Itachi and Kisame History (Em Revisão) escrita por AnneAngel


Capítulo 31
Meu Jeito Ninja (Parte 2) - Reescrito




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/636153/chapter/31

 

A guerra é um lugar onde jovens que não se conhecem e não se odeiam matam-se uns aos outros, em nome e por decisão de velhos que se conhecem, se odeiam, mas não se matam.

Itachi P.O.V (Point Off View)

Ligado a Kisame pelo Genjutsu, suas memorias simplesmente fluíram para o passado distante, quando tinha apenas quatro anos, quase cinco...

Naqueles tempos, devido a situação de conflitos tão intensos como a guerra, todas as pessoas eram submetidas a situações estressoras de forma muito recorrente. O trabalho era mais intenso para os adultos, e as vezes eram obrigados a tomar decisões complexas. Talvez tenha sido por uma dessas coisas pela qual foi acordado tão cedo, por seu pai.

O homem estava sério, com os braços cruzados: ‘’Vista-se’’ Disse somente, sem muitas explicações, antes de se virar e sair. Não havia muitos motivos para dizer Bom Dia em tempos como aqueles, a situação tão ruim nos campos de batalha fez guerreiros mais ásperos e sisudos que o normal.

Só teve tempo de olhar de forma sonolenta, meio sem entender, coçar os olhos infantilmente, se espreguiçar; E seguir a ordem que recebeu para se vestir imediatamente. Não sabia que horas eram, porém, ao espiar da janela notara que ainda faltava alguns minutos até realmente amanhecer.

A residência estava excessivamente silenciosa, em seus passos e movimentos nenhum dos dois faziam quaisquer barulhos. Não havia sinal de sua mãe, talvez ainda dormindo, pois os últimos meses da gravidez estavam trazendo mais cansaço que o normal.

O Uchiha menor estava com uma expressão cabisbaixa, seus olhinhos caídos com o que podia captar do ambiente; Não sabia exatamente como explicar, mas a casa tinha os mesmos aspectos sombrios que aqueles tempos traziam, já se acostumara com aquilo. Como se o local estivesse impregnado com o estado de espirito e emocional das pessoas, aquelas mesmas pessoas tão marcadas pela dor, ódio e luto...

Seu pai, Fugaku, não lhe deu muita conversação. O homem estava sério, como de costume, mas Itachi sabia que a guerra provavelmente tinha um grande impacto na vida e humor do homem também. Assim, ambos cruzaram a casa em direção a saída. O pequeno o seguiu, mas olhando em direção a cozinha e sentindo falta de algum alimento em seu estomago.

‘’Sem nenhuma refeição, por agora. Se o fizer, é provável que vomitará’’ Foi só o que recebeu como resposta. Fazendo o pequeno estremecer um pouco.

Uma forte tempestade parecia querer castigar Konoha aquele dia. Assim saíram, apesar de tudo. Enquanto caminhavam através da vila poucas pessoas estavam de pé, talvez pela hora; E as que se avistavam estavam reconstruindo o que havia sido destruído no dia anterior. O clima do lado de fora era dez vezes mais intenso que em sua casa, as chamas da guerra quase fervilhavam, Konoha recebeu ataques massivos de um dia para o outro...

Mesmo em condições normais não haviam muitas pessoas nas ruas, primeiro por causa do constante medo, segundo por causa da destruição constante e clima tenso. Ainda sim, rumores corriam, sugerindo que a guerra estava perto do fim. O coração de Itachi esperava que fosse verdade, pois a guerra era um horror, um trauma sem vencedores. E queria poder saber oque era vida para além daquele terror.

Passaram pelos grandes portões de Konohakure-no-Sato, havia guardas lá, entretanto nenhum impediu-os de sair. Rumavam ao que era considerado território inseguro. Mesmo assim seguiu seu pai a passos largos e rapidamente pelos arredores. Não se atrevendo a questionar, manteve-se quieto. Além disso, enquanto estivesse com seu pai, ficaria bem, correto?

Algo em sua mente dizia que não iria gostar, que algo estava errado naquilo tudo. Oque sentia foi confirmado; Chegando numa extensa clareira, seus olhos se arregalaram imediatamente ao ver a cena a sua frente. Se mostrando horrorizado ao notar que estava em uma das frentes de batalha, um campo cheio de corpos amontoados um em cima do outro.

Era tão surreal que parecia estar em choque por alguns minutos. Um lugar do qual apenas ouvira falar, estava agora frente de si. Se aproximou um pouco mais de seu pai quase que instantaneamente, seu ombro encostando nas pernas no homem, buscando algum conforto sem nem mesmo se dar conta.

‘’Esse é um dos campos de batalha Itachi...’’ A expressão do homem ainda era séria, mas trazia um pesar que o menor nunca achou que veria. Seu pai era aquele em quem ele confiava, o pilar da família, o chefe da Polícia Militar, o guerreiro conhecido como “Fugaku dos olhos terríveis”, era seu herói, e vê-lo com aquela expressão fez o pequeno sentir que seu pai era na verdade só um homem comum marcado pela terrível guerra.

