Saint Seiya New Generation escrita por Bárbara Szabo


Capítulo 5
Nos arredores do santuário




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Gustavo se afastava cada vez mais, e ia se aproximando da estátua de Athena. Ele olhou o bosque à frente e teve quase certeza de ver alguém entrando lá. Decidiu então se aproximar para tentar reconhecer a pessoa. Mas quando se deu conta, já estava lá dentro. Olhou para os lados e percebeu que Luna já não estava mais com ele.
– Luna! - Chamou, se virando para trás. O Dragão nem conseguia mais ver o prédio ou a estátua de Athena, qual estava tão próximo agora pouco.
Então um farfalhar. A sensação de não estar sozinho. O coração acelerado e o nervosismo dominou o garoto. Gustavo se virou de uma vez e ouviu um doce riso seguir a oeste.
– Quem está aí? - Perguntou receoso, começando a andar devagar.
Ao longe, ele conseguiu ver um vulto que continuava a seguir caminho, não tão distante dele.
– Hey… Hey! - Gritou a última parte, se apoiando a uma árvore.
O vulto parou e se virou de uma vez. Era uma garota. A garota mais linda que ele já viu. Pele morena e aveludada, olhos castanhos, boca carnuda, cabelos extremamente compridos e castanhos, bem volumosos, que lhe caiam sobre os ombros. Suas feições eram imponentes, mas também demonstravam delicadeza. Ele não parou de encará-la. Era a garota de mais cedo. Ela existia mesmo!
– Oi. Meu nome e Gustavo… - Falou, após reformular as palavras. - Quem é você?
– Sou Flora. - Disse timidamente, se aproximando um pouco.
– Flora! - Ele suspirou, sorrindo. Seu perfume era inebriante e seus olhos penetrantes. Tanto que fizeram com que o garoto esquecesse o porquê de estar ali. - Lindo nome.

Jack segurava a mão de Bela muito contente, a levando cada vez mais para dentro do bosque. A lua estava bem à frente e iluminava o caminho.
– Onde estamos indo? - Ela olhava ao redor, chegando um pouco mais perto dele.
– Você não sabe? - Ele a olhou por um tempo, andando. - Compreensível. Tínhamos que fazer um caminho muito maior antigamente.
Bela concordou com a cabeça, segurando o braço dele com a outra mão. Foi então que ela notou uma marca na árvore, ela era conhecida em suas lembranças e tinha a forma de um sol, torto, mas um sol.
“- Por que essa marca? – Perguntou ela, quando era menor.
Estava ela e Jack naquele mesmo bosque, e ele talhava um desenho no tronco da árvore.
– Para não nos perdermos. - Respondeu ainda concentrado no trabalho.
– Disso eu sei seu bobo! Mas por que um sol?
– Porque o sol é o astro mais magnífico de todo nosso sistema. - Ele sorriu, guardando o punhal e olhando sua obra terminada.
– Aposto que é só por causa dessa sua mancha. - Bela cruzou os braços.
– Não é uma mancha, é uma marca de nascença. - Ele olhou o sinal no pulso, então ajeitou a manga da roupa. - E isso a deixa sim mais especial, sua boba! - E começou a bagunçar seus cabelos.
– Não. Para! - E eles se puseram a correr.”
Agora, a marca já estava um pouco desgastada com o decorrer dos anos. Logo veio a ideia do que poderia ser na cabeça da amazona.
– Jack?
Ele se voltou para ela com o mesmo sorriso de antigamente, a fazendo ficar um pouco perdida. Parecia mesmo que nada tinha mudado.
– Sim? - Ele soltou sua mão, chegando perto de um grande salgueiro.
– Você está me levando ate… - Bela parou de falar quando o viu abrir caminho entre as folhas e passar. Ela chegou perto e afastou-as devagar, passando.
Era um lugar amplo e descampado, as árvores faziam uma espécie de círculo em volta do lugar, no chão havia flores, ao canto um amontoado de pedras, mais a frente um lago e bem no meio uma enorme árvore. A lua deixava um brilho magnífico sobre a superfície da água e vários vaga-lumes voavam no local.
A amazona se apoiou no amontoado de pedras, olhando em volta. - A clareira! Você ainda vem aqui?
– Às vezes, quando consigo escapar. - Ele riu se aproximando da árvore. - Vem. O que eu quero te mostrar está lá em cima.

