Itachi and Kisame History (Em Revisão) escrita por AnneAngel


Capítulo 13
Capitulo 12 – Adolescente Suicida. (Reescrito)


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo pra vcs.
Espero que gostem.



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A falta de coragem para aceitar a inevitabilidade da mudança e os riscos que vem junto com ela causa a perda de momentos incríveis.

Itachi P.O.V (Point Off View)

Ele fez de tudo para tentar aplacar aquele martírio. Apesar de tudo ainda estava muito agoniado e aflito, certamente que ele escolhera aquele caminho de livre e espontânea vontade; Escolheu assassinar sua família, por sua adesão a Vontade do Fogo. Uma causa que lhe trouxe consequências terríveis. Mas como sobrepujar-se aquele sentimento ruim que tinha no peito?

Não sabia como lidar com aquilo ainda. Podia ter se passado dois anos, mas era difícil; Tentar refletir sobre aquilo era árduo e obscuro. Queria algo para apaziguar ou abrandar suas lamurias, foi a um templo, precisou de muita coragem para entrar no lugar divino com sua alma cheia de sangue. Acendeu velas, mas no fim como poderia fazer isso para as pessoas que ele mesmo matara? As chamas não ficaram acessas por muito tempo, uma corrente de ar muito forte tomou conta do lugar e apagou-as logo, como se seus familiares estivessem zombando dele, como se estivessem em fúria por ele ter tentado aquilo. Obviamente ele não tornou a acende-las, fez foi sair imediatamente do lugar sacro: Não merecia estar ali.

Andou sem parar até notar onde realmente tinha ido: Estava nos arredores de sua vila natal. Ficou ali à admirar oque um dia perdeu. Era mais do que torturante poder ver de longe e jamais poder desfrutar. Fora pura impulsividade que levou-o ali, um risco desnecessário, mas que ele pensava que pudesse acabar com sua inquietação e irritabilidade.

Aquilo lhe trazia saudades. Não era estar longe que era ruim, era saber que jamais poderia voltar. Que jamais poderia andar por aquelas ruas como um homem honrado. Jamais carregaria seu Otouto nos ombros por aquelas ruas num passeio. Jamais ouviria seu pai encher o peito de orgulho para se gabar que aqueles eram seus meninos. Jamais veria o rosto amoroso de sua mãe ao chegar em casa depois de um longo dia cansativo. Jamais poderia acordar no dia seguinte e logo sair para treinar junto a Shisui...

Pensamentos indesejados voltavam para assombra-lo. Aquilo era agoniante. Fora tomado por uma melancolia profunda. Oque poderia ele fazer para aplacar aquela dor no seu coração já esmigalhado? Não conseguia se concentrar direito com tudo aquilo no seu ombro. Não conseguia fazer suas atividades cotidianas com aquela tristeza profunda dentro de si. Missões para Akatsuki, missões para Konoha, nada estava mais valendo a pena. Até mesmo pensar em seu pequeno otouto lhe angustiava, agora que o menino lhe odiava.

Não conseguia dormir: Não com aquela ansiedade e apreensão, a culpa o dilacerava. Sabia que havia perdido peso também, mas quem se importa? Ele com certeza não, não se importava mais consigo mesmo, sua autoestima lá embaixo. Queria poder acreditar que ainda estava vivo por causa de algo importante, que alguém precisaria dele, que Konoha precisaria ou que Sasuke necessitaria. (Mas a realidade é que tudo estava em paz na vila e seu irmão estava em segurança, o Sandaime Hokage prometeu que lhe protegeria.)

Ninguém precisava de si e sua natureza vil. Além da Akatsuki. E ele não queria ser mais um desertor...

Às vezes aqueles pensamentos suicidas voltavam, pensamentos movidos pela Maldição do Ódio. Mas será mesmo que autodestruir-se era o melhor caminho? Naquele momento imaginava que sim. Talvez ele ficasse ali, esperando que alguém o notasse e matasse-o como ele merecia.

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Kisame P.O.V (Point Off View)

Fazia duas semanas desde a missão em Kumo. Nesse meio tempo o líder lhe informara que seu pequeno parceiro fizera uma curta estadia na Vila da Chuva uma semana atrás. O cara certamente ainda desconfiava do moreno e pediu para que o tubarão se mantivesse atento aos passos do Uchiha.

