Inegável escrita por Paralelamente


Capítulo 4
Capítulo 4: A Ameaça sai das Sombras


Notas iniciais do capítulo

ALÔOO!
Pensei que não conseguiria postar hoje, sério... mas aqui está! :D
Infelizmente, estou intensamente ocupada nesses dias. Por isso, o próximo capítulo pode demorar um pouco mais do que o previsto. Sinto muito.
Esse tá prometendo! Boa leitura!
(Imagine cada trecho como cena de filme)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/636485/chapter/4

O dia encerrava como de hábito: com o término das aulas ainda daquele mesmo dia, todos os estudantes deslocavam-se das salas de aula diretamente pros seus dormitórios. Adam ligeiramente vai para o quarto. Ao tentar abrir a porta, percebeu que estava cerrada; logo a abriu com uma cópia da chave que todos os alunos possuíam de seus dormitórios, e entrou. O quarto estava frio e pouco iluminado; uma brisa natural provia da varanda. O rapaz acendeu a luz, jogou a bolsa em cima da cama, foi na direção da varanda e fechou a porta de correr formada por vidro. Ruben desperta aos poucos.

– O que houve? - pergunta Adam já sentado em sua própria cama. Ruben senta-se também após esfregar a mão no rosto e responde:

– Eu machuquei minha mão hoje durante o intervalo... - ele apresenta a mão enfaixada a Adam - pedi logo um atestado à enfermeira como desculpa para não assistir as outras aulas e descansar o resto dessa tarde. Perdi algo importante?

– Quanto às matérias, nada. Mas, cara, - Adam tenta evitar o riso - a professora de história nos deixou fazendo uma tarefa. Depois de alguns minutos, ela caiu no sono sentada na cadeira mesmo... Nisso, o Jonas foi até lá e derramou tinta de caneta no cabelo dela!

Ruben fica pasmo; mas acaba rindo com o ocorrido e indaga:

– Presumo que ele deve está tendo uma amigável conversa com a professora e o diretor agora. - Um sorriso surge no canto de sua boca.

– Sem dúvida. - Completa Adam tirando um maço de cigarros de dentro da espuma de seu travesseiro - Por isso ele não está presente.

– Belo esconderijo... - observa Ruben ao ver onde Adam escondia seus preciosos cigarros.

– Obrigado? - ele retira um dos cigarros e o acende com um isqueiro que estava junto ao maço escondido dentro do trevesseiro.

– Você só fuma aqui.

– Claro. Eu iria fumar pelos corredores para apanharem meus cigarros e informarem aos meus pais? Acho que não, hein. - Ele libera a fumaça em abundância pela boca. Como suas camas eram próximas, não demorou a Ruben começar a tossir.

– Você quer nos matar assim! - Ruben distanciar a fumaça abanando com a mão - Espera, seus pais não sabem?

– Não. Meu plano é esse: como temos a oportunidade de sair desse local de tortura chamado colégio aos finais de semana, eu passo esse tempo na casa dos meus pais. Na segunda, no caminho pra cá, eu compro os cigarros e escondo na bolsa, os deixando aqui no quarto antes das aulas... no meu "esconderijo confortável".

– Vou te dedurar agora! - o outro adverte. Adam sopra uma verdadeira nuvem de fumaça no rosto de Ruben, que tem uma sequência de tosse intensa. - É mentira! Eu estava brincando! - ele reclama.

Adam sorri e olha pro teto

– Comecei um dia desses... sempre escondido; mas já me considero um viciado.

– Você sabe que isso não é bom. - Lembra Ruben, preocupado.

– Claro. Eu já sinto... - disse, conformado - então, se algo acontecer, você já está convidado ao meu enterro. - Termina rindo.

– Não fala isso! - reclama Ruben pegando o cigarro da mão dele e jogando no chão. Adam fica decepcionado, mas não reage.

A conversa ainda durou por um bom tempo, até que Jonas chegou completamente irado. Foi impossível para Ruben esconder o seu sorriso sarcástico sabendo que a pessoa que mais o importunava naquele colégio agora estava ferrada nas aulas de história.

Já de noite, Ruben se sentia muito melhor. Aquelas dores no corpo não ameaçavam mais tirar seus bons momentos nem suas aulas... por enquanto.

(...)