Olhou novamente para o lugar, então era aquilo que seu pai via todo dia? Corpos e mais corpos se amontoavam, o chão era barrento e avermelhado, com oque sabia ser poças de sangue e sujeira, armas ninja estavam em todos os lugares, fincadas nos corpos dos cadáveres de modo que se sabia que estavam mortos porque não havia condição de estarem vivos naquelas circunstancias, tinha também um cheiro ruim de podridão. Sua boca estava aberta, seu nariz encrespado e seus olhos arregalados, sem que pudesse se conter.

Seu pai, que estava parado ao seu lado, não iria mesmo dar-lhe algumas palavras de consolo, ou mesmo tira-lo dali.

‘’Lembre-se bem, este é o campo de batalha. Ontem o exército inimigo deu uma investida desespera para nos atingir, falharam. Estamos ganhando esta guerra, em breve cenários assim vão ser mais incomuns’’ Disse o mais velho ‘’Mas não deixaremos de ser Shinobi. E nessa profissão, não há lugar para o medo. Nós continuaremos a nos aprimorar e nos tornar mais fortes, para continuar a lutar por nossos ideais’’.

Depois do que foi dito, Itachi olhou o lugar tentando parecer corajoso. Apesar de tudo, o campo de batalha era algo que nunca sonhou em ver, embora os mais velhos viviam falando dele. A cena na frente de seus olhos era algo que uma criança nunca deveria ver...

Além dos cadáveres, não havia um milímetro de solo onde não houvesse sangue e armas. E eram montanhas de corpos empilhados, tanto que se perdia no horizonte onde os olhos não podiam mais acompanhar. Não havia nada como uma expressão de calma ou tranquilidade, todos os corpos ainda continham expressões tensas e cheias de dor.

‘’Você também, em poucos anos, vai ser um ninja e mesmo que a guerra chegue ao fim, a realidade dos Shinobis não vai mudar, o mundo que está prestes a entrar é assim Itachi...’’

De repente uma chuva rala começou a cair, ouvindo as palavras de seu pai percebeu que estava tremendo, e não era por causa da chuva, ou de frio. Podia sentir também as lagrimas nos cantos dos olhos, e não sabia se iria conseguir conte-las.

Não conseguia se livrar da sensação de sentir seu coração pesado como uma pedra, nunca se sentiu tão triste... Então isso era ser um Shinobi?

Ele sempre sonhou em se tornar um poderoso Shinobi, sempre disse isso a seus pais enchendo-os de orgulho, mas nunca imaginou realmente o que essa profissão iria requerer dele, e agora podia ver com seus próprios olhos...

Itachi podia sentir suas lágrimas caíram espontaneamente agora, agradeceu por estar chovendo e torceu para que seu pai não as visse caindo: O seu sentimento era de compaixão por toda aquela tragédia, porém Fugaku parecia estar falando da vida ninja e do quanto ela necessitava de força e coragem. Desse modo, o pequeno Uchiha não queria mostrar justo a seu pai que era gentil demais para aquele mundo de batalhas.

Continuou olhando o campo de batalha, vendo pessoas que tinham a bandana da aldeia da Folha, seus corpos ainda não sendo removidos da cena para um sepultamento adequado. E também podia ver Shinobis de outros países, havia varias bandanas distintas. Pessoas que talvez seriam apenas listadas como ‘morto em combate’ ou ‘desaparecido em combate’.

Ao ver a grande quantidade de corpos que cobriam o chão Itachi notou algo; Todos sentiam dor e tristeza, e mesmo depois de suas mortes pareciam não ter encontrado a paz, pois seus rostos estavam vidrados em uma imensa expressão de sujeira, sangue e agonia. Olhos abertos vazios, encarando o nada, cravados para sempre naquela cena de terror...

Não importa de que país eram esses Ninjas, suas expressões eram todas iguais. Não havia uma única pessoa que morreu pensando que encontrou a paz. Eles lutaram e morreram, e no fim quer dizer que não havia nada? Por quê? Isso era a guerra?

‘’Pai…?’’ Chamou. Sua voz soando pequena, mas determinada ‘’Por que estamos neste lugar?’’ Perguntou enfim. E então percebeu por que estava tremendo: Não foi porque a chuva era fria. Também não era porque estava com medo dos cadáveres ou daquela cena macabra. Era porque estava com raiva...

O homem permaneceu em silêncio por alguns momentos, como se tentando achar as palavras corretas.

‘’Você é uma criança muito inteligente, eu sei que vai entender. A palavra ‘’Shinobi’’ é a mesma que a palavra ‘’suportar’’, pois um ninja sempre deve suportar as adversidades, ninjas são como uma arma, uma ferramenta para alcançar objetivos, temos metas e objetivos distintos e por isso entramos em conflitos, mas o ponto é que todos aqui lutaram por aquilo que acreditavam. Por tanto a resposta que deve fazer a sí mesmo é; Que tipo de Shinobi vai se tornar?’’

Itachi ouvia seu pai enquanto tinha seu olhar focado sobre os corpos, foi quando entendeu: ‘’É por isso que me mostrou esta realidade monstruosa. Esta é a realidade em que vivo e vou viver’’.