Kisame caminhava nas fronteiras de Amegakure quando sentiu o chakra do pirralho. Não estava tão longe, considerou se iria ou não até ele. Primeiramente decidiu que não, pois o garoto provavelmente não queria companhia, mas depois mudou de ideia. Afinal ele tinha que vigia-lo de qualquer forma e essa pode ser uma boa oportunidade.

Perguntava-se: O menino conseguiria driblalo como sempre? Ele não queria andar e andar para descobrir que estava seguindo uma pista falsa. Entretanto algo chamou sua atenção em demasia: A peste estava no território de Konoha, e isso era no mínimo intrigante. O Uchiha havia acabado de sair de Ame e parecia muito solida uma tentativa de traição naquele momento.

‘‘Oque ele está fazendo lá, hein Samehada?’’ Falou com a espada, já traçando seu rumo.

Realmente não queria acreditar que as suspeitas de Pain fossem verdadeiras, em parte porque ele estava com o jovem por dois anos, já tinha se acostumado e por outro lado odiava quando mentiam para ele. Se Itachi for mesmo um traidor teria de mata-lo e, nesse caso, seria uma luta interessante. Teria que se manter muito atento às espertezas do Uchiha.

Mas ele não queria pensar assim, talvez seu camarada estivesse fazendo outra coisa por lá, não é? Haveria de ter alternativas. Estava indo muito rápido, as coisas ao redor pareciam vultos enquanto ele pulava de arvore em arvore. Não queria perder tempo, queria tirar satisfações de uma vez.

O garoto não estava se movimentando, mesmo que já tivesse notado sua aproximação, por isso lhe passou pela cabeça se aquilo era uma armadilha ou se era Itachi brincando com sua cara, assim como fez nos últimos dois anos. Fosse o que fosse, ele teria que ir lá para descobrir.

▀▄▀▄▀▄ ...Um tempo depois...▀▄▀▄▀▄

Chegando perto percebeu que não era uma armadilha e se sentiu animado quando notou que não era nenhum dos joguinhos de Itachi, de fato. Finalmente ele conseguiu pegar o outro desprevenido. Um feito que ele não podia desperdiçar.

Ele se aproximou do garoto, que esta de costas para ele. O Sharingan brilhou ameaçadoramente por um instante em sua direção, mas logo se cansou de analisa-lo e voltou o seu foco para a vila.  Não fez nenhum movimento de ataque, fuga ou coisa do tipo, nem ao menos se importou com sua presença monstruosa logo atrás. Ignorou o tubarão e continuou de costas para ele, observando Konoha como se não houvesse ninguém por perto para dar atenção.

O azul estreitou os olhos por algum tempo. ‘’O que esta fazendo aqui, Itachi-San?’’ O menino demorou a responder e o espadachim imaginou se ele estava pensando em uma boa mentira para dar-lhe, mas depois percebeu que o jovem podia estar apenas ignorando-o como de costume. ‘’Depois de tudo, eu não gosto de desconfiar de você, mas isso é no mínimo estranho, não acha?’’ Murmurou um tanto inquieto e desconfortável com uma suposta traição. No fundo queria que não fosse isso.

O outro continuou observando o belo lugar, ignorando-o calmamente. Kisame começou a se enfurecer com o desdém do outro, mas depois resolveu se manter neutro. Recompôs-se e abriu um sorriso maldoso de canto. ‘’Ei garoto, eu só espero que não esteja tentando passar a perna na Akatsuki. Sou leal a meus companheiros, mas se você se provar um traidor, terei que mata-lo. Mesmo que eu aprecie sua camaradagem não hesitarei em fazer isso, não seria a primeira vez que faço algo do tipo.’’

Itachi olhou-o pelo canto dos olhos sorrateiramente, pela primeira vez parecendo incomodado com o falatório. Seu olhar não parecia ameaçado ou com medo, pelo contrario, pode ver o brilho do Mangekyou observa-lo com perspicácia. ‘’Isso é algum tipo de ameaça?’’ Perguntou com a voz monótona como sempre. Mas seu olhar feroz não combinava com o tom calmo e sem emoções de sua voz.

