Inegável escrita por Paralelamente


Capítulo 3
Capítulo 3: Carta Anônima


Notas iniciais do capítulo

ALÔOO!
Juro, eu pretendia postar esse capítulo nesta sexta, mas tive uns imprevisto. Me desculpem e não me xinguem! XD
Agora começa a tensão. Boa leitura!
(Imagine cada trecho como cena de filme)



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– EI! ACORDE! ACORDE AGORA! - exclamava uma voz escandalosa.

– Hã?! O que? - Ruben acorda num pulo, apavorado, quando ouve um estrondoso barulho; nesse caso, de alguém batendo um grosso livro contra uma mesa de madeira. Olhou ao seu redor, estava em sua banca na sala de aula... e no meio da aula.

Todos olhavam pra ele de lado, sem exceções, alguns com sorrisos sarcásticos acompanhados de risadinhas de zombaria, quando a professora prosseguiu:

– Por que estava dormindo? E logo na minha aula! - perguntou franzindo as sobrancelhas em atitude de rancor.

– Me desculpe... Eu não dormi muito bem noite passada... - disse em tom rebaixado.

– Com certeza ocupado com algo desnecessário para garantir um futuro aqui. Se quiser durar nesse colégio, é melhor andar na linha. - alertou a professora o encarando e depois seguindo com um discurso para todos da sala de como um bom aluno deveria se comportar. Ruben passa uma das mãos em seu cabelo, o bagunçando, e dá uns tapinhas na testa na tentativa de conseguir ficar mais ativo durante o resto da aula, que ficou ainda mais rígida depois daquilo.

Ao toque do sinal, todos correram da sala, inclusive Ruben.

– Ruben! - grita Alyssa distante dele, acenando e caminhando em sua direção.

– O-oi! - acena também.

– Você está péssimo. - diz passando a mão na testa dele - aconteceu alguma coisa que te tirou o sono? - questiona percebendo que Ruben estava com olheiras levemente escuras.

– Passei muito tempo usando o celular ontem à noite. - responde, sentindo-se mal por mentir para ela.

– Entendo. Tente evitar isso ou irá levar mais sermão. - aconselha.

– Claro. - ele sorri ao concordar.

– Até as próximas aulas então. Fique bem! - ela se despede e segue pelo "trânsito" do corredor.

Ruben encontra um banquinho numa parte tranquila do pátio e começa a comer seu lanche, que, por algum aterrorizante motivo, parecia rasgar seu corpo até chegar ao estômago. Imediatamente largou o lanche e foi o mais rápido que pôde ao banheiro. Checou se o local estava vazio e entrou; olhou no espelho. "Não pareço mais humano...", pensou ao olhar seu reflexo: estava completamente pálido, e suas olheiras estavam ainda mais escuras; lábios secos e quase transparentes. Jogou água no rosto.

– Não comecei bem aqui. Talvez, a tendência seja piorar. Vim tão esperançoso... não posso fracassar agora! - gritou dando um soco no espelho; mas antes que sua mão entrasse em contato com o vidro, em segundos, uma rajada se neon percorreu de seu ombro até a mão, atingindo e explodindo o espelho a sua frente. Tudo pareceu lento enquanto Ruben caia no chão e via os estilhaços de vidro voando junto às faíscas do neon.

– MAS QUE PORRA FOI ESSA?! - se queixa, espantado. Um líquido estranhamente brilhante escorria de sua mão ferida pelo vidro; entretanto, não parecia ser sangue: enquanto emergia em abundância de sua mão, tinha uma coloração azulada com um forte grau de luminosidade, como neon; pouco depois fora da mão, aquele líquido ficava intensamente vermelho, já como sangue.

Confuso e apavorado, Ruben levanta com dificuldade, e lava bem a mão suja na pia, saindo do banheiro em seguida. Esconde a mão machucada no bolso do uniforme e, sem pensar em mais nada, segue para a enfermaria.

– Com licença... - fala ao encontrar uma moça na enfermaria, que, obviamente, era uma das enfermeiras de lá.

– Posso ajudar? - interrogou gentilmente, e ele expõe a mão - Como isso aconteceu? - perguntou conduzindo ele a uma cadeira, e pegando o necessário para tratar do ferimento.

