A Jornada do Príncipe escrita por Andy


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Feliz Ano Novo!!! :D
Eu desejo a todos vocês, leitores lindos, um ano maravilhoso, cheio de alegria, de realizações, de novas oportunidades e, é claro, de boas leituras! Espero que a "Jornada" possa ser uma delas, hehe! Muito obrigada a todos que acompanharam a fanfic no ano passado e que continuam aqui firmes e fortes em 2016!
Espero que vocês gostem deste primeiro capítulo do ano! :)

Xoxo

P.S.: Leiam as notas de rodapé, sim? ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/636499/chapter/17

Naquela noite, Legolas contou para Madlyn e Gimli tudo sobre Tauriel. Desde o momento em que ela chegara a Greenwood, passando pelo momento em que ela “o traiu”, até o momento em que ele deixou o reino para sempre, depois daquilo.

— Kili?? — Gimli estava perplexo. — O Kili da companhia de Thorin Escudo de Carvalho?

Legolas assentiu, e Madlyn não deixou de notar a raiva em seu rosto. Ela se aproximou dele, pousando uma mão em seu ombro. Ele segurou a mão dela e a beijou, depois entrelaçou os dedos aos dela.

— Como isso... Isso não... Eu não... — O anão simplesmente não podia acreditar.

— Fico surpreso que seu povo não tenha canções que relatem esse... Romance. — A repulsa na voz de Legolas era evidente.

— Eu não. — Gimli fez uma careta que deixou bem claro que ele compartilhava da opinião do elfo sobre o assunto.

— Eu acho bonito... — Madlyn arriscou.

Tanto Legolas quanto Gimli olharam para ela indignados. O elfo mais indignado que o anão.

— O que é? Quero dizer, se ela o amava... Eu faria exatamente a mesma coisa.

— Mas ele era um anão! — Legolas estava magoado por ela parecer não compreender a dor dele.

— E daí? Gimli também é, não?

— É, mas eu não quero me casar com ele!

— Nem pensar! — Gimli exclamou.

Madlyn bufou, irritada.

— De que importa? Eles se amavam!

— “Amor”! Entre uma elfa e um anão! — Legolas zombou e Gimli riu sem humor, ridicularizando a ideia.

— “Amor”! Entre um elfo sindar e uma elfa das trevas! — Madlyn rebateu.

Legolas sentiu como se ela tivesse lhe dado um tapa na cara.

— Isso é diferente!

— Não é!

— Claro que é! Nós não somos inimigos declarados!

— É? Boa sorte convencendo eles disso!

Legolas não soube o que responder e Madlyn o encarou por apenas dois segundos antes de se levantar e se afastar, dando-lhe as costas. O loiro respirou fundo, a adrenalina da discussão já se esvaindo de suas veias, dando lugar ao arrependimento. Gimli bufou:

— Ah! Eu vou dormir! Passar bem! — E deitou-se ali mesmo onde estava, perto da fogueira, enrolando-se numa bola. Um montinho de folhas secas lhe fazia as vezes de travesseiro. O outono tinha chegado com toda a força, descolorindo toda a vegetação ainda na primeira semana.

Legolas suspirou e se levantou, indo atrás de Madlyn. Ela estava parada em pé com os braços cruzados, observando o rio. Uma leve brisa soprava. O frescor era um alívio, após o calor do verão. Legolas se aproximou, envolvendo a cintura dela com os braços. Ela não se afastou. Ele beijou a nuca dela, enviando um arrepio por sua espinha.

— Não vamos brigar por causa disso, vamos?

Ela se virou para beijá-lo. Ele retribuiu, erguendo-a com facilidade, e a carregou de volta para o acampamento sem romper o beijo. Quando ele a colocou no chão, ela segurou as mãos dele e se sentou, puxando-o consigo. Então os dois se deitaram no tapete de folhas secas. Ela pousou a cabeça no peito dele e suspirou.

Ficaram em silêncio por um momento, e Legolas começou a acariciar os cabelos dela suavemente.

— Ela vai estar lá, não vai?

Legolas encarou o teto de folhas por um breve momento, respirando profundamente. Ela tirou a cabeça do peito dele e se deitou de barriga para cima também, imitando-o. Eles podiam entrever as estrelas em meio às copas das árvores. Não havia sinal de nuvem.

— Sim.

— E você está ansioso para vê-la?

O estômago dele se contorceu desconfortavelmente. Se isso não fosse ansiedade, ele não sabia o que era.

— Sim.

Madlyn se ergueu sobre um cotovelo para olhar para ele. Ele apenas virou levemente a cabeça para olhá-la.

— Eu não vou mentir para você.

Ela fez uma expressão de contrariedade, mas assentiu.

— Você ainda gosta dela?

Legolas se levantou lentamente, sentando-se. Ele estendeu a mão e puxou o queixo dela com delicadeza para que olhasse para ele.

— Eu amo você.

Os olhos dela sorriram, mas continuaram encarando-o, dizendo-lhe que aquilo não era resposta suficiente. Ele suspirou e se virou para olhar para as chamas. Ela percebeu uma sombra de melancolia tomando conta do rosto dele e se sentou também, aproximando-se dele discretamente.