‘’É um aviso, Itachi-San.’’ Murmurou. E decidiu pela verdade: ‘’Eu realmente acho que seria uma lastima nossa parceria acabar de um jeito assim. Mas quero que saiba que não hesitarei.’’

‘’Hn’’ Ele grunhiu, parecendo já ter se cansado daquela conversa. Voltou a olhar a vila.

Estranhamente ele não soube oque fazer depois disso. Não sabia nada sobre Itachi. Eles eram parceiros há dois anos e ainda não tinha ideia do que se passava na mente da peste, o menino era tão estranho: Às vezes calmo e educado. Às vezes frio e insensível. Não dava para entender. O Rapaz era uma confusão de comportamentos.

Lembrou-se de como seu parceiro o ajudou-o na missão de Kumo e de como ele carregou-o nas costas depois disso. Quando pensava que estava conseguindo ganhar a credibilidade do Uchiha percebia que o garoto ainda estava muito longe de estar disposto a lhe dar sua confiança.

Pensou por alguns segundos: Sempre considerou Itachi a melhor opção de dupla na Akatsuki, pois os outros pareciam loucos varridos, era fácil chegar a essa conclusão; Pain era muito sinistro, Konan era a única mulher da organização, Hidan tinha aquele ritual estranho e lutar com ele nem sempre era tão agradável, Kakuzu era medonho só de pensar na quantidade de parceiros que ele já matou, Zetsu devorava pessoas, Tobi era irritante demais na maioria das vezes, Deidara era um inconsequente e Sasori era uma marionete viva.

Mas agora, pensando bem, talvez ele não estivesse certo: Oque poderia ter levado o Uchiha a assassinar sua família realmente? Ele gostava de acreditar que o garoto escondia algo grande. Mas ele podia estar errado, talvez Itachi seja só um louco também. Fazia sentido; a peste podia muito bem ter ‘surtado’ de repente e ter matado todo o Clã. Ele podia ser muito bem uma daquelas crianças psicopatas que você acha bonitinha, inteligente, amável, educada, responsável e obediente, incapaz de fazer algo ruim a outras pessoas, ai quando menos você espera, aquela criança amável se converte no demônio e sai cometendo atrocidades por ai. O garoto se encaixava muito bem naquele estereotipo.

Um flash de como o menino voltara para lhe auxiliar passou em sua mente. Assim como todas as outras vezes em que ele fora educado e gentil, e nas vezes em que ele lhe impediu de matar quando não achava necessário. Lembrou que a peste tinha pesadelos e se sentia culpado pela morte da família(...) Psicopatas não demonstravam sociabilidade e cuidado para com os outros, não é? Eles eram narcisistas incapazes de sentir afeto e de se colocarem no lugar dos outros. E seu parceiro não era assim, ele só matava quando realmente necessário, ele se importava com a vida dos outros e até mesmo com a vida do azul...

O menino ainda olhava o lugar e parecia pensativo. Kisame queria falar algo, mas não tinha certeza se deveria: Seria bom falar com o garoto sem a insegurança de ser torturado por algo que dissesse. Apenas o pensamento de ser atacado pelo Tsukuyomi era assustador...

No entanto, sabia que mais cedo ou mais tarde teria que perguntar algo sobre seu passado, ele só tinha que esperar o momento certo. Ele adoraria ver o menino explicando a situação em que se encontrava agora, mas não era a hora certa de perguntar. Fez uma expressão emburrada: Pain não ficaria satisfeito quando soubesse o quão difícil era tirar informações do garoto. Afinal, o pirralho era um ex-ANBU, tinha o treinamento necessário e não abriria a boca por nada. Fora ali para nada, não tinha como tirar informações e não tinha provas de que o garoto estava traindo a organização. Era melhor dar-lhe o beneficio da duvida, nesse caso.

Mas oque o outro estava fazendo ali afinal? Observou o Uchiha com cautela: Ele estava especialmente silencioso naquele dia. Dificilmente diria seu típico e irritante murmúrio quando estava de mau humor, mas ele não estava de mau humor agora, então se perguntou qual era o seu estado de espírito. Parecia melancólico.  

