A Jornada do Príncipe escrita por Andy


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Olá, galera! :)
Então, esta é a primeira vez que eu estou agendando uma postagem, espero que corra tudo bem! E por que eu estou fazendo isso? Porque domingo (22/11) é meu aniversário, yaaaay! E amanhã (sábado, no caso hoje XD) vai ter uma festinha na minha casa para comemorar, então vou estar meio ocupada, hehe. E por falar em aniversário, quero dar parabéns adiantados à Leynfar, que faz aniversário um dia depois de mim! Parabéns, linda! Espero que seu dia seja maravilhoso! :3
Por fim, quero fazer um agradecimento especial a "O Legado das Sagas", que escreveu a segunda recomendação da fanfic esta semana! Nem sei como agradecer por suas palavras! Fiquei muito feliz mesmo, e amei o final, haha! Obrigada, de coração! ♥
Sem mais blábláblá, espero que vocês aproveitem o capítulo! E até semana que vem! Xoxo



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Barbárvore em madeira os guiou até o outro lado de Fangorn na manhã seguinte. Eles se despediram do velho amigo com certa tristeza em seus corações. O ent demorou a deixá-los partir, fazendo um longo discurso com sua voz lenta e cavernosa. Quando ele enfim os liberou, o sol já se aproximava de seu pico. Madlyn acenou até que Barbárvore deu as costas e retornou às sombras de Fangorn, onde ele reinaria ainda durante longos, longos anos.

— Finalmente! — Gimli comentou. — Pensei que nunca fôssemos conseguir sair daquele lugar!

— Não seja tão rabugento, Gimli! Nós dois sabemos que você gostou de conhecer melhor a floresta. E não era eu quem estava rindo alto das anedotas de Barbárvore ontem à noite. — Legolas replicou.

— É, certo. Não foi tão ruim quanto eu pensei que seria. Não me arrependo de ter feito aquela promessa.

— E agora ela está cumprida. É estranho, não é? Depois de tantos anos...

— Estranho, não estranho... Que importa? — Ele se virou para Madlyn. — Quanto falta agora, elfa?

Ela sorriu.

— Um pouco, ainda. Teremos um longo caminho a percorrer depois de contornarmos as montanhas...

— Onde ficam essas cavernas, afinal? — Legolas perguntou.

— Vocês verão. Confiem em mim.

— Pelo menos nos dê uma direção.

— Oeste.

Legolas a encarou. Ela riu.

— Tudo bem. NORoeste. Na verdade, pensando agora, nós vamos estar muito perto do Condado... Vocês não querem passar por lá?

O rosto de Legolas se tornou sombrio e sua negativa foi categórica:

— Não.

Gimli franziu as sobrancelhas, olhando para ele, mas não o questionou. Ele sabia no que Legolas estava pensando. Havia coisas que era melhor não ver. Agora já fazia tempo demais. Eles não encontrariam conhecidos no Condado.

Quando a noite caiu, eles armaram acampamento próximo a um pequeno lago que encontraram pelo caminho. Águas sazonais que logo desapareceriam. A julgar pelo calor que fazia, não demoraria muito para que evaporassem. O verão já os pegava em suas garras. E pelos cálculos de Legolas, seria outono quando chegassem ao Oeste. E talvez primavera de novo quando enfim conseguissem partir. Um ano...

— No que está pensando? — Madlyn perguntou, sentando-se ao lado dele. Gimli assava batatas para o jantar. Tinha aprendido aquilo com Samwise Gamgi, muitos anos antes.

— Esta viagem. É estranho pensar que não voltaremos a estas terras.

— Verdade... Depois de ter visto tudo isto mudar, de novo e de novo... Reis se erguerem e caírem. Guerras se iniciarem e terem seu fim. Valinor parece... Eu não consigo imaginar uma vida fora daqui.

— Como foi? — Legolas olhou para ela. — Todo esse tempo?

— Eu demoraria demais para lhe contar tudo.

— Temos uma eternidade adiante.

Ela sorriu, borboletas dançando em seu estômago.

— Foi bom, eu acho. Apesar de tudo. Assistir ao desenrolar da história... Ver os grandes elfos de outrora... Até mesmo falar com alguns deles... Sim, eu me sinto privilegiada.

