Saint Seiya New Generation escrita por Bárbara Szabo


Capítulo 4
Regras? Para quê?




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À noite, todos estavam reunidos na sala de jantar, bom, quase todos. As portas de mogno se abriram devagar e Rachel apareceu, olhou para os lados e sentiu o constrangimento bater mais alto quando percebeu o quanto se atrasou.
As janelas de frente a porta estavam com as cortinas azuis de veludo abertas, deixando o brilho prateado da lua e das estrelas enfeitarem o local. Sobre a extensa mesa havia um lustre pendurado no teto, ele era ricamente enfeitado e iluminava a sala.
– Desculpem. – Disse sem jeito, indo se sentar entre Luna e Gustavo.
A mesa ficava de lado a porta da entrada. Na cadeira da ponta esquerda, se sentava Saori. De costas a porta estavam Michel, Shina, Marin, Shun, Hyoga, Carol, Shiryu, Kiki, e Vênus. De frente a eles estavam Seiya, Bela, Tamina, Luna, Rachel, Gustavo, Diana, John e Cloves.
Todos conversavam entre se, e a sala logo ficou bem animada. Um tempo depois, Saori endireitou a postura e pigarreou baixinho. - Peço a atenção de vocês por um momento. Precisamos conversar e esclarecer o porquê chamei-os aqui.
Eles pararam com a conversa e voltaram a atenção para ela.
– Bem... Há três anos que tudo está em paz. Não tivemos nenhuma guerra, ou ameaça de guerra, real. – Ela passeou o olhar por cada um enquanto falava e acrescentou. – No entanto, coisas estranhas... – Hesitou um pouco ao usar essa palavra. – Vem acontecendo.
Hyoga, que estava apoiado no cotovelo sobre a mesa, franziu o cenho. – Como o quê exatamente?
– As catástrofes que vem acontecendo pelo mundo recentemente. – Comentou Shina.
– Isso mesmo! – Shun se inclinou um pouco para frente. – Vulcões. Terremotos. Deslizamentos. Parece uma revolução.
– A melodia que os soldados e empregados andam ouvindo.
Gustavo levantou rapidamente a cabeça para Michel, surpreso. “Melodia?” Pensou, e em sua cabeça logo veio à garota de mais cedo.
– Sem contar meu pesadelo e aqueles olhos vermelhos na arena. – Saori olhou para Hyoga, com Seiya a balançar a cabeça varias vezes, concordando.
– Não é novidade para ninguém que algo está para acontecer... – Shiryu suspirou. – O que me preocupa é o que é, e o quanto destrutível pode ser.
Essas mesmas duvidas corroíam o coração de cada um, e uma grande tristeza invadiu o semblante dos grandes cavaleiros. Já haviam lutado tanto nessa vida, e esperavam não terem mais que passar por isso novamente. Infelizmente não foi isso que aconteceu.
Gustavo olhou para os outros, eles estavam de cabeças baixas menos a garota ao lado de Rachel, qual Gustavo ainda não fora apresentado. Ela estava segurando o queixo com a canhota e o cotovelo na mesa, parecendo olhar para a janela, mas ele não tinha certeza por causa da máscara. Curioso como era, dirigiu o olhar naquela direção, bem no momento em que passou um vulto, surpreendendo a ambos.
– Foi por isso que, graças à ideia de Shun, resolvermos chama vocês até aqui, para mais proteção de Athena e para que possam treinar com quem antes tinham as armaduras. – Falou o Grande Mestre.
– Sobre os horários. Os planejarei e depois entregarei para cada um. – Afirmou a deusa.
