Quarteto Fantástico: O Destino da Latvéria escrita por Larenu


Capítulo 1
Uma Jornada Inesperada


Notas iniciais do capítulo

Terra-199383, se lembram? Sei que sim.

Comecemos com outro spin-off de "Marvel: Os Maiores Heróis da Terra", desta vez Quarteto Fantástico. Sim, o título deste capítulo é uma referência a "O Hobbit", de J. R. R. Tolkien. E sim, o título do spin-off é uma referência ao Doutor Destino (jura?).



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Reed Richards colocou seu pé direito dentro do Edifício Baxter. Não era supersticioso, fora apenas uma coincidência de ele não recomeçar as coisas com o pé esquerdo literalmente falando. Não existem coincidências, Reed, ele pensou. Esperou a S.H.I.E.L.D. ir embora e se aproximou do elevador. Em casa, finalmente, pensou. Cumprimentou o porteiro e o velho carteiro de óculos e entrou no elevador.

O laboratório dele era um enorme espaço no último andar do Edifício Baxter. Se Johnny não tivesse passado dos limites desta vez, tudo estaria na mais perfeita ordem. Só que como Johnny Storm era Johnny Storm e sempre seria, o laboratório estava um caos quando Reed entrou. Um monte de adolescentes pulavam e dançavam na escuridão do laboratório, onde a única luz vinha de uma bola de discoteca e de alguns holofotes que Johnny arrumara sabia-se lá aonde.

Conforme Reed foi andando, uma garota se aproximou dele e começou a se esfregar em Reed. Quando ela falou, Reed sentiu o cheiro do álcool de vários martinis.

– Olá, bonitão.

– Não estou interessado, me desculpe.

– Vamos, doutor. Sempre me interessei por caras mais velhos e mais inteligentes. E elásticos, se me permite dizer.

– Já disse que não.

Richards se afastou dela, um pouco tonto por causa do álcool. Encontrou no balcão onde antes estavam suas coisas várias bebidas alcoólicas. Do outro lado estava H.E.R.B.I.E., seu robô-assistente, usando um terno do próprio Reed e servindo bebidas.

– H.E.R.B.I.E., o que está fazendo?

Servindo bebidas, senhor. O senhor Storm disse que eu daria um excelente barman.

– Onde está Johnny?

Ali, senhor.

H.E.R.B.I.E. indicou um banco na ponta do balcão, onde um jovem se engraçava com uma jovem.

– Com licença, menina. Preciso falar com o senhor Storm.

A garota olhou para Reed, claramente bêbada, e saiu do colo de Johnny.

– Johnny, o que pensa que está fazendo?

– Hã... Festa de boas-vindas?

Reed se aproximou de Johnny e fungou, sentindo o cheiro do álcool. Ele está bêbado.

– Onde está Sue?

– Vamos, Reed. Desencana da panaca da minha irmã. Cara, posso arrumar alguém muito mais areia para você.

– Johnny, eu e Sue somos casados! – Reed percebeu que gritara mais alto do que devia.

Todos estavam olhando para eles.

– O que estão olhando? TODOS PARA FORA!

A multidão começou a correr na direção da saída. Johnny também tentou se levantar, mas Reed o empurrou de volta para a cadeira.

– Não, você fica.

Quando todos já haviam ido, um homem completamente vestido dos pés à cabeça se aproximou, tirando o chapéu. O rosto de pedra de Ben se revelou.

– Ben, onde está Sue?

– Aqui – disse uma voz feminina.

Reed olhou na direção da voz e viu uma mulher loira surgir. Aquela era Sue Storm-Richards.

– Luz – ele pediu e as lâmpadas se acenderam.

– Onde você estava com a cabeça, Johnny?

– Reed, acalme-se...

– Não, Sue. Eu sou sequestrado pela Hidra e este canalha faz uma festa? Johnny, você precisa parar de pensar com a cabeça de baixo e pensar com esta aqui em cima!

Johnny riu.

– Não é engraçado, Johnny!

O braço de Reed se esticou e se aproximou de Johnny. Em seguida foram seus dedos, que apertaram o pescoço dele. Percebendo o que estava fazendo, Reed soltou.

– O que eu acabei de fazer...

Johnny se levantou, irritado.

– Vou descer para o apartamento – ele disse.

– Johnny, espere...

