Quarteto Fantástico: O Destino da Latvéria escrita por Larenu


Capítulo 2
Aterrissagem


Notas iniciais do capítulo

Por que, computador, por quê? Eu estava quase concluindo este capítulo. Ia escrever "Reed", mas em vez de clicar em "shift", cliquei em "ctrl". E aí no R. Adivinha? A página recarregou e tudo foi apagado.



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Já estavam em solo Latveriano, sobrevoando o Rio Klyne na direção de Doomstadt. Ainda em seu banco, Reed Richards pensava em tudo que sabia sobre a Latvéria. Era uma pequena nação europeia, que fazia fronteira com a Hungria, a Romênia, a Sérvia e a também pequena nação de Symkaria. O governante da Latvéria era o rei Vladimir Vassily Gonereo Tristian Mangegi Fortunov, do qual Victor Von Doom se aproximara nos últimos anos. A transmissão de Victor afirmava que o rei morrera, mas Reed se perguntava se o homem de máscara prateada não era o próprio rei.

A Latvéria também era conhecida por sua vasta floresta, suas lindas cataratas e seus três belíssimos rios (um ao redor do castelo, um ao sul de Doomstadt e um na fronteira com Symkaria). Mas havia algo na nação que perturbava Reed: a proximidade com Sokovia, onde fora mantido em cativeiro pela Hidra.

Victor nunca falara nisso, mas Reed sabia o porquê de tanta admiração à nação. Entre o clã Zefiro, conhecido por aterrorizar a população paupérrima da Latvéria, nasceram Cynthia e Werner Von Doom, os pais de Victor. Eles foram misteriosamente assassinados anos antes do experimento que dera poderes ao Quarteto Fantástico, e desde então Victor dedicara sua vida ao estudo da ciência, da magia e da tecnologia em busca de uma forma de vingança. Por conhecer Victor desde pequeno, Reed não se importara com a paranoia de Victor. Mas a obsessão de Victor por toda a família real dos Fortunov da Latvéria era assustadora, principalmente se fosse levado em conta o fato de que os filhos (Zorba e Rudolfo) e o neto (Dmitri) do rei haviam desaparecido nos últimos anos.

Agora já era possível identificar o Castelo Fortunov. Mas havia algo errado. A maior parte da construção estava coberta por uma estranha névoa verde. Reed pensou em se oferecer para verificar a névoa, mas não teve tempo de se pronunciar. Johnny foi mais rápido.

– Eu vou.

– Johnny, é arriscado... – protestou Reed, mas foi ignorado.

Johnny já havia aberto a saída de emergência do Fantasticarro, fazendo a nave parar em pleno ar.

– Em chamas! – ele gritou e se incendiou.

Antes que Reed o pudesse impedir, Johnny já estava voando na direção da névoa.

– Sabe, Sue – disse Reed, refletindo –, brigado comigo, Johnny ficou mais altruísta.

– Claro que sim. Ele te vê como um pai, entende? E sente que te decepcionou. Isso significa que ele não está brigado com você, mas sim que ele quer provar para você que pode ser responsável.

– Como tem certeza disso?

– É simples. Nossos pais nunca foram presentes, Reed. Isso fez Johnny o que ele é: mulherengo, imprudente, inconsequente e irresponsável. Ele sentia uma incrível necessidade de chamar atenção, mesmo que para isso tivesse que se tornar o mau exemplo. Quando eles faleceram, Johnny ficou desolado. Quando te conhecemos, ele viu você como um novo pai. Mas você também era e ainda é ausente. Às vezes acho que você é até impaciente com ele. Reed, acho que este é o melhor momento para falarmos sobre nós dois.

– Sue...

– Tenho algo para te contar, Reed. E é importante. Eu estou...

Ela não pôde falar, pois Ben os interrompeu.

– Algum de vocês consegue enxergar o Johnny?

Fugindo da conversa com Sue, Reed esticou seu pescoço para fora do Fantasticarro, procurando por algum sinal de Johnny.

– Vou atrás dele.

– Reed, espere...

Mas ele já havia pulado e se esticado, passando a planar no ar em direção à névoa.

– Vamos esperá-los?

– Não, Ben. Está preparado para pilotar? O piloto automático não vai nos ajudar na névoa.