‘’Exato. E um shinobi é aquele que luta e suporta tudo até a morte por um ideal, então não esqueça o que viu hoje’’ Disse Fugaku.

‘’Sim, Otou-san!’’ Depois encrespou o cenho ‘’E por qual ideal vale a pena morrer?’’

O homem fez uma careta, depois rebateu: ‘’Isso é uma pergunta relativa. Cada um pode ter um. Mas quer saber oque penso?’’.

‘’Oque?’’ Perguntou, olhando a face do mais velho.

‘’Que você não será qualquer Shinobi. Nosso clã é um clã guerreiro há muitos e muitos anos, mesmo antes de Konoha ser criada. Você nasceu com status privilegiado, tanto por ser um Uchiha, quanto por ser meu filho. Herdará meu lugar como líder um dia e os comandará quando chegar a hora, e além disso terá de lidar com oque a vida Shinobi lhe impor...’’

‘’Entendo...’’

‘’Mais doque isso, quando você nasceu os conflitos que culminaram nesta guerra de agora estavam apenas começando. Naquele dia em especial, houveram muitas baixas para o nosso clã. Você veio ao mundo num dia de luto para nós, por isso te nomeamos Itachi. Eu sei que é um nome atípico...’’ De repente, o mais velho parecia sem jeito para falar do assunto.

‘’Significa doninha, e as doninhas são sinal de mal agouro’’ Itachi disse de forma clara, já acostumado com o nome importuno.

‘’Sim... Naquele dia, não foi um bom dia, enterramos muitos familiares queridos, e você nasceu antes do tempo previsto, prematuro e pesando pouco justo num dia tão fatídico. Os anciões do clã são mais supersticiosos, e o nome Itachi já estava na boca de todos antes que pudéssemos pensar em algum outro’’

‘’Tudo bem, já me acostumei com isso...’’.  

‘’Olha, diferente do que disseram aquele dia, sua mãe e eu nunca pensamos em você como um sinal de mal agouro. Nós esperamos você ansiosamente, e ficamos muito felizes quando nasceu. Mas olhe para você agora, já está crescido e cada vez mais inteligente e forte, é o menino que eu sempre quis, meu herdeiro e primogênito. Todos os Uchihas são guerreiros, está no seu sangue e destino ser um Shinobi. Mas tenho a certeza de que você será mais que nós, se tornará um Ninja assombroso, todos ficaram impressionados com seus feitos’’.

‘’É o que acha?’’

‘’Sim, és muito inteligente. E dessa forma, você poderá fazer do mal agouro que abateu nosso clã no dia do seu nascimento, um motivo de mal agouro para aqueles que tornarem-se seus inimigos. Não será mais um sinal de mal agouro para nós, e sim um motivo para engrandecer o poder dos Uchihas. Pois sei que todos irão temer quando ouvirem falar ou mesmo lutarem contra Uchiha Itachi. Você ainda é tão pequeno, e já me trás tanto orgulho...’’

O menor não soube oque dizer então permaneceu calado, ouvindo seu pai...

‘‘...Então não se importe agora com quais ideais, eles virão ao longo do caminho... Só não esqueça que ser Shinobi é suportar, não importa oque’’.

Obedecendo a seu pai, Itachi forçou seus olhos abertos, para que a imagem infernal ficasse gravada em sua memória para sempre, nunca iria esquecer dela e nem do que aprendeu naquele dia... E jamais seria o mesmo.

Itachi ainda podia sentir o medo, a tristeza e a dor presente no local. Por isso, ainda estava tremendo com a raiva.

‘’O que foi, filho?’’ Fugaku perguntou, notando algo diferente no menor, que continuou a observar a cena a frente sem responder.

Ele podia suportar que aquele era o inferno e que vivia nele, mas para Itachi isso não significava que tinha que aceitar aquela realidade de bom-grado. Foi assim que seu ideal de vida Shinobi, seu jeito ninja começava a tomar forma a partir dali.

▀▄▀▄▀▄ ...Um tempo depois...▀▄▀▄▀▄

Ainda ao longo daquele dia, foi a biblioteca. Depois do que viu com seu pai, sua cabeça estava agitada, havia muita coisa que desejava pesquisar. De fato, seu pai tinha razão quando dizia que ele era muito inteligente, pois aprendera a ler com dois anos, e sempre foi muito interessado nos estudos...

A questão que o levara até ali era oque ouvia dos adultos a todo o momento durante aquele período de conflitos; Todos os verdadeiros Shinobis morriam em batalha. Sem exceção, era um motivo de orgulho. Pelo menos, era oque as pessoas enchiam a boca para dizer...

Quando alguém morria, um Shinobi de Konoha, era sempre aclamado como “aquele que deu a vida por sua vila, “aquele que a protegeu”“um Shinobi de respeito cujo os familiares devem sentir orgulho, pois cumpriu com seu dever”. Discursos inteiros eram feitos com essa temática nos sepultamentos.

Porém, questionador como era, não pode aceitar isso como um fato lógico sem antes compreender de onde isso vinha, ou o porquê das pessoas pensarem nisso como uma filosofia.

Era jovem demais para se conformar que esse seria seu destino num futuro próximo, não conseguia aceitar o fato óbvio da vida ninja; mortes precoces. Em uma extensa história de conflitos, crianças por mais jovens que fossem eram combatentes recorrentes.

