I'm not afraid anymore escrita por CRAZY


Capítulo 5
Capitulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Pessoal, a fic tá tendo muito pouco comentário e tá desanimando muito! Eu tô adorando escrever essa história e não queria parar então por favor, divulguem e comentem sempre.
Boa leitura!!!



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Entramos em um grande teatro e nos sentamos em cadeiras bem perto do palco. Uma mulher parecendo atarefada chegou perto de mim e perguntou:

– Você é a Ludmila Ferro não é mesmo?

– Sim, sou eu.

– Me acompanhe que eu te levarei para trás do palco, não se preocupe que eu te explico tudo lá.

– Tá bom.

Me levantei e a segui. Tentei ser o mais discreta possível e desviei das câmeras espalhadas por toda a parte. Paramos perto dos camarins e então ela disse:

– Bom, esse é o entrevistador, acho que você deve conhece-lo.

Olhei para o lado e vi Steve Marlon, apresentador de um programa famoso de TV.

– Prazer, Steve. - Disse ele estendendo a mão para mim. Parecia ser um pouco mais velho que na TV, uns 45 anos mais ou menos, era alto, com cabelos enrolados pretos e olhos bem azuis, estava usando um terno preto bem chique.

– Prazer, Ludmila. - Eu disse correspondendo ao cumprimento.

– Bom, ele vai te explicar o que irá acontecer, pois tem muitas coisas que eu preciso checar. Com licença. - Disse ela se distanciando.

Steve entrou em minha frente e disse:

– Não se preocupe, não tem nada ensaiado da sua parte. Irei falar algumas coisas e depois te chamarei, você entrará no palco por aquele espaço está vendo? - Disse ele apontando para o outro lado.

– Sim.

– Você vai me cumprimentar, irá se sentar na cadeira ao lado da minha e irá começar um breve bate-papo. Irei fazer algumas perguntas, você irá responder e é isso, depois a palestra começa e você pode ir embora. Vai ter uns quinze ou vinte minutos no máximo. Mas relaxa, comigo do seu lado não irá chamar tanto a atenção.

Disse ele me olhando de cima a baixo, me deixando meio constrangida.

– Tá bom.

– Nos vemos daqui a dez minutos anjinho.

Disse ele piscando e indo em outra direção. “Anjinho na tua cara!” tive vontade de falar, o conheço a dois minutos e ele já tá me chamando de Anjinho! Qual é? A voz dele era esnobe e já entregava a sua arrogância. Muitas garotas devem amar ele, pena que não o conhecem de verdade.

Encostei na parede e esperei aquilo começar. Depois de vinte minutos mais ou menos ele me chamou. Respirei fundo e entrei aonde ele falou mais cedo. Havia muita gente ali e eu senti meu rosto queimar, meus pais me intimidavam com o olhar, teria que ser tudo perfeito. Fiz tudo que ele mandou e eu me sentei na cadeira ao lado da dele.

– Primeiramente queria te perguntar o que você pensa sobre drogas.

– Acho nojento. Tem tanta coisa tóxica misturada com outras coisas que destroem o seu corpo... Aquilo de deixa louco, acaba com a sua família e com tudo o que você tem de uma maneira tão terrível. Você perde tudo que você tem de importante para usar uma coisa que só te mata dia a dia.

As pessoas aplaudiram minha resposta me deixando ainda mais embaraçada, palcos não foram feitos para mim.

Muitas outras perguntas seguiram. As vezes ele fazia afirmações e eu tinha que comentar sobre elas, parecia uma prova, que de certo modo valia alguns pontos, não para mim, mas para os meus pais. Todo o final de resposta me aplaudiam e eu queria enfiar a minha cabeça num buraco. Mas tinha uma coisa me incomodando MUITO em tudo aquilo e adivinhe... era o apresentador, que não parava de olhar para as minhas pernas e o pior é que ela não sabe disfarçar! Deveria ter vindo de vestido longo, por mais que eu os odeie.

A pergunta final foi a mais difícil:

– E para encerrar, fale alguma coisa das pessoas que usam drogas, os drogados.

Engoli seco. Um dos meus colegas, ou agora não mais, usa droga e ele pode estar me assistindo nesse momento. Ótimo!

– É... Eu não sou uma pessoa preconceituosa, de verdade, e então não vou ficar falando mal dos drogados e nem vou trata-los mal por usarem esse tipo de coisa, pois muitos deles se afundam nas drogas por que são maltratados e encontram a droga como uma nova forma de estar bem de novo, pois ela dá sensação de euforia, mas depois do efeito eles ficam deprimidos e, para se “alegrarem”, usam a droga novamente e esse é o vício. Só tenho um conselho pra dar pra essas pessoas: procurem ajuda, vai ser muito melhor pra vocês e pra gente também que, em alguns casos, sofremos a perda de um ente querido por causa das drogas.