Ao entrar na névoa, o fogo do Tocha Humana se apagara. Johnny não conseguira se incendiar novamente, portanto caíra. Agora estava boiando nas águas de um rio, que estavam muito quentes. Se não saísse dali, seria cozido vivo. Em meio às águas borbulhantes, Johnny teve a impressão de ver uma mulher em meio à névoa. Não, isso era impossível.

– Alguém... me... ajude...

Ele já estava quase desistindo de pedir por ajuda, quando novamente pensou ter visto a mulher na névoa. Não, desta vez não era impressão. Realmente havia uma mulher feita de névoa em meio à névoa.

– Me... ajude... por favor...

A mulher balançou a cabeça negativamente e começou a desparecer.

– Por... favor...

Mas ela já havia desaparecido por completo. Johnny fechou os olhos, aceitando seu fim trágico... no exato momento em que dois braços o agarraram e o jogaram na grama. Viu um homem, mas não teve tempo para identificá-lo. Johnny Storm mergulhou nas trevas da inconsciência.






Ele estava no escuro. Conseguia escutar as vozes que o chamavam, contudo não as reconhecia e nem podia respondê-las. Era uma voz feminina e uma voz masculina e seca, que repetiam o nome de Johnny diversas vezes. Sue... Ben..., pensou ele. Seus pensamentos pareciam ecoar na escuridão, assim como as vozes.

Ele falou!, exclamou a voz masculina e seca.

Espere, podiam ouvi-lo?

Sue, ele falou!

A voz feminina demorou para surgir.

Oh, Reed vai adorar saber disso. Quem sabe ele sai do Fantasticarro.

Os olhos de Johnny se abriram lentamente, revelando Sue Storm e Ben Grimm o fitando.

– Sue, ele acordou!

– Eu vi, Ben. Vamos chamar o Reed.

Johnny viu Ben cochichar algo para Sue. Ele aproveitou esse momento para olhar em volta e se localizar. Estava na mesma grama na qual fora salvo... por Reed. Foi só então que se tocou disso. Fora Reed que o salvara. Ótimo jeito de provar que não depende dele, Johnny, disse para si mesmo em sua mente. Percebeu que Sue criara um grande campo de força, que ia desde um metro de distância da margem do rio até a ponta do Fantasticarro estacionado, que ocupava muito espaço.

– Johnny, Ben acha que você deve falar com Reed. Ele está no Fantasticarro.

Relutante, Johnny se pôs de pé.

– Só tome cuidado. Ele está com os nervos à flor da pele.

Se perguntando quando Reed Richards não estava com os nervos à flor da pele para falar com ele, entrou no Fantasticarro. Em um canto que servia como laboratório "portátil", o Senhor Fantástico estudava um tubo de ensaio tampado. Johnny demorou para perceber que dentro do tubo havia uma amostra daquela névoa.

– Reed?

Ao ouvir a voz de Johnny, Reed saltou na cadeira.

– Você acordou...

– Sim, acordei.

– Johnny, você nem imagina o quanto estudei esta névoa nestas duas horas, só para poder te salvar.

– É... Tanto faz...

Ele já ia sair do Fantasticarro, mas Reed pediu para que ficasse.

– Johnny, por favor. Me... me desculpe, está bem? Por te tratar como criança.

– É, tudo bem.

– Só isso que tem a dizer? Não vai me pedir desculpas nem nada por suas ações?

– Eu não tenho que te pedir desculpas, tá? Foi você que me tratou mal e tal.

– Johnny Storm, nem pense em sair deste jato.

– Quem você pensa que é para mandar em mim? O meu pai?

– Johnny, deixe de estupidez.

Se levantando da cadeira para ir atrás de Johnny, Reed acabou por derrubar algumas coisas. Sem dar importância, esticou seu braço e puxou Johnny para perto.

– Reed...

– Não, Johnny. Precisamos conversar.

– Reed...

– Johnny.

– Só... só olhe para trás, está bem?

Lentamente, Reed se virou para trás. E se deparou com uma mulher feita da mesma névoa verde que estava estudando. Ele devia ter quebrado o frasco, fazendo com que o gás se expandisse. Mas por que na forma de uma mulher? Não fazia sentido algum. De repente, algo queimou sua mão esticada. Era Johnny, que se incendiara.

– Johnny, volte aqui!

Reed correu na direção dele, esticando as pernas para andar mais rápido. Quando saíram, o campo de força diminuía lentamente de tamanho. Juntos, pularam para dentro do campo na mesma hora em que todo o Fantasticarro ficou para fora do campo. Pensaram ter espantado a mulher-névoa, mas viram que havia névoa dentro do que restara do campo de força.