Era uma expressão difícil de ler. E o garoto não era exatamente uma criança que esboçava muitas reações, mas se ele o conhecesse melhor poderia dizer que a peste estava triste.

Olhou para Konoha e pensou que talvez ele não tenha ido ali para trai-los, talvez só estivesse observando o que um dia fez parte de sua vida.

Andou e foi para o lado do menino, tentar ver o que ele estava vendo, para entender o que prendia tanto a atenção do Uchiha. O outro parecia não se importar com ele, nem sequer olhou-o. Observou a vila por alguns instantes: Não tinha nada de especial. As pessoas caminhavam, riam e compravam coisas nas lojas, famílias estavam juntas, crianças brincando de ser ninja, alguém berrava alguma coisa insignificante para as crianças(...) O dia era de sol forte, as pessoas estavam aproveitando. ‘Será que é possível ele estar com saudades desse lugar?’ Pensou o azul.

Sabia que era possível, ele também sentia certa saudade de Kirigakure às vezes, quando se lembrava de sua antiga vida lá. Nunca esqueceria sua vila de nascença, embora tenha passado muitos maus bocados ainda era o lugar onde cresceu (Era mais como sentir saudades de algo e ao mesmo tempo não querer aquilo de novo, como uma nostalgia. Acabava se acostumado com o lugar, com a rotina, com as pessoas e no fundo algumas daquelas pequenas coisas lhe fizeram feliz em determinado momento, mas não queria aquilo de volta por todo o resto que lhe fez mal: Talvez fosse assim com seu pequeno parceiro também). Olhou para a expressão vazia no rosto do menino e decidiu que era melhor perguntar o que estava acontecendo ao invés de só fazer especulações.

‘’Ei, Itachi. O que há de errado?’’

O outro o olhou calmamente. Demorou um tempo para responder, mas ele falou enfim. ‘’Essa parte de Konoha é desprotegida. Só estou dando uma olhada e com pesar lembrando-me algumas recordações.’’ Falou, sua voz ainda monótona, grave e baixa. Mas o azul de alguma forma sentiu verdade naquilo.

Olhou de volta para o lugar: Aquele cantinho escondido dava uma vista privilegiada do local, dava até para ver o monumento Hokage. Sentiu-se um pouco envergonhado por estar desconfiando do garoto por nada, por algum motivo queria muito acreditar que as palavras do companheiro eram sinceras e ele estava ali só por lembranças. Ele estava certo, Itachi não era um psicopata. E ele era sim sua melhor escolha de parceiro dentro daquela organização tenebrosa.

Ele iria recuar um pouco. Deixar de ficar na espreita do Uchiha, porque aquilo não estava levando-o a nada útil. Bufou alto. ‘’Vou parar com isso.’’

E de repente Itachi olhou para ele momentaneamente, com certa força em seu olhar.  ‘’Parar com o que?’’

‘’Parar de ficar desconfiando de você’’. Murmurou. ‘’Se estiver armando uma pra Akatsuki isso virá à tona algum dia e você lidará com as consequências. Mas não vou perder mais meu tempo.’’

‘’Decisão sábia. Vigiar-me é como ficar a olhar um rio observando apenas oque ocorre na superfície da agua.’’

Não era de todo mentira, mas também não era de todo verdade. O espadachim estreitou os olhos. ‘’Você pode até pensar que é indecifrável, e na maioria das vezes é bem difícil de ler mesmo, vou lhe dar esse luxo por enquanto. Acomodarei-me um pouco com relação a isso, afinal, observar uma chaleira no fogo não abrevia seu tempo de fervura, tudo tem seu tempo.’’ Ele parou para refletir. ‘’Um dia a verdade sobre você virá à tona. Mentiras não ficam escondidas por muito tempo, Itachi-san.’’

O moreno revirou dramaticamente os olhos, sem fazer questão de esconder. ‘’Você tem uma imaginação fértil se pensa realmente assim.’’

Agora era ele que já havia cansado daquilo: ‘’Ah, isso é uma coisa que não vale apena discutir agora.’’ Desconversou.

‘’Se você não tem mais motivos para estar aqui, porque não vai embora?’’. Ele disse-lhe com desdém.