Daniel novamente estava sentado diante de uma ampla mesa de madeira. Diversos fragmentos de folhas amassados pela mesa e pelo chão, o lápis já estava minúsculo de tanto apontá-lo. O garoto se encontrava quase descorado, seu olhar baixo, olheiras extremamente escuras, as mãos já trêmulas de tanto rascunhar mensagens absurdas, lábios rachados; usava a mesma roupa de vários dias: uma calça jeans rasgada cinza, e uma camisa escura. Olhava fixamente para uma folha limpa a sua frente.

– Não irá demorar para você ser consumido pela necessidade de obter neon no corpo.

– Essa palhaçada está durando mais do que deveria, não? - retruca Daniel, fazendo o outro sorri.

– Se você chama assim... é, acho que já basta.

Daniel levanta-se com dificuldade e o encara questionando:

– Por que não me matou logo?

– Talvez depois. Quero um momento que dê para aproveitar enquanto arranco suas entranhas.

Daniel fica perturbado. O outro indivíduo faz questão de abrir a porta para ele, que seguiu até ambos ficaram lado a lado. Daniel, sério, olha para o outro.

– Se quiser ficar... - ele sorri monstruosamente, e seus olhos castanhos escuros foram ganhando uma coloração variada de laranja e vermelho, como fogo. Daniel não pensa duas vezes, e logo sai de lá se aventurando pela noite gélida em busca do combustível que, agora, era o que o mantinha vivo: o neon.

(...)

Já era sexta, e Ruben permanecia estável quanto a suas dores corporais. Havia assistido normalmente cada uma de suas aulas. Como já era praticamente final de semana, as aulas só duravam até o meio da tarde. Ruben arrumava sua mala e analisava todo o quarto para ter certeza de que não esqueceria nada essencial. Saiu do quarto e já se dirigiu para a frente da escola. Ficou olhando o céu enquanto esperava passar um táxi.

– Onde vai passar o fim de semana? - pergunta Adam, olhando o celular, indo para o lado de Ruben.

– Eu tenho uma irmã que mora aqui. - Responde virando para o outro.

– Certo. Tenho que me apressar. Estão planejando um encontro geral da família lá em casa - Adam suspira - você não faz ideia de como é chato!

– Bom, eu gostaria de ter alguns momentos junto a minha família, mas é bem raro. - Ruben desabafa fazendo com que Adam refletisse a respeito de suas palavras.

Logo um táxi vem na direção dos rapazes e estaciona diante deles. Ruben se despede de seu colega empurrando a mala para dentro do carro no assento de trás. Ele dá a localização de onde pretendia ir ao motorista e o passeio se inicia.

Não demorou para chegar. Ruben paga, agradece e sai do transporte junto a sua bagagem. Ficou boquiaberto com a imensidão do prédio em que sua irmã morava. Ao chegar na recepção, logo viu uma bela moça de cabelos alaranjados sentada num sofá preto, que exclamou ao vê-lo:

– Ruben! - ela se levanta e vai em sua direção com um largo sorriso no rosto. - Que saudade! - ambos se abraçam fortemente.

– Também senti muita saudade, Lisa!

Ela o solta, afastando um pouco.

– Faz tanto tempo desde a última vez que te vi. Olha pra você! Se tornou um rapaz tão lindo! - Lisa elogia, deixando o irmão sem jeito para responder ou agradecer. - Mas vamos conversar lá em cima, no meu apartamento. Quero que me fale como foram esses anos.

Os irmãos foram de elevador até o piso em que Lisa residia. Saindo do elevador, se deparam com um comprido corredor de cores neutras, varias portas de madeira pintada de branco e números dourados ao lado de cada porta; alguns com tapetes diante das entradas para os apartamentos contendo frases ou palavras acolhedoras em inglês. Ela abre a porta e convida Ruben a entrar naquele confortável cômodo.

– Me lembra a casa dos nossos pais. - Ele suspira ao olhar em volta.

– Foi proposital. Eu sempre tive um gosto semelhante ao de nossa mãe quanto à decoração. Então quis que meu lar lembrasse nossa casa... já que é muito raro pra mim ter a oportunidade de ir lá fazer uma visita - desabafa num tom melancólico. - Mas chega desse papo sem graça! Venha, vou te mostrar seu quarto. - Disse Lisa seguindo pela casa.

Era um espaçoso cômodo que disponibilizava de um guarda-roupas, uma mesa para computador (com o computador, obviamente), uma prateleira repleta de livros ao lado de uma cama coberta por um edredom azul escuro e um travesseiro branco encostado a cabeceira.

– Pode personalizar como quiser, pois é só seu! - ela completa com um sorriso.

