Quando percebi o tom alto que eu tivera falado em questões de segundos senti minhas bochechas e rosto esquentarem. Aquele para mim estava sendo o pior de todos os momentos. Sem reação alguma, eu só corri, saí daquela sala de aula as pressas. Corri para o banheiro feminino desejando que aquelas palavras se apagassem da memoria do Castiel.

Quando entrei parei bem em frente ao espelho preso sob a pia. Como já imaginado meu rosto estava vermelho e minhas bochechas quentes, soltei um suspiro pesado, me olhei mais uma vez, molhei meu rosto, caminhei em direção a parede, me encostei nela e deslizei até chegar no chão. Encolhi minhas pernas, e ali fiquei.

O mundo parece conspirar contra mim e o babá faz disso tudo parecer pior! Desde que ele chegou as coisas começaram a sair do lugar. E de repente seu mundo vira de ponta-cabeça e você não sabe se está no chão ou no teto... Sinto-me assim. Tudo dando errado! E Zoey, tenho certeza que ela irá pegar no meu pé por muito tempo...

Relembrando do momento com o Castiel deixei assim um sorriso bobo forma-se nos meus lábios. Poderia ficar abraçada nele por horas e hora. Senti um arrepio justamente quando relembrei do momento que eu passei com o babá. Aquele pensamento ficou preso na minha mente, fez-me meu coração bater um pouco mais rápido.

— Tudo bem com você? — Falou uma garota sentando-se na pia tirando do bolso uma carteira de cigarro juntamente com um isqueiro, e o acendeu ali mesmo.

Fiz que sim com a cabeça e devolvi a pergunta à ela.

— Fiquei entediada com as aulas da Srt. Harmon. Quer? — Ofereceu-me um dos seus cigarros e eu recusei sem jeito. — Hm. Ok. Como se chama?

— Lize.

— Você anda com aquela garota lá... Como é que é o nome dela mesmo?

— Zoey?

— Isso daí mesmo! É... Ela é uma idiota narcisista!

— É sim...

— Ué. — Ela olhou para mim, soltou a fumaça para fora e abriu um sorriso de canto. — Não anda mais com ela? O que a vadia fez pra você?... Aposto que saiu com o seu namoradinho vermelho lá.

— Não somos namorados. Os dois estão saindo já faz um tempo.

— Acho que entendi...

Ficamos conversando até que o últimos sinal da escola tocasse, e quando tocou nos levantamos do chão que estávamos sentadas e ficamos um de frente para outra.

— Katharine, mas pode me chamar de Kathie. — Assenti. — Você é bonita, não deixa aquela vadia dizer o que você tem que fazer! É isso... Até qualquer momento por aí.

Inesperadamente acabei recebendo dela um beijo na bochecha. Quando ela afastou-se de mim e eu me senti corar, vi ela rir da situação, sem reação sorri também. Ela se virou e foi embora.

Saí logo depois dela.

Lentamente me movimentei a caminho da minha sala de aula, assim que cheguei fui em direção a minha classe, peguei a minha mochila, a coloquei nas costas e saí. Caminhando silenciosamente pelos os corredores, vejo alguns poucos metros de mim o babá parado em frente a saída, respirei fundo e continuei.

— Aonde vai? — Perguntou ele quando passei na sua frente e de imediato paro.

— Aonde você acha que eu vou? — Viro-me para ele. — Está meio óbvio que eu estou indo para a minha casa, não? — Falo num tom um tanto irônico.

— Eu estava pensando em levar você e o Mike para comer e...

— Tenho muita coisa pra fazer, e não estou com fome. — Interrompo ele.

— Como o quê?

— Ficar longe de você é a minha tarefa mais imediata. — Falo séria.

— Vamos lá, está sendo infantil. — Fala ele.

— Ok. Te ligo quando eu amadurecer, babá-ca!

Virei-me e segui o meu caminho para casa.

— ✾ —

Dia Seguinte...

Chegando na escola sou logo abortada por Zoey quase salivando. Ela estava muito brava.

"O que fiz agora para merecer isso?" Pensei.

— Deve estar feliz agora, não? Por sua culpa ele não quer mais falar comigo! — Falou Zoey quase gritando as palavras.

— Não é problema meu. — Falei e tentei continuar o meu caminho, mas ela meteu-se na minha frente. — Quer parar? Que droga! Não quero mais saber dos seus romances falidos, não tenho mais nada a ver com você.

