A Jornada do Príncipe escrita por Andy


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Yoo! Como vão vocês, leitores amados do meu coração? Espero que não tenham esquecido que tem capítulo novo hoje, haha! :)
E por falar em capítulo novo, alguém está começando um novo capítulo da vida hoje... Parabééééns, LivDsloan!!! Hahaha! Espero que você tenha tido um dia lindo, e que só venha coisa boa para você daqui para frente! Muita paz, felicidade, Thranduil (eita, pera, ele não era da Syndel? Ah, só hoje, vai...)... Enfim, tudo de bom! Considere este capítulo fofo (bom, eu acho) dedicado inteiramente a você, ok? Eu queria ter ficado sabendo do seu aniversário antes, poxa! Assim, em cima da hora, nem deu para fazer nada... Mas enfim, eu espero que goste! ♥
Leitores lindos, eu disse que o capítulo é dedicado a ela, mas não fiquem com ciúmes, ok? Espero que vocês todos gostem dele, até porque ele é um dos meus preferidos! (Não sei se escritores podem dizer isso, mas whatever.) X3
Sem mais blábláblá, antes que alguém me denuncie por abuso de nota de capítulo, vamos nessa! /o/

P.S.: Hey, quais são as datas dos aniversários de vocês? (Quem quiser falar, claro! :3)



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— Finalmente... De volta a Fangorn! — Legolas sorriu, estendendo a mão para acariciar saudosamente a casca de uma das árvores.

— A floresta mais antiga do mundo. — Madlyn se aproximou lentamente. Ela olhava com reverência para as copas das árvores.

— Nós podíamos ter simplesmente seguido pela Passagem de Elrond! — Gimli reclamou, vindo atrás em seu pônei. — Não sei por que tivemos que vir para cá de novo!

— Nós viemos de novo... — Legolas aumentou ligeiramente o tom de voz, imitando a forma como Thranduil falava quando estava sendo contestado, o que quase nunca acontecia, na verdade. — ... porque temos uma promessa a cumprir, esqueceu?

Gimli resmungou alguma coisa inaudível, parando seu pônei ao lado do cavalo de Legolas.

— Uma promessa? — Madlyn perguntou.

— Sim. Há muito tempo, eu e esse velho anão selamos um pacto de amizade. Eu deveria conhecer as Cavernas Brilhantes e contemplar seu esplendor. E Gimli deveria caminhar sob as sombras das grandes árvores de Fangorn, para aprender a respeitar a grandeza das florestas. — Legolas abriu um sorriso sarcástico para Gimli. — Eu já mais do que cumpri a minha parte. Na verdade, passei décadas entre aquelas cavernas e Gondor. O mínimo que o Senhor das Cavernas Brilhantes podia fazer era cumprir a dele.

— Mas nós já passamos por Fangorn! Duas vezes!

— Em ambas, nós apenas passamos. Não contam.

— Você é cheio de contagens suspeitas. Sempre me roubando, esse maldito!

— E eu que sou a irmã do traidor... — Madlyn deu uma leve cotovelada em Legolas, brincando com ele. E então ela se voltou para Gimli: — Mas você pensa que entende de cavernas, anão?

Gimli fechou a cara para ela:

— É claro que sim! Eu sou um anão, oras!

— E por acaso você pensa que é o “Senhor das Cavernas Brilhantes”?

— Eu não penso! As canções dizem! Do que raios você está falando?

Madlyn deu um sorriso travesso para Legolas, que ergueu uma sobrancelha para ela.

— Você quer conhecer as verdadeiras “cavernas brilhantes”, Gimli?

~~ ♣ ~~

— Eu disse que a gente ia ficar perdido nesta maldita floresta! — O anão perdeu a paciência, erguendo o punho contra uma árvore que ele tinha certeza de estar vendo pela quarta vez.

Coincidentemente ou não, um vento muito forte bateu, derrubando um galho dessa mesma árvore na cabeça de Gimli. Ele olhou para cima, levando a mão à cabeça contrariado:

— Ah, me poupe!

Os dois elfos riram. Seus olhares se cruzaram por um instante, e Legolas virou o rosto, sentindo-se corar levemente:

— Ahnm... Acho que é uma boa hora para armar acampamento.

— Eu concordo. Há uma campina logo ali adiante. — Madlyn virou o cavalo naquela direção.

