A Jornada do Príncipe escrita por Andy


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

BOO! Olá, leitores mais lindos que eu tenho! :)
Então, aqui está o capítulo nove! E como vocês foram unânimes quanto à pergunta que eu fiz no capítulo anterior... Semana que vem tem mais!! Yaay! Hahaha! Sim, a partir de hoje, eu vou postar todo final de semana, ok? Muito obrigada mais uma vez por todo o apoio e carinho! Vocês são os melhores!
Bom, não vou enrolar muito aqui hoje, porque acho que estão todos nervosos para ver o que aconteceu com a Madlyn, ne? Só peço que, por favor, leiam as notas finais deste capítulo, ok? Sem mais, aproveitem! Até semana que vem! Xoxo



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— Mas onde raios você pensa que vai, seu orelha pontuda?!

Legolas olhou para trás, surpreso. Estava prestes a montar no cavalo que Eldarion lhe havia cedido. Gimli vinha correndo, seguido de três guerreiros de Durin, todos armados com seus machados de formatos intimidadores. O elfo não pôde esconder de si mesmo a pontada de alegria que sentiu ao vê-lo, mas fez o que pôde para ocultá-la do anão.

— O rei lhe avisou da minha partida?

— Eu não acredito que você estava mesmo indo dar uma surra naqueles orcs sem mim!

— Eu pensei que esta não fosse sua batalha.

Gimli deu um passo para trás diante da frieza na voz do amigo, mas apressou-se em tornar à frente:

— Se esta é sua batalha, então ela também é minha.

Legolas não pôde evitar sorrir. Ele estendeu a mão para o anão.

— Como nos velhos tempos? — Ele gesticulou com a cabeça para o cavalo.

Gimli segurou a mão do elfo com força:

— Como nos velhos tempos!

~~ ♣ ~~

A confusão dos milhares de pegadas e a escuridão da noite dificultaram a tarefa de encontrar os rastros dos orcs que sobreviveram, mesmo para a visão aguçada de Legolas. Finalmente, porém, ele conseguiu encontrar vestígios de sua passagem. Um dos orcs devia estar gravemente ferido, pois seu sangue formava uma poça próximo à muralha mais externa de Minas Tirith, e depois subia por ela. Havia marcas indicando que outros orcs, talvez nove deles, também haviam escalado por ali. A julgar pela direção que tinham tomado, eles deviam ter a intenção de cruzar o Ithilien em direção às montanhas que circundavam a antiga Mordor. O esconderijo devia ficar ali.

— Os orcs estão feridos e cansados! — Legolas gritava para se fazer ouvir por todos os companheiros. Eram ao total três homens e quatro anões, contando com Gimli. Os outros anões pareciam desconfortáveis ao serem levados na garupa dos cavalos dos gondorianos. Gimli estava se divertindo ao ver as expressões nos rostos deles. — Eles devem ter armado acampamento em algum lugar próximo daqui! Eles provavelmente não iam querer cruzar o rio durante a noite! As águas estão traiçoeiras, devido à mudança de estação! Fiquem atentos a qualquer sinal de uma fogueira!

Eles galopavam à máxima velocidade possível em direção ao Ithilien. Legolas podia sentir o fedor do sangue do orc ferido e não lhe restavam dúvidas de que estavam na direção certa.

Apesar de tudo, ele se sentia ansioso com o que estava fazendo. Sabia que a missão seria fácil, e não era com isso que se preocupava. O problema era que dentro de si queimava uma dúvida devastadora: e se, na verdade, estivesse indo em direção a uma armadilha? E se o orc não estivesse raptando Madlyn, e sim resgatando-a? E se... E se ela estivesse com eles?

Esse pensamento insistia em ir e voltar de sua mente o tempo inteiro, desde que a elfa saltara em cima dele em Fangorn. Gimli tinha razão: ela nunca tinha dado nenhuma explicação para o motivo de tê-los ajudado ou de tê-los acompanhado. Além disso, como ela sabia tanto a respeito dos orcs, se Legolas e Gimli mal haviam sentido a presença deles? Como ela sabia do plano deles, que eles seguiriam pelas montanhas e tudo o mais? Os orcs simbolizavam o resquício das trevas de Sauron que ainda pairavam por aquele mundo. Madlyn era uma elfa-escura. Apaixonada pelas trevas. Irmã de um traidor, filha de um sequestrador. E se ela fosse exatamente como eles?

O coração de Legolas parecia pesar uma tonelada.

Mas ele tinha olhado nos olhos dela. Ele tinha visto seu sorriso ao segurar Gildarion nos braços. Ele tinha ouvido a tristeza em sua voz ao admitir como estava sozinha. Ele tinha sentido o coração dela batendo acelerado quando ela o abraçou. Aquilo tudo... Aquilo tudo não podia ser mentira, podia?

— Legolas! — Gimli exclamou, apontando adiante.