— Você vai ter que me ouvir, já cansei de ver a sua cara! — Pegou o meu braço, ela tentou me puxar, mas eu finquei meus dois pés nos chão e fiquei ali encarando ela da mesma forma que ela me encarava. Quando dei uma rápida olhada em volta, vi a metade da escola de olho em nós. Puxei o meu braço de imediato.

— Ridícula você, querendo chamar atenção? Pois já digo que eu não estou a fim de participar do seu showzinho idiota! — Me virei. tentei continuar e ignorar tudo aquilo.

— Já lambeu os seios dela? — Disse Zoey em voz alta. Parei e me virei para ela.

— O quê disse? — Questiono confusa.

— Isso mesmo que você acabou de escutar! Ah Lize, não se faça de bobinha, estava com a sapatona no banheiro.

— Garota não fala besteira! Para de passar vergonha, vai por mim, é o melhor que você pode fazer. — Falo.

— Não sou eu que vou passar vergonha. — Me olhou friamente, tirou o celular do bolso e me mostrou a foto tirada da Kathie beijando-me no rosto. Do ângulo que a foto estava parecia algo mais. — Parece que você tem uma nova amiguinha bem intima, não é?

— C-como conseguiu isso...? — Tento pegar, mas ela é mais rápida.

— Pode fazer o que quiser, mas assuma. — Falou outra garota entrando na discussão.

— Assumir o que!? Não tenho nada pra assumir! — Meu coração acelerava cada vez mais, meu sangue parecia ferver, estava me controlando para não atacar o rostinho bonito dela. — A gente só estava conversando, que droga!

— Ah sim, tão perto que acabaram se beijando? — Falou outra.

— Não!

— Está falando de um jeito que não esta dando pra acreditar. — Disse Zoey.

— Por que não admite que lambe peitos?

— Pra mim tudo bem que seja sapata. A vida é sua. Mas o que me incomoda é que você já dormiu lá em casa, e dormiu semi-nua na minha cama. — Disse Zoey.

— Por que você está fazendo isso? Por que está inventando essa droga de historia!? — Grito pra ela.

— Assuma e pronto. — Diz ela.

— Não vou assumir o que eu não sou.

— Não adianta negar. — Disse a outra garota.

— Eu não ligo, mas não vem com graça. Eu sou só a sua amiga... E nunca vai lamber meus peitos! — Diz Zoey bem alto e um pessoal começou se aproximar mais.

— Nunca vou encostar em você. Não sou lésbica!

— Não precisa ficar agressiva. — Falou outra garota.

— Cala boca! Ela que está me agredindo. Só estou me defendendo.

— Você que ficou toda nervosinha.

— Porque você ta falando merda na frente de todo mundo. Não sou lésbica! — Eu já estava no meu limite de paciência.

— Quer ficar calma... — Fala outra garota.

— Quer ficar calma o caramba! Vocês chegam me pressionando, inventando histórias de mim, falando merda sobre mim na frente de toda a escola e quer que eu me acalme? Quer saber, vai toma no meio do seu cu Zoey!

— Já podem imaginarem? Essa vaca vai la, e dorme semi-nua na minha cama... E passa a mão na minha bunda. — Zoey gritou para todos.

Deu, acabou, ela conseguiu me tirar do sério.

— Não fala merda, isso nunca aconteceu! — Fui me aproximando dela.

— Ela é uma tarada e adora bundas! — Gritou bem alto e mostrou a língua, fazendo um gesto libidinoso e provocador.

Não pensei duas vezes e fui para cima dela. Quando percebi estávamos no chãos distribuindo socos, tapas, arranhões e puxões. Consegui sentar em cima dela e distribuir vários tapas naquela cara bonita, ela só sabia gritar — Eu vou matar você sua piranha! — E ela conseguiu me acerta um soco certeiro no nariz. E o pessoal todo estava encima de nós tentando nos separar, mas eu não soltei assim tão fácil os cabelos dela.

— Parem! Parem! Chega! — Chegou a diretora gritando.

E os meninos conseguiram me tirar de cima dela.

Ofegante, tento controlar a minha respiração. Passo a mão no nariz que doía e vejo meus dedos com sangue. A diretora lançou um olhar para as duas.

— Quero você na minha sala, e AGORA! — Disse com uma voz firme.

Então nos duas acabamos na sala da diretora, além de escutar um belo sermão, levar um belo xingão, levamos uma bela de uma suspensão por quatro dias. Olhei para Zoey e vi o seu rosto todo vermelho dos arranhões, me surpreendi em ter acertado o seu olho. Quando saímos da sala, eu me senti um pouco mal, mas continuei o meu caminho, ela havia provocado tudo aquilo.

Fui para casa. Não tinha visto o babá, e isso era muito bom.