Mudando de vida escrita por Pollux


Capítulo 2
These are the days of our lives


Notas iniciais do capítulo

Como eu disse, sou péssima em definir título do capítulo. Aí vai mais um. Se alguém ler, deixe um comentário. Obrigada.



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"You can't turn back the clock you can't turn back the tide, Ain't that a shame?"

(Você não pode voltar o relógio, você não pode voltar a maré, isso não é uma pena?)

Talvez à essa altura você deve estar me perguntando: “Mas cara, o que isso tem a ver com a tal da mudança de vida e tal? E o tal do grupo excluído? E quem é Alice?” E eu digo: calma, muita calma. Tudo tem sua hora. E bom, se vocês querem ter uma visão boa de tudo que aconteceu, devo começar pelo início, não acha?

Pois bem.

Depois que eu recebi a notícia da morte do meu pai, tudo meio que passou como um borrão. Sem contar que também seria extremamente maçante descrever tudo. Portanto, aí vai um resumo dos acontecimentos:

Minha mãe continuou em coma induzido. Eu liguei para o advogado da nossa família (Luiz da Silva – guardem esse nome, ele vai voltar pra puxar meu pé depois). Ele disse pra eu não me preocupar com o funeral. Dormi na sala de espera do hospital. Minha mãe continuava inconsciente. Fui ao funeral do meu pai. O cara do caixão nem parecia o homem que eu conhecia. Recebi vários tapinhas nas costas de pessoas que eu não conseguiria lembrar nem se eu tentasse. Minha mãe foi transferida para o hospital da minha cidade. E ela continuava desacordada.

Ufa! Ainda está me acompanhando? Lembra o advogado da família que eu falei? Então, aqui que ele volta.

Luiz da Silva. Além de advogado da família, ele sempre foi grande amigo do meu pai. Se eu for chutar, digo que menos de 50 anos ele não tem não. Gordinho, com calvície em progresso. Assim que minha se instalou no hospital, ele me ligou e mandou que eu fosse até o escritório dele. Foi uma conversa longa, e com discussão pra caramba. Mas aqui estão as partes mais importantes:

– Olá Dominic. Sente-se, por favor.

– Fala Luiz.

– Eu estou aqui para falar dos negócios do seu pai. E sobre o dinheiro.

– Sei, a empresa agora é minha, certo?

– Er... não exatamente.

– Como assim? O que você quer dizer com não exatamente?

– Dominic. Seu pai deixou.. não tem melhor jeito de dizer isso. Aqui vai. (suspiro) Seu pai deixou uma carta que dizia que você não herdaria nem a empresa e nem o dinheiro do banco enquanto você não começasse uma faculdade ou adquirisse maturidade suficiente.

– Impossível. Isso é mentira sua. Claro que você quer a empresa do meu pai pra você. E como assim, faculdade? Isso é daqui a um ano. E o que você quer dizer com maturidade? Eu já sou um adulto já. Tenho 18 anos, Luiz. Isso não faz o menor sentido. Claro que eu já fiz algumas burradas, mas isso nem vem ao caso.

– Dominic, eu estou apenas respeitando os desejos de seu pai. Ele me deixou instruções caso algo acontecesse com ele. E ele não deixou você e sua mãe desamparadas, todo mês liberarei uma certada mesada que...

– Mesada? A porra de uma mesada? Que droga é essa, Luiz?

– Auxílio. Uma certa quantia de dinheiro para auxiliá-los a viver a vida até que você chegue no ponto de assumir tudo. A casa e os carros ficam com vocês. E nesse meio tempo eu vou gerenciando as coisas. Você precisa acreditar em mim, Dominic. Eu nunca quis e nem quero tomar o lugar do seu pai, ele significava muito e eu sinto..

– Ah! Para com isso! Estou cansada das pessoas falando essa merda. Me dá a droga da carta. E só pra constar, isso tá cheirando muito mal.

– Aqui está. Vá pra casa Dominic. Descanse e visite sua mãe. Pensa um pouco no que tudo isso significa, e quando você estiver pronto, tudo vai se resolver.

É isso. Ele me deu uma droga de uma carta. E a carta tinha o carimbo pessoal do meu pai. O carimbo que ele guardava para que ninguém pudesse se passar por ele. Nem fui pra casa naquele dia. Passei na casa de Ana Clara. Ela sempre foi muito boa pra descontar as frustrações, sem precisar conversar. Ela sabia quando eu estava desse jeito. O que eu queria como eu queria.

Assim que acabou fui direto pra casa. E eu tinha decidido não ler a carta, mas o carimbo com o T e o M (Tiago Muniz) entrelaçado estava me chamando. Por fim, não aguentei e li a droga da carta. O conteúdo era só pra mim, mas como estou contando minha história, nada mais justo do que transcrevê-la aqui. Aí vai.

“Dominic,

Não fique com raiva de mim. Se você está lendo isso, é porque algo aconteceu comigo. E eu sinto muito meu filho. Veja bem, não sei quando você está lendo essa carta, mas em um mês atrás, fui ao médico e fiz um exame, e foi diagnosticado que meu coração não estava funcionando muito bem. Eu deixei isso escondido de você e sua mãe. Não queria que vocês se preocupassem a toa. Mas se essa carta chegou às suas mãos, é porque eu morri, então deixe isso pra lá.

Olha, eu vou explicar as medidas que eu tomei. Não faça essa cara.

Eu vi como você age com as pessoas meu filho. Você mudou de uma criança mimada para um adulto mimado. E isso é ruim, meu filho. Muito ruim. Você não aceita as coisas se elas não forem do seu jeito. Você quer as coisas na mão. E em tudo, você as recebe. Tudo pronto e mastigado na mão. Você trata as pessoas como se elas não fossem nada. E isso é extremamente ruim, filho. Por isso, quando eu recebi a notícia, eu pensei em você. No você que receberia a empresa na sua mão. Na pessoa que cuidaria da sua mãe. E meu filho, sinto em dizer que eu não quis que fosse você. Porque o você de agora, não me traz orgulho nenhum.

Sim. Tudo que o Luiz disse é verdade. Deixei-o cuidando das coisas por mim. E por você. Espero que ocorra uma mudança contigo meu filho. Porque você é o verdadeiro herdeiro da empresa e é você que eu quero comandando a empresa. Mas isso não vai acontecer enquanto você não mudar de vez. Acredite em mim quando digo que isso é o melhor para todos.

E por mais que eu pareça distante, eu observo você, filho. Eu cuido de você. E eu te amo filho. E confio em você.

Tiago.”

É isso. E a carta é realmente do meu pai. Eu conheceria a letra em qualquer lugar. E aqui estamos nós, caro leitor. Bem onde a segunda parte da minha vida começa. Você está preparado? Eu não.


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Notas finais do capítulo

É isso! :)



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