiriam um tom acinzentado, que começava a sugerir o verde da costa iluminada. Estavam chegando.

— Você devia se sentar, pelo menos.

— Eu estou bem.

— Ficar olhando para ela não vai fazer com que fique mais próxima.

Legolas olhou para ela brevemente, surpreso com a amargura em seu tom.

— Mas vai impedir que eu a perca de vista. — Ele olhou de volta para a cidade. — Ainda estou esperando que o Mar nos traia ou que os ventos mudem.

Madlyn suspirou. Por alguns longos minutos, nenhum dos dois falou. Ela ficou olhando para ele ansiosamente, esperando, mas ele parecia completamente absorto em seus pensamentos. Por fim, ela se contentou com o fato de que ele não quebraria o silêncio:

— Legolas...

A forma como ela o chamou o alarmou. Foi um chamado mais do que triste. Sua voz parecia... Vazia. Como se não restasse mais nada em sua alma. Ele olhou para ela, finalmente esquecendo-se de Tirion.

~~ ♣ ~~

Thranduil e Syndel chegaram ao porto, onde alguns elfos curiosos se reuniam. Todos olhavam perplexos para a embarcação que se aproximava. Aquelas costas não viam um barco havia muito tempo e muitos tinham deixado de acreditar que algum dia veriam novamente, mesmo que ainda persistissem as lendas que diziam que um dia o filho de Thranduil voltaria. O último elfo da Terra-Média. Quando eles viram o rei de Greenwood, abriram caminho.

Oropher e a esposa estavam parados a um canto, distantes de todos. Era como se houvesse uma barreira em torno deles, impedindo que os demais se aproximassem. Oropher os intimidava, mesmo que não fizesse nada para isso. Thranduil e Syndel foram para lá.

— Pai! — Thranduil ofegava.

— Só pode ser o Legolas, vindo lá. — Oropher não tirava os olhos do Mar. A esposa agarrava seu braço, o rosto meio escondido em seu ombro, meio voltado para as ondas.

— Sim. — Thranduil olhou brevemente para Syndel, engolindo em seco.

Ela não conseguia falar. Sua garganta parecia fechada, dificultando sua respiração enquanto ela imaginava tudo o que podia acontecer quando o filho desembarcasse. A última vez em que ela o vira, ela o havia empurrado em um precipício gelado, sem garantias de que sobreviveria à queda**. Ela não tinha tido tempo de se explicar. Não tinha tido tempo de se despedir, nem de dizer que o amava. Não havia garantia alguma de que ele a perdoaria agora. E se não perdoasse, ela nem poderia culpá-lo.

Thranduil passou um braço por sua cintura, puxando-a para mais perto de si, e beijou o alto de sua cabeça.

— Ele sabe. — sussurrou, como se fosse capaz de ler seus pensamentos.

Ela o abraçou, escondendo o rosto em seu peito.

~~ ♣ ~~

Legolas esperou, mas ela não disse mais nada. Angustiado, ele viu que os olhos dela lhe imploravam por... O quê?

— Madlyn?

Ela respirou fundo.

— Há algo... Eu não... Eu preciso que... — Ela mordeu o lábio com força, para evitar que o choro chegasse a sua voz.

— De quê? De que você precisa?

Madlyn abriu a boca para tentar mais uma vez, mas naquele momento, um raio caiu, atingindo as ondas a apenas dois metros de distância da embarcação. Os elfos se encolheram quando o barulho ensurdecedor do trovão veio logo em seguida. Legolas olhou para cima. Não havia uma nuvem sequer no céu.

— Mas o quê...?

Gimli gritou. A vela deles parecia prestes a se desprender, tomada por um vento que aparecera tão subitamente quanto o raio. Legolas correu para lá, mas Madlyn permaneceu onde estava, paralisada, o rosto uma máscara de horror.

— Gimli! — Legolas gritava, apertando os olhos enquanto o vento salgado castigava seu rosto. Com agilidade, ele saltou para segurar a vela. — Uma corda, rápido! — O vento brigava com ele, desafiando sua força.

O anão olhou em volta em pânico, sem saber o que fazer. Seu rosto estava verde do enjoo e seu cérebro parecia ter parado de funcionar.

— Depressa! — Legolas buscou a elfa com os olhos. — Madlyn! Madlyn! Saia daí!

Ela estava perto demais da amurada, ainda parecendo não perceber o que acontecia em volta. A embarcação começou a se inclinar perigosamente para a esquerda, enquanto Legolas ainda tentava segurar a vela. Madlyn sentiu o chão deslizar sob seus pés e finalmente saiu do estado de choque em que se encontrava.

Ela correu em direção a Legolas bem a tempo. Outro raio caiu a centímetros da proa da barca. A elfa gritou e se atirou ao chão.

— Madlyn!

Gimli finalmente encontrou uma corda e a atirou para Legolas. Com uma habilidade que não sabia que tinha, o elfo se empoleirou no mastro para tentar prender novamente o pano que se contorcia furiosamente com o vento. Gimli se abaixou para tentar ajudar Madlyn, que chorava. Ela ergueu a cabeça para olhar para Legolas. A vela inflada continuava a puxar a embarcação para a esquerda, ameaçando virá-la.

— Legolas! — Ela gritou. — Legolas! Livre-se da vela!

