Quarteto Fantástico: O Destino da Latvéria escrita por Larenu


Capítulo 9
Raio-X


Notas iniciais do capítulo

Nossa, eu não posto aqui faz tempo, né? Hora de tirar a poeira.



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Werner se conteve a princípio, contudo logo cedeu e começou a falar a repeito do rei.

— Vladimir Fortunov é um exemplo primordial de políticos corruptos com uma sede de poder que nunca será saciada. Seus congressistas americanos inescrupulosos não podem nem se comparar a Vladimir. E, nesse mundo de injustiças no qual vivemos, ele permanece impune — contou Werner.

Leonard Samson mostra uma folha de um jornal de um país próximo.

— "O desaparecimento do Rei da Latvéria: bom ou ruim?" — leu Coulson.

Werner riu.

— Isso é ótimo. Não vou tentar conter minha alegria, agentes. Se eu tivesse uma chance, ou algo próximo a isso, não hesitaria em matar Vladimir. Mas eu jamais teria. Ele não tem coragem o suficiente para enfrentar alguém olho no olho.

— Pois então você acha justo esse tipo de crime? Neste exato momento, Vladimir pode estar sendo torturado por um louco. Acha isso justo?

— Claro que acho. Você nunca esteve na Latvéria, não é mesmo? Não sabe como era viver sob a ditadura de Fortunov. Pois então não me julgue, agente, por odiar e desejar a morte para Vladimir.

Coulson acenou para Leonard com a cabeça, indicando que se afastasse. 

— Sabe de alguém que poderia fazer isso com Vladimir?

— Sei de muitas pessoas que não hesitariam se pudessem.

Rick Jones já estava perdendo a paciência.

— Escute-me atentamente, senhor Von Doom. Seu filho desapareceu junto do rei. Ao que parece, o sequestrador estava aguardando a visita de Victor para sequestrar ambos. Se cooperar conosco, encontraremos seu filho.

Werner sorriu ao ouvir o nome.

— Não vejo a graça, senhor Von Doom. Seu filho pode estar sendo torturado por um louco neste exato momento.

Então, Werner começou a rir compulsivamente. Ele se inclinou para frente, rindo cada vez de forma mais histérica. Por fim, levantou o rosto e olhou Phil Coulson nos olhos.

— Gosta de histórias, agente? 

Coulson olhou para ele demonstrando apreensão.

— Vou te contar uma. Uma semana atrás, eu recebi uma ligação na prisão. Era um homem quem falava do outro lado da linha. Escutei atentamente a cada palavra dele. Pelo que ele disse, estava dirigindo para o aeroporto. O homem não se apresentou, mas sua última frase me marcou. "Eu vou matar Vladimir".

Os olhos de Coulson se arregalaram quando entendeu onde Werner queria chegar. Depois, foi a vez de Samson. Por último, Rick.

— Filho da... — começou a dizer Rick.

— Sabe, agente Coulson... — Werner interrompeu Rick. — Se um torturador estivesse com meu filho neste exato momento, ele seria louco. Eu teria pena desse louco.

Foi então que o comunicador no ouvido de Coulson apitou. 

— Coulson falando.

— Aqui é Maria Hill. Acabo de receber uma ligação de Reed Richards. Ele disse que devemos ficar atentos à televisão nesta noite.

— Só isso?

— Não. Ele explicou. 

— O que ele disse?

Maria parecia relutante.

— Ele disse... que Victor Von Doom fará um pronunciamento nesta noite.





Sue e Johnny se entreolharam, logo depois olhando ao mesmo tempo para Raio-X e seu corpo robótico. 

— Pronto? — ela perguntou.

— Eu nasci pronto. E você?

Ela sorriu.

— Mais pronta do que nunca.

Então, a batalha começou. Sue ficou invisível e correu para trás de Raio-X. Johnny incendiou seu corpo e disparou rajadas de fogo na direção de seu inimigo, porém o fogo não parecia causar danos ao corpo robótico de Raio-X.

— Acho que ele é a prova de fogo, Sue — disse Johnny, um tanto quanto preocupado.

De repente, algo rígido se chocou contra a cúpula de vidro de Raio-X. 

— Ataquem com tudo, irmãos Storm. Eu sou imparável agora. O próprio Destino me deu este corpo!

Raio-X estendeu suas mãos, que mais pareciam conjuntos de ganchos. Raios de eletricidade brotaram das pontas dos "dedos" metálicos do robô, e atingiram Johnny em cheio. O Tocha Humana caiu de joelhos, enquanto tentava resistir o quanto conseguisse.

Mais uma vez, Sue golpeou a cúpula de vidro com um campo de força em volta de sua mão. Repetiu o movimento mais vezes, até a primeira rachadura aparecer. Para sua surpresa, porém, Raio-X apenas girou insignificantemente sua mão, e os raios de eletricidade acertaram Sue em cheio. Ela gritou e caiu para trás.

Então, desesperadamente, criou um campo de força em volta de si. A corrente elétrica se intensificou e se espalhou sobre a superfície do campo de força. Sue se abaixou, um tanto quanto tonta. Em um último recurso de sua energia, arremessou o campo de força na direção de Raio-X assim que atravessou o campo, se sentiu exausta e desmaiou.