– Ah cara… Desce dai! - Luna colocou as mãos no quadril, olhando para cima da árvore.
– Cale a boca! - Retrucou Ikki. - Garota insuportável.
– Eu ouvi!
– Você quer fazer silêncio?! - Ele olhou para ela.
Luna suspirou, olhando para os lados. - O que está fazendo ai em cima afinal?
– Estou tentando ouvir alguma coisa, além dessa sua ladainha. - Ele se voltou para frente.
– E precisa subir na árvore?
Ikki trincou os dentes. - Se eu ouvir vou poder me esticar e ver entre os galhos, entendeu?!
– Tá! Tá! - Ela cruzou os braços, se apoiando no tronco.
De repente um barulho muito alto de algo se chocando fortemente contra o chão irrompeu o ar e uma nuvem de poeira subiu ao leste. Os dois, surpresos, olharam naquela direção.
– Ouviu agora?
O Leão a olhou sobre o ombro, com cara brava, então saltou do galho, começando a correr.

– Eu não acredito! – Bela riu, olhando em volta e se sentando em uma das almofadas. – Está tudo igual!
– É. – Ele sorriu, pendurando a luminária num ganchinho no teto, se sentando.
Eles estavam dentro de uma barraca que eles haviam armado pendurada em um galho daquela imensa árvore, quando tinham dez anos. Iam para lá sempre que podiam. Se divertiam, contavam histórias, e conversavam. Lembrar-se disso tudo foi ótimo para a nova amazona. Ela estava perdida em seus pensamentos confusos e traumáticos por causa desses acontecimentos. Mas se sentia tranquila agora. Tranquila com ele.
– O posto de Célia fica aqui perto. – Comentou, abraçando as pernas.
– Mesmo?!
– Mesmo. – Ele riu, se balançando um pouco. – Talvez depois possamos dar uma passada lá.
– Contanto que ela não nos veja. – E riu também.
Se seguiu um silêncio constrangedor. Jack olhou para a menina, corando. – Bela, eu… Tenho uma coisa para você.
Ela endireitou a postura, o olhando. – O que é? – Perguntou casualmente, mas por dentro estava se roendo de curiosidade.
Ele passou a mão nos cabelos, sem jeito. - Bom. - Ele respirou fundo. – Eu queria provar que me arrependi de ter brigado com você… – Falou enquanto colocava a mão no bolso. – E mesmo que você não acredite ainda, provar o meu amor. – Ele estendeu a mão que estava no bolso, segurando um colar fino de prata com um pingente de asinha.
Pégaso sentiu as bochechas queimarem enquanto olhava o garoto e o colar. – Que lindo.
– Gostou mesmo?
– Claro!
Ele sorriu sem jeito, indo para perto dela e abrindo o colar. – É que fica um pouco difícil de saber seus sentimentos com essa máscara. – Jack passou os braços em volta do seu pescoço, colocando o colar.
– Essa é a intenção seu bobo!
E se puseram a rir. O garoto balançou a cabeça, se aproximando mais um pouco. A garota gelou, sentindo uma agonia no estômago. “Deve de ser aquelas borboletas.” Pensou. Jack segurou a mão dela, se aproximando mais. Foi quando um estrondo muito forte irrompeu o ar, e da barraca eles puderam ver uma nuvem de poeira subindo. Com um suspiro, a garota foi para perto da abertura da barraca, sentindo o coração desabar.
– Célia!