Sendo Itachi uma criança, sabia que não eram só um número, não eram só um número como constava no registro ninja, eram crianças sendo aceitas como Genin cada vez mais cedo para poder servir na guerra ou em qualquer outro conflito que fosse. Parecia hipocrisia para ele, ler um conto fascinante na biblioteca sobre como era terrível as mortes de crianças na “Era dos Estados Combatentes” e que ao criar Konoha Hashirama acabou com isso, quando na realidade ainda havia pessoas tão jovens lutando...

Ele viu o registro de Hatake Kakashi, aceito como Genin aos 5 anos. Considerado apto tanto físico quanto intelectualmente. Chunnin aos 6, e acabara de ser tornar Jounnin aos 13. O rapaz certamente era incrível, primeiro de sua turma, registro impecável, provavelmente merecia tudo isso. Mas era fato que ele não era a única criança promovida cedo demais devido as intempéries dos conflitos e guerras no mundo ninja, algumas sem nenhuma vocação realmente. E diferente de Kakashi, muitas morriam cedo demais.

Muitos jovens do clã Uchiha morreram ainda que fossem bons guerreiros treinados desde muito cedo, outras crianças de outros clãs as vezes não tinham a mesma oportunidade de treino, e o numero de mortes era devastador. Era só olhar para as crianças que restaram como herdeiras dos clãs, alguns nem sequer tinham mais herdeiros, de modo que as matriarcas desses clãs estavam quase todas gravidas para dar prosseguimento a linhagem caso algo acorresse com seus maridos...

Seu clã estava mais preparado, ele nascera no começo daquela guerra, caso acontecesse algo com seu pai. E agora, caso algo acontecesse com os dois, ainda tinha esse bebe que sua mãe estava esperando para dar prosseguimento ao clã...

Itachi foi a mais enterros doque era saudável para sua pequena idade, percebendo que as datas nos túmulos não mentiam, a maioria tinha menos de 20 anos de idade no momento de suas mortes.

Em realidade, só sentia-se criança por fora, por seu tamanho. Mas sua cabeça já não o era, pois sabia de coisas que naquela idade não deveria saber: Ele sabia oque era guerra, sabia oque era morte, oque era vida e como ela era feita, de onde vinha os bebes, e até sabia oque era estupro porque era oque acontecia com muitas Kunoichis quando acuadas no campo de batalha pelo inimigo, e porque não dizer a verdade e afirmar que isso também acontecia com os meninos!?

Aquela vida era dura para todos... E não deveria ser assim. Leu que deveria ser ilegal promover pessoas tão jovens e manda-las para lutar, havia uma discussão sobre esse atualmente, porque esses jovens não conseguiriam se readequar a vida social depois de ver tanta coisa ruim e que seu psicológico poderia ficar marcado para toda a vida numa inocência perdida...

Mas se tornava só um discurso vazio porque no final das contas oque era feito mesmo era usa-las quando tinha falta de combatentes nas linhas de defesa ou no front de batalha. Um discurso lindo no papel, e desvirtuado na vida real a bel-prazer das vilas, no fim, seu pai parecia ter razão: Shinobis eram só armas. Usadas por seus superiores como queriam.

Itachi não era Genin, pelo menos ainda, mas treinava todos os dias para se tornar um Shinobi como o resto de seu clã. Ainda estava tentando compreender como abdicar de certas coisas, como planos. Sonhos. Havia tanta coisa no mundo que queria fazer, e aceitar que o mundo ninja era assim e a morte precoce e todas aquelas mazelas da sociedade eram normais não lhe deixava satisfeito.

Menos ainda satisfeito ao saber que esse também poderia vir a ser o futuro de seu irmãozinho ou irmãzinha, ainda na barriga de sua mãe.

Queria poder dizer as pessoas que não deveria ser assim, mas quem lhe escutaria? Se nem ao menos tinha provas... Afinal das contas, o chakra foi mesmo feito para lutar?

Foi assim que ali, na biblioteca, listara lugares que falavam da história Shinobi nos arredores de Konoha, e preparou uma incursão para esses lugares. Iria até eles tentar absorver oque queriam dizer realmente...

Oque esses locais tinham a dizer sobre a vida ninja, o chakra e o objetivo daquilo tudo? Queria saber, desafiar o Status Quo.  Porque parecia que as pessoas já não ligavam mais para tais coisas, porém ele não queria ser mais uma pessoa sujeitada com as respostas de sempre: “porque é assim e pronto!” como se fosse se conformar com uma resposta tão ordinária.

Arrumou sua mochila com suprimentos e foi, o bom de ser inteligente era que conseguia enganar os Shinobis do Portão da vila com bastante facilidade, saindo sem ser notado...

▀▄▀▄▀▄ ...Um tempo depois...▀▄▀▄▀▄

Conseguira refletir bastante, viu as potencialidades e as limitações que a vida ninja podia trazer, em que pontos podia agregar em suas capacidades e em quais iria faze-lo vulnerável, tentou compreender oque aquilo tudo poderia significar na sua formação não só como Shinobi, mas como ser humano. Estava tarde agora, não se deu conta do tempo passando. Seus pais ficariam bravos, disso tinha certeza.