Ele olhou para ela em dúvida. Quando a barca se inclinou mais uma vez e o mastro rangeu, ele assentiu, concordando, e se esforçou para subir um pouco mais alto, buscando por um apoio. Não foi fácil, pois suas mãos escorregavam na madeira lisa. Quando finalmente conseguiu, ele sacou uma de suas facas e começou a tentar cortar as cordas que prendiam a vela.

A embarcação continuava a se inclinar vertiginosamente, até um ponto em que Madlyn não conseguia mais se levantar e Gimli caiu também. Legolas se equilibrava no mastro com dificuldade. Faltava uma única corda.

Então um vento mais forte soprou de repente, partindo a corda em sua fúria. A barca se virou de uma vez, como se solta de um elástico que a prendia, e Legolas foi arremessado do mastro com toda a força em direção ao chão duro do convés.

— Aah! — Ele soltou um gemido dolorido e ficou imóvel.

~~ ♣ ~~

— Legolas!

Oropher conseguiu segurar Thranduil apenas alguns segundos antes de ele se atirar ao Mar, e quase caiu junto com ele. Thranduil se debatia em fúria, tentando se desvencilhar. O pai o segurava com dificuldade.

— Me solte! Legolas!

Syndel ainda olhava apavorada para a embarcação à distância. A esposa de Oropher tentava despertá-la do estado de choque em que se encontrava.

— Não seja tolo, Thranduil! — Oropher disse entredentes, conseguindo pouco a pouco afastar o filho da beira da água.

— É o meu filho quem está lá, pai!

— E o que você pretende fazer? Nadar até lá? Nem que você fosse um teleri***...

Thranduil conseguiu se soltar e se voltou para o pai, lívido de fúria.

— Se for preciso, eu vou nadar até lá!

— Você sabe que ele está fora de perigo. Entrar na água só faria com que nós tivéssemos que te resgatar depois.

— Eu sei? Aquele raio veio dos... — Ele abaixou o tom de voz ao perceber a expressão no rosto de Syndel. — Aquele raio veio dos Valar, você sabe. E se algo podia prejudicá-los...

Oropher pôs as mãos nos ombros dele, tentando tranquilizá-lo.

— Eles não atingiram o barco. Se quisessem feri-lo, a embarcação estaria em pedaços, agora.

— Mas então, o que isso significa?

Oropher se calou. Ele não tinha respostas para aquilo.

— Thranduil? — Syndel se aproximou. — O que vamos fazer?

Thranduil olhou para o pai por mais um momento, antes de se voltar para ela.

— Vamos esperar.

— Mas Legolas...

— Ele está bem. A embarcação não parece ter sofrido danos.

— Exceto por ter perdido a vela.

Thranduil se virou para olhar.

— Acha que eles vão conseguir chegar aqui sem ela?

O rei de Greenwood apenas franziu a testa, pensativo.

~~ ♣ ~~

Madlyn e Gimli esperaram em pânico, olhando para o elfo, enquanto a barca oscilava de um lado para o outro, ritmada como um pêndulo. Alguns minutos se passaram até que ela finalmente se estabilizasse. O vento cessou, e nem mesmo a mais leve brisa podia ser sentida. Gimli permaneceu onde estava, estirado no chão de madeira do convés, enjoado e tonto demais para tentar se levantar. Madlyn, por outro lado, se pôs de pé com agilidade e correu até o elfo:

— Legolas! — Ela o virou para que ficasse de barriga para cima. — Legolas! Legolas!

Ele gemeu e abriu os olhos devagar, piscando incomodado com a luz. Estava forte demais. O vento devia tê-los levado para mais perto da costa, afinal.

— Amorzinho!

Ele fez um esforço para se erguer sobre os cotovelos, e Madlyn o ajudou. Assim que se sentou, ele se voltou para olhar para o anão:

— Gimli?

— Eu estou bem. — Ele resmungou. — Bem. — Ele correu para a amurada, cobrindo a boca com a mão.

— E você? — Madlyn afastou o cabelo dele do rosto. Uma de suas tranças havia se soltado. — Você está bem?

— Meu ombro dói um pouco, mas acho que estou. — Ele levou a mão ao braço esquerdo. Havia caído com tudo em cima dele, mas não parecia quebrado. Ele ergueu os olhos para o céu, levantando-se. — O que foi aquilo?

— Os Valar. — A voz dela era pouco mais que um sussurro.

— Mas por quê? Estamos perto da costa. Se queriam nos impedir, por que agora? Por que não nos empurrar para as Ilhas Encantadas, como fizeram com outros antes de nós?

— E se eles não quisessem nos impedir...?

Ele olhou para ela, o rosto sério.

— Foi um aviso, Legolas.

Ele arregalou os olhos para ela e imediatamente se voltou para olhar para Gimli. Madlyn baixou os olhos e estendeu a mão diante de si. Ela tremia. Legolas entendera tudo errado. Não era para Gimli o aviso. Era para ela.


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Notas finais do capítulo

* Alassëa é uma personagem criada por mim para a minha fanfic “A Razão do Rei”; ela é uma guarda de Greenwood.

** Fato narrado em minha outra fanfic, “A Razão do Rei”, no capítulo 17.

*** Os elfos teleri possuem grande habilidade para a navegação. Thranduil e Oropher são elfos sindar.