~~ ♣ ~~

— Vegetais. Elfos e seus benditos... EU DISSE “BENDITOS”... Vegetais! — Gimli deu uma mordida no talo verde que segurava.

— Não podemos caçar aqui. — Legolas tentava conter o riso.

— Todas as criaturas da floresta são amigas das árvores.

— E dos ents.

— E dos huorns.

— Vocês dois não são fadinhas da floresta? — Gimli coçou a barba, mal-humorado. — Por que então as árvores não estão ajudando vocês?

— Eu sou mais uma criatura da noite. — Madlyn ponderou, dando de ombros.

— E eu... Bom, eu venho de outra floresta. — Legolas ainda estava achando graça. Ele sabia que no fundo, Gimli só estava ansioso para ver aonde Madlyn os levaria depois que saíssem dali. As tais “verdadeiras cavernas brilhantes”. A elfa tinha prometido que isso não os desviaria muito de seu caminho original em direção ao Oeste, então Legolas concordou.

— Na verdade... Meu caro Legolas... — A voz áspera e alta veio de algum lugar atrás de Gimli, que se levantou e correu para perto dos elfos. Desviando-se com cuidado dos galhos de uma velha faia, uma árvore alta e de galhos finos se aproximou andando, fazendo o chão tremer. — Eu pedi a minhas amigas... Que mantivessem vocês por aqui... Na esperança de vê-lo uma última vez.

— Barbárvore! — Os dois elfos exclamaram ao mesmo tempo e se entreolharam.

— Ele vai nos matar? — Gimli meio se escondia atrás de Legolas.

— Oh! A pequena Madlyn também está com você... — O ent estendeu a grande mão para a elfa, que o cumprimentou com um sorriso. — É um prazer... Vê-la de novo...

— Conhece Barbárvore? — Legolas perguntou para ela.

— Sim! Eu vivi aqui durante muito tempo... Fangorn é a floresta mais segura do mundo.

— Eu pensei que era a floresta de árvore assassinas. — Gimli cruzou os braços, irritado por estar sendo ignorado de novo. Legolas fazia muito isso agora que a elfa estava com eles.

— Você também o conhece?

O loiro sorriu para o ent.

— Ele salvou grandes amigos meus no passado.

O ent se aproximou um pouco mais, tomando cuidado para não pisar na fogueira que eles tinham acendido cuidadosamente, tomando todas as precauções possíveis para não provocar o menor risco de incêndio.

— Ah, sim! Como vão os pequenos... No Condado?

Os rostos de Legolas e Gimli ficaram tristes. Havia muito tempo que eles não tinham notícias dos hobbits. Sabendo de suas expectativas de vida consideravelmente menores que as deles próprios e mesmo que a de Aragorn, eles preferiram se distanciar nos últimos anos. Após enterrar Pippin em Gondor, a última notícia que tiveram fora a respeito do nascimento do neto de Samwise Gamgi.

Eles contaram o que puderam a Barbárvore, que em troca os entreteve com versos que os ents criaram a respeito da batalha em Isengard e com as últimas notícias de Fangorn. Orcs não eram vistos ali fazia algum tempo, e o ent acreditava que a suposição de Legolas a respeito de aqueles que atacaram Gondor terem sido os últimos que restavam era correta. Mas isso só o tempo poderia confirmar.

Madlyn estava muito quieta, observando Legolas. Pela primeira vez em muito tempo, ela se sentia feliz. Ali, sob as estrelas, segura no coração da floresta e com ele. Se dependesse dela, ficariam ali para sempre. Ela sorriu levemente, lembrando-se de como fora a noite em que ele a salvou dos orcs...

~~ ♣ ~~

Madlyn abraçava Legolas, segurando-se nele enquanto ia em sua garupa. Gimli tinha cedido o lugar a ela, e agora o cavalo de um dos gondorianos sofria, sobrecarregado com o peso do cavaleiro e mais dois anões. Felizmente para o pobre animal, eles não estavam muito longe de Gondor.

Quando chegaram ao reino, a festa ainda não mostrava o menor sinal de esmorecimento, embora faltassem pouco mais de duas horas para o amanhecer. Eles foram recebidos com alegria pelo rei, que abraçou Legolas e Gimli como se não os visse há anos. Ao abraçar o elfo, ele sussurrou em seu ouvido:

— Eu sabia que você não ia me decepcionar, meu amigo.