– Eu... eu sou muito distraído, sabe? - ficou extremamente envergonhado com sua terrível capacidade de fingir falar a verdade. Ela ficou em silêncio até o fim do processo. Ruben levanta e agradece.

– De nada. Acha mesmo que está bem? Suportaria até o fim das aulas de hoje? - questiona preocupada.

– Na verdade, com essa mão eu faço quase tudo... inclusive escrever. De alguma forma, tinha como me entregar um atestado por hoje ou explicar aos meus professores minha ausência?

– Pode deixar. Você tem que passar o resto do dia no seu dormitória, certo?

– Certo. E obrigado de novo! - agradece e caminha para o seu dormitório.

– Não faça muito esforço com a mão! - aconselha a enfermeira já longe dele, e ele faz um gesto com a outra mão de "beleza".

Quando Ruben chegou no quarto, ouviu o sinal chamando os alunos de volta às salas. Entrou, trancou a porta e deu um longo suspiro olhando o cômodo. Observou a ponta de um pedaço de papel debaixo do travesseiro de sua cama. Desconfiado, o pega e lê. Era uma pepel amarelado em péssimo estado. Uma escritura em lápis continha a seguinte mensagem:

Lembro de você. Sei quem é você. Irei atrás de você, Ruben Castellanos.

Mas o que? - se sentia ainda mais confuso - Ah, já sei... muito engraçado da parte do Jonas. Estou convivendo com um doente. - conclui amassando a carta e jogando debaixo da cama. Deita-se e fica olhando pro teto - Ele quer me deixar louco... - fica murmurando até perder pro sono, que não demorou a lhe consumir e lhe levar pra um mundo longe da realidade.

(...)

Enquanto Ruben dormia, outras coisas aconteciam quase do outro lado da cidade. Daniel estava sentado em uma cadeira de madeira diante de uma mesa também do mesmo material. Cercado por escuridão, apenas com uma pequena lâmpada falha próxima a mesa ligada ao teto por alguns fios expostos. Uma folha e lápis largados em sua frente. Não exibia nenhuma expressão na face; mas o coração pulsava aceleradamente e o suor escoria friamente pelo rosto branco.

– Que tal outra carta?

– Outra? - pergunta Daniel.

– Sim.

– Já fiz uma há pouco. É desnecessário. - revida olhando na direção de onde ouvia a voz. Não via nada além de breu; mas logo avistou, no mesmo lugar, dois olhos intensamente vermelhos como fogo, e ouviu aquela mesma voz, agora mais séria:

– Não irá escrever?

Daniel, hesitante, logo pega o lápis e questiona:

– O que escrevo dessa vez? - havia temor em sua face.

– Faça o mais perturbador que puder - ordenou o dono daquela intimidadora voz. Daniel termina em uns cinco minutos e fala:

– Está pronta.

Imediatamente, aquele indivíduo abandona a escuridão da sala, caminhando até a mesa e lendo o conteúdo da carta sem pegá-la. Nervoso, Daniel faz esforço para não olhar naqueles olhos que o faziam se sentir imensamente desprezível.

– Quem diria... até que você é útil, Daniel - "elogia", se distanciando um pouco. Ele permanece paralisado.

– Por que eu tenho que escrever essas coisas?

– Quero que o destinatário pense que é você, por causa da letra. Logo saberá que algo está errado para "você" ficar mandando essas cartas - Daniel gela ao ouvir aquele plano doentio.

– O que acha que irá conseguir mandando esses conteúdos para o Ruben?

– Talvez eu consiga o medo dele sem mesmo que ele me conheça diretamente. Não tenho motivos para lhe contar o que pretendo por completo. - ele levanta a mão - Só falta um detalhe... - completa pegando na cabeça de Daniel com violência e batendo contra a folha sobre a mesa rapidamente, manchando a carta com o sangue que escorria de seu nariz. Daniel fica completamente atordoado, e o outro pega a carta com o "sangue azulado" ainda fresco respingado ao longo do papel, analisa e diz:

– Agora está perfeita! - um sorriso sarcástico surge naquele rosto temível.


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Notas finais do capítulo

Bom, e esse é o capítulo 3! (Ah, não me diga)
E quem será esse novo elemento? O que acontecerá? Cartas? Poderes neon?
Então, amados leitores, de agora em diante tudo vai ficar mil vezes mais interessante e tenso! Os próximos capítulos prometem! É só! Valeu!



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