Conto de Uma Fada escrita por minsantana


Capítulo 4
Capítulo 4 – Tudo é novo pra mim


Notas iniciais do capítulo

Esse cap é enoooorme! E engraçado! hahahaha



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Acordei com uma luz batendo em meu rosto. Olhei em volta e Gerard não estava. Me levantei e olhei pela janela, algumas crianças corriam e brincavam na rua mas nenhum sinal de Gerard por lá. Foi quando ouvi um barulho a porta do quarto se abriu. Gerard entrou segurando uma bandeja com um monte de coisas estranhas em cima e por pouco quase não deixou cair tudo no chão.

- bom dia, Maya! Desculpa ter te deixado sozinha aqui, mas o camareiro estava ocupado então eu mesmo tive que ir buscar nosso café.
- ah tah... – tentei fazer uma cara de mais natural possível mas não consegui conter minha curiosidade.
- espero que esteja com fome. Eu trouxe muitas coisas gostosas pra você comer, já que você precisa se alimentar muito bem. O médico de ontem disse que você parece não ter comido nada há anos, não é estranho? – ele riu e eu fiquei nervosa.

Onde eu vivia não havia comida, pelo menos não esse tipo de comida que os humanos comiam. Lá, nossos pratos eram à base de pétalas de flores, cada dia uma flor diferente e uma comida diferente.

Sentamos na cama, um ao lado do outro, e Gerard ficou esperando eu tomar a iniciativa.

- vamos lá, coma! Não tenha vergonha, eu não mordo se pegar a fatia maior de presunto. – nós rimos e eu fiquei tentando imaginar o que era o tal ‘presunto’ no meio de tanta coisa diferente.

Arrisquei e peguei uma coisa vermelha e redonda com uma aparência bem brilhante, nem parecia de verdade. Dei uma mordida e senti o gosto, era bom.

- uma maçã. Boa escolha. Vai querer suco de manga ou café?
- café? – perguntei confusa e ele abriu um sorriso.
- eu amo café, é meu segundo vício.
- e qual é o primeiro?
- isso. – ele me mostrou um pacotinho escrito “Cigarro” e quando eu vi uma foto de um homem sem as pernas atrás da embalagem dei um grito.
- como você consegue??
- o quê?
- usar isso sabendo que faz tanto mal? E se você ficar igual a esse homem da foto??

Ele virou o pacote e viu a foto. Seu rosto mudou de cor e ele ficou muito envergonhado.

- eu não vou ficar assim, não se preocupe.
- como você sabe que não?? Você precisa largar esse vício, Gerard. Isso faz mal a você, ouça o que eu digo. Isso pode te matar.

Acho que minhas palavras foram fortes demais. Ele passou o resto da manhã calado no canto do quarto rabiscando um papel. Eu não quis importuná-lo, mas foi preciso. Aquele silêncio já estava me incomodando.

- Gerard?
- oi. – ele disse seco sem tirar os olhos do papel.
- você me leva pra conhecer o mar?
- você quer ir agora? – confirmei com a cabeça – então vamos.

Ele guardou o papel dentro de um caderno e pegou as chaves da porta. Quando chegamos do lado de fora, eu continuei andando distraída e de repente senti Gerard me puxar com força pelo braço.

- aiiiii! – gritei e comecei a alisar onde ele tinha apertado.
- me desculpa. Mas você precisa olhar pros dois lados antes de atravessar a rua. Se eu não puxo você, o cara de moto ia te atropelar. – ele apontou pro lado e eu vi um homem andando numa coisa com apenas duas rodas.
- ah... obrigada então. – sorri envergonhada e só continuei andando depois que ele me segurou pela mão, que nem uma criancinha perdida.

Atravessamos e continuamos andando. De repente eu pisei e senti meu pé afundar no chão. Me desesperei, é claro.

- ahhhhhhh! Socorro! Gerard, me ajuda!! – eu gritava que nem uma louca.
- o que foi? Isso é só areia, não machuca. Vem, me dá a mão.

Ele esticou a mão pra mim, que estava congelada no mesmo lugar sem me mexer. Peguei na mão dele e comecei a andar bem devagar, era tão estranho andar em cima daquilo.

Logo à frente, senti que o chão começava a endurecer e a água já chegava aos meus pés.

- isso é o mar, Maya. – ele disse abrindo os braços.

Eu comecei a rir que nem uma boba, eu nunca tinha passado por aquilo antes, nunca tinha sentido como a água podia ser tão fria.

- que foi? – ele disse vendo minha cara nervosa.
- tá frio. Essa água tá muito gelada.
- mas é assim mesmo, depois você acostuma. Vem. – ele me pegou pela mão e me carregou até onde a água alcançava minha cintura. Eu tremia muito no começo mas confesso que depois meu corpo não sentia mais o frio cortante do mar.
- eu gostei do mar. É gelado, mas também é muito divertido!
- você vai ver o que é diversão! – ele começou a brincar, jogava água no meu rosto que nem um menino de 10 anos.

Foi tão engraçado! Saímos da água com as roupas encharcadas e quando chegamos na pousada nos demos conta que aquela era a única roupa que tínhamos.

- e agora? Eu não tenho nenhuma roupa... – eu disse me sentando na cama e molhando tudo.
- tive uma idéia. Vem comigo.

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Notas finais do capítulo

Hummmm pra onde será que ele vai levá-la?? kkkkkkkk