– Não, Reed. Você tem razão. Sou apenas um mulherengo tarado mesmo. Nem sei porque Victor me escolheu para ir junto com vocês para o espaço. Sabe, deveriam ter convidado Victor para o Quarteto Fantástico. Mas, já que ele não tem poderes, deixem H.E.R.B.I.E. no meu lugar.

– Johnny, não diga isso...

Mas ele não ouviu. Johnny apenas saiu pela porta e entrou no elevador, descendo para o apartamento deles. Reed pensou em ir atrás dele, mas Sue o segurou.

– Deixe ele esfriar a cabeça, querido. Se quiser, Ben fala com ele.

Ben assentiu e foi na direção do elevador.

– Sue, onde foi que nós erramos?

– A culpa não é nossa, Reed. Johnny sempre foi assim.

Os três (Reed, Sue e H.E.R.B.I.E.) decidiram por arrumar a bagunça. Ficaram em silêncio, até que Ben entrou correndo no laboratório.

– Gente, é urgente. É o Victor. Ele está em perigo.

Intrigado, Reed correu na direção do elevador. H.E.R.B.I.E., Sue e Ben o seguiram. Desceram para o andar do apartamento e se depararam com uma porta incinerada.

– Pode nos explicar isto, Ben?

– Johnny estava um pouco esquentadinho?

Sue não pôde deixar de sorrir. Quando entraram, Johnny estava sentado no sofá fitando a televisão. Ele cumprimentou Sue, H.E.R.B.I.E. e Ben, mas Reed não.

– O que aconteceu com Victor? – perguntou Reed, mas foi ignorado.

– O que aconteceu com Victor? – foi Sue quem perguntou desta vez.

– Isto.

Johnny apertou um botão no controle e a televisão virou, dando lugar a um painel. Lá começou uma transmissão. Como aquele painel servia para emergências, coisa boa não era. A imagem de Victor Von Doom surgiu na tela.

Reed, é urgente. Preciso do Quarteto Fantástico. Estou no castelo da Latvéria. Vim aqui para negociar com o soberano do país, mas ele estava morto quando cheguei. Venham para Doomstadt, estou em perigo. É urgente!

Uma névoa verde surgiu e engoliu Victor, que gritou. Quando a névoa se dissipou, um homem de capuz verde e máscara prateada surgiu.

Quarteto Fantástico, vocês têm duas opções: deixem Victor Von Doom enfrentar seu Destino sozinho ou venham para a Latvéria e enfrentem o Destino. A vida de Victor está nas mãos do Destino. E o Destino sou eu!

A transmissão então falhou e o painel se transformou novamente em uma televisão de tela plana.

– Precisamos salvar Victor! – disse Sue, horrorizada.

– Salvem, então. Mas eu não vou.

– Johnny, por favor – pediu Reed. – Deixe de criancice e venha.

– Criancice?! Quem você acha que é, Reed Richards?

– Johnny, eu só não soube escolher as palavras e...

– Você sempre tem uma desculpa, não? Quer saber? Vou deixar de criancice, sim. Mas farei isso por Victor, não por você. Pois Victor foi o único que já me valorizou em toda a minha vida.

Johnny se levantou e foi para seu quarto, para vestir o uniforme. Ben também foi, deixando Reed e Sue a sós. Sue olhou para Reed repreensiva e o levou para o quarto de casal. Como Sue já estava de uniforme, que colocara para poder ficar completamente invisível na festa, observou Reed se despir e colocar seu uniforme. Quando saíram do quarto, Ben e Johnny já estavam de uniforme os aguardando.

– Para onde agora, Sue?

– Reed?

– H.E.R.B.I.E., prepare o Fantasticarro.

Sim, senhor. Enquanto estiverem fora, arrumarei o laboratório e consertarei a porta.

Sue olhou repreensiva para Johnny ao ouvir sobre a porta queimada, e ele respondeu com uma risadinha sem graça. O Quarteto Fantástico subiu para a cobertura, onde o Fantasticarro já estava pronto.

– H.E.R.B.I.E. – disse Reed para o comunicador que falava com quem estivesse no laboratório –, precisamos ir bem rápido.

Certo, senhor.

Os quatro sentaram em seus respectivos assentos e colocaram seus cintos. O Fantasticarro então decolou lentamente, já com o piloto automático programado para levá-los para o castelo de Doomstadt. Ninguém reparara na enorme coincidência entre o nome da capital, Doomstadt, e o sobrenome de Victor, Von Doom. Quando o Fantasticarro chegou às nuvens, arrancou com tamanha velocidade que o rosto elástico de Reed se esticou e grudou no banco.


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