Era perigoso também, assim correu novamente para sua vila. Já passara da hora de dormir, ainda sim, nada parecia calmo. Sabia que teria ninjas por toda área vigiando, ao mesmo tempo alertas para qualquer sinal de problemas.

Nos caminhos por onde passou havia muita destruição, cruzou alguns locais que outrora eram campos de batalhas, vendo os corpos ainda estáticos ali. Se sentia muito inseguro correndo por ai tão tarde da noite, no escuro, sozinho. Tentou afastar os pensamentos ruins de sua cabeça dizendo que um Shinobi não tem medo de nada, então era errado pensar assim, logo se tornaria ninja e não poderia ter esses sentimentos estúpidos...

Enquanto cruzava uma área bastante parecida com a qual seu pai lhe mostrou de manha cedo, algo inesperado aconteceu; Algo agarrou sua perna. Quase tropeçara, escorando sua mão no chão para não bater a cabeça, olhou para trás o mais rápido possível. Uma mão saia dos escombros por debaixo de outros corpos...

Por um instante ficou paralisado, seus olhos se arregalando. Depois, sentindo algum senso de dever, pôs-se a ajudar. Logo completaria 5 anos de idade, ainda sim, não tinha lembranças e recordações muito felizes... Porém se pudesse ajudar um camarada naquela situação seria algo digno. Voltou-se na direção da pessoa, puxando o corpo pesado para fora da pilha onde se encontrava, ajudando-o a sair.

Não demorou muito para notar, aquele não era um ninja de Konoha. Era tarde demais para corrigir o erro, pois o jovem gordinho que aparentava uns 19 anos já estava com as mãos livres. Agora estava ali, frente a um completo desconhecido cujo ajudara por generosidade, alguém que deveria ser considerado um inimigo e poderia lhe matar.

Mesmo assim, não sentiu medo. Olhava para o estranho com certa curiosidade brilhando em seus olhos. Então aquele era o inimigo? Não parecia muito diferente dos jovens de sua própria vila, se não fosse a bandana e a vestimenta jamais poderia saber. Era só uma pessoa.

Apesar de tudo, o jovem estava sangrento demais para alguém saudável. Itachi levantou seu próprio cantil de água, passando ao ninja de Iwagakure. O homem bebeu um pouco, quase sem se dar conta de sua estranha presença naquele lugar.

Só depois que a agua acabou, que o homem parecia ter recobrado a consciência, seus olhos se voltando a seu salvador. Itachi esperou com ansiedade. Primeiro o homem olhou em descrédito, como se não acreditasse que tinha uma criança ali, depois olhou com preocupação...

‘’v- va- mo-‘’ O estranho tentou falar algo.

‘’Se não pode falar, não tente...’’ Murmurou com calma, mas isso pareceu dar mais determinação ao homem.

‘’Não!’’ A voz dele saiu determinada dessa vez, como se tivesse tirado forças de algum lugar. ‘’Temos que sair daqui, é perigoso, ainda mais para você pequeno. Oque faz aqui...’’.

‘’Já não me assusta mais, meu pai me trouxe aqui hoje cedo’’.

‘’Seu pai é um filha da puta... Vamos pra casa, o inimigo pode estar espreitando... Eu vou te levar, venha!’’ O homem se colocou de pé com dificuldade, e estendeu a mão na direção de Itachi.

‘Me levar pra... minha casa?’’.

‘’Sim, obvio!’’.

‘’Você não pode!’’ Disse com veemência.

‘’Aqui não é lugar para você... nem deveria ter visto isso. Vamos, o caminho será longo...’’ O outro disse agarrando seu braço e puxando na direção contraria a Konoha. Foi quando se Itachi se deu conta de que o estranho não sabia que ele era da folha. O menor tentou soltar-se e quando conseguiu olhou na direção para onde tinha que ir. De repente o homem pareceu entender, sua face se escureceu. ‘’Você não é de Iwa’’.

‘’Não...’’.

Ele esperava que ambos pudessem então seguir seus caminhos separados. Mas a expressão do homem mudou drasticamente, aquele que ele salvou e deu água, e aquele estranho que de repente parecia tão preocupado em leva-lo para a segurança, olhou para ele como se fosse uma presa.

 ‘’Você é de Konoha...’’ Grunhiu com raiva ‘’Seus Shinobis mataram os meus amigos...’’.

‘’Posso dizer que o dano é mútuo!’’

Por um instante o homem parecia surpreso com a resposta, quase como se fosse voltar atrás. Olhou mais atentamente para o menor, gentilmente. Mas vendo o símbolo do Clã Uchiha estampado em suas vestes só agora, seus olhos se arregalaram. ‘’Desculpe-me, seja lá quem for, mas eu preciso mata-lo, criança ou não. Ou você vai crescer, e ser como ‘Fugaku dos olhos terríveis’...’’ O estranho ergueu a lamina de uma Kunai tão rápido indo em direção a sua cabeça que nem viu.

Mas tão rápido como isso aconteceu, uma outra lâmina cruzou a barriga do homem. Era uma espada... Itachi arregalou os olhos e saltou para trás em descrédito.