Legolas sorriu para ele, e Eldarion ficou contente ao ver o brilho nos olhos dele. Ele abraçou Madlyn afetuosamente também, surpreendendo-a. Ela retribuiu o abraço, sorrindo constrangida para Legolas, que riu levemente. Finalmente seu coração estava em paz.

Gimli foi direto em direção a onde os anões estavam bebendo, para continuar de onde tinha parado. Eldarion pediu licença para se afastar, dizendo “Divirtam-se!” e piscando para Legolas com cumplicidade. O elfo enrubesceu, e Madlyn riu. Ele a acompanhou. Quando parou de rir, ela se virou para ele:

— Obrigada. Por me salvar.

— Você me salvou primeiro, lembra?

— Tem razão. Pelos meus cálculos, você ainda me deve uma. — Ela mostrou a língua para ele.

Os olhos dele sorriram, mas ele não disse nada, dando dois passos em direção à noite. Ele já podia ver os primeiros raios de sol surgindo ao Leste.

— Eu queria te perguntar uma coisa... — Ele começou, inseguro.

— Às ordens. — Ela se adiantou para ficar ao lado dele. Enquanto os olhos dele buscavam o sol, os dela buscavam as estrelas que se despediam.

— Como você sabia tanto a respeito do plano dos orcs? Gimli e eu nem sequer chegamos a vê-los...

Ela hesitou, e Legolas esperou. Por fim, ela suspirou e respondeu, ainda sem olhar para ele:

— Eu estava seguindo vocês. Estava mantendo certa distância para que você não me notasse, mas eu sabia que vocês estavam indo para Lórien, então continuei na trilha. Como estava um pouco longe, eu vi um dos grupos de orcs passando. Eles quase me viram, na verdade. Eu precisei me esconder, e vocês acabaram se distanciando ainda mais. Mas foi bom que eu tivesse ficado para trás, porque pude ouvir o que eles disseram. Quando compreendi o que eles pretendiam, eu soube que precisava avisar você. Eu sabia que o rei de Gondor era alguém importante para você.

— Por que você estava nos seguindo?

Aquela pergunta ela não queria responder. Madlyn sentiu como se garras frias arranhassem as paredes de seu estômago. Ela se afastou dele, dando-lhe as costas. Ele chamou suavemente:

— Madlyn?

Ela parou, mordendo o lábio. Ele se aproximou e segurou sua mão, o que fez com que ela se virasse para ele, surpresa. Ele sorriu levemente, tentando tranquilizá-la, embora o próprio coração batesse acelerado. Ela engoliu em seco e puxou a mão:

— Eu só... — Ela balançou levemente a cabeça, tentando pensar com clareza. — Eu me fechei na Floresta das Trevas durante tempo demais. Logo depois da Guerra do Anel... Logo que os elfos verdes deixaram a floresta... Quando eu soube que todos estavam partindo...

A tristeza tomou conta do rosto de Legolas. Ele não saberia colocar em palavras a compaixão que sentia por aquela elfa ao imaginá-la vivendo sozinha por tantos anos, sentindo-se abandonada e esquecida pelos seus.

— Eu tinha aceitado, entende? Que eu era a última. Que eu ia passar a eternidade vagando por aí... Conversando com as estrelas, talvez com algum viajante ou ent, quem sabe... Até que o mundo se esquecesse de nós, dos elfos. Até que eu me tornasse lenda... E aí quem sabe Eru* se apiedasse de mim, não é? — Ela deu as costas para ele e deixou que as lágrimas escorressem livremente. — Quem sabe ele me desse a morte? Mesmo eu não sendo uma mulher mortal, talvez... Talvez ele não me levasse para Mandos**.

— Madlyn...

— Mas quando eu vi você... — Ela se voltou para ele. — Quando eu vi você e soube que eu não era a última... Eu mal pude acreditar... — Ela tentou sorrir entre as lágrimas, mas falhou. — ...amorzinho. E quando você disse que ia partir, eu não... Eu simplesmente não pude deixar você ir embora.

Legolas a abraçou, agindo completamente por impulso. Ela escondeu o rosto nos cabelos dele. Ele tinha um cheiro bom, como o da relva fresca.