– O que a traz aqui? – Gustavo olhava para a garota.
– Na verdade, minha casa fica aqui perto, mas eu sempre quis saber o que tinha depois do bosque. Mil desculpas por invadir.
– Tudo bem, não tem problema. Por sorte só eu a vi. – Ele sorriu, corando.
Ela riu, chegando mais perto. – Você é muito gentil Gustavo.
Ao olhar em seus olhos o Dragão não quis pensar em mais nada, mas foi tirado desse sonho por um grande estrondo.
– Meu Deus! – Ele olhou aquela poeira subir ao leste, e de súbito se lembrou de Luna. – Flora, vá embora! Aqui não é e nunca foi seguro para ninguém! – Gritava, enquanto se afastava na direção do barulho.
– Ma-mais… – Ela suspirou, logo suas feições foram de meiga para fria. – Droga.

Célia era arrastada pelo chão, deixando um buraco por onde passava e deixando um rastro de poeira. Em gemidos sufocados ela tentava se soltar da coisa que a segurava e apertava seu pescoço. O que ela não tinha notado era que eram as raízes da árvore que tinham a suspendido outra vez e mergulhado com tudo suas costas no chão, arrastando e apertando seu pescoço. Seus dois companheiros eram atacados e balançados algumas vezes por cipós, quais se movimentavam rapidamente e vinham quase que de toda parte.

– Mais o que é isso? – Ikki semicerrou os olhos, tentando ver através da cortina de poeira. Ao olhar para o lado, viu a amazona se afastando, logo então foi até ela, segurando seu braço.
Ela surpresa se virou de uma vez. – O que foi?
– Onde pensa que vai?
– Chamar ajuda. – Ela puxou o braço. – Estamos sem nossas armaduras.
– Pode ir então, mas não vai ter tempo de voltar e pegá-los vivos novamente.
Luna hesitou, então relaxou os ombros. – O que sugere então?
– Você tente ficar viva que eu vou descobrir o que é que está acontecendo. – Ele olhou sobre o ombro.
– Ma-mais…!
– Escute. – Ele se voltou para ela. - Se eu vou mesmo ter que treinar você, é melhor que me obedeça. – E quando viu mais um protesto surgir a interrompeu. – Só não fique no meu caminho!
Não achando aquilo tão justo quanto devia ser, Luna concordou, e foi quando estavam se dirigindo para o local que ouviram barulho de passos. Era Bela e Jack.
– Pégaso? – Ikki fechou a cara, cruzando os braços. – Regras não valem mais aqui?
Bela balançou a cabeça. – O que aconteceu afinal?
– Acabamos de chegar também.
– Deixem de papo e vamos logo, seus idiotas! – Disse Ikki, correndo pelos arbustos.
– Ignorante. – Comentou a amazona, chegando perto de Luna. – Sem ofensa.
Fênix riu, balançando a cabeça. Então correram para lá também.
– Meteoro de Pégaso!
– Ave Fênix!

Gustavo correu bastante. Não queria admitir, mas estava perdido. Foi quando ouviu outro estrondo e vários fleches de luz que ele dobrou a esquerda, na direção daquilo tudo, e chegou à área do furdunço. O ponto de vigia.
Estava a maior confusão lá. Bela tinha se agarrado a alguma coisa que balançava loucamente no ar e que segurava outra amazona pelo pescoço. “O que ela está fazendo aqui?” Pensou. Viu também quatro garotos e Luna lutando contra alguma coisa que os atacava constantemente. “Luna!” Comemorou o reencontro no pensamento, começando a ir até lá. Foi quanto viu algo investir contra ele, logo então mergulhou, rolando no chão. Quando se levantou, notou que Ikki era um dos rapazes que lá lutavam.
– Relâmpago de Plasma! – Gritou ele. E vários fleches de luz apareceram, despedaçando a raiz que Bela e Célia estavam.
Pégaso segurou o braço da mestra, impulsionando os pés e pulando daquela coisa antes dela amolecer e cair. As duas despencaram no chão, embolando.