– Athena, hoje mais cedo eu passei no observatório... – Começou Marin, chamando a atenção de Bela, Rachel e Gustavo. – E as estrelas emanavam seus cosmos estranhamente. Não parecia trazer algo ruim, nem bom...
– Que estranho... Fez muito bem ao ter ido lá Marin. Michel, quero que peça para nossos sábios darem uma boa estudada nos céus para ver o que conseguem descobrir.
O Grande Mestre concordou com a cabeça. – Não tem nenhuma ideia do que poderia ser Athena?
– Na verdade não... E nem quero tomar conclusões precipitadas. A propósito, vocês meninas, como tem sido a guarda?
– Esta tudo calmo. – Shina se inclinou um pouco para frente.
– É. Nada de estranho até agora. – Falou Marin.
– Muito bom. – Ela sorriu.
E se fez silencio. Seiya olhava Saori como se começasse a ficar um pouco desesperado. Mais uma vez a vida dela era posta em perigo e ela continuava tão calma. Talvez porque não precisasse se preocupar tanto, ou porque ela confiava nele. E era isso que o deixava mais nervoso. Falhar.
– Por favor, tenham cuidado e fiquem atentos. Não saiam do prédio à noite. Quaisquer coisas estranhas me avisem imediatamente. Isso é tudo.
Eles se levantaram, e começaram a sair do cômodo. Quando a garota saiu, foi puxada de uma vez pelo braço para o lado direito por Gustavo.
– Hey! O que está fazendo? – Disse puxando o braço.
– Olá. - Ele a colocou contra a parede. – Me desculpe por isso tudo, mas eu tenho algo muito importante para falar com você.
– Sobre o quê? – Ela cruzou os braços.
– Sobre aquele vulto.
Ela arriou os ombros. – Você... Por que não disse para eles?!
– Por que você não disse?!
– Achei que tinha sido impressão, não senti nenhum cosmo!
– O que foi? – Disse John, chegando perto.
Foi quando um grito rompeu o ar, vindo do lado esquerdo do corredor e todos começaram a correr naquela direção.
– Ah! E a propósito, meu nome é Gustavo.
– Luna.
Disseram enquanto seguiam os outros, e de lá uma mulher apareceu correndo.
– O que aconteceu?! – Perguntou Michel, nervoso.
– Grande Mestre! E-eu... – Ela tremia e tentava formular as palavras, mas foi interrompida por um homem.
– Não foi nada Michel. Ela só não me viu entrando.
– Ikki! – Exclamou Shun, contente.
– Olá! Quanto tempo pessoal. – O leonino estava exatamente igual, com o mesmo estilo de roupa de sempre, os mesmos sapatos, e o mesmo corte de cabelo, talvez só um pouco mais alto, mas agora sorria. Pouco, mas sorria.
– Bem vindo Ikki! – Disse Saori, sendo retribuída por um aceno de cabeça do mesmo.
– O cavaleiro de Leão. – Gustavo sorriu, o olhando. - Viu, ele deve ter sido o vulto que vimos.
– Hm... – Luna cruzou os braços. – Não sei não.
– Soube que se tornou Grande Mestre, parabéns.
– Obrigado. – Michel ficou o encarando.
– Perdeu a reunião Ikki.
– Chegar na hora certa nunca deu muito certo para mim Hyoga. – Falou com um sorriso pequeno.
– Está tudo bem agora, sim? – Falou Athena, colocando a mão no ombro da mulher. – Poderia mostrar o quanto para o senhor Amamiya e providenciar algo para ele comer, por favor?
– Claro. – Ela chegou perto dele. – Me desculpe pelo ocorrido, venha comigo.
E os dois seguiram o corredor de volta.
– Vou com vocês! – Disse Shun, correndo atrás deles.