O espadachim suspirou. Ele queria mandar Itachi ir à merda, mas por outro lado sentia que era igualzinho aquela peste. Sabia oque o outro estava sentindo: ‘’Eu sei como é viver essa vida, ficar longe do lugar onde cresceu, embarcar numa jornada conturbada e ser caçado como um monstro cruel e sem emoções. Mas vir aqui e ficar olhando pro passado não vai ajudar. Que bem vai fazer ficar olhando para oque deixou pra trás?’’

O Uchiha ficou na evasiva: ‘’Isso não lhe diz respeito. É minha vida e eu não preciso lhe dar satisfações.’’

O ex-nin da névoa levantou os braços se rendendo, pelo visto ele não tiraria nada do garoto mesmo: ‘’Tudo bem, não fique assim tão na defensiva, eu só pensei que podíamos sermos verdadeiros um com o outro como bons companheiros de armas, Itachi-san! Mas se você prefere se esconder atrás dessa mascara de mentiras que criou...’’

‘’Você tem o costume de falar demais.’’ O menino de olhos vermelhos murmurou irritadamente.

Percebeu que o menor não estava no clima para mais conversas. ‘’Bem, eu vou indo. Não tenho mesmo nada para fazer aqui, pelo visto. Vou parar de sonda-lo, como eu disse que faria.’’ O garoto não lhe deu atenção, parecia estar num transe de agonia. ‘’Você não quer vir comigo?’’

Itachi se virou em sua direção pela primeira vez desde que chegou: ‘’Não. Deixe-me só’’

O azul não se surpreendeu com a resposta. ‘’Você que sabe. A vida é sua, faça como bem entender!’’ Grunhiu já irritado por tentar se aproximar de alguém que claramente não fazia esforço algum para tal coisa dar certo.

▀▄▀▄▀▄ ...Um tempo depois...▀▄▀▄▀▄

Ele estava andando há cinco minutos, indo embora calmamente, quando notou movimentação não muito atrás de si.

Retrocedeu seus passos: Seu parceiro estava encurralado por um grupo ANBU de Konoha.

O espadachim estava mais que contente com a repentina batalha. Parecia que o grupo voltava de alguma missão e os encontrou por acaso. Ele se animou com a perspectiva de batalhar, se o destino quis assim, que assim fosse. Realmente se davam muito bem com seu parceiro: Eles pareciam saber o que um e o outro iria fazer antes de acontecer. E ele sabia que diferente dele seu companheiro não estava realmente satisfeito com aquele confronto tanto quanto ele.

Geralmente o Uchiha se opunha a lutas, e dessa vez não foi diferente, ele deixou bem claro para Kisame que era pare eles acharem uma brecha, e fugirem. Ele não gostou nada, mas costumava ouvir oque seu parceiro tinha a dizer porque geralmente ele era bem responsável para tomar as decisões mais perspicazes.

O menino geralmente era bastante neutro com tudo, menos em relação a lutas: Se ele achasse que não valia a pena a matança sempre impedia o tubarão de lutar, mesmo que eles estivessem com a vantagem.

Havia oito ninjas ANBU, não era muito problema para eles em conjunto. Mas se não era assim que a peste queria... Ele bufou, sempre acatava quando o menino não queria mais sangue em suas almas já manchadas demais. ‘’Estes caras não sabem a sorte que tem... ’’ Ele murmurou para o menor de forma que só ele escutasse. A ordem era evitar o confronto o quanto podia.

Quando a luta começou tudo parecia estar indo bem, não seria tão difícil achar uma brecha para sair. O azul ainda estava aborrecido, ele realmente queria lutar com aqueles caras que acabou se empolgando um pouco: Ele feriu gravemente dois dos ANBU. Mas achava que não estavam mortos e nem morreriam em breve, talvez ficassem com sequelas (Itachi não saberia disso porque não estaria na vila para saber mesmo. Então ele não ligou para o estado dos homens).

Virou-se rapidamente para ver como a peste estava se saindo: Ele estava encurralado com os outros seis. Dois estavam presos no seu Genjutsu. E o garoto lutava com os outros quatro, mas parecia que não queria feri-los, pelo menos não gravemente, e por isso tinha dificuldade em sair da situação. Era muito injustiça, os caras tentando mata-los e eles só evitando (As vezes ele só não entendia seu parceiro e essa logica de não matar se não fosse extremamente necessário).