Tentando entender porque o campo diminuía, Reed olhou em volta. Só então notou, do lado oposto do que estavam, Sue desmaiada no colo de Ben. Preocupado, correu na direção deles, seguido por Johnny.

– O que houve, Ben? – perguntou ao chegar.

– A névoa surgiu de dentro do Fantasticarro. Quando percebemos, Sue a estava respirando. E então desmaiou.

– Oh, Sue...

Ele a deitou no chão, passando as pernas por cima dela. Pressionou a região dos pulmões, tentando forçar a névoa a sair de dentro de Sue. Apertou mais forte, até que a névoa começou a sair pela boca de Sue. Novamente, a névoa tomou a forma de uma mulher. Desta vez, porém, "ela" falou.

Quarteto Fantástico! Vocês devem pagar!

– Pagar pelo quê? – perguntou Johnny, se virando para ela.

Por existirem!

A névoa começou a se expandir. Sue, que aos poucos recobrava a consciência, começou a se mexer.

– Preciso desfazer o campo de força.

– Espere, como? – perguntou Ben.

– Reed, escute. – Ele saiu de cima dela, permitindo que ela se levantasse. – Vamos precisar correr até a entrada do castelo assim que eu desfazer. Não podemos demorar, ou ela nos alcançará.

– Certo.

– No três. 1. 2. 3!

Todo o campo de força se desfez em questão de segundos. O Quarteto Fantástico correu em disparada na direção da enorme entrada do castelo. A mulher de névoa se aproximava rapidamente, forçando o Coisa a bater na porta com força para não correr o risco de passarem desapercebidos. Ouviram o barulho de trancas serem abertas, e um pequeno buraco se abriu na porta.

– Quem está aí? – perguntou uma voz masculina.

– Somos convidados de Victor Von Doom.

Dali a alguns segundos, a porta menor que havia na enorme entrada se abriu, revelando um senhor idoso. Os quatro entraram, fechando a porta antes da mulher entrar.

– Obrigado por nos acolher, senhor – disse Reed, analisando o idoso com um lampião na mão que os recebera.

– Sou Boris.

– Prazer, Reed Richards. Estes são Sue Storm, Johnny Storm e Ben Grimm.

– Sei quem são. O senhor Von Doom falou de vocês.

– Onde ele está?

– É para isso que estão aqui, acho. Para encontrá-lo.






Em seu esconderijo, o homem de máscara prateada e capuz verde observava as imagens da câmera escondida, que mostravam Boris recebendo o Quarteto Fantástico. Tudo acontece como foi predestinado, pensou. Então, a mulher de névoa verde surgiu ao seu lado.

Eles entraram, Doutor Destino.

– Sei disso. É o Destino deles.

Mas, senhor... Pensei que ia nos deixar matá-los.

– O Destino garantirá isso, Ann.

Como pode ter certeza?

– O Destino sempre sabe. E o Destino sou eu.

Realmente confia em Boris, não?

– O Destino não depende de um só. Vocês também são necessários.

Sim, eu sei.

– Diga para James que o papel dele nisso tudo começa agora. Ele está destinado a danificar o sistema do Fantasticarro.

Direi. E eu, Doutor Destino?

– Entregue isto para Boris.

O Doutor Destino (esse era o nome pelo qual gostava de ser conhecido) entregou para ela uma fita cassete.

O que tem aqui?

– O começo de sua história.

Por que vai dar isso para eles?

– Não darei. O Destino garantirá que isto chegue nas mãos de Reed Richards na hora certa.

Vendo que não havia como discutir com ele, ela se preparou para sair.

Sabe que Simon está se sentindo fraco, não é?

– Diga a ele que o Destino garantirá que ele aproveite todo seu potencial.

Certo.

Assim que ela saiu, Doutor Destino se levantou e caminhou até sua coleção. Era uma coleção de artefatos, mas agora também haviam coisas além disso. Quatro corpos. Os corpos de Rudolfo, Zorba, Dmitri e Vladimir Fortunov. Eles eram os responsáveis pela morte de seus pais. Mas ele era, em parte, agradecido a eles. Se não fosse pelos Fortunov da Latvéria, Victor Von Doom nunca teria conhecido o verdadeiro poder do Destino.


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Notas finais do capítulo

As coisas aqui são muito promissoras.



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