Chegamos em Córdoba mais cedo do que imaginávamos. Na verdade estávamos correndo contra o tempo. As noites sem conseguir pregar os olhos eram frequentes e tínhamos de rezar pra polícia não nos parar.

– Certo, pelo que eu encontrei aqui ele mora nesse endereço. – Federico disse me passando o celular.

Pela foto do perfil dele, ele se parecia muito com o cara do vídeo.

– Ótimo. E em quanto tempo chegamos lá? – Perguntei.

– Acho que em vinte minutos estaremos no portão desse bandido. – Respondeu ele.

– A gente vai arrombar o portão dele e sair correndo atrás desse cara se ele tentar fugir ou coisa parecida? – Perguntou Naty com alguma esperança.

– Isso não é um filme policial Naty. – Disse Angie.

– Ah, mas dá pra dar uma animada né? O clima tá tenso demais! – Ela disse.

– Naty o negócio é sério. A gente sabe que você é totalmente louca e tem problemas cerebrais únicos, mas isso tá colocando em perigo a nossa vida! – Eu disse.

– Tá bom! – Disse ela levantando as mãos, como se estivesse se rendendo.

Vinte minutos depois paramos em frente a um portão branco, onde seria o endereço do cara. Abri a porta mas Federico me puxou pra dentro.

– O que tá fazendo? – Ele perguntou.

– Não vamos saber nunca se ele é o verdadeiro cara se eu não apertar a campainha. – Eu disse irônica.

– E se esse louco sai armado e dá um tiro em você? Tenho que cuidar de você. Você fica aqui dentro!

– Own!!! – Disseram as garotas.

– Essa briga é minha. – Ele disse saindo do carro.

Federico foi até a calçada e apertou a campainha. Senti meu coração disparar. De repente exatamente o garoto do Facebook abre o portão e arregala os olhos.

– Federico? – Disse ele.

– Liga pra policia Ludmila – Angie disse.

Peguei meu celular tremendo e comecei a discar.

– Então você lembra de mim? – Disse Federico.

– Claro que eu lembro! O cara...

– O cara que teve a namorada morta por você e que transformou minha vida num inferno depois disso. – Disse Federico o interrompendo e dando um soco na cara daquele garoto e assim uma briga violenta começou.

Nesse momento a policia atendeu.

– Alô, é da polícia?

– Alô o que gostaria.

– Eu tô aqui na casa de um assassino.

Ele pediu o endereço e disse que estava vindo.

Desliguei o celular e pude ver aquele garoto sacando uma arma.

– Calma Marcelo. Não faz isso. – Federico disse se levantando e erguendo os braços.

Não aguentei e saí do carro.

– Ludmila não! – Gritou Naty, mas eu fiz que nem ouvi.

Abracei Federico com força.

– Pelo amor de Deus não atira! – Eu gritei.

– A filha dos advogados? Federico tá podendo hein. – Disse o maluco rindo.

– Volta pro carro Ludmila. – Federico pediu.

– Não! – Eu disse.

– Bonitinha hein. Seria uma pena se acontecesse alguma coisa com ela. – Marcelo disse passando a mão no meu rosto.

– Não encosta nela! – Disse Federico, que se calou quando Marcelo apontou a arma pra cabeça dele.

– Vem aqui Ferro. – O garoto me chamou.

– Eu não vou! – Eu disse.

– Ah não vai? Então seu namoradinho vai virar churrasco.

Deixei uma lágrima escapar. Eu não queria demonstrar medo, mas era impossível. Me separei de Federico e fui andando devagar até Marcelo, ao me aproximar ele colocou a arma na minha cabeça.

– Agora eu vou ter uma conversinha com ela e se quando eu voltar você não estiver mais aí, nunca mais vai ver a Ferro.

Federico estava nervoso e suava.

– Ela não tem nada a ver com isso Marcelo, se você tiver que resolver alguma coisa resolva comigo! – Disse Federico.

– Se eu for resolver as coisas com você, vai ser definitivamente.

– Tudo bem, mas larga ela por favor.

– É isso que você quer? Quer se livrar dessa e colocar o Federico na forca? – Marcelo me perguntou. Engoli seco e nem precisei pensar duas vezes, fiz que não com a cabeça.

– Ludmila não faz isso. – Federico pediu.

– Bom, chega de papinho. Vamos partir pra ação. – Disse ele me levando pra dentro da casa.