Me aplaudiram novamente, só que dessa vez com mais intensidade. Depois Steve encerrou a entrevista dizendo que a palestra começaria e saímos do palco.

– Foi muito bem lindinha. – Disse ele quando ficamos atarás das cortinas.

– Obrigado. Agora tenho que ir.

– Sem antes se despedir de mim?

Ele me deu um beijo na bochecha e disse no meu ouvido:

– Nos vemos algum dia, tomara que seja o mais breve possível. Vou ficar com saudade.

Depois de afastou de mim e foi embora. Queria tanto dar um soco na cara dele, mas tanto. Porém ia acusar uma bela bagunça e eu ia me ferrar no final das contas, como acontece sempre.

Saí de lá o mais rápido possível e voltei para o lugar onde eu estava antes de ser chamada. A palestra já havia começado.

– Foi ótimo. É melhor continuar assim. – Disse a minha mãe baixinho.

A palestra foi um saco pra falar a verdade. O cara tinha no mínimo uns oitenta anos, era muito sério e não fazia uma piadinha sequer. Sempre rio de piadas, mesmo que sejam péssimas, na verdade rio da idiotice da pessoa que as contam, mas é legal. Eu estava me segurando para não dormir e percebi que o resto das pessoas faziam o mesmo.

Depois de uma hora e meia de uma palestra que se parecia infinita fomos para casa. Finalmente! Meia hora de carro e chegamos em casa. Eram umas dez da noite, horário que durmo normalmente. Fui direto pro quarto, me arrumei pra dormir e me joguei na cama.

(....)

No caminho da escola, contei tudo para a Naty sobre a minha conversa com o Federico.

– Nossa! Ele disse isso mesmo? – Perguntou ela depois que eu terminei.

– Disse! Ele foi muito grosso comigo e quase que eu dei uma voadora nele!

– Que louco! Eu sairia correndo e nem falaria nada.

– Não sei por que, mas não tenho tanto medo de falar com ele, claro que naquela hora eu fiquei com medo, mas sem ser aquilo, tudo flui tão normal.

– Você se considera amiga dele?

– Não, acho que não.

Chegamos na escola e eu fui até o armário pegar o material de matemática, que seria a primeira aula. Ao abri-lo encontrei um papelzinho.

“Me encontre no lugar de sempre na ultima aula. Quero falar com você. Não aceito não como resposta.

Fê”

O que ele queria comigo agora? Mas eu me sentia na obrigação de ir, não sei por que.

Depois de todas as aulas chegou a penúltima, que era de álgebra. Eu estava muito nervosa, nunca matei aula na vida e seus minha mãe descobrisse eu estava frita! E se o professor desse matéria nova? Mas eu ia mesmo assim. Bateu o sinal da troca de aula e eu saí da escola discretamente.

Fui caminhando pelo mesmo caminho que sempre faço e encontrei Federico na viela, fumando como sempre e encostado na parede com uma das mãos no bolso.

Me aproximei dele e quando ele me viu sorriu.

– Teve coragem? – Perguntou ele me olhando fixamente.

– Não. Mas vim mesmo assim. – Eu disse com a cara fechada.

– Desculpa por ontem, eu tinha fumado mais que o normal. Eu me exalto muito quando essa coisa vai pra cabeça.

– Tá desculpado.

– Te assustei né.

– Muito.

– Foi mal mesmo.

– Tá bom.

– Você é muito ligada nessas coisas de escola. Aposto que entrega a lição de casa.

– Poderia ter ganhado cem reais de alguém se realmente tivesse apostado isso.

Ele riu e deu uma tragada.

– Te vi no evento, acompanhei ele pela TV. Você tava bonita e o Steve Marlon deve ter achado o mesmo, ou você acha que eu não notei? – Disse ele com um sorrisinho malicioso.

Eu senti meu rosto queimar.

– Ele é um idiota.

– Deve ser mesmo.

Um silencio começou e eu estava meio nervos ainda.

– Porque me chamou? – Perguntei.

– Eu vi sua entrevista e, pode crer, eu gostei muito. E quando você falou dos drogados eu te aplaudi mentalmente também. – Eu ri. – E parece que você entende o que acontece.

– Nunca tive contato com um drogado na vida.

– Não parece. Eu queria te contar por que eu falei pra você ontem que eu não sou legal e talvez você me entenda.


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Notas finais do capítulo

Não se esqueçam de comentar hein!!!