Mal acreditava em quem estava vendo: ‘’Pai?’’

Novamente seu pai não lhe deu conversação. Olhou-o de soslaio como se estivesse com raiva, depois estendeu-lhe uma Kunai. ‘’Termine o que começou!’’ Mandou. Porem o mais jovem estava ainda parado sem compreender. ‘’Vamos, mate-o!’’ Rugiu friamente.

Itachi pegou a Kunai tremendo, ainda sem acreditar que aquilo tudo estava mesmo acontecendo.

Virou na direção do homem, agora estrebuchando no chão, com a espada cravada em seu estomago. ‘’Mas... eu não ia... mata-lo!’’.

Seu pai cruzou os braços, parecendo muito irritado. ‘’Mas ele ia te matar’’ Informou.

‘’Por que?’’

‘’Porque isso é a guerra, o lugar onde o conflito não é entre pessoas, mas sim entre nações e por esse motivo estranhos se matam a troco de nada’’.

O menor se aproximou do estranho, empunhando a Kunai com as duas mãos, ainda desgostoso em ter que ferir o homem. ‘’Mas eu o ajudei!’’ Murmurou, ainda sem compreender o porquê de alguém querer machuca-lo quando só oque fez foi prestar-lhe ajuda.

‘’Eu sei. Você ainda é muito inocente para esse mundo cruel!’’ Seu pai disse-lhe, a contra gosto. ‘’Vamos, mate-o. Ou prefere deixa-lo aí em sofrimento até seu fim?’’

‘’Oque?’’

‘’O ponto onde eu o golpeei fará com que ele sangre por até três dias caso ninguém termine com seu sofrimento. E nessas condições tão adversas é impossível que consiga chegar em Iwa, e altamente improvável que surja algum camarada para ajudá-lo. Ele já deve ter sido listado como morto por seu país. Então oque prefere? Deixa-lo ai, porque é mais conveniente pra você, ou mata-lo de um vez e terminar com isso?’’.

Itachi pensou nas palavras de seu pai, ele queria ter podido ajudar o homem e não mata-lo, porém já lhe parecia uma causa perdida como seu pai afirmou. E se aquele homem ficasse ali, iria sofrer e sangrar até a morte como seu pai sugeriu. Ele podia fazer isso? Terminar com aquilo rapidamente e de forma indolor?

No fim, respirou fundo e esvaziou sua mente, estendeu sua mão e acabou sendo forçado a cortar a garganta do desconhecido, terminando com sua vida num instante. Nunca fizera aquilo antes, e o sentimento era estranho. Não sabia defini-lo. Foi tão tudo tão rápido... Como cortar um pedaço de bife.

O sangue jorrou e espichou manchando as mãos e vestes do pequeno Itachi que olhou na direção de seu pai em espanto, como se o mais velho pudesse tirar todas aquelas duvidas que de repente rondavam sua cabeça de quatro anos.

Seu pai o observou com uma expressão séria demais, por alguns segundos. Depois suspirou pesadamente. ‘’Você é uma criança gentil. Vamos... Vamos pra casa’’.

▀▄▀▄▀▄ ...Um tempo depois...▀▄▀▄▀▄

Tirou os sapatos e entrou devagar em sua casa, seu pai ainda com uma expressão séria. O contraste da escuridão do lado de fora com a luz clara que vinha de dentro quase o cegou, e de repente estava se sentindo esmagado. Sua mãe chegou tão rápido até seu pequeno corpo que ele nem a viu se aproximando...

‘’Onde você esteve? Quer me matar de susto? Você não pode sumir desse jeito, Itachi. Eu fiquei tão preocupada...’’ Ela parecia bastante aflita, ainda mais ao notar o sangue que cobria suas mãos e partes de sua blusa, o garoto só engoliu em seco. ‘’Seu pai e eu ficamos aqui parecendo loucos atrás de você por horas... Fugaku mobilizou quase toda a força policial atrás de você... Onde esteve? Como pode nos deixar sem notícias assim? Você só tem quatro anos, não pode ficar por aí sozinho... Nós achamos que você estivesse morto, você entende isso?’’.

‘’Ele estava fora dos limites de Konoha’’ Seu pai afirmou.

‘’Fazendo o que?’’  Interrompeu sua mãe novamente assustada.

‘’Sem muitas perguntas agora, Mikoto. Foi um dia cheio e ele precisa descansar. De qualquer forma, o erro foi meu. Talvez tenha sido um pouco precipitado ao mostrar o campo de batalha para ele!’’

‘’VOCÊ OQUE? Ficou louco? Ele tem só quatro anos e dez meses!’’ De repente ela parecia furiosa.

‘’Ele não se machucou’’ Seu pai disse numa calma estranha para a situação ‘’E nada disso vai acontecer novamente. Itachi, sua mãe já tem muitas preocupações, e mais disso não fará bem ao bebe’’ Depois o chefe da família seguiu em direção a porta: ‘’Vou avisar a meus homens que eles podem parar de procurar...’’.

