Preso sem cordas

No dia seguinte eles ficaram de tocaia nos telhados, próximo ao sétimo esquadrão quando viram uma garota e Ikkaku disse que era aquela. Todos ficaram em silêncio observando. Depois se afastaram juntos, olharam um para o outro e começaram a rir, menos o Ikkaku que ficou indignado. E perguntou o que foi:

– Ora Ikkaku, essa moça não ia fazer isso. – disse Hisagi.

– Vocês estão me chamando de mentiroso.

Para conciliar Kira deu uma idéia:

– Vamos fazer o seguinte, à tarde na associação masculina de shinigamis, vamos perguntar para o Iba-san, sem dar muito na vista, então ficamos sabendo mais coisas sobre essa garota.

Mais tarde na reunião Hisagi perguntou ao Iba:

– No seu esquadrão tem uma garota de cabelos dourados, não a vemos muito.

– É ela não é muito de se relacionar com os outros, não conversa nem comigo, que sou seu tenente. Nem preciso dizer que para ficarem longe dela, ela é bonita, mas é anti-social, se não quiserem problemas é bom ficarem na de vocês.

Kira disfarçou e trocou de assunto.

Naquela mesma noite se reuniram e Kira disse:

– É muito misterioso, há algo errado nesta história.

– Eu concordo, mas não há nada que se possa fazer. – comentou Hisagi.

– Deixa isso pra lá vamos esquecer esse assunto. – finalizou Ikkaku.

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Passados uns dias, Ikkaku chega ao esquadrão pálido, ofegante, trêmulo, sem conseguir falar direito, o que assustou seus amigos. Deram para ele um copo de água, curiosos perguntaram o que foi que aconteceu.

Quando estava um pouco melhor Ikkaku ficou em dúvida se contava ou não. Essa situação irritou seus amigos. Assim ele acabou contando.

– Sabe aquela garota, eu a vi de novo e perguntei por que ela tinha me beijado. Ela ficou me olhando bem nos olhos e disse simplesmente, que foi porque eu fiquei falando e negando com insistência. Então ela ficou olhando para a minha boca e viu que meus lábios eram tão lisinhos, pareciam gostosos. Então resolveu beijá-los.

– O que? – disseram todos na mesma hora.

– É foi o que eu disse. Então ela falou que minha boca tinha gosto de pêra e foi andando de costas olhando pra mim. Eu perguntei: “De que?”, ela respondeu que sim, de pêra, lisinha, macia, suculenta e docinha... é claro que tem gente que não gosta... então eu perguntei se ela gostava de pêra  e ela disse, ahh, eu gosto e você, que gosto você acha que a minha boca tem? Aí eu respondi que não lembrava.

– E não lembra. – perguntou Kira.

– Não nunca tinha pensado numa coisa dessas na minha vida e tinha sido rápido. Acho que ela ficou chateada, porque depois se virou e saiu andando, até que chegou próximo de umas árvores então virou pra mim e me perguntou se eu gostaria de me lembrar. Bom eu achei melhor dizer que sim. E ela continuou então tá, está vendo aquela árvore ali, eu disse que sim, então ela falou fique com as costas na árvore, com as mãos pra trás segurando na árvore. Então ela disse: Bom o trato é que em hipótese alguma saia desta posição, como eu sei que você não é covarde vai cumprir o trato certo. Eu disse certo. Aí ela foi se aproximando de mim ergueu os pés um pouco aproximou o rosto do meu e me beijou de novo, mas dessa vez demoradamente. Não resisti e a beijei do mesmo modo, fiquei ofegante, não quis parar ela não se afastou, então continuei. Até que de repente ela afastou os lábios da minha boca como quem não consegue respirar e foi ficando pior, não conseguindo falar e se afastou e foi embora. Eu estava emocionado, meu coração batia forte e minhas pernas estavam trêmulas, acho que fiz alguma coisa errada, eu não tenho certeza acho que estava, ah, não quero falar.

Disse Ikkaku cruzando os braços.

– Quem não tem palavra aqui somos nós, da onde você tirou essa história. – disse Hisagi.

Enquanto Hisagi fica zangado, Yumichika começa a rir e falou:

– Já sei, você achou que não tínhamos caído na outra vez, resolver tentar de novo agora.

Ikkaku se levanta furioso:

– Que tipo de amigos são vocês.

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