Eu estava nervosa e muito ansiosa para saber a reação dela. Fui até o sofá e eu e o Fede nos sentamos.

– Angie eu... Eu e o Federico vamos viajar para a Austrália. – Eu disse.

– Como é que é? – Ela perguntou quase espantada. Naty também estava com a mesma expressão.

– É. E eu preciso que você faça uma autorização para eu poder viajar.

– Não. Não irei fazer isso. – Ela respondeu.

– Por favor, Angie! É urgente! – Eu disse.

– Não! Você é só uma garota de quinze anos, não pode sair por aí de uma hora para outra.

– Angie você precisa me ajudar!

– Sem chance Ludmila.

– Mas Angie...

– Ludmila eu já falei que não! E eu como fico? O que falo para o seus pais? Que deixei você fugir? Eu posso ser presa!

– Você não vai ser presa. Eu sei de um jeito para isso não acontecer, mas por favor faça uma autorização.

– O que você irá fazer?

– Vou escrever uma carta, dizendo que você não tem culpa de nada, que eu fugi de noite enquanto você dormia, algo assim.

– Ludmila se eu fizer isso...

– Você não irá se arrepender, eu prometo. – Eu a cortei.

Ela respirou fundo e disse:

– Ludmila eu gosto muito de você, você é como uma filha para mim e eu só não quero que você se dê mal! Você é jovem e tem muito pra viver ainda, eu sei que você não vem tendo a vida que você quer e muito menos a que você merece. Por causa disso eu vou fazer a autorização pra você. – Ela disse deixando uma lágrima escapar.

Eu a abracei bem forte. Naquele momento eu percebi que aquilo era uma mãe de verdade, que eu tinha a mãe que eu tanto queria.

Enquanto ela fazia uma autorização eu ia escrevendo a carta. A deixei na escrivaninha do meu quarto e expliquei para a Angie o que ela deveria fazer quando meus pais chegassem e tudo.

Desci e encontrei a Naty com uma cara não tão boa, sentada no sofá.

– Quer me ajudar a fazer a mala Naty?

– Não.

– O que foi?

– O que foi? Você ainda tem coragem de perguntar?!

– Como assim?

– Você vai embora! Vai me deixar sozinha!

– Eu sei Naty, mas é uma razão muito importante.

– Qual?

– Não posso te contar. – Eu disse meio sem graça.

– Tá vendo. Nunca tivemos segredos Ludmila. O que tá acontecendo com você.

– Um dia, quando eu puder te contar tudo você irá entender.

– Um dia que nunca vai chegar né. Você vai lá pra Austrália com o Federico e sabe-se lá se você vai voltar.

– Claro que vou voltar!

– Mas eu já não vou tá mais aqui. Você trocou nossa amizade Ludmila, agora já foi. – Dito isso ela saiu batendo a porta.

Droga! E eu nem podia ir atrás dela, porque agora que esse negócio com o Federico se tornou público, deve estar cheio de paparazzi perto da minha casa.

Angie nos levou para o aeroporto o mais rápido possível, para que não desse tempo da polícia do aeroporto não saber da notícia. Chegamos lá e fomos fazer todos os processos necessários. Mas toda essa correria não adiantou de nada. A polícia parou o Federico um pouco antes de entrarmos na sala de embarque.

– Posso ver seus documentos senhor? – Perguntou o policial.

Federico me olhou nervoso e deu os documentos para o homem. Ao ler, o policial sorriu e disse:

– Federico Pasquarelli está preso por assassinar Jéssica Martins e pelo que vejo, tentar sequestrar a filha dos Ferro. – Dito isso pegou as algemas e as colocou no Federico.

– Eu não fiz isso! – Disse Federico.

– Temos provas.

– Essas provas são falsas.

– Você deve permanecer calado. Você está com Ludmila Ferro e já sabemos do seu envolvimento com ela, que pode ser a próxima vítima. – Disse o polocial.

– Não! Eu amo ele! Eu estou indo viajar com o Federico por vontade própria!

– Senhorita, nada que você disser vai mudar alguma coisa. Agora vamos para a delegacia, os dois.

Fomos andando até a saída do aeroporto e toda a imprensa estava lá. Como fazem pra saber as coisas tão rápido assim. Tivemos que passar por ele mesmo assim.

Entramos no carro, Federico teve de ir no banco de trás, separado por grades e eu no banco do passageiro, com o policial dirigindo.