Estranhamente, ele se importava sobre como seu parceiro estava na batalha agora. Desde que recebera aquela ajuda contra os shinobis de Kumo ele havia mudado (Pelo menos a respeito do Uchiha), não o deixaria para trás: Seria tamanha desonra e falta de caráter depois de saber que seu parceiro não faria o mesmo se estivesse na mesma situação. Podia abandonar qualquer outro sem piedade, mas não aquele garoto, pois Itachi verdadeiramente se importava com a vida do azul e ele queria que o outro soubesse que era reciproco desde o presente momento.

Foi por isso que quando o menor parou de lutar abruptamente, colocando a mão no peito e arregalando os olhos, ele notou de imediato que algo estava errado. Os que estavam no genjutsu caíram instantaneamente no chão, já os quatro restantes correram na direção do moreno e ele não reagiu aos golpes que estava levando, um aqui outro ali...

O que aconteceu com o Uchiha? Por que não reagia? Era como se estivessem com alguma dor lancinante no peito, ou nos pulmões: Foi quando sangue jorrou por sua boca. Merda. Algo estava realmente errado com aquele pirralho.

Itachi estava deixando-se levar uma boa surra. Esquivava e desviava quando podia, mas parecia estar levando a pior por algum motivo bizarro. O tubarão sabia que o outro era mais do que capaz de assassinar aqueles ninjas ANBU em segundos, mesmo sem Sharingan. O que estava ocorrendo? Aquele sangue não podia ser de uma lesão atual.

Vendo um deles avançar para seu camarada ameaçadoramente Kisame se pôs em combate novamente. Que se danasse a ordem de recuar e bater em retirada: Ele iria retalhar.

Um deles estava correndo em direção ao garoto rapidamente pronto para dar um golpe, e iria acertar em cheio se o garoto não desviasse. O espadachim estava imediatamente lá, entre o homem e o menos. O jutsu do homem bateu no ombro esquerdo do tubarão, e ele imediatamente tratou de golpeá-lo.

O homem ANBU foi de encontro perigosamente contra Samehada que lhe sugou o Chakra e o deixou inconsciente. Os outros três, desistiram do ataque, provavelmente estavam indo pedir reforços.

‘’Devemos segui-los, eles não pod-‘’

‘’Não! Deixe-os ir!’’ Mandou Itachi friamente.

‘’Mas-‘’

‘’Esquece isso Kisame.’’

Não discutiu mais, era inútil mesmo. Então observou a si próprio: Viu o sangue vazar ligeiramente da sua ferida e era estranhamente gratificante. Nunca sentira aquilo, uma sensação estranha de saber que havia socorrido um companheiro e sabido que ele estava bem graças a ele. Nunca havia feito aquilo e era muito estranho, uma coisa boa. Será que foi assim que Itachi se sentira quando usou o Mangekyou em excesso só para ajuda-lo?

Ele nunca teve um amigo verdadeiro, mas sabia que toda grande amizade começava com verdadeiras provas de companheirismo. E se aquilo não foi prova suficiente, não sabia oque foi.

Droga, se por um lado estava orgulhoso de si o outro lado dizia que estava agindo feito um burro idiota. No que aquela camaradagem daria afinal? Nenhum fruto além de amarga traição (Seu lado negativo lhe dizia). Mas seu outro lado rebatia aquilo e afirmava que não era bem assim: Que Itachi era um mentiroso memorável, mas ainda havia algumas verdades por trás das constantes mentiras, aquela estranha conexão entre eles não haveria de ser uma mentira (Seu lado positivo tentava argumentar).

Droga, agora ele escutava seu lado racional ou ia contra tudo oque era lógico? Que magica aquele garoto tinha, afinal de contas? No final ele ia acabar maluco. Resolveu se concentra no agora: Ao menos Itachi estava bem. Err Quer dizer, quase, considerando que ele deixou-se ser atingido varias vezes de proposito e estava cuspindo sangue.

Observou o Uchiha com cuidado, sua expressão questionadora: ‘’Ei, Itachi, o que houve com você?’’