— Eu não finjo que consigo imaginar.

— Mas chega uma hora em que você deixa de acreditar... Você se cansa de esperar.

— Esperar pelo quê?

Madlyn o encarou intensamente. Ele não desviou o olhar. Ela podia ver a interrogação nos olhos dele. Legolas era tão jovem...

— Nada. — Ela disse, enfim, olhando para as estrelas. — Eu já esperei tantos milênios... Posso esperar um pouco mais.

— Pelo quê?

— Eu já ouvi falar de seu pai, Legolas, e vi quando ele partiu. Mas e quanto a sua mãe?

Direto na ferida. O elfo olhou para a fogueira, se perguntando como responder.

— Essa... Essa é uma história muito longa.

— Longa demais para eu querer ouvi-la de novo! — Gimli deixou o prato de batatas assadas cair aos pés do amigo. — O jantar está servido.

Legolas assentiu para o anão em agradecimento e pegou uma batata com as pontas dos dedos. Estava quente, e ele ficou jogando-a de uma mão para outra para não se queimar.

— Promete que vai me contar? — Madlyn inclinou-se para olhar para ele. — Nós temos a eternidade.

— Tudo bem. Um dia.

— Fando eu dão estiber perfto! — Gimli completou, falando de boca cheia.

— Isso.

Madyn assentiu, concordando. Ela sabia que não conseguia tirar mais nada dele, com o anão ali.

~~ ♣ ~~

Havia semanas que eles estavam viajando. Legolas era paciente e na verdade estava gostando de poder contemplar tanto da Terra-Média essa última vez, mas Gimli estava irritado. Ele começava a achar que Madlyn os estava enganando, atrasando-os por algum motivo. Ele a via se esforçando para ficar sozinha com Legolas sempre que possível, durante os acampamentos. E não gostava disso. Legolas podia confiar nela se quisesse. Mas o anão continuava achando tudo a respeito dela muito estranho.

— Muito bem, já chega! — Ele resmungou, saltando de seu pônei quando Madlyn sugeriu que eles armassem acampamento às margens do Baranduin.

Os dois elfos olharam para ele, confusos.

— Para onde raios você está nos levando? Já há anos que estamos trotando por aí, e nunca chegamos!

Madlyn olhou para Legolas:

— Como são impacientes essas criaturas, não?

— Ora impaciente! Impaciente! Eu tenho sido muito paciente! Mas você só diz “falta um tanto”, “falta um pouco”, “falta blábláblá”. Quando diabos nós vamos chegar a essas malditas cavernas, se é que elas existem?

Madlyn fungou, ofendida, e desmontou de seu cavalo. Ela se inclinou para ficar com o rosto ao mesmo nível do de Gimli:

— Pois saiba, seu anão mal-educado, que nós chegaremos amanhã mesmo!

— Amanhã? — Legolas também desceu de seu cavalo.

Ela olhou para ele, seus olhos cintilando com um brilho suspeito. Legolas ergueu uma sobrancelha pra ela.

— Sim. Amanhã. E é melhor descansarmos. Será um longo dia de viagem. Mas será o último. Amorzinho, faça um favor, sim? Tente encontrar alguma coisa para comermos. E você, anão, pode ir preparando a fogueira.

— E quanto a você? — Legolas se esforçava para não rir diante da cara de indignação de Gimli, que gesticulava em direção à elfa como se dissesse “Quem ela pensa que é para me dar ordens?”

— Eu? Eu sou uma dama. Portanto, vou apenas ficar aqui esperando. — Ela se sentou na grama alta e cruzou os braços teatralmente. Legolas riu de leve. — Do que está rindo? Ande logo com isso!

Ele abriu para ela um de seus sorrisos tortos e puxou o arco.

— Só porque eu quero. — E se afastou.

Quando Gimli partiu também, resmungando, Madlyn se deitou de costas na grama, olhando para as nuvens que se estendiam por todo o céu, alaranjado pelo pôr-do-sol. O coração dela ainda batia rápido depois do sorriso de Legolas.

— O que você pensa em fazer?