– Você acha mesmo que era isso?
– O que mais poderia ser? – Gustavo começou a acompanhá-la.
– Não sei, mas se ele passou por ali não seria muito mais fácil entrar pela parte da frente em vez de entrar pelos fundos?
– Hm... É. – Isso o deixou confuso e pensativo. Ou ele deu a volta, ou não era ele.
Seguiram até os corredores dos quartos sem falarem nada, e Gustavo a levou até a porta. Luna a abriu e se voltou para ele.
– Você toparia fazer uma coisa louca? – Do jeito que sua voz soou, parecia desafiadora.
– Que tipo de coisa? – Perguntou, já curioso.
– Venha aqui mais tarde e vai descobrir. Mais espere que todos já tenham ido dormir.
– O que vai fazer?
Ela riu um pouco. – Venha aqui mais tarde e vai descobrir. – E fechou a porta.
O garoto colocou as mãos no quadril, suspirando. Iria se meter em mais encrenca, e isso vai ser ruim. Mais ele ia acabar voltando daqui a duas horas.

Bela estava deitada na cama, abraçada ao travesseiro. Não estava conseguindo dormir e estava muito confusa. Guerra, treinamento, armadura, Jack, mal, Célia, Athena, Jack... “Espera aí! Jack?!” Pensou. “Por que estou pensando naquela coisa?” Ela bufou, embolando e cobrindo a cabeça. “Ele deve estar conseguindo mesmo me deixar maluca!” E então se encolheu, ficando perdida em seus pensamentos. Se repreendendo por pensar em Jack, e quanto mais fazia isso mais pensava nele. Só que se sentia muito culpada por pensar em alguém que odiava no meio de toda essa confusão. Ela deveria estar pensando em como derrotar seja lá o que fosse que estivesse em volta do santuário, e não em alguém que odiava.
Mas lembranças antigas começaram a surgir. Um balanço, uma barraca, uma árvore e um rio. Perfume das flores da primavera. Tudo isso era entre os treinamentos, quando conseguiam escapar. Puxando pela memória, ela e Jack eram muito amigos nos três primeiros anos que se conheceram... Será que amor e ódio andam mesmo de mãos dadas?
Foi então que ouviu uns estalos na janela. Ela franziu o cenho, se sentou, colocou a máscara e foi até a janela, abrindo as cortinas. Lá fora, para a sua surpresa, era Jack.
– Ai, eu não acredito... – Ela abriu as janelas. – Jack! O que faz aqui? – Falou um pouco baixo.
– Buenas noches. – Ele sorriu, chegando mais perto.
A amazona balançou a cabeça. – O que você quer?
– O céu está lindo e repleto de estrelas. Quero apenas te levar para um pequeno passeio antes da hora de dormir. – Ele sorriu, olhando-a.
Bela ficou o olhando. Ela sabia que não podia sair à noite, mas qual o problema se fosse rapidinho? Ainda mais com ele a chamando, tinha que admitir que estava amolecida.
– Vai ser rápido?
Ele abriu um grande sorriso. – Sim!
Bela suspirou, sentando no parapeito da janela, para descer. – Por que está tão grudento?
– Porque quero que acredite em mim. – Ele a segurou pela cintura quando desceu, olhando nos olhos de sua máscara. – Talvez não se lembre do lugar, mas tomara que goste. - E pegando a mão dela, começou a andar.

Gustavo também não conseguia dormir, estava ansioso e ficava o tempo todo embolando na cama, ou andando pelo quarto. Olhava o relógio e parecia que o tempo nem passava. Então resolveu ir até Luna.
Ele saiu do quarto com cuidado e foi até o da frente, batendo devagar na porta. Alguns segundos depois a amazona a abriu.
– Sabia que viria!
– O que pretende fazer? – Sussurrou.
– Vou dar uma olhada por aí para ver se encontro algo suspeito.
– Ficou louca?! – Ele se aproximou. – Athena não nos dá permissão para sairmos à noite.
– Mais não tem problema! É rápido e não vamos tão longe. Errado seria se eu ficasse aqui sem fazer nada sabendo que pode ter algo lá fora.
– Então é melhor contarmos para os outros! – Ele ia se afastando, mas Luna o segurou pelo braço.
– Não! – Ela o puxou para dentro do quarto. – Eu disse que pode ter algo lá fora, mas não tenho certeza. E nós não queremos alarmar todo o santuário a toa não é?
– Nós? – Ele a olhou. Podia ter certeza de que ela estava sorrindo em baixo da máscara.
– Claro bonitinho. Afinal, você também está fora do seu quarto tarde da noite. – Ela foi até a janela, a abrindo.
Gustavo deixou o queixo cair um pouco. – Esperta...
– Obrigado. Agora venha, vá você primeiro.
O cavaleiro de Dragão chegou perto da janela e então a pulou. Logo então, a amazona de Fênix desceu bem sobre ele, fazendo com que o mesmo a segurasse.
– Obrigado. – Disse quando pisou no chão.
Gustavo se ajeitou, vermelho e ao olhar para o lado já viu ela bem à frente. – Hey! Calma! – Chamou, correndo atrás dela.
A garota então parou de repente. – Você está sentindo isso?
Ele olhou para os lados, com os olhos estreitos.
– Tem alguém lá na frente.
– Então vamos lá ver! – Dizendo isso, ele começou a correr.
Quando Luna ia impedi-lo, sentiu algo atrás de si, mas antes que virasse esse alguém a girou, com a destra em sua cintura e a outra mão colocando sobre a boca de sua máscara.
– Shiiiu... – Brincou a pessoa. Era Ikki. – Fênix... O que faz fora do prédio no meio da noite?
Ela suspirou, relaxando. – Não é nada. – E se afastou.
– Ah não...? Então não se importa que eu lhe faça companhia não é?
Luna colocou as mãos no quadril. Estava perdida. Primeiro que seus planos foram por água a baixo. Segundo porque começou errado com seu novo mestre. Terceiro, perdeu Gustavo de vista.
Ele ergueu as sobrancelhas, cruzando os braços esperando a resposta.
– Está bem! Eu sai para dar uma olhada nos arredores para ver se tinha alguma coisa.
– Que coisa mais feia. Sabendo que Athena não quer que saiam.
– Espera aí! Você também está fora!
– Eu não obedeço a ordens, só quando acho que me convém. – Disse fechando os olhos e começando a andar.
– Hey! – Ela o seguiu. – Onde pensa quê vai?
– Vou com você, quer queira quer não. – Disse enquanto continuava a andar, olhando para os lados. – E afinal, eu estava sem sono mesmo, será uma boa para me distrair.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? O que acham que vai acontecer? Falem aí, kissus de cereja e até a próxima.



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