‘’Nada’’ Falou estranhamente. Ele olhou para o espadachim com algo parecido com raiva naqueles olhos sem emoções.

‘’Como nada? Tá jorrando sangue por sua goela!'' Kisame estreitou os olhos. ‘’E depois, ao invés de atacar você não rebateu e deixou-se ser atingido, varias vezes! Queria morrer? Ser capturado?’’

‘’Claro que não! Isso nem passou por minha cabeça!’’ Murmurou friamente.

‘’Então porque não os atacou de volta? Por acaso você é suicida?’’ Grunhiu. O menino ficou quieto e ele continuou. ‘’Olha pra mim agora, estou ferido por causa de sua estupidez! O que deu em você?’’

‘’Pensei que estava indo embora.’’ Itachi olhou para a ferida do outro parecendo um tanto preocupado ou culpado. ‘’Kisame, isso foi a coisa mais tola que você poderia ter feito, voltar. Disse lá na missão de Kumo que não hesitaria em me deixar para trás e agora ainda recebe um golpe por mim... Qual é o seu problema?’’

‘’Eu disse que não hesitaria em te abandonar caso isso comprometesse a missão. Não estamos em missão e a perspectiva de batalhar com a ANBU me pareceu bem animadora, depois de tudo oque eu vim fazer aqui sem obter sucesso.’’ O azul abriu um sorriso cheio de dentes prosseguiu: ‘’Eu poderia ter ido embora e te largado ai, mas escolhi ficar e lutar ao seu lado como os parceiros devem fazer, viva com isso!’’

‘’Estas são minhas palavras.’’

Kisame riu. ‘’Não é tão jeitoso quando sou eu que falo, não é?’’ Murmurou. ‘’E depois, eu recebi um golpe por você, ao invés de estar ai reclamado, você podia no mínimo me agradecer.’’

‘’Eu não pedi para você se colocar entre mim e aquele homem!’’

‘’Mas Itachi, o golpe visava à esquerda do seu peito. Se eu não tivesse feito o que fiz você provavelmente estaria morto.’’

O jovem fechou a cara: ‘’Estou plenamente ciente disso’’

Então o tubarão percebeu. ‘’Você queria morrer! Esse era seu objetivo aqui.’’ Abismou-se com a realidade.

‘’Não tire as palavras da minha boca.’’ Friamente o outro murmurou: ‘’E depois Kisame, não seja um tolo. Só porque lhe salvei uma vez, não significa que prezo por sua vida. Posso muito bem te descartar em breve, então não se de ao trabalho de tentar ser um cara legal comigo. ’’

A expressão do azul ficou azeda: ‘’Um fardo que nós dois carregamos, não é? A ideia de que futuramente poderemos ter que matar-nos um ao outro, assim como fizemos com nossos companheiros no passado.’’ Ele grunhiu. ‘’A grande diferença é que eu não temo carregar esse fardo.’’  

Itachi virou a cara para o outro lado, indignado. ‘’Pare com isso. Eu não quero ouvir.’’

’Você que entrou nesse assunto. E quer ouvir a verdade: Tem medo de estar certo. Tem medo de ter que realmente matar outro companheiro de armas em breve e teme que esse alguém seja eu.’’ Disse-lhe e viu o outro fechar os punhos. ‘’Por isso se afasta das minhas tentativas de aproximação, não é?!’’

‘’E dai?’’ O outro murmurou fracamente. ‘’Isso só significa que não vale apena sermos companheiros quando tudo dita o contrário! Eu lhe salvei porque era propicio para mim mantê-lo. Mas você esta se deixando levar...’’

‘’Nós dois estamos mantendo isso porque é propicio, convenhamos que dentre todos os outros lunáticos nessa organização, é melhor estarmos juntos do que com um maluco, tipo o Hidan. Para mim tá tudo numa boa, diferente de você, eu aceito os riscos. Pode até ser que no futuro você tente me descartar. Mas não vai fazer isso agora.’’ Murmurou convicto. ‘’Por conviver com você e ser seu parceiro esse tempo todo sei que não me mataria sem motivos e, principalmente, não mataria um homem que acabou de arriscar a vida por você.’’ Disse-lhe.