O elfo puxou as rédeas do cavalo, fazendo o animal parar bruscamente. Os homens o imitaram. Logo à frente, havia uma caverna iluminada. Nem os cavaleiros nem Gimli podiam ouvir, mas Legolas escutava o som das risadas sinistras dos orcs. Ele não conseguia entender o que eles diziam, mas pareciam estar comemorando.

O anão puxou a manga de Legolas no mesmo instante em que o elfo se deu conta do fedor. Ele olhou para onde o amigo apontava. O cadáver do orc ferido jazia ali. Parte dele havia sido cortada. O elfo desconfiava de que sabia o motivo. Orcs eram conhecidos por seu canibalismo. Ele virou o rosto, enojado.

— Deve ter cerca de nove deles lá agora. — Um dos gondorianos comentou.

— Depois de hoje, isso não é nada! — Um dos anões replicou, já erguendo o machado. — Se formos agora, ainda dá tempo de voltarmos para a sobremesa!

— Esperem! — Legolas disse, num tom autoritário. — Amarrem os cavalos àquelas árvores ali. Vamos apenas observá-los em segredo por um momento.

— Legolas...?

— Eles podem acabar revelando alguma informação. Talvez possamos descobrir qual era seu objetivo, onde era sua base e se há mais deles. — O elfo explicou. E se ela está com eles, completou mentalmente.

O calor era infernal mesmo à distância em que eles estavam, a alguns metros da entrada da caverna. Legolas, Gimli, um homem e um anão se escondiam atrás de grandes rochas, do lado esquerdo da entrada. Os outros homens e anões espiavam de trás de alguns arbustos, do outro lado. Eles se esforçavam para não fazerem nenhum barulho, e o elfo estreitava os olhos, tentando ver o máximo possível lá dentro. Ele havia contado dez orcs, um a mais do que eles estavam esperando. Isso o preocupava, porque era possível que houvesse mais, ocultos ao fundo da caverna, cuja profundidade lhe era desconhecida.

A luz do interior da caverna não vinha de uma fogueira, como eles haviam pensado. Ao que parecia, havia um buraco aberto no chão a alguns metros da entrada, no qual lava fresca borbulhava, constantemente ameaçando transbordar. Legolas deu alguns passos para mudar o ângulo de visão para tentar ver mais alguma coisa e congelou no lugar, arregalando os olhos. Para seu horror, ele viu Madlyn pendurada por uma corda a vários metros de altura, logo acima da poça fervente. Ela gritava para os orcs lá embaixo, mas ele não conseguia escutá-la, pois sua voz ecoava no teto da caverna.

— Legolas? — Gimli sussurrou.

— Eu a encontrei. — Ele balançou a cabeça para clarear a mente. — Aquelas criaturas imundas!

— O que está acontecendo?

— Vamos chegar mais perto! — Legolas chamou, ele próprio já contornando a pedra. O homem e o anão começaram a se levantar, mas o elfo gesticulou para que eles permanecessem onde estavam. Era melhor que só ele e Gimli fossem, inicialmente.

Os dois se movimentavam lentamente para não chamar a atenção. Se um dos orcs decidisse olhar para fora, poderia vê-los. Eles se aproximaram da entrada e se encostaram à rocha, cada um de um lado da larga abertura. O fedor de carne queimada fez o estômago de Legolas revirar. Suas suspeitas sobre o orc morto foram confirmadas. Agora eles podiam ouvir o que eles diziam.

— Seus vermes! Me soltem! — Madlyn gritava.

Eu falei que a gente devia ter amordaçado ela! — Um dos orcs, o menor, reclamou na língua negra de Mordor.

— Calado! Ou eu vou amordaçar você!

— Quero ver você tentar!

O maior dos orcs se levantou:

— Quietos os dois, ou vão ter o mesmo destino do Grundo!

— Vocês não vão conseguir nada me mantendo aqui, seus malditos! — A elfa chutava o ar, inutilmente.

— Quieta você também! Você será uma bela isca para o senhor de Gondor...

— Ela é amante do rei, chefe?

O orc que perguntou ganhou um tapa na nuca com essa.

— Idiota! Eu estou falando do outro, o que estava lutando com ela.

— O elfo?

— Sim, o elfo! Depois que o velho Telcontar morreu, é ele quem manda lá! Vocês não viram?

— Mas o rei estava no comand...

O líder orc atirou uma pedra na cabeça do que falava.

— Bobagem! A força de Gondor é aquele orelhas-pontudas. Nós vamos levar a amante dele e nos reunir com os outros. E na hora certa, ela...

— Idiota! Eu não sou a amante dele!

— Não?

— Olhe direito para mim, seu imundo! Eu não sou uma garota!

O silêncio tomou conta da caverna.

Gimli arregalou os olhos para Legolas, que disse só com os lábios “Não seja idiota!” O anão se virou ligeiramente para olhar melhor para Madlyn, desconfiado. Legolas revirou os olhos. Ele tinha entendido o plano da elfa, mas não tinha certeza se tinha sido a melhor estratégia, naquelas condições.

