"A verdade do amor é que nem semprem quem você ama, te ama também."

***

— Como assim? Não sei se você ainda se lembra, mas eu já tenho dezesseis anos! E não quero e não preciso de babá!

— Lize! Pode abaixando esse tom de voz comigo, ainda sou sua mãe! Eu sei o que é certo pra você e pro seu irmão... Vou sim chamar uma babá, e não se fala mais. Não quero mais ouvir... Quando você tiver o seu trabalho, a sua casa, você decidira o que você quiser fazer. Mas enquanto você estiver morando de baixo do meu teto, comendo da minha comida, você terá que respeitar as minhas decisões! — diz ela — E se a minha decisão e chamar uma babá, eu irei chamar uma babá sim!

— Estou crescendo, e nem ao menos você percebeu, pois esta ocupada demais com o seu trabalho.

— Não é esse o caso, Lize...

— ARG! Você nunca me entende mesmo! — Resmunguei e vi meu irmão rir - isso não tem a minima graça! — disse para ele.

Subi para o meu quarto. Me joguei para cima da cama, me deitando assim de barriga para cima. Fiquei com o meu olhar preso ao teto.

Uma babá?... Minha mãe vai viajar esta noite. Daqui a pouco, se não me engano. Me pergunto, quando será que ela irá perceber que eu não sou mais uma criança, posso me virar, posso dar um jeito... Todos esses anos que ficava trancada no seu escritório, sempre sem tempo para mim e pro meu irmão, eu sempre tinha que me virar, mas por que uma babá agora. Quem diabos contrata uma babá para tomar conta de uma adolescente de 16 anos, que esta a poucos meses de fazer 17, e um garoto de 15 anos? Sinceramente, as vezes eu não entendo a minha mãe...

Mas que dia será que ela volta?

Sento na cama. Coloco meu par de pantufas nos pés, e saio do meu quarto. Descendo a escada, vejo Mike assistindo tevê. Parecia-me que estava bem concentrado na programação. Vou até ele e me sento no sofá, pego uma das almofada e fico abraçada nela.

— Cadê a mãe? — pergunto, depois olho para o filme que ele prestava tanta atenção.

— Já foi embora — olho para Mike.

— Nem me deu tchau... Sabe quando ela volta? — volto a minha atenção para o filme, vejo assim cenas improprias para a idade dele — A-aquilo são peitos? — digo e sinto minhas bochechas ficarem quentes.

— Não, não, são bundas com mamilos! — responde ele com um ar um tanto irônico.

— Você não pode assistir! — digo firme.

— É mesmo? ÓH! Quem poderá me impedir? — sua ironia estava me deixando nervosa.

— Mike, me de o controle! — digo e estendo a mão esperando que ele me dê o controle, mas não, ele me ignora por completo — Mike!

— Não enche! Vai ler os seus livros chatos que você ganha mais. — diz ele.

— Mike me da o controle, peste — tento pegar o controle da sua mão, mas ele desvia sempre que eu tentava ou chegava perto. Encontrávamos agora, a brigar pelo controle. Quando vimos ele voar e parar no chão, juntamente Olhamos o controle, e felizmente consigo ser mais rápida do que ele — Peguei, peguei! — digo e logo troco de canal.

— Toma no cu — diz ele no tom baixo.

Emburrado cruzou os braços. Mike e eu ficamos assistindo, mas ele acabou por dormir no meio do filme. Fiquei trocando de canal até achar uma programação que me agradasse. Por um instante, percebendo a demorada da babá a chegar, olho para o relógio preso a parede. 21:15 da noite, e ela não havia chegado.

Se perdeu, talvez? Penso.

Escuto a campainha tocar, levanto-me e vou até a porta, nem olho pelo olho mágico para ver quem era, pois já deduzia ser a babá. Me surpreendo ao ver um homem e não a babá. Dou um rápida olhada de cima a baixo analisando-o, e percebo que estava carregando uma mochila nas costas.

— Aqui é a casa da Harper Lewis? — pergunta ele.

— Depende... Quem é você? — digo desconfiada.

— Sou o babá... Bem, o filho da babá — diz ele

— Como eu posso saber que você não esta mentindo?

— Olha bem para a minha cara, e vê se eu tenho cara de quem vai fazer alguma do que você esta pensando? — diz ele bem convivente.

Olho bem nos seus olhos. Por alguns segundo olhando-o, deduzo não ser uma ameaça, então dou-lhe espaço para entrar na casa. Ele entra e eu fecho a porta.

— Meu nome é Thomas — diz ele apresentando-se para mim e tirando a bolsa das costas — Bom, minha mãe não pode vir, e me mandou no lugar dela. Não ficarei por muito tempo...

Antes que terminasse eu o interrompi:

— Aquele ali deitado no sofá — jogo o meu olhar para o sofá, fazendo ele olhar para Mike que estava dormindo — é o bebezão. É dele de quem você deve cuidar... E Qualquer coisa, fale com ele, certo?

— Mas a sua mãe...

— Não importa... — interrompi ele e continuei — Ela não esta aqui. Posso me cuidar sozinha. — ele sorriu de canto.

— Então ta, chefia — diz e piscou.

Aff...

Caminho em direção a escada, e subo para o meu quarto. Me tranco nele. Sento na beirada da cama e solto um suspiro pesado.

Estou entediada...

Vou até a janela do meu quarto e me sento nela, vendo que a noite estava tão boa e o seu estava repleto de estrelas, pulo e escalo para cima do telhado, como fazia antigamente. Me acomodo ali no telhado e fico olhando para as estrelas e a lua. Aquilo me acalmava, e muito.

Olho e deparo-me com o babá caminhando pelo o meu patio. Fico só observando.

O que ele esta fazendo? Penso.

Vejo-o olhar para cima. Estava à admirar as estrelas, e juntamente caminhava de costas sem saber onde estava pisando. Estava caminhando em direção a piscina.

— Cuidado com a piscina — digo chamando sua atenção para mim. Ele olha para trás, e vê assim a piscina próxima a ele. E volta o seu olhar para mim.

— Obrigado... Mas o que você está fazendo aê? — diz ele aumentando um pouco da voz para mim poder ouvi-lo.

— Eu que pergunto pra você — digo no mesmo tom — O que você esta fazendo no meu pátio?

— Olhando as estrelas, e você?

— O mesmo... — digo quase num suspiro.

— O que? Não escutei.

— O mesmo. — digo no tom em que conversávamos.

— Mas, você não esta com frio, ai em cima?

— Um pouco... mas esta tudo certo.

— Okay! ... Você pretende ficar quanto tempo ai?

— Por que você quer saber?

— É só pra puxar assunto mesmo... — fico em silêncio — viu? Estamos sem assunto,agora — olho para ele.

— Se você não se importa, mas eu quero ficar em silêncio — digo e fico em silêncio, só escutava os grilos.

— Não quero ser chato, mas não é meio perigoso você ficar ai? — encaro ele, não falo nada, só levanto-me com cuidado, e penduro-me na beirada — O que você esta fazendo? — escuto ele dizer. Coloco meu pés na janela e com um pouco de dificuldade entro no meu quarto. E deixo ele sozinho no pátio.

Antes de me deitar-me na minha cama, pego meu notebook, onde encontrava-se pousado na minha escrivaninha. Sentada na cama, e com ele encima das minha pernas, procuro um filme bom. E começo assisti-lo até o sono vir.

Quase no final do filme, eu me encontrava bêbada de sono. Lutava para não fechar os olhos, queria ver o final. Mas o sono foi mais forte. Guardei o notebook, olhei para o relógio que marcavam 03:20 da manhã.