— Quando Tauriel me deixou... — Ele começou, num tom baixo e triste. — Eu me senti expulso de Greenwood, porque não suportava a ideia de viver num reino em que ela estivesse. — Ele fez uma longa pausa, e Madlyn não soube o que dizer. — Mas quando você me deixou... Quando você me deixou, eu me senti expulso da vida, porque não conseguiria viver em mundo em que você não estivesse.

— Amorzinho... — Ela fez com que ele virasse o rosto para ela e encostou o nariz ao dele numa carícia.

Ele fechou os olhos, sentindo o carinho dela.

— Você sabe que me veria novamente em breve, de qualquer forma, não é?

Legolas sorriu.

— Eu não tive realmente tempo de pensar em nada. Eu só senti... Dor.

Ela o abraçou.

— Eu sinto tanto...

— Pensando agora... Quando você foi embora... Quando eu descobri suas pegadas. Doeu. Muito. Mas eu não sei por que não...? — Ele franziu o cenho, confuso.

— Talvez porque no fundo você soubesse que eu não tinha realmente ido. De alguma forma.

— Talvez.

— Como foi? Enquanto você... Enquanto você estava inconsciente?

— Eu não me lembro de nada. A última coisa de que me lembro foi de acordar me sentindo sufocado e enjoado e de dar de cara com Gimli.

Ela se afastou e olhou para o anão com carinho.

— Ele estava chamando por você. Desesperadamente. Eu podia ouvi-lo.

Legolas sorriu de leve, olhando para o amigo. Gimli parecia resmungar alguma coisa de seu sonho.

— Foi por causa dele que você voltou, não foi? Você não ia deixá-lo sozinho.

Ele olhou para o outro lado. Madlyn sorriu.

— Você ama esse anão.

— É, talvez.

— Não foi uma pergunta.

Ele olhou para ela, e os olhos azul elétricos dela sorriam daquele jeito esperto e travesso, quase infantil. Ele abriu para ela um de seus sorrisos tortos e saltou sobre ela, derrubando-a ao chão e enchendo seu rosto de beijinhos. Ela deu um gritinho com o susto, e ele levou um dedo aos lábios, sussurrando “shhh”, enquanto olhava para trás para se certificar de que não haviam acordado Gimli. O anão apenas se virou para o outro lado.

Legolas voltou a olhar para Madlyn. Seus dois braços estavam apoiados do lado da cabeça dela, sustentando seu peso. Ele estava praticamente em cima dela. Ela sorria para ele. Ele se inclinou para beijá-la e ela o puxou para mais perto de si, deslizando as mãos por suas costas. Ele rompeu o beijo de repente, rolando para sair de cima dela. Os dois arfavam, e ela resmungou algo ininteligível, contrariada. Legolas riu de leve, passando um braço por sua cintura e puxando-a em direção a si. Ela virou de costas para ele, sentindo o calor do braço que a envolvia, aconchegando-se a ele.

— Maldito anão! — Ela reclamou, e Legolas riu de novo.

Ele beijou o ombro dela, e eles permaneceram assim, quietos, por longos minutos. Legolas já estava achando que ela havia adormecido quando ela falou de novo:

— Legolas?

— O que foi? — Pelo tom dele, foi fácil para ela notar que ele não havia gostado do fato de ela tê-lo chamado pelo nome. Ela sorriu internamente.

— Se... Se eu não fosse a última... Você sabe, a última elfa da Terra-média... — Ela ensaiou a pergunta, desconfortável. Não era típico dela demonstrar insegurança.

Foi a vez dele de sorrir por dentro.

— Eu ainda escolheria você, mesmo que tivesse todas as elfas de Valinor a minha disposição. — Ele apertou o abraço.

— Mesmo que ela estivesse aqui?... Tauriel?

Legolas suspirou. Ela não ia tirar aquela ideia da cabeça tão cedo...

— Eu não sei ao certo quando me apaixonei por você. — Ele começou, tentando encontrar as melhores palavras possíveis. — No início, você me deixou furioso por ameaçar Gimli. Depois, você salvou a vida dele e me deixou confuso e irritado. Depois, quando soube... — Ele fez uma pausa e beijou o alto da cabeça dela, para demonstrar como aquilo não importava mais. — Quando soube quem era seu pai, eu fiquei novamente desconfiado. De acordo com tudo o que eu sabia, você era uma inimiga. Eu não podia confiar em uma elfa-escura.

Ela se moveu inquieta, e ele desejou poder explicar sem dizer nada daquilo em voz alta. Mas ele precisava que ela compreendesse.

— Mas aí você salvou a vida de Gildarion, e... Quando... Quando eu vi você com aquela criança no colo... — Ele deslizou a mão lentamente, pousando-a sobre o ventre dela. Ela se arrepiou completamente e sorriu de leve com a sugestão. — Eu só sei que algo estava mudando em mim, e fazia algum tempo. Mas eu estava muito...confuso.