— Venha comigo. — Ele disse.

Ela se afastou para olhar para ele:

— Eu não posso.

— Por que não?

— Eles... Eles não me aceitariam. Eu sou uma elfa-escura, lembra?

— Eöl e Maeglin estão lá. Eru determinou que todos fôssemos para lá. Todos.

— E eu tenho medo disso também. — Ela mantinha as mãos nos ombros dele e olhava fundo em seus olhos. O conforto que encontrava neles era o que lhe dava apoio naquele momento. — Deles.

— De seu próprio pai e irmão?

— Eu não sou como eles. Quando Maeglin partiu, eu não quis ir com ele, por lealdade a meu pai. E quando ele partiu e me deixou para trás... Eu vi que não significava nada para ele. E quando os outros foram procurá-lo... Eu fugi. — Ela fez uma pausa, olhando para baixo, tentando respirar para se acalmar. — Eu tenho medo de reencontrá-los. Eles são rancorosos, os dois. Com certeza não vão me perdoar. E os outros... — Ela deslizou um dedo no ombro dele, onde o escudo de Greenwood estava bordado em sua roupa. — Vocês... Vocês vão me julgar por ser como eles. Mesmo que eu não seja.

Legolas puxou a cabeça dela gentilmente, fazendo com que ela a encostasse em seu ombro. Ela congelou no lugar, sentindo a boca seca e o coração disparando imediatamente. O loiro a envolveu em seus braços, aquecendo-a. O sol já começava a nascer e quase não havia mais som dentro do salão. Os homens e anões deviam ter adormecido ali mesmo, ébrios como estavam.

— Você precisa vir comigo, Madlyn. — Ele disse, e sua voz era suave como veludo. — Eu não posso permitir que você fique aqui sozinha de novo...

— Amorz... — Ela começou, sentindo uma felicidade avassaladora tomando conta de si, tão grande que ela não sabia como lidar com ela. Mesmo com todos os seus milênios de vida, ela não se lembrava de ter se sentido assim antes. Nunca.

— Você sofreu e está sofrendo uma grande injustiça, e parte disso é culpa do meu povo. Eu, como príncipe de Greenwood, não posso permitir que isso continue assim.

Ela sentiu sua felicidade desmoronando com a mesma rapidez com que se havia erguido. Delicadamente, ela se desvencilhou do abraço dele, dando-lhe as costas.

— Ah... Claro...

Legolas ficou olhando para ela, confuso:

— Isso é um “sim”?

Ela passou a mão pelo rosto rapidamente para se livrar das lágrimas e forçou um sorriso antes de se virar para ele:

— Sim. Claro. Salve-me com sua justiça, Sr. Verdefolha. — Ela fez uma breve pausa, curta demais para que ele pudesse reagir à ironia que detectou em sua voz. — Nossa! O sol já nasceu! Eu acho melhor nós entrarmos e ver se estão todos vivos. Sem falar que... — Ela apontou para si mesma e forçou uma risada. — Elfa das trevas, lembra? A luz está um pouco demais para mim. — Dizendo isso, ela se afastou, entrando no salão rapidamente.

Legolas não a seguiu, desorientado demais para se mover.


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Notas finais do capítulo

*“Eru” é o nome que os elfos dão a Ilúvatar, “O Pai de Todos”, o “deus” que criou os Valar e, através deles, a Terra-Média e tudo o que nela existe.

**Mandos é o juiz dos Valar. Os elfos são imortais, mas eles podem sofrer uma morte aparente, caso sejam gravemente feridos ou tenham o coração partido. Quando isso ocorre, seus espíritos vão para o palácio de Mandos, onde eles ficam aguardando para reencarnar e retornar à Terra-Média. Na minha fanfic “A Razão do Rei”, porém, como todos os elfos retornaram à Terra Imortal, então não havia mais sentindo em que Mandos mantivesse os espíritos daqueles que haviam morrido em seu palácio. Assim, todos eles foram liberados para reencontrar seus parentes e, juntos, reconstruíram a velha Tirion, a cidade em que os elfos viviam em Aman antes de virem para o Leste. Os únicos que permaneceram com Mandos foram Fëanor e seus sete filhos, mas isso é uma história longa demais para uma nota de rodapé, haha! Leiam “O Silmarillion”! ;)