Quando Raio-X e o campo de força energizado se chocaram, contudo, seu corpo sobrecarregou e se desligou. Dentro da cúpula de vidro, a imagem esquelética que se formara desapareceu. Em seu lugar, a energia rosa que representava a forma já conhecida de Raio-X surgiu.

A energia rosa se debateu contra o vidro, escapando pela rachadura. Por fim, adotou a forma humanoide. Olhou para Johnny, cujas chamas estavam apagadas. Ele, porém, permanecia acordado. Sem grandes esforços, Raio-X imobilizou Johnny com uma rajada.

Durmam bem, irmãos Storm. Temos um encontro marcado com o Destino. Vetor! — Raio-X gritou, adotando um tom zombeteiro. Então, a porta de metal atrás de si se abriu, e Encouraçado passou por ela. 

O enorme homem de metal, literalmente, colocou a Mulher Invisível em seu ombro direito e o Tocha Humana em seu ombro esquerdo. Após isso, os dois Alienígenas passaram pela porta.





Momentos antes, no enorme salão metálico dos Doombots, ou Robôs Destino, Reed Richards suava frio. Estava extremamente nervoso, e Victor aparentemente notara isso. E estava caçoando disso na frente de Reed.

— Acalme-se, alma preocupada. O Destino lhe dará o futuro que você merecer. 

Reed reuniu saliva na boca e ameaçou cuspir. Victor, ou melhor, Doutor Destino levou seu dedo para a boca de Reed.

— Não se atreva, alma insolente. Ou você de fato não passará de uma alma.

O Senhor Fantástico se conteve. Destino estava muito perto, e o Coletor de Almas mais perto ainda. Então, para a surpresa de ambos, a porta se abriu, impedindo-o de prosseguir com qualquer plano. Vapor, Encouraçado e Vetor entraram por ela, com uma pedra bege flutuante e o morto-vivo de momentos antes logo atrás.

O cadáver caiu de cara no chão. Reed demorou um pouco para reconhecer que a rocha, que flutuava devido a pequenos pedaços de metal presos a ela através dos quais Vetor usava seus poderes, era, na verdade, o Coisa transformado por Vetor.

Apesar do orgulho, Reed estava com medo. Havia tempos que não sentia isso arder de forma tão forte em seu peito. Quando a porta tornou a se abrir, Reed quase desmaiou. Era Boris. Sentiu as esperanças se reanimarem.

— Boris... — disse, chamando por ajuda.

Ouviu Victor rir. O choque de realidade que atingiu Reed veio com tudo. Por um momento, havia se esquecido da história que Victor contara.

— Por quê?

Boris riu também.

— Se sente traído? Isso é estranho. Mal nos conhecemos, Reed. Sua mãe nunca te ensinou a não falar com estranhos? — Doom zombou.

Reed engoliu em seco e se calou.

— O gato comeu a língua, foi? Lamento — complementou Victor.

— Você é desprezível, Victor.

O silêncio tornou a reinar depois disso. De repente, Vetor gesticulou para que Encouraçado deixasse a sala. Ele sussurrou algo para Destino, que se afastou de Reed.

— Vamos deixar a família se divertir em conjunto.

Quando Encouraçado retornou, trazia Sue em um ombro e Johnny no outro. Raio-X flutuava ao seu lado. Vetor esticou um braço na direção deles, e os pedaços de metal foram até os irmãos Storm, levando-os para seus respectivos robôs. 

— Boris, antes que prossigamos, é a hora.

O idoso assentiu. Com um estalar de dedos de Vetor, uma câmera de cinema surgiu no chão. Boris se posicionou logo atrás. Vapor desapareceu, e retornou com uma espada afiada. Uma vez mais, Vetor estalou os dedos, e mais três corpos, sem contar o morto-vivo de outrora, surgiram em frente ao Quarteto Fantástico e o Doutor Destino.

Os corpos tinham sacos de tecido amarrados à cabeça.

— Contagem regressiva — anunciou Boris. — Três...

Os Alienígenas se agruparam atrás de Boris.

— Dois...

Doom deu dois passos à frente e pegou um primeiro corpo.

— Um. Estamos ao vivo.

Victor tirou o saco da cabeça desse corpo, revelando Vladimir Fortunov. Ele estava morto, mas parecia apenas desmaiado. Atrás da câmera, Vetor fez o corpo se ajoelhar perante o Doutor Destino e abrir os olhos. Doom levantou a espada e acenou para a câmera.

— Olá, raça humana. Eu sou o Doutor Destino. Permitam que eu lhes tome alguns minutos de seu tempo.


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Notas finais do capítulo

Minha referência a Kill Bill falhou, mas vou explicar o que eu tinha em mente. Quando Werner von Doom fala que um homem o ligou de um carro e disse "Eu vou matar Vladimir", fiz uma referência a cena de Kill Bill em que vemos a personagem de Uma Thurman sentada em um carro, dirigindo, e ela diz "I'm gonna kill Bill" (em português: "Eu vou matar Bill'). Aparentemente, a referência não funcionou em português.


Quero ver o QF escapar agora, heheh.


Espero que tenham gostado! o



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