Madlyn pousou o cantil de água no chão e olhou para Legolas, que segurava aquela estranha raiz próxima ao fogo, na tentativa de deixá-la ao menos um pouco mais saborosa. Como antes, ele se recusara a comer qualquer um dos animais que caçara. Ele olhou para ela apenas brevemente:

— Quando os encontrar novamente? Seu pai e seu irmão?

A elfa engoliu em seco, sentindo-se nervosa só de pensar a respeito.

— Eu não sei... Não sei se conseguiria “conversar” com eles.

— Ora, eles não podem ser tão ruins assim, podem? — Gimli perguntou, inocentemente.

Ah, sim, eles são. — Legolas e Madlyn responderam ao mesmo tempo. Eles se entreolharam, e o loiro desviou o olhar, constrangido.

— Desculpe. — Ele disse.

— Não, tudo bem. Você só disse a verdade. — Ela mudou de posição, esticando as pernas longe do fogo. A noite estava quente demais, mas precisavam da fogueira para afastar as feras da noite.

Legolas olhou para ela de soslaio. Aquela roupa escura realçava os contornos do corpo dela. Ele desviou o olhar, constrangido com seus próprios pensamentos.

— E quanto a você?

— Ahnm? O quê? — Ele se endireitou, corando de leve ao vê-la observando-o.

— Quem você espera encontrar lá?

— Ah... Bom, são tantos rostos do passado... Meus amigos... Mithrandir, Frodo... Oropher, meu pai... — Ele voltou os olhos para o fogo, como sempre fazia inevitavelmente, ao pensar nela: — Minha mãe...

Madlyn também olhou para as chamas. Legolas havia lhe contado a história a respeito de como Syndel morrera, alguns dias antes. Fora trágico, sofrido, e ao final da narrativa, ela estava chorando. O loiro tinha pedido desculpas.

Madlyn riu nervosamente.

— Por que você está se desculpando?

Legolas franziu as sobrancelhas.

— Eu não sei... Eu só... Não gosto de vê-la chorar.

— Não estou chorando por isso. — Ela passou as mãos sobre os olhos para espantar as lágrimas. — A história de seus pais é linda, Legolas!

O loiro sorriu de leve.

— É. Eu também acho.

— Pobre rei Thranduil... Isso explica sua amargura nos últimos anos. — Ela olhou para Gimli, que estava sentado mais adiante, parecendo perdido em pensamentos. Ela não podia ter certeza, mas achava que ele não podia ouvi-los daquela distância. — Já parou para pensar em como deve ter sido o reencontro deles em Aman?

— Milhares de vezes.

— Eles devem estar tão felizes agora... Juntos de novo. Para a eternidade.

Legolas sentiu as lágrimas ameaçando lhe subir pela garganta e respirou fundo, tentando expulsá-las. Mesmo depois de tanto tempo, pensar na morte da mãe e no que aquilo causara a seu pai ainda lhe doía.

— Eu nunca tinha pensado nisso... Então também há espera do outro lado...

— “Espera”? — Legolas perguntou.

Madlyn assentiu de leve. Sutilmente, ela aproximou a ponta de seus dedos da mão de Legolas, que ele deixara descansando sobre a grama. O elfo não notou. Ele ficou olhando para ela, tentando ler o significado de suas palavras em seus olhos, mas não a compreendeu. Por fim, ele desviou o olhar, fechando os olhos para tentar acalmar a dor em seu coração. Não deu certo.

— E pensar que eu quase a perdi para o fogo também... — Ele disse baixinho, como se falasse consigo mesmo.

Madlyn sentiu como se seu coração tivesse parado por um momento.

— O quê?

Legolas não olhou para ela.

— Quando eu a vi dependurada lá, acima da lava fervente... — A dor transbordava na voz dele. — Só conseguia pensar no meu pai e na minha mãe e no horror que eles tinham passado. Depois daquilo, eu fiquei me perguntando se o desespero que meu pai sentiu foi o mesmo que eu senti.

— Ah, amorzinho... — Ela se aproximou dele, arrependida de tê-lo feito contar aquela história. — Me desculpe. — Ela tocou o ombro dele, e desta vez ele não se afastou.

— Pelo quê? — Ele perguntou, olhando para ela. Seus rostos estavam muito próximos agora.

— Por fazer você reviver essas lembranças tão dolorosas... Eu não tive a intenção.