— Bem que eu vi que ela se vestia de um jeito estranho... — Um dos orcs finalmente falou.

— Tem razão. Geralmente elas usavam aquelas coisas esvoaçantes.

— Mas faz muito tempo que a gente não vê uma elfa.

— É, mas e quanto ao cabelo?

O líder orc olhava de um para outro, confuso. Madlyn riu sarcasticamente, sua risada ecoando por todos os lados.

— Ha! Por essa você não esperava, não é, idiota?

O orc se voltou para ela, furioso. Os outros ainda discutiam.

— Calados! Eu sei muito bem quem você é! Você pensa que me engana, não é? — Ele falava entredentes.

— Penso. — Ela sorriu sarcasticamente.

O orc sacou um facão, cuja lâmina tinha um formato estranho. Legolas viu o brilho do medo perpassar os olhos de Madlyn apenas por um instante, depois seu rosto voltou à expressão de desafio de antes.

— E se você estiver erra...DA?

Para o assombro de todos, Madlyn não respondeu. Em vez disso, ela se inclinou e cuspiu, acertando em cheio o rosto do orc. Ele largou a faca do chão, levando as mãozorras à cara. Madlyn riu alto. Ela devia saber que estava perdida agora. Ela soava como louca.

— Sua...!! — O orc se abaixou rapidamente para pegar a faca, após ter se recuperado.

— Eu prefiro morrer a continuar olhando para essa sua cara horrenda, escória de Mordor!

O orc abriu um sorriso maldoso e se aproximou da corda que mantinha a elfa suspensa. Ela estava amarrada a uma rocha grande e pontiaguda. A corda estava completamente tensa devido ao peso de Madlyn. O orc ergueu a lâmina da faca próximo a ela.

— Mudança de planos... Nós merecemos um jantar um pouco melhor do que o velho Grundo, não acham?

Os demais riram e bateram palmas em concordância. Madlyn sentiu as lágrimas finalmente vencendo-a, subindo rapidamente por sua garganta, mas esforçou-se para segurá-las. Se ia morrer, ia morrer com dignidade. Ela não ia demonstrar fraqueza diante dos inimigos, da mesma forma que seu pai e seu irmão. Eles morreram lutando. Ela também morreria.

— Covarde!! Lute comigo! Ahnm? Que acha disso? Lute comigo, e quando eu vencer, você me deixa ir embora!

— Eu estou ouvindo alguém implorando? Adoro quando a comida implora! — Dizendo isso, ele cortou a corda.

Os orcs nem tiveram tempo de ver o que passou por eles. Legolas correu como um louco, saltando sobre a poça de lava fumegante. Ele colidiu com Madlyn, desviando sua queda, e os dois rolaram sobre a pedra quente em direção ao fundo da caverna. Ao mesmo tempo, os anões e os homens invadiram o lugar com um grito de guerra. A maioria dos orcs sequer teve tempo de se armar para reagir.

Madlyn também tinha dificuldades em entender o que estava acontecendo. Ela tinha visto a morte chegar, e agora tudo o que via era Legolas em cima de si. O elfo não se deu o tempo de se alegrar por ter conseguido. Ele deu apenas uma breve olhada para Madlyn para verificar se ela estava bem e se ergueu, voltando-se para os companheiros bem em tempo de ver Gimli erguendo o machado contra o último orc, que estava encurralado com as costas contra a parede:

— Esse aí não! — Ele estendeu a mão. Gimli parou com o machado a meio caminho. — Esse, nós vamos manter vivo. Ele vai nos contar a localização exata do esconderijo deles, e nós vamos nos livrar do resto. De uma vez por todas!

— Amorzinho?

Legolas se virou na direção daquela voz doce e chorosa. Ela estava sentada no chão e olhava para ele com olhos arregalados, dos quais as lágrimas escorriam incessantemente. Ele estendeu a mão para ela:

— Você está bem?

Ela aceitou a ajuda e ele a colocou de pé. Sem dizer uma palavra, ela se atirou nos braços dele. Ele retribuiu o abraço, apertando-a contra si.

Mapa da região de Minas Tirith


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Notas finais do capítulo

Eu tenho algo importante a pedir para vocês... Eu tenho notado pelos comentários que alguns leitores estão bastante preocupados em relação ao ritmo dos acontecimentos da fanfic, estão achando que tudo está acontecendo rápido demais. Eu reconheço, as coisas aqui estão andando bem mais rápido que em "A Razão do Rei"... Mas existe uma explicação para isso! Por favor, não desistam da fanfic por achar que as coisas estão mal desenvolvidas ou coisa do tipo... Eu prometo que explicações virão mais adiante e que tudo fará sentido. Era só isso... Eu estou um pouquinho preocupada. Não desistam da jornada, por favor! ^^"
Mais uma vez, muito obrigada por tudo! Xoxo

P.S.: Se alguém tive uma opinião sobre isso... Não se acanhe! Compartilhe comigo!