Depois disso sua mãe continuou falando várias coisas e ele só respondia automaticamente... Ela falou algo como um banho, ele estava sujo, e queria isso, então deixou sua mãe pega-lo no colo e o guiar até o banheiro...

▀▄▀▄▀▄ ...Um tempo depois...▀▄▀▄▀▄

Não conseguia tirar os olhos do rastro de sujeira negra e sangue que ia em direção ao ralo do ofurô. Sua mente se perdia nas lembranças de tudo oque viu aquele dia, mas principalmente no momento em que cortou a garganta do homem como se fosse um bife...

Um bife... De repente, ele simplesmente detestava bife. Dava ânsia de vomito só de pensar.

Não se machucou, não fisicamente. Mas de alguma forma sangue alheio espirou nele, e estava marcado em sua pele, e se fechasse os olhos ainda podia ver o campo de batalha como se a imagem estivesse cravada em sua retina...

Não importava se ele ainda nem era Genin, mesmo como civil, sentia a guerra na carne e a vivia no dia a dia... E era um terror... o medo da morte, a luta pela vida e o sofrimento de passar por um conflito como aquele, de enfrentar as perdas... Era tudo um terror...

Aqueles sentimentos de terror eram iguais dos dois lados do confronto quando se vivia uma guerra... Lembrou do desconhecido que acabara por matar...

Foi quando se deu conta que sua mãe falava, chamava-o da porta: ‘’Itachi, filho? Já acabou? Esta aí há muito tempo, já chega...’’ Era oque dizia. De repente sua mãe entrou, tirando-o do ofurô rapidamente levantando-o em seus braços tão facilmente como se ele fosse um bebe. Soltou um suspiro enquanto sua mãe o secava com uma toalha branca como se ele próprio não soubesse fazer isso....

O Uchiha olhou para suas mãozinhas pequenas e notou que estavam enrugadas, como se aquilo fosse a única prova que lhe convenceria que realmente estava ali há muito tempo... E depois viu que a toalha estava perfeitamente intacta e limpa ainda que sua mãe estivesse passando-a em sem corpo, mas por algum motivo, ainda se sentia sujo como se o sangue daquele homem ainda estivesse impregnado em sua pele como uma tatuagem.

‘’Mas eu ainda estou sujo mãe...’’ Respondeu choramingando.

Sua mãe o olhou em confusão: ‘’O que?’’.

‘’Estou sujo’’ Respondeu novamente.

Ela olhou-o de cima a baixo. Depois fez uma careta em descrença: ‘’Itachi, filho, você não está sujo’’ Afirmou calmamente, mas era um semblante falso de calma, pode perceber.

‘’Estou sujo sim...’’ Choramingou esfregando o braço, que já estava vermelho do tanto que esfregou ali ferozmente para tirar quaisquer resquícios de sujeira e sanguinolência. A sujeira estava, na verdade, em sua alma para sempre.

A mulher gravida olhou-o preocupada e abaixou-se até ficar na altura de Itachi: ‘’Isso tem alguma coisa haver com o campo de batalha que seu pai mencionou antes?’’.

Engoliu em seco, sua língua coçando para contar. Mas lembrou das palavras de seu pai, sobre não deixa-la preocupada ou nervosa mais doque já estava submetida, não faria bem a seu irmãozinho.

‘’Não!’’ Disse angustiado, mentindo ao mesmo passo em que só se lembrava da sujeira e sangue de antes... do campo de batalha, e de cortar a garganta do desconhecido como um bife nojento, do sangue inimigo manchado sua pele...

Por algum motivo, o olhar que sua mãe lhe lançou parecia saber que estava mentindo. Ela se aproximou e abraçou-o, de modo que sua cabeça estava pressionada contra a barriga onde estava o bebe... E a criança chutou.

‘’Eu acho que é um menino...’’ Murmurou de repente, absorto de repente na vida que estava naquele ventre.

 ‘’Pode ser uma menina também...’’

‘’Não, é um menino, eu acho!’’ Rebateu. Depois separou-se do aperto do abraço dela e a encarou nos olhos: ‘’Mãe, a guerra está mesmo acabando?’’.

‘’Esta sim...’’.

‘’Então é mesmo verdade. Pensei que era só uma coisa boba que diziam as crianças da minha idade...’’

‘’Está a favor de Konoha, em breve o lado inimigo irá se render por falta de recursos...’’.

Ele voltou a abraçar a mãe, escorando sua cabeça novamente em sua barriga enorme: ‘’Que bom que a guerra esta acabando. Eu não quero que meu irmãozinho nasça e cresça vendo isso’’ como eu. Ele deixou de fora a ultima parte. Mas ambos sabiam, sem que precisasse ser dito.

▀▄▀▄▀▄ ...Um tempo depois...▀▄▀▄▀▄

Sua mãe o levou para cama, ficou lá até que dormisse. Mas ele acordou um tempo depois, ouvindo uma péssima discursão entre seus pais, Mikoto parecia inconformada e irada sobre o fato de Fugaku tê-lo levado ao campo de batalha. Aquela briga durou horas...

De fato, Itachi nunca esqueceria aquele dia. Foi quando percebeu que podia sim abandonar seus planos, e sonhos, porque sentiu que suas próprias necessidades eram secundárias para o bem maior.