Legolas não respondeu. Ele pôs a mão sobre a mão dela que estava em seu ombro e olhou longamente em seus olhos. Depois, sem dizer nada, ele a puxou para um abraço. Ela retribuiu, começando a acariciar os cabelos dele suavemente. Ficaram assim por longos minutos.

— Está ansioso para revê-los? — Ela perguntou, piscando para afastar as lembranças.

Legolas precisou pensar um pouco antes de responder, enquanto vários sentimentos diferentes se misturavam em seu interior.

— Sim... Eu acho que sim. Estou nervoso, na verdade. Especialmente com relação à minha mãe... Já faz muito tempo.

— E a última vez que vocês se viram foi um tanto... Estranha, não é? — Gimli completou, sem se dar conta do quanto estava sendo insensível. Mas Legolas não se magoou. Conhecia o amigo e sabia que não tinha sido de propósito. Ele apenas assentiu.

— E ela deve ter se perguntado por que eu não fui com o meu pai... Com Círdan.

— Por falar nisso... Por que você não foi? Por que ficou? — Madlyn não tinha se dado conta de que nunca tinha perguntado aquilo antes.

Legolas e Gimli se entreolharam. Os olhos do elfo sorriam para Madlyn ao responder:

— Havia pessoas que eu não podia deixar para trás. Um rei honorável... E um anão muito, muito, muito teimoso e irritante.

— Quem é irritante? Seu orelhas-pontudas maldito! — Gimli deu um soco “leve” nas costas de Legolas, que retribuiu socando o braço dele.

Maldyn riu de leve.

— Vocês dois às vezes parecem um desses casais que são casado há muito tempo.

— O quê? — Gimli fez uma careta por trás de sua barba, no que Legolas o imitou. Madlyn riu alto desta vez. Gimli se sentou um pouco mais longe de Legolas.

A elfa demorou um pouco para parar de rir. Quando finalmente conseguiu, ela olhou para Legolas:

— Por falar nisso, você não mencionou ninguém... — Ela hesitou, perguntando-se se realmente queria saber a resposta. — Você não tem nenhuma... Nenhuma namorada esperando por você? Do outro lado?

Gimli tossiu como se tentasse conter uma risada. Legolas sentiu o rosto esquentando e não olhou para Madlyn ao responder:

— Não.

— Você não pode estar falando sério!

— Eu estou. Não há ninguém.

Legolas lutava com as imagens que tomavam sua mente agora. Tauriel lutando contra aquelas aranhas na floresta. Tauriel andando sob a luz das estrelas. Tauriel falando com o anão na prisão de Greenwoods. Tauriel comandando a guarda de Thranduil. Tauriel discutindo com ele para ir atrás dos orcs que perseguiam Thorin e companhia. Tauriel deixando-o... Tauriel ficando para trás... Com o anão...

Legolas trincou a mandíbula. Ele não sabia se sentia mais raiva ou vontade de chorar e evitava olhar tanto para Gimli quando para Madlyn. Ele cerrou os punhos, olhando para os próprios pés.

— Amorzinho...? — Madlyn chamou docemente. Legolas não olhou para ela. Ela abaixou o tom de voz quase para um sussurro: — Você esteve sozinho todo este tempo?

O elfo respirou fundo. De repente, se levantou. Ele se forçou a olhar para Madlyn:

— Eu nunca tive tempo para isso. E isso é tudo. — Ele se afastou, andando paralelamente ao rio.

Madlyn fez menção de se levantar para segui-lo, mas Gimli a impediu. Ela olhou para o anão, que balançou a cabeça negativamente para ela.

— Aonde você vai? — Ela gritou para Legolas.

Ele não respondeu. Estava concentrado demais tentando manter-se inteiro.


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Notas finais do capítulo

Tá, pergunta básica, porque enquanto eu relia pela 4586567ª vez aqui, me bateu uma insegurança... Como ficou o flashback no meio do capítulo, quando a Madlyn se lembra do Legolas contando sobre a Syndel? Ficou confuso, ou deu para entender de boa? Eu devia ter separado do resto do texto com (~~♣~~) ou está bom assim? Acho bom eu saber disso para referências futuras. ^^"