“Uma raiz?! O que é que está acontecendo aqui?” Pensou o garoto.
– Essas coisas amaldi… – Ikki parou de falar ao perceber Gustavo, se virando para ele. – Outro? Qual é? Ninguém sabe o que significa proibido aqui? – Ele olhou para os lados, fingindo indignação.
– Só quis garantir que sua aprendiza não se metesse em encrencas, senhor. – Ele sorriu.

– Querem parar de bater papo e lutarem?! – Luna chegou perto deles, desviando de um dos cipós.
– A senhora está bem? – Bela ajudou Célia a se levantar.
– Vou ficar sim… – Falou, cansada e toda machucada.
– Cuidado! – Gritou Jack, indo para frente de Bela para protegê-la de uma raiz que vinha a toda velocidade para cima dela, mas, mesmo assim, os dois foram jogados longe contra uma árvore.
Quando iam se levantar, a mesma raiz agarrou o garoto pela barriga, o chacoalhando pelos ares, e o batendo várias vezes de frente e de costas no chão. Ela até ia ajudá-lo, mas tinha sido pega pelos cipós.
Enquanto isso, um cavaleiro de prata foi arrebatado de sua luta por aquelas plantas, sendo chacoalhado no ar. Seu colega tentou ajudá-lo, mais foi pego por uma raiz, tendo o pescoço quebrado imediatamente.
– Parece que eles pararam de brincar. – Comentou Luna, torando alguns cipós.
– Temos que sair daqui! Estamos dando vantagem a eles sabiam? – Disse Gustavo, encostando as costas nas de Luna.
– Ele tem razão! – Ikki chegou perto. – Estamos num bosque, sempre vai haver mais!
– Então vamos… – Antes que Luna pudesse terminar a frase, ela foi pega pelos pés por uns cipós e Gustavo foi jogado contra uma árvore pelo golpe de uma raiz.
– Luna! – Ikki foi até ela. – Gustavo, tire os outros daqui agora!
– Já estou indo. – Ele deu alguns golpes contra a raiz. – Só estou um pouquinho ocupado no momento!
Bela conseguiu se soltar bem em tempo de Jack ser jogado contra a árvore, quando a amazona se virou para ele, viu a hora que a raiz lhe cravou na barriga, atravessando-o.
– Não! – Gritou, correndo para ele. Os cipós se agarraram as pernas dela, a derrubando perto dele.
Jack virou a cabeça para ela, sorrindo de canto. - Oi… – Disse em meio a um suspiro fraco.
– Não ria agora seu idiota! – Ela segurou numa pedra perto dele, lutando para não ser levada.
– Mais está tudo bem.
– Não! Jack, você está…
– Morrendo? – Ele a interrompeu, ainda mantendo o pequeno sorriso. – Só quero que saia daqui.
– Não sem você!
– E você dizendo que não era para ela nos ver… - Ele riu fracamente, colocou a mão sobre a dela. – Eu te amo.
A amazona ficou parada, o olhando. As lágrimas saindo por baixo de sua máscara.
– Está chorando? Desculpe, é que fica um pouco difícil... De saber seus sentimentos com essa máscara... – Mentiu. Sua visão que estava embaçando e escurecendo a medida que relaxava.
Devagar, com uma mão a garota tirou a máscara, e com a outra continuava a se segurar. Seu rosto estava todo molhado pelas lágrimas. – Essa era a intenção seu bobo.
– Nossa… – Ele sorriu, com as lágrimas a rolarem pelo rosto. – Você é a garota mais linda que eu já vi.
Bela riu um pouco, ainda chorando. Então colocou a mão livre em seu ombro, dando um selinho no rapaz. – Eu acredito em você… – Falou após o beijo.
Jack sorriu e aos poucos foi pendendo a cabeça, e o sorriso deixando seus lábios. Ele tinha morrido.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Amaram? Odiaram? Não deixem a titia Sz no vácuo ;-;
Bichinho de Jack, morreu justamente quando deu uns pega em Bela.
O próximo já vem por aí, kissus de cereja e até a próxima. Fuui!



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