Itachi cerrou os punhos em sua cama, uma determinação brilhando em seus olhos sérios: ‘’Se o orgulho de um Shinobi é morrer batalhando, que seja para morrer então, mas por um motivo que fizesse um mundo diferente deste renascer das cinzas, impedindo guerras como essa de acontecer novamente’’ Murmurou para si mesmo.

▀▄▀▄▀▄ ...Um tempo depois...▀▄▀▄▀▄

Uchiha Itachi se lembrava que aquela guerra terminou algumas semanas após aquele dia em que seu pai levou-o ao campo de batalha. Quando a Ponte Kanabi foi destruída, já que ela era usada para transportar suprimentos para os adversários. Aquela guerra foi chamada de ‘’Terceira Grande Guerra Ninja’’ que terminou com o tratado de armistício entre Konohagakure e Iwagakure.

A progressão da guerra era a favor de Konoha, mesmo assim não foi exigido nada aos países perdedores. Graças à reconciliação política do Terceiro Hokage, Hiruzen Sarutobi, que não exigiu qualquer tipo de compensação, fazendo com que a guerra chegasse ao seu fim definitivo.

Isso lhe lembrou que, em suas buscas pela história Shinobi, descobriu que depois de vários anos de guerras intermináveis entre Senjus e Uchihas, o clã rival propôs um tratado ainda que estivessem em vantagem na guerra. E que Hashirama estava tão determinado a por um fim nisso que poderia sacrificar a própria vida, desde que Madara concordasse em manter a paz. Depois alegou ser capaz de lutar ferozmente contra todos aqueles que tentaram destruir a paz que criara com a fundação de Konoha, alegando que o faria independentemente de ser contra seu melhor amigo, ou mesmo que fosse um irmão ou um filho.

Mas diferente do que aconteceu com Hashirama, a atitude de Hiruzen ainda que bonita atraiu resposta negativa de algumas pessoas do Pais do Fogo, pois essas pessoas queriam uma compensação dos outros países pelos danos causados, e para acalmar o descontentamento geral da aldeia, Hiruzen decidiu renunciar ao cargo de terceiro Hokage.

Sempre achou que Hiruzen tomou uma boa decisão em prol do melhor a maioria, mas muitas pessoas questionaram a atitude passiva do Hokage, de modo que o homem achou melhor abdicar de seu posto.

Tiveram que escolher um novo líder para a vila, e foi assim que Namikaze Minato, aclamado de herói da guerra, foi intitulado para o cargo de Hokage.

Depois a aldeia começou a se reconstruir. E Itachi tinha um objetivo muito claro em sua cabeça, mesmo que a guerra tivesse chegado ao fim ele disse a si mesmo que não iria desistir; Ele iria se transformar num shinobi que luta pelo menor derramamento de sangue possível, e contra todos aqueles que resolvessem reacender as chamas de guerras ou qualquer tipo de conflito que culminasse em uma.

A paz era uma coisa que valia a pena lutar, não importava oque teria de fazer ou sacrificar por isso. Para ele este era um objetivo inestimável. E não iria desistir desse ideal, para um menino que nasceu na guerra, a paz era algo desejado com todas as forças, não importando os meios...

Ces enfants sans enfance

(Estas crianças sem infância)

Sans jeunesse et sans joie

(Sem juventude e sem alegria)

Qui tremblaient sans défense

(Que tremiam indefesas)

De peine et de peur

(De dor e de medo)

Qui défiaient la souffrance

(Que enfrentavam o sofrimento)

Et taisaient leurs émois

(E calavam suas emoções)

Mais vivaient d’espérance

(Mas viviam de esperança)

E logo aquele que se tornara seu ideal Shinobi, seu jeito ninja. No fim, queria mesmo trazer mal agouro, mas sim para todos aqueles que desejassem lutar por motivo torpe e/ou ignóbil, em nome de interesses próprios ou que fossem contrários a paz comunitária.

Isso moldou quem um dia seria Uchiha Itachi, um filho da guerra, nascido no dia de um banho de sangue, com muitas baixas pra seu clã, em dias incertos... e que só oque queria era sua vila de nascença em paz, custasse oque custasse, pois a paz era algo que nunca teve desde o dia em que nasceu...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Informações:
1. Então, eu comparei a garganta cortada a um bife em referencia ao fato da comida que Itachi mais detestar ser justamente Bife, pra quem não sabe. E também, ai esta o começo do problema do Itachi em "demorar no banho" visto no começo dessa fic...
2. Outra coisa, no livro Shinden do Itachi (Que por sinal nem é escrito pelo Kishimoto) o pai dele realmente o leva ao campo de batalha. Mas ele matar um ninja lá só aconteceu no Anime naquele arco lá "meio filler".
3. Esse trechinho em negrito no final, em francês e com legenda em português é uma musica francesa chamada "les enfants de la guerre" - os filhos da guerra.

Enfim passado as informações, esse foi o capitulo de hoje. Espero que tenham gostado, foi bem tenso e triste escrever isso tudo... Mas ainda terá mais flashbacks, então segura o coração aí!
Até a proxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Itachi and Kisame History (Em Revisão)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.