O garoto olhou-o com seriedade. ‘’Eu ia acabar com toda essa maluquice. Você frustrou meu plano suicida.’’ Afirmou com sinceridade. ‘’Se quer iludir-se com essa vida faça isso sozinho, não se meta mais no meu caminho.’’

Essa única frase parou Kisame completamente. ‘Este menino, este menino de 15 anos de idade, já estava querendo morrer? Ele era tão jovem, ele não tinha visto nada do mundo! Eu não posso acreditar, realmente era isso que ele foi fazer ali.’ Pensou. Estava absolutamente aterrorizado agora.

‘’O fardo é realmente muito pesado pra você carregar, né?’’ Murmurou entendendo. ‘’Você é muito novo pra tá nessa merda de vida. Mas escute, também é novo demais para morrer. Se matar não é a solução: Você vale mais do que isso Itachi-San!’’

O garoto ficou rígido, seus olhos se arregalaram um pouco. Parecia simplesmente surpreendido e confuso com sua afirmação. ‘’E que valor um assassino tem?’’ Ele perguntou. Sua voz era de repente pequena e jovem, mas de alguma forma, por baixo disso, houve uma profundidade de tristeza inacreditável.

‘’Você me disse uma vez que somos apenas humanos. E que não era oque somos e sim oque fazemos com oque somos que conta.’’

‘’Ainda se lembra disso?’’ Ele perguntou baixinho.

‘’Parece uma boa filosofia.’’ Murmurou. ‘’Estou te dizendo, morrer assim não vai resolver nada. Você vale mais que isso.’’

O jovem ficou extremamente quieto. Então Kisame entendeu; ninguém nunca havia dito aquilo para o garoto, por isso ele ficou tão abalado de repente. Isso era novo e o jovem não sabia o que fazer.

Suspirou. ‘’E há rumores por ai que dizem que você matou sua família para testar suas habilidades. Só alguém que não te conhece acreditaria nisso. Eu queria crer que você era só um psicopata mirim, mas você é certinho demais para isso. Então eles certamente fizerem algo para merecer a morte.’’

De repente o outro se fechou de novo. ‘’Você não sabe de nada.’’ Murmurou rude. ‘’Saia logo daqui.’’ Disse Itachi friamente.

‘’Só depois de você.’’ Murmurou com uma careta. Vai que a peste ainda estivesse com aquela ideia ridícula de suicidar-se, afinal.

O garoto o olhou cinicamente, mas começou a se mover para longe dali e para longe dele também. Kisame não sabia o que tinha feito-o se tornar tão escorregadio e temeroso para se afastar assim, mas decidiu não questionar: Pela primeira vez sentia que estava começando a compreender um pouco algo sobre aquele garoto. Sua corrida até ali não tinha sido em vão afinal de contas.

Olhou em volta, sentindo o ambiente com seus sentidos mais apurados: O Uchiha se foi. E era bom ele fazer o mesmo logo antes dos inimigos voltarem com reforços. Fez uma careta quando sua ferida deu uma fisgada enquanto ele pulava de arvore em arvore. ‘’Bem que o pirralho poderia ter ao menos agradecido, né Samehada?’’


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Notas finais do capítulo

Eu particularmente amo esses dois como dupla.
Kisame não é um homem horrível como todos pensam, ele gosta de uma boa luta e de acabar com seus adversários, mas a fama de "monstro" que atribuem a ele esta redondamente enganada. Como Itachi deduziu: Ele é só humano. (Tem suas questões, seus sentimentos e sua historia que o marcou como ele é)
E Itachi, pra mim ele nunca foi ''completamente frio'', ele também é humano e tem lá seus problemas! Essa imagem de durão e machão que pintam dele, não tem nada haver! O coitado matou a família, é claro que ele sofreu horrores.

(Obs: Tentei dar alguns problemas reais para o Uchiha nessa fic: Pra quem quer saber, ele mostra sintomas de Transtorno de Estresse Pós Traumático, Depressão, passou também pelas Fases do Luto e ainda enfrenta o Transtorno do Panico Noturno) Quem enfrenta cotidianamente alguma das dificuldades acima listadas, sintam-se abraçados, vocês não estão sozinhos nessa! Força!

Sobre a fic: Me deem suas opiniões. Quero saber.



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