– Um quarto só meu? Sentia falta disso. - Ele ri acomodando a mala ao lado do guarda-roupas e se jogando na cama.

Uma música ecoa da sala repentinamente.

– Licença, volto já! - ela corre para atender o celular, e ele a espera. Lisa, volta levemente nervosa.

– Algum problema, irmã?

– Nada que eu não resolva, Ruben - ela passa a mão na testa - fico muito chateada em dizer isso, mas vou ter que ir agora mesmo lá no hospital. É simplesmente importante.

– Não me importo em ficar sozinho, se esse for o problema.

– Mesmo? - ela insiste.

– Claro! Não sou mais aquele pirralho dependente daqueles tempos. - Ele sorri. Lisa suspira e responde:

– E eu confio em você. Sei que agora você é um rapaz responsável. - Diz orgulhosa e segue para seu próprio quarto para trocar de roupa.

Após alguns minutos, ela já está do lado de fora do apartamento se despedindo de seu irmão mais novo:

– Eu não sei que horas vou voltar, OK? Se cuida e não vá colocar fogo no apartamento! - brinca e sai às pressas.

– Claro! - ele acena - Olá liberdade! - Ruben grita minutos depois.

Já era noite. Ele havia passado o dia comendo besteira, assistindo televisão, lendo um livro, usando o computador, fazendo coisas desse tipo.

– Caramba, Lisa ainda está no hospital? - interroga impaciente. De repente, sente uma dor percorrer seu corpo tão rapidamente quanto a queda de um raio. Ele grita apoiando-se numa parede da sala. Suas veias estavam ainda mais expostas, pulsando agressivamente contra a pele. Juntando o que lhe restava de força, ele caminha até o quarto. Ruben se joga em cima da cama com tudo. Respirava de forma ofegante, e seus olhos estavam arregalados encarando o teto. Não conseguia falar, então, tentou se acalmar: ficou imóvel, tentando tornar sua respiração mais lenta e profunda, apertou os olhos. À medida em que ia se tranquilizando, tentava abrir seus olhos vagarosamente até se acostumar com a escuridão. Olhou ao redor, e se deparou com uma sombra ao lado da porta. Levou um susto tão intenso que não conseguiu nem reagir corretamente. Aquela sombra permanecia parada ali, o observando.

– Finalmente, Ruben. - Ele diz num tom suave.

– Quem é você?... - Ruben pergunta quase sussurrando.

– Ah, claro - imediatamente, ele posiciona sua mão pouco distante do rosto, e, repentinamente, uma chama surge entre seus dedos, clareando um pouco de sua face em meio às sombras. Era o rosto de um rapaz que aparentava ter vinte e poucos anos, seus olhos escuros refletiam os dedos que pareciam brasas dando origem a aquela pequena porção de fogo, tinha pele clara, apresentava uma cicatriz de corte no canto da boca, e o pouco cabelo que escapava do capuz era levemente ondulado e escuro. - Meu nome é Ian.

– O QUE VOCÊ QUER AQUI?! - Ruben questiona em fúria tentando ocultar seu medo de estar diante de outra pessoa com esses poderes estranhos.

– Por enquanto, só gostaria de que soubesse de minha existência. Da existência que irá acabar com a sua. - Ian permanece sério. Ruben se cala por completo. - Não seria muito prazeroso te matar agora... Com você assim, sem dizer uma única palavra em defesa. - Ele caminha até a janela segurando nas grades. - Fique feliz por ter acabado de me conhecer e não ter morrido segundos depois. Nos vemos em breve, Ruben Castellanos. - Ian se lança contra as grades da janela, e, em questão de um piscar de olhos, seus corpo transforma-se em uma escura fumaça até passar pela janela, logo, essa fumaça se uni formando o seu corpo novamente, sem nenhum detalhe a mais nem a menos.

Ruben não acreditava. Simplesmente não conseguia acreditar. Imaginava que estava criando ilusões devido a tanta dor que tinha sentido. Acabou entregue ao sono.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, e esse é o capítulo 4! (Ah, não me diga)
Peço desculpas se essas partes do final ficaram muito resumidas :(
Quem já quer meter o pé na bunda do Ian, comenta aí! Quem quer saber o que vai acontecer, acompanha aí! Quem tá gostando, favorita aí! Valeu!!!
(OBS: para melhor compreensão quanto ao final, sugiro que procurem pelo jogo Infamous: Second Son)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Inegável" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.