Ela riu de leve e puxou a mão dele, levando-a aos lábios. Ela beijou as pontas dos dedos dele com carinho.

— Tão inocente...

Legolas bufou, contrariado. Por que é que todo mundo tinha que chamá-lo assim?

— É que eu passei a vida inteira pensando que amava Tauriel. E até então, nunca ninguém havia me feito questionar isso. Eu tinha certeza de que a amava e de que ia amá-la por todos os meus dias, mesmo que não fosse correspondido. Era um fardo que eu havia me acostumado a carregar, como se fizesse parte de mim.

Madlyn se virou, afastando-se ligeiramente para olhá-lo. Ele afrouxou o abraço, mas manteve a mão na cintura dela.

— E não ama mais? — A voz dela estava ansiosa.

Ele sorriu.

— Minha mãe uma vez me disse que havia uma diferença entre se apaixonar por uma pessoa e amá-la. — Ele estendeu a mão para fazer carinho no rosto dela. — Eu nunca tinha entendido o que ela quis dizer, todo esse tempo... Agora entendo.

— Então você é apaixonado por ela?

— Eu fui. Durante muito tempo.

— E como você sabe que comigo não é só isso... Só mais uma paixão?

— Minha mãe me disse “Você vai saber quando a encontrar. A mulher certa.”

— E...?

Legolas abriu um de seus sorrisos tortos para ela e a beijou suave, mas longamente. Ela retribui e havia tanto amor naquele beijo que ela simplesmente não podia ter mais dúvidas. Quando seus lábios se separaram, Legolas beijou a testa dela, depois seu nariz, depois seus lábios de novo, de levinho. Ela suspirou.

Melinyel*... — Ele sussurrou.

— Você não se cansa de dizer isso, não é? — Ela encostou o rosto ao peito dele.

— E você não me disse nem uma vez. — Ele falou em tom de provocação, mas a verdade era que só naquele momento ele se dava conta daquilo. Algo dentro dele se remexeu contrariado.

Ela não disse nada. Ele esperou, e como parecia que ela realmente não ia dizer nada, ele pigarreou levemente.

— Foi por isso que eu continuei te seguindo. — Ela começou, parecendo estar falando contra sua vontade. — Mesmo você tendo me rejeitado e humilhado...

— Eu não... — Ele começou a se defender.

— Foi o que você fez! — Ela o interrompeu num tom ríspido. — Fazer amor comigo e depois simplesmente me ignorar daquele jeito. Você destruiu meu coração.

Ele sentiu o rosto queimando à menção daquelas palavras, “fazer amor”, e se moveu como se tentasse de afastar dela. Ela apertou o abraço em sua cintura, mantendo-o ali.

— Mas mesmo assim eu continuei te seguindo, porque... Porque eu não podia suportar a ideia de deixar você ir embora... Sem mim... — Ela sentiu-se corando também e afundou o rosto ainda mais no peito dele, escondendo-o. — E eu também não sei quando ou por quê... Você sabe. Eu só... Eu... N-No começo, quando eu te vi pela primeira vez, eu não achei... Não foi à primeira vista, sabe? Eu só estava curiosa e... Sei lá, queria te irritar, porque... Ah, porque sim.

Legolas a afastou. Ela tentou resistir, mas ele era bem mais forte que ela. Ela deu de cara com um dos sorrisos irritantes dele.

— Madlyn Elfa-escura... Você está corando?

— É c-claro que não!

Ele riu um pouco alto demais e a abraçou.

— Você v-vai acordar Gimli, seu idiota!

Ele se esforçou para conter o riso, deixando o ar escapar num longo sopro.

— Quando, então? — Perguntou, por fim, querendo que ela continuasse a falar.

Ela suspirou. Por um momento, pensara que tinha se livrado daquele assunto constrangedor.

— Eu já disse... Eu não sei. Eu percebi quando você disse que estava indo embora, e eu me senti vazia antes mesmo de você ter ido.

Ele ficou muito quieto durante longos minutos, tanto que ela pensou que ele tivesse caído no sono.

— Amorzinho?

Ele beijou o alto da cabeça dela:

— Obrigado. Por ter me seguido.

Ela sorriu e segurou o braço dele que envolvia sua cintura, puxando-o para mais perto de si, e suspirou baixinho.

— Boa noite. — Ele sussurrou.

— Boa noite.

Legolas não teve sonhos naquela noite. Ele não precisava mais deles.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

*“Melinyel” significa “eu te amo” em Quenya.
—----------------------------------------------------------------------------------------

Então, antes que eu me esqueça de novo de postar sobre isso... Algum de vocês curte "A Hospedeira"? É que há umas duas ou três semanas, eu postei uma fanfic nova do livro/filme! Se alguém tiver interesse em ler, ela se chama "Le parkour: o percurso". O link é esse aqui: https://fanfiction.com.br/historia/665769/Le_parkour_o_percurso/

Obrigada! :)

E preparem-se para algumas surpresas neste ano... ;3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Jornada do Príncipe" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.